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Consumo Sustentável1

Por Marilena Lazzarini e Lisa Gunn2


Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

Consumo e meio ambiente: uma equação sem solução?

Nos últimos 45 anos, a economia global praticamente quintuplicou, o consumo de


grãos, carne e água triplicou e o consumo de papel cresceu mais de seis vezes. O uso de
combustíveis fósseis aumentou em quatro vezes, assim como o nível de emissões de CO2,
principal gás responsável pelo efeito estufa3.
Porém, ainda hoje cerca de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares
por dia (82% da população da Índia, 65% da população da Indonésia, 55% da população da
China, 37% da população da África do Sul e 17% da população do Brasil)4. Enquanto isso,
as três pessoas mais ricas do planeta têm mais do que o Produto Interno Bruto dos 48
países mais pobres, onde vivem 600 milhões de pessoas. Ou ainda, pouco mais de 200
pessoas, detentoras de ativos superiores a US$ 1 bilhão, têm mais do que a renda anual de
45% da população mundial, o equivalente a 2,7 bilhões de pessoas5.
Os países ricos, com menos de 20% da população mundial, são responsáveis por
cerca de 80% do consumo privado mundial, enquanto os países pobres com cerca de 35%
da população mundial representam apenas 2% do total do consumo privado6.
O estilo de vida ocidental e seu padrão de consumo estão servindo de modelo para
as classes mais ricas da China e Índia, para os países da Europa Oriental e da antiga União
Soviética, assim como para as classes média e rica de países emergentes, como México,
Venezuela, Brasil, Turquia, Coréia do Sul, Taiwan, Indonésia, Malásia e Tailândia. Estima-se

1
Este artigo é baseado em texto publicado no livro “O Estado do Nosso Meio Ambiente: Uma Visão
da Sociedade Civil” (2002) da Fundação Getúlio Vargas e Instituto Socioambiental.
2
Marilena Lazzarini é coordenadora executiva do Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
e Presidenta do Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor. O Idec, criado em
1987, é uma associação de consumidores sem fins lucrativos e independente de governos, empresas
e partidos políticos. Sua missão é promover a educação, a conscientização, a defesa dos direitos do
consumidor e a ética nas relações de consumo. Lisa Gunn, socióloga e mestre em ciência ambiental,
é consultora no Idec. www.idec.org.br
3
Brandsma, Erich H. & Eppel, Jeremy. “Produção e consumo sustentáveis: um enfoque
internacional”. In: Ribemboim, Jacques (org.). Mudando os Padrões de Produção e Consumo. IBAMA,
1997. Pág. 112.
4
UNEP, Sustainable Consumption: A Global Status Report. Abril/2002.
5
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS) –
Ministério do Meio Ambiente (MMA) / Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Agenda 21 Brasileira: Bases para Discussão. Junho/2000.
6
World Resources Institute. World Resources 2000-2001 – People and ecosystems: The fraying web
of life. 2001. Pág. 27.
1
que esses novos consumidores totalizem cerca de 750 milhões de pessoas, número similar
ao dos consumidores dos países ricos7.
Se a China consumisse a mesma quantidade per capita de carros e de combustível
que os Estados Unidos, seria preciso produzir cerca de 850 milhões de carros e mais do que
dobrar a produção mundial de combustível. Essa frota de carros adicional produziria mais
CO2 do que o atual sistema de transporte do mundo. Se o consumo per capita de peixe na
China fosse o mesmo do que o do Japão, seriam necessárias 100 milhões de toneladas a
mais do que se pesca hoje8.
Se tivermos a réplica do padrão de consumo dos países ricos, de consumismo
exacerbado e enorme nível de desperdício para as populações da América Latina, Ásia e
África, calcula-se que precisaríamos dispor de mais dois planetas Terra para atender a essa
demanda. Assim como não existem recursos naturais suficientes para oferecer o mesmo
padrão de consumo de um americano médio para toda população mundial, o planeta Terra
também não é capaz de absorver toda a poluição e degradação que seria gerada por esse
aumento de produção e consumo dos padrões atuais.
O consumo é desigual não apenas entre países, como também dentro dos mesmos.
No Brasil, enquanto as classes média e rica brasileiras consomem da mesma forma, ou até
mais, que o europeu ou o americano; 53 milhões de pessoas são consideradas pobres e 22
milhões podem ser considerados indigentes9.
“A desigualdade no Brasil tem duas faces: por um lado, o consumo irracional,
o desperdício; e por outro, as frustrações pessoais e a violência que resulta
da impossibilidade de participar desse ‘novo mundo’”.10

