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Artigo Original

O Exame Físico como Método de Detecção de Estenose da


Fístula Arteriovenosa
The Physical Examination as a Method of Arteriovenous
Fistula Stenosis Detection

Rodrigo Peixoto Campos1, Domingos Candiota Chula1, Miguel Carlos Riella2 e Marcelo Mazza do
Nascimento3
1Setor de Nefrologia Intensiva e Intervencionista do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba; 2Faculdade
Evangélica do Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná; 3Faculdade Evangélica do Paraná e Programa
de Pós-Graduação em Princípios da Cirurgia da Faculdade Evangélica do Paraná.
Trabalho realizado com auxílio da Fundação Pró-Renal e baseado em dissertação de mestrado de 2006.

RESUMO
Introdução: A detecção precoce de disfunção nas fístulas arteriovenosas (FAVs) para hemodiálise (HD) auxilia na otimização da patência do acesso vascular.
Segundo as diretrizes de acesso vascular da National Kidney Foundation, diversos métodos podem ser usados na detecção precoce de estenose, apesar de ainda
não haver evidência estabelecida para todos os métodos em FAVs. Objetivo: Avaliar a acurácia do Exame Físico (EF) no diagnóstico de estenose das FAVs em
comparação ao diagnóstico estabelecido pelo Ultra-som Doppler (UD). Material e Método: O estudo foi realizado em uma única unidade de HD. Um total de 84
pacientes participou do estudo (54% homens, idade média de 50,7 ± 12,7 anos, 24,9 ± 7,8 meses de idade das FAVs, 52% Radiocefálicas). A suspeita diagnóstica
de estenose foi considerada como positiva quando no EF, à palpação, foi detectado: 1- frêmito de baixa intensidade na anastomose; 2- ou quando o frêmito
apresentou apenas o componente sistólico (não-contínuo); 3- ou quando foi observado surgimento de novo frêmito no segmento venoso; 4- ou quando o pulso
não foi suave e não colapsou com a elevação do braço; 5- ou quando o segmento venoso não se tornou hiperpulsátil com a oclusão manual do pulso. O EF foi
realizado por um único médico nefrologista. O UD e o diagnóstico de estenose foram realizados por um único radiologista. A medida do Volume do Fluxo Sanguíneo
(VFS) foi a primeira etapa do exame (UD), sendo mensurada em um ponto da veia que apresentava fluxo laminar. O diagnóstico de estenose foi considerado
presente quando havia uma redução do lúmen maior que 50% e quando o valor do pico de velocidade sistólica na área da estenose duplicava em relação ao pico
de velocidade sistólica da área adjacente normal. Foram calculadas sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo
(VPN) e acurácia para o EF. Resultados: Pelo UD, 50 (59%) FAVs foram consideradas positivas para a presença de estenose. O VFS médio para as FAVs com
diagnóstico normal foi de 1684 ± 641ml/min e para as FAVs com diagnóstico de estenose foi de 509 ± 151ml/min (p<0,0001). Foram consideradas positivas 56
(66%) FAVs pelo EF. A S, E, VPP e VPN para o EF foram respectivamente de 96%, 76%, 86% e 93%. A acurácia encontrada para o EF foi de 88%. Conclusão:
O EF mostrou ser um método acurado na suspeita diagnóstica de estenose e deve fazer parte de todo protocolo de detecção de estenose nas FAVs.

Descritores: Fístulas arteriovenosas. Estenose. Exame físico.

