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C.K.

Prahalad

Assuma o risco
Os executivos de sucesso da nova era serão os que

souberem esquecer o passado ,

gerenciar o presente e criar o futuro . Se


você quer ser um deles, aprenda a fazer perguntas

Em cinco anos, 50% de tudo o que sabemos hoje será


tóxico. A questão é saber qual metade devemos esquecer
O papel fundamental dos líderes do futuro será gerenciar
o presente, esquecer seletivamente o passado e dar
combustível para o futuro. Não poderão simplesmente
deixar de fazer o que fazem hoje e começar algo 100%

novo. Terão de proteger o negócio atual

e, ao mesmo tempo, conduzir a empresa para uma nova


fronteira. Por que empresas fabulosas perdem a liderança

do mercado ? Porque não conseguem escapar do


passado ou porque não conseguem criar o futuro. O
mesmo vale para os profissionais .

Se você quiser ser um líder dessa nova era precisará criar

o futuro desde já . Aprenda com o passado,


mas saiba qual parte dele deve esquecer. Assim, o futuro
será conhecido e você poderá se planejar para 90% das
contingências. Só planeja o futuro, porém, quem

consegue ser flexível . Comparo o presente a


uma orquestra sinfônica e o futuro, a uma orquestra de
jazz. A orquestra de jazz improvisa. Há um entendimento
mútuo de cada um dos músicos, sem necessidade de
partitura. A administração do futuro vai sair do estilo do

maestro de uma sinfônica para o do maestro


de uma banda de jazz.

O executivo da nova era terá de ter mais flexibilidade


para mudar e maior tolerância com as diferenças.

SEJA UM PENSADOR SOLITARIO


Aprenda a importância do não-conformismo. Pergunte-se
sempre "por que não?"

diante de verdades preestabelecidas. Esqueça


que você é um adulto. Apenas faça perguntas. Por que o
céu é azul? Por que os supermercados têm caixa especial
para quem gasta 15 dólares e me deixam numa fila de

meia hora quando gasto 300 dólares ?


Questione-se a respeito de como transformar
desvantagens em vantagens. Foi com uma pergunta
desse tipo que nasceu a foto com revelação instantânea
da Polaroid . O filho de um executivo da empresa
perguntou por que não podia ver a foto na hora em vez
de esperar a revelação. Uma pergunta simples, não é? E
foi ela que deu a idéia que revolucionou a Polaroid.

Uma das conclusões fundamentais a que todas as


multinacionais chegaram é que os pobres não são
consumidores. Mas, se você olhar para uma empresa
como a Gessy Lever, verá que ela está ganhando dinheiro
com um detergente vendido no Nordeste do Brasil

, a região mais pobre do país. Alguém na


empresa algum dia teve a coragem de perguntar: "Por
que não desenvolvemos um produto com custo baixo o
suficiente para ser comprado pela população pobre?"

Liderança é pensar diferente


. De outra maneira, seria "seguirança". Se você
quer ser um líder, precisa encontrar um caminho único
para si mesmo.
Isso significa ter imaginação, curiosidade, coragem,
compromisso com as pessoas e profunda paixão pelo que
faz. Habilidades analíticas são importantes, mas se você
não souber que caminho seguir, como poderá fazer uma
boa análise? Criar seu próprio caminho é como fazer um

passeio pela Floresta Amazônica . Não existem


trilhas nem mapas. Você precisa criá-los, aprender a
sobreviver sozinho. A isso eu chamo "pensador solitário".
Você não pode temer a crítica de outras pessoas. Não
pode ter medo do desconhecido.

VA PARA A ZONA DE DESCONFORTO


Para aprender a pensar por si mesmo, é necessário ser

intelectualmente curioso . Isso é muito mais

fácil dizer do que fazer. Veja o caso de "Prahalad"


. Ele costuma falar para os alunos que eles devem
experimentar. Mas como vou ter credibilidade se eu não
experimentar na minha própria vida? Por isso, estou
saindo de licença da universidade para tocar a minha
empresa. Até agora, eu ia lá uma vez por mês. No
começo deste ano, porém, decidi que quero ter
responsabilidades pela operação. Você não pode ser
intelectualmente curioso se não se submete ao que eu
chamo "zona de desconforto" . A troca que
estou fazendo não representa um risco financeiro. Estou
arriscando minha reputação. Isso é desconforto.