O grau de desigualdade no Brasil é um dos maiores do mundo. Em 1960, os 50%


mais pobres da população tinham 18% da renda. Em 1995, tiveram sua parcela reduzida
para 11,6% da renda nacional. Enquanto isso, os 10% mais ricos passaram de 54% da
renda nacional, em 1960, para 63%, em 199511.
“O diagnóstico básico referente à estrutura da pobreza entende que o Brasil,
no limiar do século XXI, não é um país pobre, mas um país extremamente

7
UNEP, Sustainable Consumption: A Global Status Report. Abril/2002.
8
UNEP, Sustainable Consumption: A Global Status Report. Abril/2002.
9
São considerados indigentes aquelas pessoas que não conseguem atender as suas necessidades
básicas de moradia, alimentação e vestuário. Enquanto que: “…. a pobreza refere-se a situação de
carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de uma vida condizente
com as referências socialmente estabelecidas em cada contexto histórico.” (IPEA, 2001).
10
Sodré, M. G.; Cervi, C.E. e Uchoa, J. Globalização e mudança nos padrões de consumo: caso
brasileiro, 1998.
11
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS) –
Ministério do Meio Ambiente (MMA) / Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Agenda 21 Brasileira: Bases para Discussão. Junho/2000.
2
injusto e desigual, com muitos pobres. A desigualmente encontra-se na
origem da pobreza e combatê-la se torna um imperativo”12.

Os atuais padrões de consumo são insustentáveis, injustos socialmente e


depredadores do meio ambiente. É urgente o estabelecimento de um novo paradigma de
desenvolvimento.
“Enquanto a meta do mundo industrializado é manter um alto padrão de vida
e, ao mesmo tempo, reduzir drasticamente o uso de recursos naturais, nos
países em desenvolvimento, a meta é promover, da melhor maneira
disponível, um crescimento da prosperidade com a menor utilização possível
de recursos naturais.”13

A busca de um padrão de consumo sustentável passa pela eliminação da pobreza e


mudança nos padrões de consumo, a partir da mudança dos sistemas de produção,
comércio e consumo no mundo.

Mudar os padrões de produção e consumo: as propostas

A Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO 92, foi


um marco no debate internacional sobre consumo sustentável. A Declaração da Conferência
estabeleceu a conexão entre desenvolvimento sustentável e consumo no Princípio 8:
"Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida
superior para todos os povos, as nações deveriam reduzir e eliminar os
padrões de produção e consumo insustentáveis e promover políticas
demográficas apropriadas."14

Outro resultado da ECO 92, a Agenda 21, dedica um capítulo específico, o Capítulo
4, para a mudança dos padrões de consumo:
"Devemos considerar a necessidade de novos conceitos de bens e
prosperidade, que não apenas permitam padrões de vida superiores, através
da mudança nos estilos de vida, mas que sejam também menos dependentes
dos recursos finitos da Terra, e mais harmônicos com a capacidade da Terra
em renová-los."

"...a principal causa da contínua deterioração do meio ambiente global são os


padrões insustentáveis de produção e consumo, particularmente nos países

12
IPEA. Barros, R.P.de; Henriques, R. & Mendonça, R. “A estabilidade inaceitável: desigualdade e
pobreza no Brasil”. Texto para Discussão 800. Junho, 2001. Pág. 23.
13
Van Brake, Manus. Os desafios das políticas de consumo sustentável. Cadernos de Debate 2.
Brasil Sustentável e Democrático. 1999. Pág. 21.
14
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – Rio 92.
“Declaração do Rio para o Meio Ambiente e Desenvolvimento”. In: Agenda 21. Senado Federal,
Brasil, 2001.
3
industrializados..." e afirma: "...para alcançar um desenvolvimento sustentável
serão necessárias tanto a eficiência nos processos de produção como
mudanças nos padrões de consumo, que foram estabelecidos principalmente
por países desenvolvidos, exemplo que tem sido crescentemente seguido em
grande parte do mundo, inclusive países em desenvolvimento..."15.

Em 1995, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações


Unidas recomendou que as diretrizes para proteção do consumidor fossem ampliadas para
incorporar os preceitos da produção e consumo sustentáveis. Para isso, foram realizadas
reuniões internacionais de especialistas, inclusive no Brasil em 1995 e 1998, que resultaram
na publicação da emenda às Diretrizes de Proteção ao Consumidor das Nações Unidas, em
1999.
"Consumo Sustentável implica em atender as necessidades das gerações
presentes e futuras com bens e serviços, de forma econômica, social e
ambientalmente sustentável." Cláusula 42, Diretrizes de Proteção ao
Consumidor das Nações Unidas, 1999.

