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CONSELHO FISCAL
Acção de Formação Presidente
Elaboração de Projectos Paula Cristina Medeiros Santos
de Percursos Pedestres . . . . . . 12 Secretário
Eduardo do Jesus Santos Os artigos são da responsabilida-
Vogal de dos autores e não representam
Fauna Terrestre . . . . . . . . . . . . 13 George Robert Eyre Hayes obrigatoriamente a posição ofi-
Suplentes cial da Associação.
António Onofre Costa Miranda
Fauna Marinha . . . . . . . . . . . . 15 Soares É permitida a reprodução e
Vasco Amândio Botelho transcrição, desde que citada a
fonte e o autor
Coastwatch Europe . . . . . . . . . 16 ASSEMBLEIA GERAL
Presidente
João Carlos Carreiro Nunes
Novos Sócios . . . . . . . . . . . . . . 19 Vice- Presidente
Luís Fernando Miranda Guimarães
Secretário
Boletim de Inscrição . . . . . . . . 19 Luís Filipe Dias Silva
Suplentes
Maria do Carmo Melo Moreira
Humor Verde . . . . . . . . . . . . . . 20 Rodrigo João Medeiros de Sousa
Sede Social
Está instalada no edifício da Junta
de Freguesia do Pico da Pedra, Apoio
Avenida da Paz, 14. Ali se encon- Direcção Regional do Ambiente
tram todas as publicações editadas
e uma biblioteca especializada na
temática ambiental. Os interessa-
www.virtualazores.com/amigosdosacores dos poderão visitá-la todos os dias
e-mail: mop88258@mail.telepac.pt úteis das 8:30h às 12h e das 13h às
16h. Aconselha-se a marcação da Execução Gráfica e Impressão
Tel. 296 498 004 visita. Contacto: Carla Oliveira, EGA
Fax 296 498 006 Tel. 296 498 004 Empresa Gráfica Açoreana, Lda.
Vidália 21 2
Editorial
A publicação de artigos sobre a problemáti- apoio da Associação Amigos dos Açores na realiza-
ca do património natural e construído e a divulga- ção de uma visita de estudo às praias das Melícias e
ção das actividades associativas junto do público e do Pópulo, para observação do local, dos seus pro-
dos associados são os objectivos que nos levam a blemas de poluição e consequentes perigos.
editar, semestralmente, o boletim Vidália. Achamos também de grande interesse dar a
Deste boletim número vinte e um consta conhecer a Fauna Terrestre dos Açores, nomeada-
uma síntese do relatório de actividades realizadas mente algumas espécies que foram introduzidas no
no ano transacto, que contemplou um conjunto de arquipélago e outras que são endémicas.
projectos relacionados com a protecção da natureza Nesta Vidália, apresentamos, igualmente,
e com educação ambiental. os resultados obtidos, em 2003, em S. Miguel, com
Aproveitamos a saída deste primeiro núme- a realização do Projecto Coastwatch Europe, pro-
ro de 2004 para apresentarmos o Plano de Activida- jecto que consistiu na caracterização ambiental da
des da Associação Ecológica Amigos dos Açores zona costeira, após recolha de dados sobre a zona e
para o presente ano, que contempla também um sobre os problemas que a afectam.
conjunto de projectos em várias áreas, já iniciados Não queremos deixar de chamar a atenção
em anos anteriores. para a importância deste projecto em termos de pre-
Além disso, inserimos, neste número, um servação das áreas sensíveis e de alerta à população
artigo sobre uma Acção de Formação sobre “Elabo- para problemas ambientais da zona costeira e para
ração de Percursos Pedestres”, promovida, já este a urgência da sua protecção.
ano, nos dias 6 e 7 de Março, em Ponta Delgada, Queremos ainda apresentar a todos os asso-
pelos Amigos dos Açores com o apoio da Secretaria ciados e demais leitores uma lista actualizada das
Regional da Economia, da Federação de Campismo publicações e materiais para venda que a Associa-
e Montanhismo de Portugal e da Escola B 3 / S das ção possui.
