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O processo psicopatológico
É, como o nome indica, uma nova forma de diagnóstico, que associa o processo
psiquiátrico e o processo de psicologia clínica. Surgiu na primeira metade do
século XIX por via do desenvolvimento por parte dos psiquiatras de uma psicologia,
a que denominaram psiquiatria dinâmica, no qual o centro de interesse era
principamente o estudo da origem e do sentido das manifestações psíquicas.
Tal facto deve-se ao desenvolvimento da ciência do sistema nervoso e com o
prestígio adquirido entretanto pelas ciências naturais e físicas, no decorrer
desse século e despertou o interesse de inúmeras personalidades como Freud, Binet,
Janet pela hipnose e histeria nascendo assim a psicopatologia contemporânea no
qual o interesse fundamental era a ligação entre o sentido dos fenómenos nas
relações dinâmicas e profundas.
Esta área foca a sua atenção nas origens e curso (fases e sequelas) dos padrões
inadaptados de comportamento, alguns dos quais se enquadram em perturbações
psiquiátricas tradicionais. Essencialmente é feita a comparação entre as
trajectórias adaptadas e inadaptadas.
A este nível é importante sublinhar o reconhecimento da dinâmica entre o
desenvolvimento normal e anormal,adaptado e inadaptado dos processos ontogénicos.
O conhecimento do desenvolvimento normativo é, obviamente, crítico para a
compreensão do desenvolvimento atípico, mas, também, examinar o desenvolvimento
desviante é necessário para o avanço do conhecimento do funcionamento adaptativo.
Nomeadamente, no que concerne ao conhecimento dos processos adaptativos
biológicos, psicológicos e sociais, este é, de facto, muito importante para a
compreensão, prevenção e tratamento da psicopatologia.
Zigler e Glick (1986, p. xi) afirmam: “os indivíduos movem-se entre formas
patológicas e nãopatológicas de funcionamento e, mesmo no seio da patologia, os
pacientes apresentam mecanismos adaptativos”. Já Sroufe considera que a
psicopatologia deve ser concebida numa perspectiva organizacional e que deve ser
percepcionada como um desvio do desenvolvimento normal o que obriga a que se
identifiquem e se interpretem os significados dos padrões de funcionamento,tendo
em atenção o contexto em que se inserem.
Como exemplo, pode-se citar um caso descrito por Cichetti e Cohen em que “pode ser
adaptativa a inibição afectiva numa criança cujos pais a maltratam, mas tal pode
resultar em vitimizaçãopelos pares” (1995 c), p. 8).
Nos casos em que a patologia representa uma distorção, perturbação ou exagero da
condição do funcionamento normal, o estudo do fenómeno patológico pode, levar à
compreensão dos processos normais. Isto é, por vezes a patologia é melhor
compreendida quando analisada à luz da normalidade (adaptado), outras, pelo
contrário, é normalidade que e melhor explicada quando em comparação com a
patologia.
O Diagnóstico sistemático