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Introdução

A psicopatologia ou psicologia da anormalidade, como por vezes é designada nasce


pela junção de duas expressões de origem grega:” psykhé”, que significa alma, e
“pathos“, que se traduz como morbidade ou doença. Pode ser definida sucintamente
como uma disciplina da Psicologia que se ocupa com o estudo das perturbações do
funcionamento psicológico incluindo-se a manifestação dos comportamentos e das
condutas que podem ser indicativos de uma futura desordem mental.
Surgiu no final do século XIX, com o lançamento de um debate epistemológico a
propósito das ciências humanas e em particular da psicologia: a oposição que
existia entre a explicação dada pelas ciências da natureza e a interpretação
procedente das ciências do homem.
As perturbações mentais sempre existiram ao longo dos milénios. No inicio essas
alterações eram explicadas por causas orgânicas ou físicas, possivelmente por
uma doença do cérebro, denominando-se como loucuras.Nesses tempos, a noção que
circulava era que a pessoa se encontrava possuída por espíritos malignos. O
tratamento concedido aos pacientes consistia em tratamentos dolorosos e no
isolamento até que os demónios fossem expulsos.
A França foi um dos primeiros países a considerar a loucura como uma doença e
não como um crime ou um sinal do demónio como até ali era tratada e examinada. As
reformas que Pinel (1745-1826) introduziu em 1793, en plena Revolução francesa,
colocaram a França na vanguarda da Psiquiatria. Ao ser nomeado director do
Hospital de Bicêtre, Pinel, mandou retirar as cadeias que acorrentavam os loucos,
deu-lhes liberdade, alimentação e encarregou-os de executar tarefas leves.
Para Pinel as perturbações mentais eram explicadas por causas múltiplas, de
natureza física, mas também por causas sociais, como a educação, ou o modo de vida
irregular, e, sobretudo por causas psicológicas, como reacções emocionais.
Pinel lançou assim as sementes de uma obra ímpar que os seus discipulos
continuaram, tendo por via disso, colocado a psiquiatria francesa numa posição de
destaque.. É dentro desta perspectiva que se destaca uma figura como Charcot
( 1825-1893 ) que deu um contributo importante para a psicologia patológica uma
vez que foi o primeiro a isolar uma doença a que denominou histeria, cujos
sintomas consistiam numa aparente paralisia dos membros, contracções e anestesia
de partes do corpo, às quais não correspondia contudo qualquer afecção orgânica ou
deficiência estrutural.
É com base na tradição psicopatológica iniciada em França, que Sigmund Freud
( 1856-1939) desenvolve a teoria psicanalítica. Embora tenha sido Janet o primeiro
a introduzir o conceito de conduta, é Freud quem demonstra pela primeira vez, que
todo o comportamento é significativo. Antes dele, os actos falhados, ( lapsus
linguae ), os esquecimentos e outros semelhantes não tinham qualquer significado e
como tal não seria de lhes atribuir importância. Foi com Freud que aprendemos a
procurar o significado por detráz das condutas, por muito banais ou inadvertidas
que elas nos pareçam.
Freud, inaugurou assim o projecto de entender cada sujeito na sua
individualidade, a partir dele próprio, a partir da forma como o individuo gere os
seus próprios conflitos, da coerência ou incoerência que confere ao seu próprio
projecto de vida.

O processo psicopatológico
É, como o nome indica, uma nova forma de diagnóstico, que associa o processo
psiquiátrico e o processo de psicologia clínica. Surgiu na primeira metade do
século XIX por via do desenvolvimento por parte dos psiquiatras de uma psicologia,
a que denominaram psiquiatria dinâmica, no qual o centro de interesse era
principamente o estudo da origem e do sentido das manifestações psíquicas.
Tal facto deve-se ao desenvolvimento da ciência do sistema nervoso e com o
prestígio adquirido entretanto pelas ciências naturais e físicas, no decorrer
desse século e despertou o interesse de inúmeras personalidades como Freud, Binet,
Janet pela hipnose e histeria nascendo assim a psicopatologia contemporânea no
qual o interesse fundamental era a ligação entre o sentido dos fenómenos nas
relações dinâmicas e profundas.
Esta área foca a sua atenção nas origens e curso (fases e sequelas) dos padrões
inadaptados de comportamento, alguns dos quais se enquadram em perturbações
psiquiátricas tradicionais. Essencialmente é feita a comparação entre as
trajectórias adaptadas e inadaptadas.
A este nível é importante sublinhar o reconhecimento da dinâmica entre o
desenvolvimento normal e anormal,adaptado e inadaptado dos processos ontogénicos.
O conhecimento do desenvolvimento normativo é, obviamente, crítico para a
compreensão do desenvolvimento atípico, mas, também, examinar o desenvolvimento
desviante é necessário para o avanço do conhecimento do funcionamento adaptativo.
Nomeadamente, no que concerne ao conhecimento dos processos adaptativos
biológicos, psicológicos e sociais, este é, de facto, muito importante para a
compreensão, prevenção e tratamento da psicopatologia.
Zigler e Glick (1986, p. xi) afirmam: “os indivíduos movem-se entre formas
patológicas e nãopatológicas de funcionamento e, mesmo no seio da patologia, os
pacientes apresentam mecanismos adaptativos”. Já Sroufe considera que a
psicopatologia deve ser concebida numa perspectiva organizacional e que deve ser
percepcionada como um desvio do desenvolvimento normal o que obriga a que se
identifiquem e se interpretem os significados dos padrões de funcionamento,tendo
em atenção o contexto em que se inserem.
Como exemplo, pode-se citar um caso descrito por Cichetti e Cohen em que “pode ser
adaptativa a inibição afectiva numa criança cujos pais a maltratam, mas tal pode
resultar em vitimizaçãopelos pares” (1995 c), p. 8).
Nos casos em que a patologia representa uma distorção, perturbação ou exagero da
condição do funcionamento normal, o estudo do fenómeno patológico pode, levar à
compreensão dos processos normais. Isto é, por vezes a patologia é melhor
compreendida quando analisada à luz da normalidade (adaptado), outras, pelo
contrário, é normalidade que e melhor explicada quando em comparação com a
patologia.