Laranjeiras. Por último, alertamos para a importância de
Será, ainda, apresentado aos leitores um consultar a página da web da Associação, como
artigo elaborado pela turma do 3º e 4º anos de esco- forma de obter informação actualizada sobre as
laridade, da Escola EB / JI Cecília Meireles, da Fajã actividades que vamos promovendo ao longo do
de Cima, que, tendo como projecto para este ano ano.
lectivo “Saber estar na Natureza”, contou com o Corália Lopes
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Actividades Realizadas em 2003
Síntese
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Vila Franca do Campo, através de uma visita to dos roteiros de percursos pedestres de São
de estudo ao Percurso da Energia e de uma Jorge.
visita guiada, pelas jovens do programa Esta- A associação promoveu uma visita ao
giar- L, à Gruta do Carvão. Jardim Jácome Correia com um Grupo de
O Dia Mundial do Ambiente foi come- madeirenses pertencentes à Associação de
morado com um passeio pedestre na Reserva Amigos do Parque Ecológico do Funchal e
Natural da Lagoa do Fogo. uma Conferência intitulada “O Turismo e a
Em colaboração com a Arena- Agên- Valorização do Património Verde - Os Jardins
cia Regional da Energia da Região Autónoma e Quintas do Funchal”, sendo orador o Dr.
dos Açores, realizou-se uma visita de estudo Raimundo Quintal, daquela associação.
para 40 alunos do 11º Ano e 3 professores à
Central Geotérmica da Ribeira Grande e à
Central Hidroeléctrica da Fajã do Redondo.
Na ocasião, foram feitas duas apresentações:
uma sobre Energias Renováveis e Utilização
Racional da Energia, a cargo do Director da
Arena, e outra sobre Geotermia, da responsa-
bilidade da Sogeo. Ainda em colaboração
com a Arena, realizou-se uma visita de estu-
do para 30 alunos e 3 professores da Escola
EB 3/S das Laranjeiras à Central Hidroeléc-
trica da Fajã Redonda. Tal como aconteceu
com a escola anterior, antes da visita reali-
zou-se uma acção de sensibilização sobre
Energias Renováveis e Utilização Racional
da Energia.
Com um número mais alargado de
participantes do que no ano anterior, a asso-
ciação coordenou o Projecto Coastwatch na
ilha de São Miguel.
Na sequência de um Protocolo assina-
do com a Secretaria Regional do Ambiente,
os Amigos dos Açores responsabilizaram-se
pelo funcionamento das Ecotecas da Ribeira A associação enviou um memorando à
Grande e de Ponta Delgada, tendo cedido Câmara Municipal de Ponta Delgada sobre a
diverso material necessário às suas activida- necessidade de intervenção urgente na Gruta
des. do Carvão e elaborou, a solicitação daquela
No que diz respeito à Comunicação autarquia, um parecer sobre a construção de
Social, foram dadas 16 entrevistas. uma bomba de gasolina na Avenida Antero de
Em relação a reuniões com as mais Quental. Foi, também, enviado à Direcção
diversas instituições/entidades, regista-se Regional do Ambiente um parecer sobre a
uma reunião com o Director Regional do proposta de reclassificação do ilhéu de Vila
Ambiente, uma com a Presidente da Câmara Franca. Por último, foi enviado à Assembleia
de Ponta Delgada, a propósito da Gruta do Legislativa Regional um parecer sobre a pro-
Carvão, e uma com a Chefe de Gabinete do posta de Decreto-Legislativo sobre Percursos
Secretário Regional da Economia, a propósi- Pedestres Recomendados.
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Plano de Actividades para 2004
Introdução
O Plano de Actividades para 2004 da Associação Ecológica AMIGOS DOS AÇORES contempla um
conjunto de projectos em várias áreas da protecção da natureza e da educação ambiental, alguns dos
quais foram iniciados em anos anteriores.