Outro encontro internacional importante, a Mesa Redonda sobre Produção e


Consumo Sustentáveis, realizada em Oslo em 1995, apresentou questões centrais práticas
para discussão sobre consumo sustentável :
“Consumo Sustentável é um termo abrangente que traz consigo uma série de
fatores-chave, tais como: atender necessidades, aumentar o uso de fontes de
energias renováveis, minimizar o lixo, adotar uma perspectiva de ciclo de vida
levando em conta a dimensão eqüitativa. Integrar essas peças é a questão
central de como proporcionar serviços iguais ou superiores para atender aos
requisitos básicos de vida e às aspirações para melhoria tanto da geração
atual como das futuras, reduzindo continuamente os danos ao meio ambiente
e riscos à saúde humana.”16

Na discussão sobre consumo sustentável, é necessário estabelecer a relação entre o


consumo de produtos e de serviços para atender os anseios e necessidades dos
consumidores. Além disso, engloba o uso de recursos naturais envolvidos no consumo,
como materiais e energia usados na produção, assim como a capacidade de assimilação ou
suporte do meio ambiente para receber a poluição e o lixo resultante dos atuais padrões de
produção e consumo. Assim, além do direito ao acesso de todos ao consumo de bens e
serviços básicos, outro ponto crítico dessa discussão não é a atividade de consumo em si,
mas a quantidade de energia e recursos que ela demanda. O ideal seria se o consumo
pudesse aumentar, ao mesmo tempo, que a relação entre recursos e consumo caísse.

15
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – Rio 92. Agenda 21.
Senado Federal, Brasil, 2001.
16
www.iisd.ca/linkages/consume/oslo004.html
4
O problema é que, atualmente, o nível de consumo global aumenta mais do que a
ecoeficiência é capaz de reduzir o uso de recursos naturais. Isto é, a redução na quantidade
de matéria-prima utilizada na produção de alguns bens de consumo duráveis, que de fato
vem acontecendo por meio da ecoeficiência, não tem se refletido em uma queda no uso
global de matérias-primas.
Um exemplo dos resultados da ecoeficiência pode ser encontrado na Holanda. No
país, enquanto o volume da produção aumentou 24% entre 1985 e 1994, as emissões
industriais de CFC diminuíram em 89%; as descargas de nitrogênio na água em 69%; a
descarga de metais pesados na água em 69% e no ar em 39%;as emissões de SO2
diminuíram em 50% e as emissões de partículas de poeiras caíram em 26%17. Mas, apesar
da ecoeficiência, os dados indicam que o consumo de matéria-prima continua crescendo.
Em 1960, foram transportadas 360 milhões de toneladas de petróleo e, em 1990, cerca de
1,19 bilhão de tonelada. O mesmo crescimento pode ser observado em relação ao ferro,
que, em 1960, teve 101 milhões de toneladas transportadas e, em 1990, 347 milhões. O
carvão é outro exemplo, 46 milhões, em 1960, e 342 milhões, em 199018.
Por isso, a discussão internacional indica para a necessidade dos países ricos
reduzirem a intensidade do uso de recursos naturais e energia em quatro vezes (Fator 4)
nos próximos 20-30 anos. Assim, é possível criar “espaço ambiental” para os países em
desenvolvimento crescerem.
“(Espaço ambiental é) um espaço apropriado para a vida humana no planeta
entre o mínimo requerido para as necessidades sociais básicas e o máximo
que pode ser assimilado pelas dinâmicas da ecosfera” 19.

No longo prazo, os especialistas acreditam que esses países terão que reduzir em
10 vezes o consumo de recursos naturais. Isto é, não dá para todos no mundo terem os
mesmos padrões de produção e consumo que os países desenvolvidos têm hoje. Assim, é
preciso que os países desenvolvidos reduzam o consumo de recursos naturais para que os
chamados países em desenvolvimento possam chegar a um padrão que atenda às
necessidades básicas de toda a população.