ABSTRACT
Introduction: early detection of arteriovenous fistula (AVF) dysfunction aids in optimizing vascular access patency in hemodialysis (HD) patients. Although there is
no established evidence for all methods of surveillance in AVFs, the Vascular Access Guidelines of National Kidney Foundation recommends these methods for
the detection of stenosis in AVFs. Objective: To evaluate the accuracy of Physical Examination (PE) in the diagnosis of stenosis in AVFs compared to the diagnosis
established by Doppler Ultrasound (DU). Materials and Methods: The study was performed in one HD unit. A total of 84 patients (54% male, 50.7 ± 12.7 years
old, 24.9 ± 7.8 months of AVFs age, 52% Radiocephalics) were allocated. The diagnosis of stenosis was considered to be positive when in PE evaluation was
observed: 1- a low intensity thrill at the anastomosis; 2- a thrill with only systolic component; 3- the presence of a new thrill in the venous segment; 4- a non-soft
pulse which did not collapse with arm elevation; or 5- a pulse which did not present hyper-pulsation with total occlusion of venous segment. The PE was performed
by a single nephrologist and the DU exam by a radiologist. The measurement of blood flow volume (BFV) was the first stage of DU evaluation and was carried out
in a location with laminar flow in the venous segment. The diagnosis of stenosis was positive by DU if a reduction in internal vessel diameter was higher than 50%
and an increased systolic peak velocity was greater than 100% in the location of stenosis compared with the normal adjacent area. The sensitivity (S), specificity
(E), positive predictive value (PPV), negative predictive value (NPV) and accuracy were calculated for PE. Results: The diagnosis of stenosis was made in 50
(59%) AVFs by DU. The mean BFV was 1684 ± 641ml/min for normal AVFs and 509 ± 151ml/min for AVFs with stenosis (p<0.0001). The suspected diagnosis
was positive in 56 (66%) AVFs by PE. The S, E, PPV, and NPV for PE were, respectively, 96%, 76%, 86% and 93%. The accuracy found for PE was 88%.
Conclusion: The PE achieved a great accuracy in detecting AVFs with suspicion of stenosis. The PE should be part of every AVFs surveillance protocol.

Keywords: Arteriovenous fistulas. Stenosis. Physical examination.

Recebido em 16/02/07 / Aprovado em 26/03/07


Endereço para correspondência:
Rodrigo Peixoto Campos
Fundação Pró-Renal.
Av. Vicente Machado, 2190
CEP 80440-020, Batel, Curitiba-PR
Tel.: 41 3312-5400
E-mail: rpeixotocampos@yahoo.com.br
J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 65