INTRODUÇÕES VERSUS
ENDEMISMOS
Desde a época das Descobertas, centenas de
espécies de animais e plantas foram introduzi-
das nestas ilhas, com os mais diversos objecti-
vos (alimentares, medicinais, ornamentais, actividades. Continuar-se-á a reedição e distri-
etc.). Nos Açores, como em praticamente todo buição de desdobráveis sobre o cagarro e o
o mundo, muitas das espécies introduzidas tor- garajau e dar-se-á continuidade à iniciativa
naram-se, inesperadamente, nocivas, pondo em SOS- Cagarro, nos meses de Outubro e
risco actividades humanas (por exemplo, a Novembro. Editar-se-á, ainda, um livro, para
agricultura), ou perturbando profundamente as crianças, sobre o cagarro.
espécies endémicas. Pretendemos, com o pre-
sente projecto, alertar e consciencializar os CONHECER PARA PROTEGER
jovens açorianos para este problema, através da Tendo por objectivo principal a verificação “in
reedição de vários materiais, chamando a aten- loco” do estado do ambiente e a recolha de ele-
ção para o perigo da introdução de espécies mentos para uma futura elaboração de itinerá-
exóticas, bem como editar outros, para divulgar rios de descoberta da natureza e roteiros de per-
espécies endémicas, como o morcego e a vidá- cursos pedestres, realizar-se-ão 13 passeios
lia. Está prevista a edição de uma maleta peda- pedestres/visitas de estudo. Estas visitas serão
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complementadas, sempre que possível, com a ma Eco-Escolas, EBJI da Fajã de Cima, EB2,3
distribuição, aos órgãos de comunicação social Canto da Maia- Programa Eco-Escolas.
e aos participantes, de informações sobre os De entre os temas a tratar, será dado destaque
locais a visitar. às questões relacionadas com a água e com os
resíduos, estando prevista a reedição de um
ESPELEOLOGIA desdobrável sobre a água e alguns materiais
No domínio da espeleologia, pretende-se elabo- sobre resíduos.
rar um glossário de termos vulcanoespeleológi-
cos e, sempre que possível, fazer novas explora- COMEMORAÇÕES
ções. Continuar-se-á a promover e a acompanhar Com este projecto pretende-se assinalar algu-
visitas de estudo à Gruta do Carvão. mas datas importantes no calendário para a pro-
tecção da natureza e do ambiente, nomeada-
PEDESTRIANISMO mente os Dias: da Floresta, da Água, da Terra e
Em sequência da edição nos anos anteriores de do Ambiente. Para o Dia da Floresta pretende-
vários roteiros de percursos pedestres, preten- se alertar a comunidade em geral, através dos
de-se proceder à edição de dois novos roteiros órgãos de comunicação social, para a necessi-
e à reedição de outros que se venham a esgotar, dade de se proteger a flora primitiva dos Aço-
abrangendo o património histórico, artístico, res. Os Dias da Água e da Terra serão come-
natural e etnográfico, instrumentos de carácter morados através da distribuição de um
interdisciplinar indispensáveis à educação am- desdobrável apelando ao consumo racional da
biental e úteis ao desenvolvimento de um turis- água, de “planos de aulas” destinados a docen-
mo alternativo, mais respeitador do ambiente. tes, elaborados pela Earth Day Network, e com
Pretende-se, também, no âmbito da colabora- visitas de estudo e acções de sensibilização. Do
ção com a Secretaria Regional da Economia, Dia do Ambiente constará um alerta a divulgar
preparar textos para novos roteiros, nomeada- aos órgãos de comunicação social, chamando a
mente para a ilha de São Jorge. Está prevista, atenção para a situação das Áreas Protegidas
também, a realização de uma acção de forma- dos Açores e uma visita à Reserva Natural da
ção sobre “Apresentação de Projectos de Per- Lagoa do Fogo.
cursos Pedestres”
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rial técnico e pedagógico, bem como a parti- nomeadamente, com as Escolas EB 2,3 Canto
cipar com os seus especialistas na concretiza- da Maia e B 3/S das Laranjeiras, pretende-se
ção de colóquios, actividades de ar livre e sensibilizar os habituais participantes nos
outras actividades propostas no programa da passeios pedestres promovidos pelos Amigos
Ecoteca e previstas no seu orçamento. dos Açores. Da iniciativa constam a divulga-
ção de um desdobrável sobre a utilização
ECOTECA DE PONTA DELGADA racional da energia e a visita a uma central
Os Amigos dos Açores, na sequência de um hidroeléctrica, à Central Geotérmica da
Protocolo assinado com a Secretaria Regional Ribeira Grande e à Central da Biomassa.