Mudar estilos de vida

Estamos tratando, portanto, da necessidade da mudança de estilos de vida,


considerando não apenas o que se consome como também quanto se consome. Estilos

17
van Brakel, 1999:13-14.
18
Pádua, 1999:14.
19
Pádua, 1999:25.
5
que privilegiem a qualidade de vida, baseada no atendimento das necessidades básicas e
em aspectos culturais e espirituais, mais do que em aspectos materiais. É o que chamam de
desmaterialização da economia, ou o direcionamento da atividade econômica para o setor
de serviços, mais do que a produção material de produtos. A questão dos meios de
implementação desse novo tipo de desenvolvimento continua em debate.
Caso isso de fato aconteça, a mudança nos padrões de produção e consumo nos
países ricos pode levar a uma redução da exportação dos países em desenvolvimento,
basicamente de produtos primários. Os países em desenvolvimento deveriam compensar a
não exportação de seus recursos naturais (por causa das mudanças nos padrões de
produção e consumo dos países ricos) com a exploração sustentável para o atendimento do
consumo necessário da totalidade da população, mediante a ampliação dos seus mercados
internos, por meio da distribuição de renda.
“(…) os países do Sul devem priorizar o uso destes recursos (naturais) para
atender às suas demandas sociais, em vez de seguir exportando espaço
ambiental direto ou indireto sob termos de troca cada vez mais deteriorados,
reforçando a enorme iniqüidade ecológica internacional”.20

Para que a produção seja sustentável no Brasil, é preciso que o país dirija seus
padrões de produção não só para a minimização dos impactos ambientais e reformulação
orientada para a sustentabilidade ambiental, mas, principalmente, é fundamental adotar um
novo modelo de desenvolvimento que dê prioridade à distribuição de renda no país.

Consumo sustentável no Brasil: os grandes desafios

“A necessidade central no caso do Brasil não é a de estabelecer metas de


redução, mas sim adotar uma forte dinâmica política que transforme a
estrutura social desigual, desequilibrada e predatória que vem sendo
estabelecida nos diversos pontos do território. É preciso, em primeiro lugar,
combater a insustentabilidade social. Isso significa democratizar a renda e o
acesso à terra, aos recursos naturais, aos serviços básicos e aos bens de
consumo úteis.”21

A promoção do consumo sustentável no Brasil requer ações em diversas áreas. A


seguir apresentaremos algumas delas.

20
Pádua, José Augusto. Produção, consumo e sustentabilidade: o Brasil e o contexto planetário.
Cadernos de Debate 6. Brasil Sustentável e Democrático, 1999. Págs. 45-46.
21
Pádua, José Augusto. Produção, consumo e sustentabilidade: o Brasil e o contexto planetário.
Cadernos de Debate 6. Brasil Sustentável e Democrático, 1999. Pág. 36.
6
Em relação aos serviços públicos, é preciso universalizar o acesso à água encanada
e tratada. Atualmente, no Brasil, o nível de abastecimento de água dos domicílios ligados à
rede geral é de 91%. Porém, 11 milhões de pessoas residem em cidades que não têm
acesso à rede de água encanada22. A falta de acesso à água tratada, associada à falta de
coleta e tratamento de esgoto, é responsável por doenças como diarréia, disenteria, cólera,
leptospirose, amebíase, hepatite infecciosa, esquistossomose, febre tifóide e paratifóide.
Estima-se que as doenças vinculadas pela água são responsáveis por 65% das internações
e 80% das consultas pediátricas na rede pública de saúde23.
Além da questão da universalização do acesso à rede de água encanada e tratada,
outro problema é o desperdício de água nos sistemas públicos de abastecimento, que pode
chegar a 45% do volume tratado, significando uma perda de 2,08 bilhões de m3 por ano24.
Outro serviço público essencial que deve ser prioritário é a coleta e tratamento de
esgoto. Segundo o documento “Agenda 21 Brasileira: Bases para Discussão”, 48,9% dos
esgotos produzidos no Brasil são coletados em rede pública, sendo apenas 32% desses
esgotos tratados. Isso significa que menos de 16% do total do esgoto produzido é de fato
tratado. Como já foi dito, a falta de coleta e tratamento de esgoto é prejudicial à saúde
humana e, ainda, fonte de poluição dos rios e mares.
O consumo sustentável de energia no Brasil implica na garantia de universalização
desse serviço público. De preferência, deve ser baseada na utilização de fontes de energia
renovável com mínimo impacto ambiental. Isso significa que termoelétricas e usinas
nucleares não deveriam ser construídas para diversificação da matriz energética brasileira e,
sim, usinas de energia aeólica, de energia solar e pequenas hidrelétricas deveriam ser
incentivadas. Para o consumo sustentável de energia, deveriam existir incentivos para que
os consumidores dessem preferência ao uso de fontes alternativas de energia. Como ocorre
na Alemanha, onde o governo subsidia a instalação de sistemas de energia solar nos
domicílios e, ainda, permite que a energia excedente seja vendida pelos consumidores à
rede geral de energia.
O consumo sustentável de alimentos no Brasil depende de uma produção
sustentável dos mesmos. Começando pela agricultura brasileira, o documento “Agenda 21
Brasileira: Bases para Discussão” indica que:
“Seis matrizes principais podem ser apontadas entre os grandes problemas
da atual sustentabilidade dos modelos agrícolas brasileiros: 1) a
predominância do padrão “Revolução Verde”, intensivo em capital e insumos;
22
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS) –
Ministério do Meio Ambiente (MMA) / Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Agenda 21 Brasileira: Bases para Discussão. Junho/2000.
23
Op. Cit. Idem, ibidem.
24
Op. Cit. Idem, ibidem.
7
2) a predominância do agronegócio, que se caracteriza pela geração de
passivos ambientais consideráveis (erosão do solo, comprometimento de
bacias hidrográficas, perda da biodiversidade, entre outros), pela baixa
geração de empregos e pelo êxodo rural a partir da década de 60 no país; 3)
a dependência científica e tecnológica, resultado também do padrão
“Revolução Verde”, assim como da reduzida capacidade de inovação do
sistema produtivo nacional; 4) a predominância de um modelo
excessivamente voltado para a exportação, pautado pelas necessidades dos
países industrializados/importadores; 5) a competitividade dos produtos
brasileiros, em função dessa dependência tecnológica, passa a ser
condicionada, como em outros setores, pela aceitação de riscos ambientais e
sociais, principalmente sobre exploração da base de recursos naturais e da
mão-de-obra barata e pouco capacitada; 6) a estrutura fundiária
extremamente concentrada”25.