INTRODUÇÃO eficaz no diagnóstico de estenose venosa e redução na


taxa de tromboses com tratamento precoce8,9,11,13,16-18.
A manutenção do acesso vascular para hemo- Existe uma falta de estudos na avaliação de FAVs com
diálise (HD) é um dos maiores desafios no cuidado do pa- outros métodos de vigilância. Beathard relatou que o exa-
ciente com doença renal crônica terminal (DRCT) em diá- me físico (EF) é uma ferramenta importante para o nefro-
lise. Os problemas relacionados ao acesso são uma das logista na detecção de estenose, seja ela arterial ou veno-
mais freqüentes razões para hospitalização desta popula- sa, e destacou a sua importância na detecção precoce da
ção. O custo anual da confecção dos acessos vasculares e disfunção dos acessos vasculares19,20. Não temos notícia
correção das complicações nos Estados Unidos da Amé- de um único estudo que tenha avaliado a acurácia do EF
rica (EUA) atingiu um bilhão de dólares em 19951. Em na detecção de estenose, especificamente em FAVs de-
2001, o acesso vascular foi responsável por 7,5% (aproxi- senvolvidas.
madamente 1 bilhão por ano) dos 14 bilhões de dólares Seguindo essa falta de informações com o uso do
gastos pelo “Medicare” com o programa de HD para os EF na detecção de estenose especificamente em FAVs,
pacientes com DRCT nos EUA2. conduzimos um estudo com o intuito de determinar a uti-
A fístula arteriovenosa (FAV) é considerada como lidade desse método na identificação de estenose da FAV.
o acesso vascular de escolha para HD devido à sua
prolongada patência e menor taxa de complicações. Na
Europa, a prevalência de fistulas arteriovenosas (FAVs) MÉTODO
em unidades de HD gira em torno de 70%3. Em um estudo
multicêntrico com 11 unidades de HD no Brasil, 30% dos Estudo transversal para avaliação de método diagnós-
pacientes iniciavam em diálise com um cateter venoso4. tico, em que foi avaliado o EF. Esse método foi comparado ao
Em outro estudo multicêntrico com 23 unidades de diálise diagnóstico pelo Ultra-som Doppler (UD). O estudo foi iniciado
no Brasil, foi encontrada uma prevalência de pacientes após aprovação pelo Comitê de Ética Médica da Faculdade
Evangélica do Paraná, tendo sido realizado durante o período de
com cateteres de 6,6%, com próteses vasculares de 3,4%
julho de 2005 a fevereiro de 2006.
e com FAVs de 90%5. Em um inquérito realizado pela
Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2000, 90% dos
pacientes possuíam fístula arteriovenosa, 8% possuíam Seleção dos Pacientes
cateteres e apenas 2% próteses vasculares6. O censo de
Todos os pacientes com FAV de uma única unidade de
2006 da Sociedade Brasileira de Nefrologia demonstra
HD, Clínica de Doenças Renais do Novo Mundo (Curitiba,
uma prevalência de pacientes com cateteres venosos em Paraná), foram inicialmente incluídos no estudo. Na época de
HD de 10%7. início do estudo, 180 pacientes estavam sendo tratados nessa
Mesmo sendo consideradas o acesso vascular unidade. Foram excluídos os pacientes com prótese vascular,
ideal, as FAVs são propensas à trombose, quase que inva- com FAV utilizada em menos de seis sessões de HD, com
riavelmente devido ao desenvolvimento de estenoses. diagnóstico suspeito ou estabelecido de estenose em alguns dos
Quando desenvolvidas corretamente, ou seja, na ausência componentes da FAV (artéria, anastomose, segmento venoso ou
de falha precoce, sua taxa de trombose varia em torno de veias centrais), com tratamento prévio de correção de estenose
4% a 18% ao ano na ausência de um programa específico ou outra disfunção na FAV, tanto cirurgicamente quanto por
para a detecção precoce de estenose8-14. angioplastia transluminal percutânea, com presença de aneuris-
Apesar dessa baixa taxa de tromboses encontrada ma que já estivesse dificultando a punção da FAV, pacientes
com idade menor que 18 anos e os que não assinaram o termo
nas FAVs, o III. NKF-K/DOQI Clinical Practice Gui-
de consentimento.
delines for Vascular Access: update 2000 (K/DOQI) reco- De um total de 104 pacientes que iniciaram o estudo, 20
menda programas de vigilância para a detecção precoce não conseguiram completar todas as etapas da avaliação e foram
de estenose e conseqüente correção da mesma, no intuito excluídos. As causas de exclusão foram: óbito em um paciente,
de reduzir o evento trombose15. Diversos métodos são re- transferência para outro método de terapia renal substitutiva em
comendados para a detecção precoce de estenose: exame seis (dois para transplante renal e quatro para diálise peritoneal),
físico, medida da pressão intra-acesso estática, medida da internamento hospitalar em dois, trombose da FAV em dois e não
pressão venosa dinâmica, medida da recirculação e me- comparecimento no dia da realização do UD em nove.
dida do volume de fluxo sanguíneo. Entretanto a maioria Dos 84 pacientes que fizeram parte da análise final, 45
dos estudos sobre a avaliação desses métodos de vigilân- (53,5%) eram do sexo masculino. Apresentaram média de idade
cia foi realizada em próteses vasculares. de 50,7 ± 12,7 anos, mediana de tempo em hemodiálise de 22,7
(0,9-177,3) meses, mediana de idade da fístula arteriovenosa de
Diversos estudos têm demonstrado que a medida
21,1 (1,7-151,2) meses. As causas da IRCT encontradas foram:
do volume de fluxo sanguíneo em FAVs é um método nefropatia diabética em 20 (24%) pacientes, nefroesclerose
66 Exame Físico da Fístula Arteriovenosa