INSPIRE OS OUTROS

Muitas pessoas têm ambição . Tudo o que um


líder pode fazer é mostrar as oportunidades e encorajar
as pessoas a perseguir sua ambição. Uma maneira de
encorajar é contar histórias sobre outras pessoas

que realizaram seu sonho .

Recentemente, "Prahalad" convidou uma ex-


aluna para contar à minha nova turma o que ela tinha
feito desde que se formara no MBA, dois anos antes. Ela
trabalha no departamento de pesquisas da Ford, num
cargo de iniciante. Sua tarefa: estudar o mercado de
carros para jovens entre 18 e 30 anos. Quando começou
a pesquisa, minha ex-aluna ousou fazer uma
pergunta: por que nosso marketing só foca as pessoas
com mais de 18 anos de idade? Por que não planejar o
marketing da Ford para conquistar crianças a partir dos 5
anos?

Com uma simples pergunta, ela provocou um grande


impacto numa empresa monstruosa. As crianças não
podem comprar nem dirigir um carro, mas nessa idade
elas decidem de que modelo gostam. O resultado é que
todo mundo sabe o nome da minha ex-aluna e o que ela
faz na Ford, incluindo o presidente mundial Jack Nasser

, com quem ela já teve várias reuniões. A vida


era fácil para minha ex-aluna? Não. Durante o MBA, ela

estava grávida do primeiro bebê. Quando ela


retornou para contar sua história, dois anos depois, ela
havia tido outro bebê três dias antes. Essa jovem mulher
de 28 anos é uma inspiração para todo mundo que quer

fazer diferença . Se ela fez isso, por que você


não pode?

MUDE
Transformação requer inovação . Mas sem o
engajamento de toda a organização, sem negociação de
valores, crenças e habilidades não acontece a mudança.
Oitenta por cento das oportunidades nas grandes
empresas estão engavetadas porque as pessoas não

compartilham a mesma visão . Assim, ninguém


consegue realizar as mudanças.

Nenhuma empresa vence somente com a superioridade


tecnológica. Estamos evoluindo para um cenário de ficção
científica. Num futuro muito próximo teremos câmeras
por todos os lados, no celular, no PC e até na própria TV.
Um dos grandes impactos que sofreremos será provocado
pelas chamadas ciências da vida, como a biotecnologia, a
genética e os estudos do cérebro. O homem viverá 120

anos sem precisar tomar medicamento algum.


Poderemos implantar câmeras no coração das pessoas e
dizer como elas andam. Isso irá acontecer dentro de 5,
10, 20 anos. Você consegue imaginar o impacto que isso
terá na maneira como fazemos negócios?

A qualidade é importante, mas não faz mais a diferença.


Lançar produtos também é importante, mas não
essencial. Afinal, cedo ou tarde todos os seus
concorrentes irão fazer igual.
O diferencial competitivo será a velocidade de reação da

empresa e de seus executivos .

Não há desculpa para um executivo que não reage até


dois dias depois de um fato ter ocorrido. Ele tem de ter a
capacidade de mudar as relações e o que está
acontecendo dentro da organização, além de traçar novas
estratégias. Não importa se você é de uma empresa
pequena. O que importa é você ser rápido, esperto e ágil

As pessoas não se preocupam com mudanças. Elas se


preocupam com as conseqüências econômicas delas.
Temos de garantir que as mudanças não terão resultados
ruins. As mudanças criam problemas também porque
exigem que as pessoas aprendam coisas novas. E sem
conhecimento fica difícil mudar. Por isso, as empresas

têm de investir em treinamento de cima para


baixo.

Eu conheço muitos presidentes de empresa que não


sabem navegar na Internet. Como eles vão entender
como a Web vai mudar seu negócio? Para dar ênfase na
mudança você precisa mudar primeiro. Deve partir da
simples análise para adquirir a capacidade de sintetizar
dados; ir da defesa do mercado para a criação de
mercados; da eficiência para a inovação; da formulação
de estratégias para as respostas rápidas; sair do pedestal

reservado aos executivos e implantar a

descentralização .

ALIMENTE A IMAGINAÇÃO
Force-se a realizar coisas que você não sabe como fazer

e para as quais não tem recursos suficientes .