O mesmo documento indica algumas alternativas a esse padrão de produção, como


a difusão de modelos agroflorestais diversificados e baseados na pequena propriedade.
Entre as alternativas está a agricultura familiar, que utiliza técnicas de manejo sustentável,
como a agricultura orgânica, biodinâmica e ecológica.
Além do impacto social negativo das monoculturas mecanizadas, é preciso
considerar os impactos ambientais e à saúde humana dos agrotóxicos, amplamente
utilizados no atual modelo agrícola brasileiro. É necessário reduzir os níveis excessivos de
insumos químicos na agropecuária, uma vez que são prejudiciais à saúde dos trabalhadores
e consumidores, além de serem agentes de contaminação dos recursos hídricos.
Outro ponto crucial quando consideramos o consumo sustentável de alimentos no
Brasil é o aumento da distância entre produtores e consumidores e, também, a incoerência
da logística de distribuição. Por um lado, o mundo globalizado permitiu a diversificação da
oferta de alimentos, por outro, aumentou a distância entre produtores e consumidores. Isso
sem falar nos impactos ambientais do transporte de alimentos. Não apenas no âmbito
internacional como no brasileiro. Por exemplo, a produção agrícola do interior da Bahia viaja
até o CEASA de São Paulo para depois ser novamente transportada para Salvador.
O problema ambiental dos resíduos deve ser prioritário. A responsabilidade não deve
ficar a cargo apenas do consumidor quanto ao correto encaminhamento dos resíduos para a
reciclagem, mas também os produtores devem responder pelo ciclo de vida do produto, que
inclui desde a criação de produtos que minimizem o consumo de energia e recursos naturais
até a responsabilidade pelas embalagens.
“Hoje, quando a média de produção de resíduos domésticos já é de um quilo
por habitante/dia, a coleta chega a mais de 100 mil toneladas diárias (cerca
de 20% do lixo doméstico não são coletados). Cerca de 50% do coletado vão
para lixões a céu aberto; só 25% para aterros mais ou menos adequados;

25
Op. Cit. Idem, ibidem.
8
para a reciclagem, menos de 1%. Impõe-se a adoção de políticas que
induzam à redução do lixo, a começar por uma legislação que, abrangendo
todo o ciclo do produto, leve os produtores a receber de volta embalagens e
sucatas e contribua para baixar o consumo de recursos naturais. Políticas que
punam a produção e destinação inadequada de resíduos tóxicos e resíduos
industriais”.26

Ainda considerando o consumo sustentável de produtos, entre outros, dois entraves


devem ser considerados: a falta de produtos certificados e a falta de estrutura para
reciclagem.