hipertensiva em 30 (36%), glomerulonefrite em 15 (18%), doença A primeira etapa do exame consistia na medida do
renal policística em seis (7%), uropatia obstrutiva em cinco (6%), volume de fluxo sanguíneo da FAV, detalhada a seguir. A
pielonefrite crônica em dois (2%) e outras causas não identifi- segunda etapa era a avaliação da fístula quanto à procura de
cadas em seis pacientes (7%). Em relação ao tipo das fístulas estenose significativa. Todos os componentes da fístula eram
arteriovenosas, 44 (52%) eram Radiocefálicas, 27 (33%) avaliados: a porção arterial, no caso a artéria braquial para
Braquiocefálicas e 13 (15%) Braquiobasílicas (tabela 1). fístulas Braquiocefálicas e Braquiobasílicas e artéria radial para
Radiocefálicas; a anastomose e todo o trajeto venoso, incluindo
Exame físico as veias axilares, braquiais e subclávias. O exame foi
considerado positivo para estenose arterial, da anastomose ou
O exame físico foi realizado antes da sessão de HD por venosa significativa se, em algum local desses componentes,
um único médico nefrologista (RPC). Todos os dados referentes fosse encontrado uma redução do diâmetro interno do vaso
à identificação, características clínicas da FAV e dos achados no maior que 50% em relação ao diâmetro da porção
exame físico foram registrados no prontuário de HD do imediatamente anterior e com uma velocidade de pico sistólico
paciente. O EF foi dividido em três etapas e nelas foram (cm/s) que duplicava em relação ao valor da área normal
avaliadas o pulso e o frêmito, seguindo o que foi idealizado por adjacente22,23. Quando essa redução não foi maior que 50% ou
Beathard19-21. Para o EF ser considerado positivo para a suspei- não atingiu uma velocidade de pico sistólico aumentada, o
ta diagnóstica de estenose, foi necessário o achado de apenas um exame não foi considerado positivo para a presença de estenose
dos sinais sugestivos de estenose, independente da etapa reali- significativa em algum dos componentes da FAV.
zada (tabela 2). A presença de edema e circulação colateral no Foram calculados o Kt/V, como medida de adequação
tronco ou dorso indicava o diagnóstico de estenose. da sessão de hemodiálise pela fórmula de Daugirdas24, de todos
os pacientes na mesma semana da realização do ultra-som
Doppler, na tentativa de correlacionar baixa adequação dialítica
Realização do ultra-som doppler
com a presença de estenose na FAV.
O UD foi realizado em um tempo máximo de 15 dias após
a realização do EF. Se o UD não fosse realizado nesse tempo, o EF Medida do Volume de Fluxo Sanguíneo
era repetido. Todos os exames foram realizados por um único
examinador em clínica privada, já com experiência nessa área. O A medida do fluxo sanguíneo foi a primeira etapa da
equipamento utilizado foi o Megas GPX (ESAOTE S.p.A., realização do UD e foi feita com o mesmo transdutor usado no
Gênova, Itália), com transdutores de 5 a 10MHz. Todos os exames restante do exame para avaliação da FAV. O local da veia
foram gravados para avaliação posterior. O examinador recebia utilizado para se fazer o cálculo do fluxo sanguíneo situava-se
apenas a informação do tipo da FAV, se Radiocefálica, em algum ponto que apresentasse fluxo laminar. Geralmente se
Braquiocefálica ou Braquiobasílica, não tendo acesso ao resultado escolhia um ponto entre os locais de punção. Se, porventura, no
do EF. O exame era realizado com o paciente deitado e com o braço ponto escolhido fosse encontrada uma estenose, determinava-se
da FAV em repouso confortavelmente no leito. outro ponto para a medida do fluxo. Para avaliação do fluxo, o
diâmetro da veia era determinado por ultra-sonografia (modo-B)
em um plano transverso de uma margem interna à outra, para,
Tabela 1. Características clínicas dos pacientes
assim, determinar a área de secção transversa, sendo esta última
Pacientes n. 84
Sexo masculino n. (%) 45 (53,5%)
Idade média (anos) a 50,7 ± 12,7
Tempo de HD (meses) b 22,7 (0,9-177,3) Tabela 2. Achados no exame físico que sugeriram o diagnóstico
de estenose na FAV.
Idade da FAV (meses) b 21,1(1,7-151,2)
Etiologia da insuficiência Etapas Sinais Clínicos que determinaram
renal crônica n. (%) a suspeita diagnóstica de
Nefropatia diabética 20 (24%) estenose na FAV
Nefroesclerose hipertensiva 30 (36%)
Avaliação da anastomose - Frêmito reduzido na anastomose
Glomerulonefrites 15 (18%) - Frêmito apenas com componente
Doença renal policística 6 (7%) sistólico
Uropatia obstrutiva 5 (6%) - Pulso resistente e de difícil
Pielonefrite crônica 2 (2%) compressão
Causas não identificadas 6 (7%) Avaliação do segmento - Presença de novo frêmito
Tipo de FAV n. (%) venoso - Pulso resistente e de difícil
compressão
Radiocefálicas 44 (52%)
- Ausência de colapso de alguma
Braquiocefálicas 27 (33%) porção do segmento venoso
Braquiobasílicas 13 (15%) com elevação do braço
a Valores expressos em media ± desvio padrão; b Valores Avaliação do aumento - Ausência de aumento da
expressos em mediana e intervalo. de pulso intensidade do pulso
J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 67