do Ambiente, ficarão responsáveis pelo fun-
cionamento da Ecoteca de Ponta Delgada, COASTWATCH EUROPE
cuja sede ficará instalada na Quinta do Priôlo, Tendo como principais objectivos específi-
colaborando na sua coordenação, asseguran- cos: 1- recolher dados sobre as características
do o cumprimento do Plano de Actividades e das zonas de costa e também sobre os princi-
projectando novas iniciativas. pais problemas ambientais que as afectam, 2-
Os Amigos dos Açores comprometem-se, elaborar uma base de dados nacional e inter-
ainda, a ceder material técnico e pedagógico, nacional actualizada (ano a ano) sobre o esta-
bem como a participar com os seus especia- do do litoral, 3- fornecer aos órgãos de deci-
listas na concretização de colóquios, activida- são local, nacional e internacional elementos
des de ar livre e outras actividades propostas que contribuam para a gestão sustentada do
no programa da Ecoteca e previstas no orça- Litoral, para a recuperação de zonas degrada-
mento. das e para a preservação das áreas sensíveis e,
4- alertar a população para os problemas
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DOS ambientais da zona costeira e para a urgência
AMIGOS DOS AÇORES da sua protecção, pretende-se implementar o
Pretende-se dinamizar o Centro de Documen- projecto na Ilha de São Miguel e se possível
tação dos Amigos dos Açores que possui uma alargá-lo a outras ilhas.
biblioteca onde poderá ser consultada biblio- Assim, para além do envolvimento do maior
grafia sobre as seguintes temáticas: meio físi- número possível de associados, será feito um
co (água, ar e solos), actividades humanas, esforço suplementar no sentido de envolver
energia, conservação da natureza e resíduos. outros intervenientes e instituições, com des-
Ao mesmo tempo, far-se-á uma maior divul- taque para as escolas.
gação do mesmo e proceder-se-á ao seu enri-
quecimento, através da aquisição de novas VULCÕES E PAISAGENS
obras e materiais, bem como da assinatura de Em virtude do livro “Paisagens Vulcânicas
revistas. O Centro de Documentação que fun- dos Açores” estar esgotado, e uma vez que
ciona na sede do Museu local do Pico da esta publicação constitui um importante
Pedra, Avenida da Paz, 9, está aberto todos os recurso de carácter educacional, permitindo
dias das 9 às 12h e das 13 h às 16h. Aconse- uma melhor interpretação da nossa paisagem
lha-se um pré- aviso da visita através do e constituindo um importante meio de divul-
seguinte contacto: Carla Oliveira (telefone- gação turística da Região, pretende-se reedi-
296498004) tar aquele livro, com os necessários ajusta-
mentos a nível de paginação e revisão de
ENERGIA: NO POUPAR É QUE ESTÁ O conteúdos.
GANHO
Com este projecto pretende-se, por um lado, TURISMO, AMBIENTE E CULTURA
fomentar a utilização racional da energia e, Na sequência de um colóquio promovido, em
por outro, divulgar e promover as energias conjunto e a convite do Forum Açoriano, em
renováveis, contribuindo assim para melhorar 2002, pretende-se co-editar as comunicações
a qualidade de vida das pessoas e a qualidade então apresentadas.
do ambiente. No presente ano, para além da
colaboração com os projectos escolares,
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Escola Cecília Meireles
Visita de Estudo
mos a visita de dois elementos da Associação, 30 minutos, com destino às praias das Melí-
que nos vieram alertar para os perigos da cias e do Pópulo.
poluição. No fim desta visita, ficou o convite
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de uma área habitacional, com arbustos, seguintes resíduos sólidos no local:
dunas e rochas. Nesta zona não existiam rios - 13 latas de bebida;
nem ribeiras. - 30 garrafas de vidro;
Também observámos que o local atin- - 92 garrafas de plástico;
gido pela maré alta e a zona atingida pelas - alguns sacos de plástico vazios;
marés vivas, têm, como coberto dominante, - 10 recipientes de substâncias peri-
areia, canas e rocha. gosas;
Depois destas observações, a turma - 140 argolas de plástico das latas de
encontrou alguns animais vivos, como: gaivo- bebida;
Neste local não encontramos manchas
de alcatrão nem de petróleo.