Box 1 – Ainda falta estrutura para a reciclagem no Brasil


Entre junho e novembro de 200127, o Idec realizou uma pesquisa em dez cidades brasileiras
e constatou que apenas três contavam com programa municipal de coleta de materiais
recicláveis. Cidades como Porto Velho, Tubarão e Natal ainda depositam o lixo da pior
maneira, em lixões. Das dez cidades, apenas Curitiba contava com postos de coleta de lixo
tóxico domiciliar. A composição do lixo, maior parte orgânica, além da realidade diferente do
hemisfério Norte, indica, contraditoriamente, o desperdício de comida no País. Os
programas municipais de coleta são mais eficientes, pois recolhem uma quantidade maior
de lixo e permitem aos trabalhadores ter condições mais dignas. Esses programas devem
envolver os catadores e as cooperativas de catadores, buscando a solução simultânea de
problemas ambientais e problemas sociais. Segundo o documento “Agenda 21 Brasileira:
Bases para Discussão”, dados do Unicef indicam que, no Brasil, mais de 40 mil pessoas
vivem diretamente da catação em lixões e mais de 30 mil vivem da catação nas ruas, como
única opção de renda. A presença de crianças e adolescentes é bastante significativa e
chega, em alguns casos, a representar 50% dos catadores, como ocorre em Olinda28.

Como instruir o consumidor a dar preferência à produtos que sejam sustentáveis do


ponto de vista socioambiental se não existe uma forma de identificar tais produtos?
Como orientar o consumidor a separar os materiais recicláveis do seu lixo se a
grande maioria dos municípios brasileiros não dispõe de coleta seletiva de lixo?
O mesmo problema existe quando consideramos o consumo sustentável de
transporte, que deve basear-se no transporte público coletivo e, não, no transporte

26
Op. Cit. Idem, ibidem.
27
Consumidor S.A,/Idec. “Testes e avaliações: Coleta Seletiva ainda é incipiente”. Número 63,
Fevereiro – Março/2002.
28
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS) –
Ministério do Meio Ambiente (MMA) / Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Agenda 21 Brasileira: Bases para Discussão. Junho/2000.
9
individual. Isso porque são notórias a falta e a má qualidade do transporte público coletivo
nas cidades brasileiras.
“Além da prioridade absoluta para o transporte coletivo, as políticas terão de
caminhar para soluções no âmbito do que se tem convencionado chamar de
não-transporte. Nas regiões metropolitanas brasileiras, a mobilidade mal
chega a 60% da média mundial. O tempo de deslocamento residência-
trabalho-residência tem aumentando significativamente. A proporção
habitantes/veículo em São Paulo, por exemplo, passou em 20 anos (1977/97)
de 6 x 1 para 2 x 1. A velocidade média dos ônibus em 10 anos baixou de 22
para 15 quilômetros por hora. Mudar esse quadro, segundo a ANTP, exigiria
também romper com as práticas que preconizam “mais transporte” como
solução; reordenar as atividades urbanas, ocupar espaços vazios,
descentralizar atividades econômicas e serviços; priorizar deslocamentos a
pé ou de bicicleta; reduzir o tráfego de passagem e criar espaços de convívio;
promover restrições ao uso de automóvel; efetuar mudanças na política
tarifária para transferir parte dos custos aos usuários do transporte individual;
substituir combustíveis fósseis por alternativas menos poluentes e produtoras
de ruídos”29.

A insustentabilidade do atual sistema de transporte em cidades como São Paulo é


evidente:
“Na região metropolitana de São Paulo, os cinco milhões de veículos emitem
73% do total de dióxidos de enxofre (SO2) e 89% do dióxido de nitrogênio
(NO2) lançados à atmosfera – dois gases presentes nas emissões de diesel e
de gasolina. Essa frota é responsável por 90% da poluição atmosférica nessa
região”30.

Mais uma vez, considerando os problemas ambientais do transporte individual, é


irônico o resultado do padrão de desenvolvimento brasileiro. Se por um lado, a indústria
automobilística teve uma importância significativa para o desenvolvimento econômico do
Brasil, por outro lado, essa frota contribui para o problema ambiental das mudanças
climáticas, assim como é responsável por problemas na saúde humana causados pela
poluição dos carros e pela perda de qualidade de vida nas grandes cidades brasileiras.
Por fim, outra área que deve receber atenção na promoção do consumo sustentável
é a da construção civil, mas não apenas a utilização de materiais produzidos segundo os
princípios da sustentabilidade. E, mais uma vez, destaca-se a importância da certificação
desses produtos para que o consumidor possa identificá-los, assim como é preciso
considerar as próprias técnicas de construção, que devem estar pautadas pela redução de
uso de materiais, além de visar o uso eficiente de água e energia.