calculada automaticamente pelo software do equipamento. Na O valor médio do volume de fluxo sanguíneo entre
mesma localização, era mensurada a velocidade média de fluxo os pacientes com diagnóstico positivo para estenose pelo
pelo Doppler em um ângulo de 60 graus ao longo do eixo da veia. ultra-som Doppler (509 ± 151ml/min) foi significativa-
O fluxo da FAV, em ml/min, era determinado automaticamente mente menor em relação àqueles com diagnóstico nega-
pelo software do equipamento, usando a fórmula: velocidade
tivo (1.684 ± 541ml/min) (p<0,0001). Quando analisamos
média de fluxo (cm . s-1). área de secção transversa (cm2). 6025.
as FAVs de acordo com sua localização, observamos que
as proximais (Braquiocefálicas e Braquiobasílicas) sem
Análise estatística
estenose apresentaram um volume de fluxo sanguíneo
significativamente mais elevado (2.035 ± 508 ml/min) em
Para o EF, foram determinadas a acurácia, sensibilidade,
especificidade, assim como o valor preditivo positivo e negativo relação às proximais com estenose (606 ± 118 ml/min)
em relação ao diagnóstico determinado pelo UD. Os dados estão (p<0,01). As FAVs distais (Radiocefálicas) sem estenose
apresentados como média ± desvio padrão (DP), mediana e também apresentaram um volume de fluxo sanguíneo signi-
intervalos, taxas percentuais, obedecendo a um intervalo de ficativamente mais elevado (1.467 ± 358 ml/min) que as
confiança de 95%. Foi utilizado o teste-t de Student para distais com estenose (412 ± 87 ml/min) (p<0,01) (gráfico 2).
comparação entre as variáveis de distribuição normal, enquanto Ao se compararem os pacientes com diagnóstico
que, para as variáveis com distribuição anormal, foi utilizado o positivo e negativo de estenose na FAV pelo Ultra-som
teste-U de Mann-Whitney. A análise de variáveis categóricas foi Doppler, constatou-se que a única variável que apresen-
realizada através da análise de tabelas de contigência (Qui- tou diferença estatística entre os dois grupos foi o valor do
quadrado). Um valor de p menor que 0,05 foi considerado sig-
Kt/V. Os pacientes com diagnóstico positivo de estenose
nificativo. A análise estatística foi realizada utilizando o
apresentaram um Kt/V médio de 1,15 ± 0,20 contra 1,33
software NCSS 2001 e PASS 2002 (Hintze J. NCSS & PASS
statistical system, Kaysville, EUA). ± 0,16 daqueles com diagnóstico negativo (p<0,0001).
A avaliação da FAV pelo EF obteve acurácia de
88% (intervalo de confiança de 95%, 80% a 93%). Sua
RESULTADOS sensibilidade e especificidade foram respectivamente de
96% (intervalo de confiança de 95%, 88% a 99%) e 76%
No EF, foram identificados 56 (66%) pacientes (intervalo da confiança de 95%, 60% a 87%). Os
como caso suspeito de estenose na FAV. O gráfico 1 resultados de acurácia, sensibilidade, especificidade, va-
mostra a distribuição dos pacientes suspeitos de estenose lor preditivo positivo e valor preditivo negativo para o EF
para cada achado do exame físico. O UD evidenciou a são apresentados na tabela 4.
presença de estenose significativa em 50 pacientes, deter-
minando, assim, uma prevalência de 59,5%. Entre todas
as FAVs, duas apresentaram estenose arterial (artéria 3000

radial) e nenhuma na anastomose. Todas as outras este-


Fluxo sanguíneo (ml/min)

2500
noses encontradas foram no segmento venoso, incluindo
três na veia Subclávia. As características dos pacientes de 2000

acordo com o diagnóstico de estenose pelo ultra-som 1500


Doppler encontram-se na tabela 3.
1000

500

68% 68%
0
Frêmito alterado na
anastomose
se

se

se

se
no

no

no

no
te

te

50%
te

Aparecimento de novo
te
es

es

es

es
m

frêmio
m

m
se

co

se

co
al

al

Pulso resistente
al
im

al
im

st

st
ox

ox

di

di

32%
pr

pr

V
FA
V

FA
V
FA

FA

Sem colapso na veia


18%
Manobra de aumento
Gráfico 2. Comparação do volume de fluxo sanguíneo dos
do pulso negativa grupos FAV proximal e distal em relação ao diagnóstico de
estenose pelo ultra-som Doppler.
p <0,05 em relação ao grupo FAV proximal sem estenose. ∆ p
<0,05 em
Gráfico 1. Alterações no EF nos pacientes com suspeita de Relação ao grupo FAV distal sem estenose. FAV= fístula
estenose na FAV. arteriovenosa.
68 Exame Físico da Fístula Arteriovenosa