Prefira sempre aumentar a aspiração em vez de os

recursos. Siga o exemplo de Sam Walton , Larry


Allison e Bill Gatesc . Todos começaram
com baixos recursos, mas com altas aspirações

. E o mais importante: souberam compartilhar

suas aspirações . Eis aí a essência do


empreendedor. Quando você tem mais aspirações que
recursos, o resultado é a inovação. Mas, se tem mais
recursos que aspirações, vai estagnar.

Você não terá seguidores se não tiver aspirações, foco no

negócio , cultura com princípios elevados, estilo

de confrontação intelectual (debate aberto ),


objetivos compartilhados e gerenciamento da crise e do
sucesso. As pessoas com altas aspirações conseguem
causar impacto no sistema. Não se deixam impactar.
TORNE-SE UM ATIVISTA
Um ativista é uma pessoa que quebra barreiras

. Todas as empresas falam, por exemplo, sobre

diversidade . Mas o que elas fazem quando


colocam pessoas diferentes juntas? Transformam-nas em
iguais. Fazem-nas seguir os mesmos padrões de
comportamento, chegar na mesma hora, orientar-se
pelas vontades dos chefes. Não há algo errado aí? Outra
coisa: a maioria das pessoas usa as técnicas de

networking para a promoção pessoal. Isso é


terrível, porque 90% das pessoas não são estúpidas.
Você deve usar os seus amigos para promover os
objetivos da companhia. Meu ponto é: quanto mais
estiver focado em você mesmo, mais longe você estará
do sucesso. Um ativista não se deixa levar pela cartilha
fácil da diversidade e do networking. Ao contrário.

Compartilha objetivos e tem obsessão por


vencer . Você pode ser um ativista:

• Se tiver capacidade de analisar os dados disponíveis,


fará melhor que os outros. Mas se for capaz de enxergar

o que vai acontecer no futuro , será um ativista


.
• Se você enxergar uma oportunidade e usar os recursos
disponíveis, será melhor do que os outros. Mas, se não se
constranger com a falta de recursos e usar a imaginação

, será um ativista.
• Se souber avaliar as ferramentas disponíveis, será
melhor que os outros. Se souber usá-las para criar novos

horizontes , será um ativista.


• Se ampliar um negócio já existente, será melhor que os

outros. Se criar um novo negócio , será um


ativista.
EVITE A TENTAÇÃO DE SER DEUS

Um líder precisa de grandeza . Essa é uma


qualidade que pode ser conquistada e preservada. Basta

que você encoraje a desobediência , descubra


o que outros não sabem, expanda seu conceito de
negócios, crie um novo capital estratégico, cace as vacas

sagradas das organizações, redefina os seus


interesses e balanceie a autoconfiança com a humildade.
Muitos líderes escapam da grandeza porque incorrem em
patologias comuns:

1. Mensageiros sem cabeça .


Problema: o sucesso imuniza os líderes contra as notícias
ruins.

Solução: honestidade e humildade dos altos


executivos.
2. Clones e clãs.

Problema: falta de diversidade nas experiências.


Solução: socialização.

3. Liderança arrogante .
Problema: falta de habilidade de aprender com os outros.
Solução: humildade.

Lembre-se de que o processo que nos leva à ação, à


mudança e à liderança implica em acreditar no que se
está fazendo. É claro que você também precisa da
capacidade de realizar, de mostrar resultados. Sem fé,
porém, você não vai adiante. Vai viver do passado

. Não vai construir o futuro .

C.K. PRAHALAD é a maior estrela da americana Michigan

Business School . Por causa da longa lista de


candidatos, seus alunos são escolhidos por sorteio. A revista
Business Week o descreveu como "o mais influente pensador
sobre estratégias corporativas dos dias atuais". Apesar do risco
de perder fama e dinheiro, Prahalad vai parar de ensinar por dois
anos. Ele já assumiu, em San Diego, na Califórnia, o cargo de
chairman da Praja, empresa de software que co-fundou em 1996.
Esse não é o primeiro grande desafio que Prahalad assume em
sua carreira: há 22 anos ele chegou a Michigan com o cargo de
professor assistente e 25 dólares no bolso. "Estou me sentindo
20 anos mais jovem, de tão animado", diz ele.

fonte internet: revista Voce artigo agosto/2000 -


adaptado Desenho por Carlos Oleinik

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