A classificação das perturbações mentais


Não reune consenso a distinção entre perturbações somatogénicas e psicotégicas uma
vez que qualquer comportamento e actividade mentais desenvolvidos baseia-se na
actividade do sistema nervoso.
De inicio, a perturbação mental era uma doença com origem orgânica ou física,
possivelmente de origem cerebral, tendo dado origem à perspectiva somatogénica,
( do grego “soma” que significa “corpo”). Esta hipótese surgiu no fim do século
XIX, tendo sido principalmente desenvolvida com a descoberta da causa orgânica de
um tipo de psicose muito frequente na altura, a paralisia geral. Este transtorno
caracterizava-se por um declínio das funções físicas e psicológicas, atingindo o
seu auge numa acentuada lentidão e profundas aberrações da personalidade.
Inclusivamente os autores desta hipótese receberam um suporte adicional com os
estudos desenvolvidos na época relativos à senilidade,( conjunto de perturbações
actualmente designadas por demências ) cuja causa resulta de uma atrofia das
células corticais e pelos estudos relativos à síndrome de Korsakoff, caracterizada
essencialmente por uma amnésia grave, por uma presença deficiente de substâncias
vitamínicas no cérebro.
No entanto, o estudo da histeria ( actualmente designada por perturbação de
conversão) incrementada e desenvolvida por Freud foi decisivo para uma outra
teoria, a perturbação psicogénica, segundo a qual tinha uma origem psicológica já
que os pacientes histéricos apresentam queixas que aparentemente seriam de cariz
orgânicas ( paralisia), deslocavam-se todavia naturalmente em estado de hipnose,
sugerindo que os nervos e os músculos se encontravam em perfeitas condições.
Actualmente, ambas as teorias encontram-se reunificadas e ordenadas numa única
classificação de perturbações mentais no qual as perturbações foram agrupadas de
acordo com semelhanças no prognóstico, na causa e na cura de modo a facilitar o
diagnóstico.
O primeiro responsável pela presente classificação foi o psiquiatra alemão Emil
Kraepelin ( 1855-1925) tendo também iniciado um modelo na prática do diagnóstico
sistemático das perturbações mentais tal como o método usado no diagnóstico das
doenças físicas.

O Diagnóstico sistemático

Implementada inicialmente por Kraepelin, desenvolveu a prática do diagnostico


sistemático dividida em várias etapas sucessivas. Na primeira, o clínico solicita
ao paciente para descrever os seus problemas e angustias ao mesmo tempo que o
observa atentamente. Este conjunto de queixas denominou como os sintomas. Na
segunda etapa, o clínico, tenta localizar quaisquer sinais consonantes, que
pudessem eventualmente acompanhar as queixas sintomáticas, que o clínico pudesse
obter através da observação e de alguma maneira associados. Este conjunto de
sintomas e sinais obtidos em conjunto com informações conduziria a um padrão
designado por síndrome, do grego “syndromé”, concurso, que caracterizam uma doença
ou uma perturbação. Por fim, na última etapa, o clínico determina a sua opinião,
denominando-se diagnóstico, do grego “ diagnostikós “, ou seja, capaz de
discernir.
Sob o ponto de vista clínico, a distinção entre os termos neuroses e psicoses
constituiu durante muitos anos a base da psicopatologia tanto da infância como
aquelas referentes à idade adulta. Os estados-limite, as perturbações narcísicas
da personalidade, as preversões, as organizações psicossomáticas, todos eles
estados pasipatológicos que não podem ser classificados com base numa ou noutra
estrutura, neurótica e psicótica, só viram as suas próprias características serem
definidas e descritas na segunda metade do século XX. Mais recentemente, também as
classificações internacionais vieram desagregar estas duas grandes entidades,
possibilitando assim, a extracção de múltiplas síndromes.
Para finalizar é imprescindível distinguir o comportamento normal e o patológico.
É naturalmente ambíguo já que a sua distinção depende das normas e dos critérios
usados sendo de salientar que não sempre os mesmos para diferentes idades ou para
os dois sexos, sendo também alterados conforme as civilizações, os grupos sociais
e as ideologias vigentes.
A melhor maneira de distinguir esta anfibologia, porém, seria a nosso ver, o de
considerá-las ambas como referenciais colocadas ambas nas duas extremidades de um
estado contínuo, o “continuum”.

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