Tabela 3. Características clínicas dos pacientes e das FAVs de acordo com o resultado do
Ultra-som Doppler.
Variáveis Sem estenose Com estenose Valor de p*
(n.=34) (n.=50)
Sexo masculino n.(%) 18 (52,9%) 27 (54,0%) NS
Idade (anos) a 48,6 ± 9,5 52,2 ± 8,7 NS
Diabetes Mellitus n.(%) 7 (20,6%) 13 (26,0%) NS
Idade da FAV (meses) b 18,9 (1,7 - 151,2) 21,5 (3,4 - 149,7) NS
Tempo de HD (meses) b 21,7 (2,7 - 177,3) 24,2 (0,8 - 175,2) NS
Kt/V a 1,33 ± 0,16 1,15 ± 0,20 <0,0001
Tipo de FAV n.(%)
Radiocefálica 18 (52,9%) 26 (52,0%) NS
Braquiocefálica 11 (32,4%) 16 (32,0%) NS
Braquiobasílica 05 (14,7%) 08 (16,0%) NS

O valor de p menor que 0,05 foi considerado significativo. NS= não significativo; n.= número de pacientes.
a Valores expressos em média ± desvio padrão; b Valores expressos em mediana e intervalo.

DISCUSSÃO vasculares com suspeita de disfunção, dos quais 49 eram


FAVs, encontrou uma sensibilidade para o UD de 92% e a
Já é sabido que a FAV é o melhor acesso para os uma especificidade de 97%31. Todos esses dados sugerem
pacientes em HD devido a um menor número de que a acurácia do UD chega próxima à da fistulografia.
complicações. A prótese vascular apresenta um risco de Outro motivo que nos levou a utilizar o UD, em vez
trombose e infecção sete e dez vezes maior que a FAV da fistulografia, vem do fato de que este último é um exame
respectivamente21. Além do mais, Manns e cols26 mostraram invasivo e não isento de riscos. Além do mais, estudamos
que, desde a instalação até o manejo das complicações, o apenas os pacientes com FAV sem suspeita de disfunção
custo de manutenção da FAV em um ano chega a ser quase e não justificava realizar um exame invasivo em todos os
a metade do custo de uma prótese vascular. Outro dado pacientes. Outro dado é que existe uma hipótese de que o
importante é que o número de pacientes que entraram em contraste endovenoso utilizado na fistulografia poderia
HD nos EUA com FAV não atingiu 15% em 200227. reduzir a função renal residual e isso seria extramente
No Brasil, estima-se que as próteses vasculares e as prejudicial aos pacientes em HD, já que a mesma é um
FAVs, estas em maior número, estão presentes em 90% dos importante preditor de sobrevida nesses pacientes32.
pacientes em programa de HD7. Mesmo assim, é Entre todas as variáveis clínicas analisadas, a
necessário um melhor cuidado na monitorização e vigi- única que apresentou significância estatística entre o gru-
lância dos acessos vasculares, para reduzir morbidade e po de pacientes com diagnóstico significativo de estenose
mortalidade na população em HD. Na nossa população, a e os que não apresentaram foi a medida do Kt/V (1,33 ±
prevalência de estenose significativa nas FAVs estudadas 0,16 versus 1,15± 0,20). O K/DOQI15 recomenda que o
foi de 59%. Diversos estudos realizados apenas com FAVs Kt/V pode ser utilizado como método de vigilância, mas
mostraram uma prevalência semelhante16,17,24,28,29, suge- é sabido que ele é passível de influência de diversos ou-
rindo que a população em estudo não difere dos demais tros fatores, tornando-o menos acurado que outros méto-
centros onde a FAV é o acesso mais prevalente. dos. Apesar de não termos avaliado o Kt/V como método
Apesar de a fistulografia ser definida como o
exame padrão-ouro no diagnóstico das estenoses dos
acessos vasculares15, a decisão de utilizar o UD no nosso Tabela 4. Acurácia diagnóstica do exame físico na detecção de
estenose significativa na FAV.
estudo como o método padrão para o diagnóstico de
Variáveis Exame físico
estenose se baseou em algumas evidências. Gadallah e
Nº de verdadeiros negativos 26
cols23, em um estudo que comparou o diagnóstico feito Nº de verdadeiros positivos 48
pelo UD com o da fistulografia em 38 pacientes, deter- Nº de falsos negativos 02
minaram uma acurácia diagnóstica de 100%. Em outro Nº de falsos positivos 08
Sensibilidade (%)* 96 (88-99)
estudo, a sensibilidade, a especificidade e a acurácia do UD Especificidade (%)* 76 (60-87)
em determinar uma estenose significativa foram de 93%, Acurácia (%)* 88 (80-93)
94% e 97% respectivamente28. Nonnast-Daniel e cols30, Valor preditivo positivo (%)* 86 (74-92)
Valor preditivo negativo (%)* 93 (77-98)
quando avaliaram 51 FAVs com suspeita de disfunção,
encontraram um valor preditivo positivo do UD de 100%. *Os valores entre parênteses são para um intervalo de confiança
Um outro estudo prospectivo que avaliou 81 acessos de 95%.
J Bras Nefrol Volume 29 - nº 2 - Junho de 2007 69