Quando chegámos ao fim da nossa
visita de estudo às duas praias, o nosso reló-
gio marcava 11 horas e 30 minutos. Eram
horas de voltar à escola.
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Escola Cecília Meireles
Reciclagem de Papel
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Acção de Formação
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Fauna
FAUNA TERRESTRE Alimenta-se, sobretudo, de plantas nativas:
sementes da uva-da-serra (Vaccinium cylindra-
Ao longo do povoamento, além das espécies ceum), da amora (Rubus hochstetterorum), da ginja-
necessárias à agricultura e à pecuária, foram intro- do-mato (Prunus lusitanica spp. azorica), dos botões
duzidas, intencionalmente ou não, várias espécies florais do azevinho (Ilex perado ssp. azorica) e dos
animais. esporângios e folhas jovens de alguns fetos. As plan-
tas introduzidas tornaram-se importantes na sua ali-
• Aves mentação – o Polygonum capitatum (na época da
No que diz respeito às aves, podemos dizer reprodução), a Leicesteria formosa (durante a muda
que passam nos Açores cerca de 200 espécies de das penas) e a Clethra arbórea (no Inverno).
aves migratórias. 21 espécies são nidificantes, sendo A sobrevivência do priôlo está dependente
12 destas subespécies endémicas. da preservação do seu habitat - a floresta natural
Segundo Luís Silva, entre as 21 espécies açoriana de altitude. Urge por isso controlar as plan-
nidificantes nos Açores, provavelmente 6 foram tas exóticas e expandir a floresta endémica de altitu-
introduzidas: a perdiz (Alectoris rufa), o pintassilgo de, não esquecendo a contribuição que todos nós
(Carduelis carduelis parva), o verdilhão (Carduelis podemos dar, evitando colher ou danificar as plantas
chloris aurantiiventris), o canário da terra (Serinus que fazem parte da dieta alimentar desta espécie.
canaria canaria), o pardal (Passer domesticus) e o
estorninho (Sturnus vulgaris vulgaris). • Mamíferos
O pintassilgo, o verdilhão e o pardal são São 7 as espécies de mamíferos introduzidas
aves que estão ligadas aos ambientes humanizados e nos Açores: o ouriço-cacheiro (Erinaceus euro-
nidificam recentemente nos Açores. paeus), o ratinho (Mus musculus), a ratazana (Rattus
Muito abundante no século passado, na parte rattus), o coelho bravo (Oryctolagus cuniculus), a
oriental da ilha de São Miguel, o priôlo (Pyrrhula doninha (Mustela nivalis) e o furão (Mustela furo).
murina), a partir de 1950, passou a considerar-se A única espécie autóctone e endémica é o
uma espécie rara nos Açores, considerando-se morcego (Nyctalus azoreum). O morcego é um
mesmo que é uma espécie endémica da ilha de São mamífero raro que se abriga em fendas estreitas de
Miguel. Actualmente, está limitada à Reserva Natu- edifícios e nas rochas. Durante a noite, é possível
ral do Pico da Vara, sendo mais facilmente observa- observá-lo nas localidades costeiras, caçando insec-
tos que são atraídos pela iluminação pública. Tam-
bém é possível observá-lo de dia nas zonas altas do
interior.
O morcego é muito pequeno, atingindo
cerca de 9 cm de comprimento, e tem a face, as ore-
lhas e a membrana alar castanho-escuro. Tem o
corpo coberto de pêlos castanhos muito escuros no
dorso e um pouco mais claros no ventre. O pêlo é
curto e mais escuro na base do que na extremidade.
Este mamífero desloca-se voando e utiliza a mem-
brana alar como se fosse uma asa. Essa membrana é
uma prega de pele que liga os ossos alongados dos
dedos da mão aos lados do corpo, aos membros pos-
teriores e à cauda.
No que diz respeito à alimentação, o morce-
go caça pequenos insectos em voo. Produz constan-
da na Serra da Tronqueira e vale da Ribeira do Gui- temente ultra-sons que, ao chocarem com um obstá-
lherme. culo, voltam para trás e são captados pelas orelhas.
