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Valor Econômico - Tecnologia & Telecomunicações Página 1 de 3

Valor Online

Tácito Nobre, da
Serasa:
documento
eletrônico com
validade jurídica

Segunda-feira, 21 de outubro de 2002 - Ano 3 - Nº 620 - Tecnologia & Telecomunicações

Faltam normas que regulamentem a internet e o comércio eletrônico


no Brasil, mas o setor teme que um eventual excesso de regras possa
ser ainda pior

Leis virtuais
:: 1º Caderno Ricardo Pinto Cesar, para o Valor, de São Paulo
:: Empresas & Tecnologia
:: Finanças A etérea rede mundial de computadores não chega ser um território sem
:: Eu&
lei. Mas se ressente da falta de regras claras em uma série de questões
:: Legislação & Tributos
vitais para seu funcionamento e evolução.

:: Guia Valor Veículos Em vários países, diferentes instâncias do poder e da sociedade civil
:: Suframa debatem fórmulas que tentam adequar a legislação tradicional à internet.
:: Tecnologia & Não é uma tarefa fácil - e o caso brasileiro é um bom exemplo da
Telecomunicações
complexidade do desafio.
:: Empresa & Comunidade

Tramitam hoje pelo Congresso Nacional mais de uma centena de projetos


:: Geral de lei que, direta ou indiretamente, envolvem a internet e o comércio
:: Empresas Citadas eletrônico. Se boa parte dessas propostas fosse aprovada, a web nacional
seria transformada em um campo minado, com regras de relevância e
efeitos no mínimo duvidosos, como obrigar todos os web sites a se
:: Angela Bittencourt submeterem a uma classificação do conteúdo que oferecem.
:: Fernando Luiz Abrucio
:: Gustavo Loyola
:: Ribamar Oliveira Embora essa hipótese de aprovação de boa parte das propostas seja
remota, a possibilidade que se apresenta no extremo oposto, de quase
completa ausência de regulamentação, também assusta- a falta de leis
:: Valor + News específicas contribui, por exemplo, para que práticas lesivas, como a
:: Valor 1000 captura e venda de informações pessoais na internet, ocorram livremente.
:: Valor Econômico
:: Valor Financeiro
:: Valor Indicadores O Brasil vive uma situação peculiar: a quantidade de projetos de lei sobre
:: Valor Notícias o assunto é enorme, mas quase não há legislação aprovada e em vigor. O
:: Valor Setorial desafio é equilibrar a balança - o prato da regulamentação não pode ficar
vazio; não pode tampouco ficar tão cheio que jogue o prato da livre
iniciativa pelos ares.
:: Estampa

"A maioria dos projetos hoje em andamento é repetitiva, inócua e


:: Inteligência Digital e simplesmente dispensável", afirma Cid Torquato, presidente da Câmara
Comércio Eletrônico Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), entidade que reúne
:: Merc. Imobiliário e empresas que atuam na área de internet com o objetivo de estabelecer
Construção Civil diretrizes para a regulamentação do setor. "Esses projetos representam
:: Outros temas um grande desperdício de tempo e dinheiro para o Congresso."

:: Valor Social A questão torna-se mais premente à medida que a internet se populariza.
:: Ethos Valor Segundo o Ibope eRatings, existem quase 7,7 milhões de usuários
domésticos de internet no país - 50% mais do que o contingente
verificado há dois anos. O comércio eletrônico entre empresas (B2B) vai
:: Assine o jornal movimentar, segundo as projeções, US$ 5,4 bilhões no Brasil até o final
:: Edições anteriores de 2002, enquanto o varejo on-line deve girar outros US$ 874 milhões ao
:: Expediente longo do ano, de acordo com estimativas feitas pela IDC.
:: Fale Conosco
:: Publicidade
São cifras que evidenciam a importância desse mercado virtual. O senso
comum sugere que nada com esse tamanho pode ficar sem
regulamentação. Trata-se, no entanto, de uma área em constante
processo de mudanças tecnológicas. Qualquer legislação deve se
preocupar em não engessar um setor dinâmico, oferecendo um ambiente

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jurídico que garanta a empresas e usuários segurança e flexibilidade.

"Não faz sentido que existam tantos projetos de lei. A maior parte não
pode ser aprovada porque regulamentaria em excesso a internet", diz o
deputado federal Júlio Semeghini (PSDB-SP). "Mas isso não quer dizer
que não precisamos de leis. Os projetos que tipificam os crimes de
informática, por exemplo, são importantes", afirma.

A resistência à regulamentação da internet chega a ser quase doutrinária


e remete às origens da rede. Existe o temor de que o excesso de regras
esturrique o terreno de liberdade criativa da web, que até agora gerou
tantos bons frutos, como o Hotmail e o software de comunicação
instantânea ICQ, criados por pessoas sem recursos financeiros e depois
vendidos para a Microsoft e a AOL.

Os jovens fundadores das empresas pontocom, em meados da década de


90, também cultivavam um ambiente livre em todos os aspectos.
Trabalhar sem gravata, comendo sanduíche e varando noites seguidas na
expectativa de ganhar o primeiro milhão de dólares mais ou menos junto
com a primeira úlcera eram características de uma "contracultura
empresarial". Quem vivia nesse ambiente tinha orgulho de quebrar regras
e era avesso a burocracias.

Ainda hoje, mesmo a Câmara-e.net, que representa corporações do


calibre de Microsoft, IBM, AOL e HP, mostra-se mais preocupada com a
possibilidade de regras em excesso do que com a ausência delas. "Seria
muito interessante que o governo não baixasse medidas provisórias para
travar o comércio eletrônico", afirma Ricardo Theil, vice-presidente de
finanças da Câmara-e. "Trabalhamos para que haja uma auto-
regulamentação e o mínimo de gerência pública, porque hoje o governo
não tem conhecimento para interferir nessa área. O mundo de comércio
eletrônico é novo para todos."

Para a Câmara-e.net, o governo deve colocar o dedo em questões como


crimes de informática e também pode contribuir com o estabelecimento
de regras de incentivo ao setor - como liberação de linhas de
financiamento para que as empresas nacionais se informatizem. Nada
muito além disso.

Theil destaca que "um grande caminho" para o setor seria a auto-
regulamentação, com o estabelecimento de um conjunto de melhores
práticas. Uma das possibilidades consideradas mais atraentes é a
formação de câmaras de arbitragem para resolver atritos entre empresas
que atuam nesse mercado.

A entidade já está trabalhando em uma organização deste tipo para atuar


em questões de comércio eletrônico, resolvendo disputas não-judiciais por
meio de acordos. A previsão é de que essa idéia saia do papel em três ou
quatro meses.

Ninguém defende que a internet tenha controles rígidos como um Estado


absolutista. O desafio é criar um equilíbrio no qual os agentes desse
mercado não sejam engolidos pela voracidade de criar regras do
Congresso, e nem fiquem indefesos como cordeiros diante de práticas
ilícitas pela ausência de leis.

Convém não arriscar. Mesmo na "economia digital", a máxima de Hobbes


continua válida. "Homo homini lupus" (o homem é o lobo do homem),
diria o filósofo diante do estado natural que a internet brasileira vive até
hoje.

Leia mais
>>Para juristas, regulamentação deve focar apenas os pontos específicos

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