29
Op. Cit. Idem, ibidem.
10
Responsabilidades dos diferentes agentes

Como afirmam as Diretrizes das Nações Unidas para Proteção do Consumidor, a


responsabilidade pelo consumo sustentável é compartilhada por todos os membros e
organizações da sociedade, dando destaque para a responsabilidade dos consumidores
informados, governos, empresas, sindicatos e organizações ambientalistas e de
consumidores.

Governos

Cabe ao governo promover a internalização das questões ambientais e sociais nas


políticas públicas em todos os níveis, com o objetivo de que essas dimensões sejam
consideradas base para todas as políticas e todas as ações – e não algo a ser observado
apenas no final do processo como aspectos secundários.
Além de políticas públicas integradas pautadas pela sustentabilidade social,
ambiental e econômica, é preciso institucionalizar instrumentos econômicos para a
promoção da sustentabilidade. Por exemplo, a aplicação do princípio poluidor/pagador em
todas as atividades, a cobrança pelo uso de recursos naturais; ou um sistema que tribute o
consumo de recursos naturais (green tax) e, não, o trabalho (dando margem ao crescimento
da oferta de emprego), e a replicação de mecanismos como o ICMS ecológico.
“Outra direção desejável seria caminhar rumo a um sistema tributário, que
começa a ser implantado em vários países, capaz de desonerar
progressivamente o trabalho e o capital e onerar o consumo de recursos
naturais. Sistemas desse tipo não apenas ajudam a combater o desemprego
como favorecem a conservação de recursos naturais”31.

Ainda sobre a questão fiscal, ao invés de criar novos impostos, o governo deveria
priorizar os meios de combater a sonegação, que, segundo o documento “Agenda 21
Brasileira: Bases para a Discussão”, ocorre em cerca de 40% da produção.
Os governos devem, ainda, apoiar pesquisas que estabeleçam informações precisas
sobre padrões e níveis de consumo, voltadas tanto para as empresas como para os
consumidores. E promover e apoiar campanhas de conscientização sobre os impactos
socioambientais do consumo e alternativas para mudança de comportamento para todos os
setores da sociedade.

30
Op. Cit. Idem, ibidem.
31
Op. Cit. Idem, ibidem.
11
Outro papel importante dos governos é a promoção do desenvolvimento,
transferência e adoção de tecnologias limpas.
E como grandes consumidores que são, os governos devem adotar critérios
socioambientais para efetuar suas compras.

Empresas

Das empresas espera-se uma atuação pró-ativa na promoção do consumo


sustentável.
Em primeiro lugar, garantir os direitos adquiridos pelos trabalhadores em todas as
suas unidades, com especial atenção para as filiais das empresas transnacionais nos países
em desenvolvimento.
Em segundo lugar, assumir para si o princípio da ecoinovação, que considera os
aspectos ambientais da produção desde a escolha do que produzir. Além da ecoinovação, a
ecoeficiência deve orientar a máxima redução do consumo de energia e recursos naturais
por unidade de produto que, por sua vez, devem ser pré-requisitos dos produtos fabricados,
além da qualidade, durabilidade, serem passíveis de reparo e de reciclagem.
Também é dever das empresas atender o direito dos consumidores à informação
sobre os impactos socioambientais dos produtos e serviços, por meio de certificados
fornecidos por terceira parte independente e de balanços sociais e ambientais consistentes,
transparentes e passíveis de verificação.
As empresas deveriam encarar a mudança radical necessária como uma
oportunidade de negócios . Se hoje gastam somas absurdas em publicidades que dizem
que os atuais padrões insustentáveis de produção e consumo são sinônimos de felicidade,
as empresas deveriam mudar a estratégia do jogo e gastar as mesmas quantias elevadas
em publicidades que vendam um novo estilo de vida, que permitam a desagregação do
crescimento econômico do consumo de recursos naturais.