O priôlo é uma ave de aspecto robusto que Assim, um morcego sabe a que distância está a sua
exibe coroa negra na cabeça, peito cinzento-amare- presa.
lado, penas pretas nas asas e na cauda e bico forte,
curto e cónico, de cor preta. • Anfíbios
O período reprodutivo desta espécie ocorre Os Açores possuem apenas dois anfíbios, a
entre Junho e Agosto. O ninho é construído numa rã (Rana perezi) e o tritão de crista (Triturus crista-
árvore pela fêmea e é composto principalmente por tus).
raízes, ramos finos e musgo. Os ovos são incubados A rã está espalhada por todo o arquipélago e
pela fêmea durante 12 a 14 dias e a partir de Julho terá sido introduzida em São Miguel para com-
os primeiros juvenis, de cabeça castanha, aparecem bater os mosquitos nos primeiros
Continua
a voar com os adultos. anos do século XIX.
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Vive em quase todos os tipos de zonas aquá- • Répteis
ticas, com excepção de ribeiros de caudal rápido e No nosso arquipélago, apenas existe um rép-
em matas fechadas. Durante o dia, as rãs permane- til – a lagartixa (Lacerta duguesii). Esta lagartixa foi
cem na margem, enquanto de noite, especialmente provavelmente introduzida em 1860 e é muito
quando há precipitação, mas também quando o grau comum nos depósitos de lava costeiros e nas praias
de humidade é grande, empreendem grandes cami- de calhau rolado.
nhos terra adentro. Podem ser observadas nas mar-
gens, ricas em vegetação, da Lagoa do Fogo.
O coachar das colónias começa-se a ouvir a
partir de Março. Os ovos são depositados nas mais
diversas zonas aquíferas, no geral com vegetação
submersa abundante.
Esta espécie só tem sido ameaçada pela des-
truição de pequenas áreas onde se reproduz ou pelo
envenenamento pontual.
Quanto ao tritão, a sua presença em São
Miguel, a única ilha onde pode ser encontrado, data
de 1922, podendo ser encontrado por toda a zona
central da ilha. O tritão de crista é um dos anfíbios
mais ameaçados a nível mundial e, por tal motivo, • Peixes
está protegido por legislação internacional. A fauna ictiológica das águas doces dos
Vive em águas paradas, como charcos, tan- Açores era muito reduzida. Era abundante o peixe
ques e ribeiras de corrente lenta, embora possa per- vermelho (Carassius auratus) e também se encon-
manecer em terra, fora do período de reprodução, travam duas espécies de carpa (Cyprinus carpio e
em sítios sombrios e húmidos, principalmente Cyprinus rex cyprinorum). Introduzidos pelo
debaixo de pedras e troncos caídos, onde hiberna. homem, estes ciprinídeos vivem e propagam-se nas
Tem cerca de 15 cm de comprimento (no lagoas e em tanques.
estado adulto, as fêmeas são maiores que os A fauna piscícola de água doce foi, no
machos), tem pele nua, quatro patas (as patas ante- entanto, progressivamente enriquecida com a intro-
riores têm quatro dedos e as posteriores têm cinco dução de algumas espécies como a truta (Salmo
dedos), e uma cauda que é musculada e forte. O gairdneri), o lúcio (Esox lucius), o sandre (Stizoste-
dorso tem uma coloração pardo-negra, com man- dion luciperca), a perca (Perca fluviatilis), etc.
chas mais escuras, o ventre é amarelo-alaranjado,
brilhante e com manchas negras. • Insectos
Em ambiente aquático, no período de repro- Entre os insectos, estão presentes 150 espé-
dução, o macho desenvolve uma crista dorsal alta e cies de Lepidópteros e 524 espécies de Coleópteros,
dentada. A fêmea tem apenas uma membrana sobre das quais 61 são endémicas. Em relação aos Formi-
a cauda. cidae, a quase totalidade das 12 espécies terá sido
Em terra, desloca-se com o auxílio das patas introduzida acidentalmente, transportadas, a partir
e em meio aquático, utiliza a sua cauda para impul- de Portugal continental e da ilha da Madeira, em
sionar-se na água . conjunto com o material vegetal.
