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Procurador
Fabrício Macedo Mota
Procuradoria Geral de Contas
Tribunal de Contas dos Municípios
Rua 68 nº 727
Centro
74.055-100 – Goiânia – GO
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O sistema de mobilidade da cidade de Goiânia vem, há muito tempo, registrando
ineficiência, motivada principalmente pela forma de condução dos órgãos
responsáveis.
2 - Esta Capital promulgou, na atual gestão municipal, um novo Plano Diretor que
traz diretrizes oriundas de um longo histórico de planejamento e de
amadurecimento de soluções técnicas para várias questões, entre as quais a da
mobilidade.
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O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), não elaborado para o caso em questão,
preconiza (Res. Conama 001/86 art. 9º):
Trata-se de obra que, até o momento não apresenta consistência que a fundamente,
a despeito do montante de recursos públicos envolvidos, estimado em R$
20.000.000,00 (vinte milhões de reais), e cujo interesse é notoriamente eleitoral,
atropelando todo um referencial técnico de planejamento da cidade construído ao
longo dos anos, bem como a legislação pertinente, em especial no que concerne à
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participação da população na sua discussão, como, por exemplo, a Agenda 21 -
Goiânia –Subsídios 2002-2003, elaborada pela UCG/SEPLAM/ARCA ( anexo 4 ).
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8. São diretrizes do Estudo de Impacto Ambiental (EIA): a confrontação com
alternativas tecnológicas e de localização, mesmo com a não-execução do
projeto; a compatibilidade com outros planos e programas governamentais;
sua elaboração por equipe multidisciplinar e não dependente do proponente do
projeto.vi
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Sem mais, confiando na atuação do Ministério Público do Estado de Goiás, em prol
do cidadão, despedimo-nos
Atenciosamente,
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Oficina de Planejamento Urbano e Ambiental da UCG
SINTFESP-GO/TO
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Notas:
i
C.F. Art. 182, §1º: “O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades
com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana”.
ii
Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade):
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
...
II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos
vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano;
...
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de
implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio
ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;
...
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.
...
Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
...
III – planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
...
d) plano plurianual;
Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto
ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
...
§ 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de
transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.
...
8
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os
seguintes instrumentos:
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
V – (VETADO)
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária participativa de que trata a alínea f do inciso
III do art. 4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as
propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, como
condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal.
Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão
obrigatória e significativa participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno
exercício da cidadania.
iii
Lei do COMPUR - Lei complementar nº 10/1991
iv
Lei Orgânica do Município de Goiânia
Art. 206 - O Município, através do órgão competente, destinado a formular, avaliar e executar a
política ambiental apreciará:
...
v
Art. 26. O transporte coletivo é a modalidade preferencial de deslocamento motorizado no
Município, devendo ser organizado, planejado, implementado e gerenciado em observância do
modelo institucional metropolitano em vigor e dar-se-á por meio das seguintes diretrizes gerais:
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IV – estabelecer soluções de planejamento e operação que priorizem a circulação do transporte
coletivo sobre o transporte individual, em especial, mediante a adoção de soluções de infraes-
trutura viária que lhe garanta prioridade e primazia na circulação;
V – promover ações que permitam universalizar o serviço de transporte coletivo, considerando as
necessidades específicas dos distintos segmentos da população e dos setores da cidade nos
deslocamentos urbanos;
VIII – adotar instrumentos permanentes de planejamento estratégico para as ações da gestão do
transporte, como o Plano Diretor Setorial de Transporte Coletivo, de forma a adequar a estru-
tura do serviço de transporte coletivo às modificações demográficas, econômicas e urbanas futuras,
em especial às que decorram desta Lei;
XI – oferecer, à população usuária, o transporte noturno 24 horas, com a implantação de linhas
regulares, mantendo a circulação dos veículos do sistema, no período compreendido entre
0:00 (zero) hora a 06:00 (seis) horas;
Art. 29. O Sistema de Transporte Coletivo é formado pela rede estrutural de transporte Coletivo,
composto pelos corredores exclusivos, corredores preferenciais, estações de integração, esta-
ção de conexão, integração de modais, ciclovias, bicicletários e estacionamentos, conforme constam
da FIG. 2 – Sistema de Transporte Coletivo e do Anexo VI – Do Sistema de Transporte Coleti-
vo, integrante desta Lei.
Art. 35. A implementação dos Programas Estratégicos de Gerenciamento do Trânsito dar-se-á por
meio de diretrizes que consistirão em:
IV – garantir que, prioritariamente, a acessibilidade e a mobilidade destinem-se ao ser humano e
não aos veículos e, que todos os demais usuários da via pública sejam respeitados, princi-
palmente os pedestres, ciclistas, idosos, pessoas com limitações locomotoras e outras;
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Resolução Conama 001/86:
Art. 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e
objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes
gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a
hipótese de não execução do projeto;
...
IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de
influência do projeto, e sua compatibilidade.
Art. 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não
dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente
pelos resultados apresentados.
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Resolução Conama 001/86
Art. 9º - O relatório de impacto ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do estudo de impacto
ambiental e conterá, no mínimo:
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais,
planos e programas governamentais;
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um
deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias primas, e mão-de-obra, as
fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de
energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade,
considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e
indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e
interpretação;
V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes
situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem
geral).
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Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão.
As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas,
quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as
vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua
implementação.
Art. 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA
será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de
documentação ou bibliotecas da SEMA e do órgão estadual de controle ambiental correspondente,
inclusive o período de análise técnica,
§ 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão
estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, determinará o prazo para
recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre
que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto
e seus impactos ambientais e discussão do RIMA
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C.F. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
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