Organizações de defesa do consumidor

“Na sociedade de consumo, as pessoas compram o que não precisam, com o


dinheiro que não têm, para impressionar pessoas que não conhecem.”32

A preocupação pública com o meio ambiente não se traduz necessariamente em


mudanças sustentáveis no comportamento do consumidor. As pessoas ainda limitam a

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Autor desconhecido.
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questão ambiental ao problema da preservação de florestas e da proteção de espécies
ameaçadas de extinção. Os consumidores não relacionam o ato de consumo com
problemas ambientais, como a poluição do ar e dos rios, ou com o aquecimento do planeta,
por exemplo.
Os consumidores podem estar dispostos a seguir passos simples que beneficiem o
meio ambiente, mas podem não estar suficientemente convencidos, ou até impossibilitados
economicamente e pela falta de estrutura, a fazer mudanças significativas nos hábitos de
compra. Uma coisa é ter consciência dos problemas. Outra é pagar valores
acentuadamente mais altos ou fazer mudanças no estilo de vida básico. No entanto, o
consumo sustentável certamente precisa de mudanças nos estilos de vida e no nível de
consumo daqueles que formam a classe global de consumidores.
A consciência do consumidor tem de ser suficientemente modificada para causar
mudanças no comportamento. Os consumidores precisam estar convencidos de que quando
fazem compras estão, de fato, exercendo uma responsabilidade social, política e moral que
vai além de seus interesses particulares.
Um compromisso das organizações de consumidores com o consumo sustentável é
a promoção da educação dos consumidores sobre o impacto de suas escolhas na
sociedade e no meio ambiente. Esse é um desafio fundamental para o movimento de
consumidores. Existem sinais importantes de que as pessoas optam até por pagar mais se
estiverem preocupadas com aspectos relevantes para a sua saúde, sendo o aumento
exponencial do consumo de alimentos orgânicos um exemplo significativo disso.
As organizações de defesa do consumidor mais antigas e poderosas dos países
desenvolvidos, que já acumularam longa tradição na realização de testes de comparação de
produtos, devem incorporar a avaliação dos aspectos ambientais e sociais dos produtos e
serviços. Na medida do possível, também devem realizar os testes seguindo a metodologia
de análise de ciclo de vida, que avalia o produto desde a exploração da matéria-prima até a
disposição final do resíduo do consumo. Os principais obstáculos à disseminação do uso de
análise do ciclo de vida nos testes feitos pelas organizações de defesa do consumidor são
os custos dos mesmos e a indisponibilidade de informações sobre os processos produtivos.
Um conflito para consumidores e organizações de consumidores, especialmente em
países em desenvolvimento, é a questão dos preços. As organizações tradicionalmente
lutam para assegurar que os consumidores consigam o melhor valor para o seu dinheiro. É
complicado afirmar que a melhor política de conservação de energia, por exemplo, é deixar
que os preços do combustível subam. Para consumidores de baixa renda, até mesmo um
pequeno aumento nos preços poderia causar impactos significativos em sua economia
familiar.
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Os consumidores e as organizações de consumidores devem lutar pela justa
distribuição dos custos das mudanças que, inevitavelmente, devem ocorrer no caminho para
uma sociedade sustentável. A conta deve ser dividida entre todas as partes envolvidas: nem
todos os custos devem ser repassados ao consumidor. É preciso que haja equilíbrio entre
a mudança de comportamento do consumidor e o princípio de 'quem polui paga', que irá
estimular a inovação e a eficiência na busca de tecnologias menos prejudiciais.
As organizações, por sua vez, ao priorizarem suas estratégias de ação, precisam
procurar entender melhor o processo de radicais mudanças no modo de vida que decorrem
desse modelo em que o mercado é colocado como o único paradigma a ser seguido. Vive-
se hoje não apenas um ambiente de economia de mercado, mas uma “sociedade de
mercado”, onde valores como solidariedade, participação social, igualdade e busca do bem
estar coletivo estão desgastados e vem sendo substituídos pelo individualismo e
consumismo. A própria conceituação de cidadania está sendo subvertida, passando a ser a
inserção no mercado o que define o cidadão, pois o espaço da cidadania, para esse modelo
liberal, é o mercado.
O papel central das organizações de defesa do consumidor nesse processo de
construção de um novo padrão sustentável de consumo é pedagógico. É preciso mostrar ao
consumidor a relação entre consumo e sustentabilidade ambiental e o poder que suas
escolhas na hora da compra têm.

Um outro país é possível

Para promover o consumo sustentável no Brasil, por um lado, é preciso seguir um


modelo de desenvolvimento baseado na distribuição de renda, a fim de acabar com a
pobreza e permitir que todos os brasileiros tenham acesso a um padrão de consumo que
satisfaça às suas necessidades básicas. Por outro lado, é fundamental considerar as
relações interdependentes entre o comércio mundial e os padrões de produção e consumo
no país, além de reorientar os parâmetros de desenvolvimento por meio de políticas
públicas integradas, que sejam pautadas pela busca de sustentabilidade social, ambiental e
econômica.

Bibliografia
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www.iisd.ca/linkages/consume/oslo004.html

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