Alimenta-se de larvas de insectos aquáticos A abelha (Apis mellifera) é referida desde o
e também de lesmas, minhocas, aranhas e pequenos século XVI, associada à produção de mel. Este poli-
caracóis. No entanto, enquanto larva, o tritão ali- nizador generalista encontra-se nas ilhas, pelo
menta-se de pequenos crustáceos aquáticos que menos desde o início do povoamento, pelo que está,
estão em suspensão na água. desde então, disponível para a polonização das plan-
Na época da reprodução (na Primavera), o tas, quer autóctones, quer introduzidas.
tritão regressa ao meio aquático onde nasceu e inicia O escaravelho japonês (Popollia japonica)
a parada nupcial que consiste numa dança mais ou foi introduzido na ilha Terceira no início dos anos
menos complicada, onde o macho se exibe para a setenta, ou mesmo no final da década de sessenta, a
fêmea abanando a cauda. partir dos Estados Unidos, tendo sido declarada uma
Após a fecundação interna, dias mais tarde, praga de quarentena.
a fêmea deposita os ovos nas algas filamentosas e
nas plantas aquáticas. • Moluscos
Quinze dias mais tarde, nascem as larvas Ao nível dos moluscos, a Lymnaea trunca-
que medem 1 cm e apresentam brânquias externas. tula foi detectada pela primeira vez em São Miguel
Mais tarde, já no Verão, perdem as brânquias e em 1975, constituindo um hospedeiro intermediário
medem já 7 cm. Nessa altura, abandonam a água e da Fasciola hepatica.
abrigam-se, como os adultos, debaixo de pedras,
troncos caídos e musgos. Atinge a maturidade aos Síntese elaborada por:
dois anos. Corália Lopes / Eulália Brum / Maria Teixeira
Vidália 21 14
Coastwatch Europe
Continua
15 Vidália 21
3. Animais encontrados na unidade anali- 5. Quantidade de resíduos encontrados
sada Encontrou-se com maior frequência garra-
Em cinquenta e seis unidades foram encon- fas de bebidas em plástico e sacos de plástico para
trados animais. A grande maioria dos animais compras. No entanto, foram encontradas 24 unida-
encontrados vivos foi aves marinhas, seguindo-se des sem a presença de resíduos, nomeadamente nos
outros (essencialmente pombos da rocha), crustá- concelhos da Ribeira Grande, de Ponta Delgada, da
ceos e peixes. Foram encontrados também 19 ani- Povoação e da Lagoa.
mais mortos, sendo a sua maioria aves.
Vidália 21 16
DISCUSSÃO animais mortos, nos dois anos foi também observado
Perante a análise dos dados obtidos relativos um grande número de aves marinhas mortas e de crus-
às oitenta e duas unidades observadas, verificou-se que táceos.
persistem alguns dos problemas observados aquando O factor mais preocupante foi, tal como no
do Coastwatch do ano anterior (2002). ano transacto, o lixo e poluição nas várias zonas da
Assim sendo, verificou-se que a maioria das costa. Assim, em ambos os anos, cerca de 50% das
áreas analisadas é acessível a pé, e que a principal uti- unidades analisadas apresentavam objectos de grandes
lização da zona interior contígua é habitacional. Tais dimensões (principalmente materiais de construção e
factos serão certamente agravantes para os problemas lixo doméstico em sacos ou amontoados), e cerca de
ambientais observados em ambos os anos. 70% das unidades apresentavam resíduos (garrafas de
Relativamente às entradas do mar e da área em bebidas em plástico e sacos de plástico para compras).
torno do seu términos, verificou-se a presença de 51 Estabelecendo a comparação entre as catego-
entradas, principalmente por canos ou tubos, ao con- rias de lixo ou poluição encontradas nas zonas supra-
trário do ano passado, em que se verificava maior tidal e intertidal, verificou-se que em ambas as zonas
ocorrência de ribeiras. Em ambos os anos, a dimensão há uma maior ocorrência de papel, cartão e/ou madei-
das entradas era predominantemente pequena e era ra, divergindo do ano passado, em que se verificou
notável a existência de esgotos, mau cheiro e despejo uma maior ocorrência de plásticos e recipientes de
de lixo. Por sua vez, a referência a peixes mortos e plástico duro.
óleo ou derivados de petróleo é nula. Relativamente à frequência de incidentes de
Quanto aos nitratos, apenas foram testadas poluição por esgotos, verificou-se, ao contrário do ano
cinco entradas, verificando-se em duas delas 50 mg/l anterior, que esta era habitual na maioria das unidades.
de NO3 e noutra 10 mg/l de NO3. Contrariamente, no Constatou-se que, em uma grande percenta-
ano anterior, das entradas testadas, em seis não foi gem das unidades analisadas (35%), não se verifica-
detectada a presença de nitratos e uma das entradas ram alterações significativas na sua aparência devido a
registou um valor de 100 mg/l de NO3. condições meteorológicas, tal como ocorreu no ano
Em relação à concentração anormalmente ele- transacto.
vada de micro-algas na superfície intertidal, notou-se Relativamente à limpeza das unidades analisa-
que em ambos os anos a sua existência é desconheci- das, cerca de 30% apresenta risco efectivo ou ameaça
da pela maioria dos participantes e apenas uma peque- iminente (tal como no ano anterior), sendo os mais fre-
na percentagem tem conhecimento desta ocorrência. quentes a erosão marítima e a poluição por esgotos.
Relativamente aos animais encontrados, em No que respeita à existência de construções na
ambos os anos observou-se um grande número de aves área em análise, registou-se uma diminuição das mes-
marinhas vivas, entre outros animais. Em relação aos mas do ano passado para este ano, de 18 para 9 cons-
truções.
Relativamente à
ocorrência de petróleo ou
derivados, observou-se
também uma diminuição,
tendo sido observada este
ano em apenas uma uni-
dade, contrariamente ao
ano anterior, em que foi
observada em 15 unida-
des.
17 Vidália 21
Publicações e Materiais para Venda
Formulário de Encomenda
Por favor envie as quantidades acima assinaladas para o endereço:
Nome
Rua e nº
Código Postal
Nota: todos os pedidos deverão ser acompanhados do respectivo pagamento em cheque ou vale postal.
Para o estrangeiro ao valor total deverá acrescentado 2
Vidália 21 18
Novos Sócios
Os AMIGOS DOS AÇORES são uma asso- Porque é fundamental contribuir para a garantia
ciação regional de defesa do ambiente, inde- da existência de uma voz independente e firme
pendente do poder político-económico e aparti- na defesa do ambiente nos Açores, vimos con-
dária, que vem, desde 1985, trabalhando vidá-lo(a) a aderir aos Amigos dos Açores, para
ininterruptamente a favor da conservação da tal basta preencher a ficha que junto enviamos
maior riqueza dos Açores: o seu património e devolvê-la para:
natural.
Mas uma associação como esta, para desempe- AMIGOS DOS AÇORES
nhar ainda melhor o seu papel, tem de conti- Avenida da Paz, 14
nuar a aumentar a sua principal base de apoio: 9600-053 PICO DA PEDRA
os seus associados.
BOLETIM DE INSCRIÇÃO
SÓCIO N.º _______Quota anual (mínimo 10 )_________,____ Donativo anual ________,____
(quota anual + donativo)
NOME _____________________________________________________________________________
MORADA __________________________________________________________________________
LOCALIDADE______________________________CÓDIGO POSTAL ________________________
TELEFONE_____________________ E-MAIL ____________________________________________
PROFISSÃO ____________________________________ DATA DE NASCIMENTO ____/____/____
N.º DO B. IDENTIDADE____________________ N.º DE CONTRIBUINTE ___________________
TIPO DE COLABORAÇÃO____________________________________________________________
PARTICIPAÇÃO NOS PASSEIOS PEDESTRES: SIM________ NÃ0________
DATA____/____/____ ASSINATURA____________________________________________________
• A associação passará recibo dos donativos, os quais poderão ser deduzidos à colecta do ano para efeitos de IRS ou IRC.
AO BANCO _________________________________
Agência de _______________________________
De V.Exas.
Muito Atentamente
_________________________________
(nome completo) (assinatura idêntica à existente no Banco)
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HUMOR VERDE