de vigilância, seu valor foi significativamente maior nos AGRADECIMENTOS


pacientes sem diagnóstico de estenose significativa.
Anderson e cols33 observaram que o fluxo san- À Drª Sônia Perreto pela realização de todas as
guíneo nas fistulas proximais é maior que o das fístulas avaliações com o ultra-som Doppler e à Fundação Pró-
distais. No nosso estudo, encontramos dado semelhante. Renal pelo auxílio concedido.
Em concordância com o K/DOQI15, o qual não faz dis-
tinção do valor de volume do fluxo sanguíneo entre as
FAVs proximais e distais para suspeita de estenose, REFERÊNCIAS
demonstramos que não houve diferença estatística entre a
localização da fístula e o fluxo sanguíneo, naquelas com 1. Feldman HI, Kobrin S, Wasserstein A. Hemodialysis vascular
diagnóstico de estenose. access morbidity. J Am Soc Nephrol 1996;7:523-35.
Beathard20 já tinha publicado que esse é um mé- 2. Egger P. Trends in Medicare Expenditure for Vascular
todo esquecido pelos nefrologistas. Não encontramos na Access. In: Cincinnati Hemodialysis Vascular Access
Symposium; 2004.
literatura um único estudo que tenha avaliado a sensi-
bilidade e a especificidade exclusivamente do EF como 3. Rayner HC, Pisoni RL, Gillespie BW, Goodkin DA, Akiba T,
Akizawa T, et al. Creation, cannulation and survival of
método de vigilância, especificamente em FAVs desen- arteriovenous fistulae: data from the Dialysis Outcomes and
volvidas. Ainda assim, são poucos os estudos utilizando o Practice Patterns Study. Kidney Int 2003;63:323-30.
EF na avaliação das FAVs. Em um estudo que utilizou um 4. Nascimento MM, Riella MC. Avaliação de acesso vascular
protocolo de detecção de estenoses para próteses vascu- em hemodiálise: um estudo multicêntrico. J Bras Nefrol
lares e FAVs, o qual incluía o EF como um dos métodos, 1999;21:22-9.
obtive-se uma especificidade isolada para o EF de 95%34. 5. Linardi F, Linardi FF, Bevilacqua JL, Morad JFM, Costa JA,
Não foi possível a determinação da sensibilidade nesse Júnior FM. Acesso vascular para hemodiálise: avaliação do
tipo e local anatômico em 23 unidades de diálise distribuídas
estudo. Houve redução de tromboses, com tratamento por em sete estados brasileiros. Rev Col Bras Cir 2003;30:183-93.
angioplastia transluminal percutânea, de 48% para 17%,
6. Sesso R. Inquérito epidemiológico em unidades de diálise no
após a instituição do protocolo. Nesse estudo, apenas 18% Brasil. J Bras Nefrol 2000;22(3 Supl 2):23-6.
dos acessos eram FAVs.
7. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Censo da Sociedade
Também em outro relato utilizando um protocolo Brasileira de Nefrologia 2006. Available from: http://
para FAVs e próteses vasculares, a especificidade para www.sbn.org.br [cited 2006 10 set. 2006].
todo o protocolo foi elevada (92,8%), mas com baixa sensi- 8. Schwab SJ, Oliver MJ, Suhocki P, McCann R. Hemodialysis
bilidade (35,8%). Esse estudo não identificou a sensibili- arteriovenous access: detection of stenosis and response to
dade e a especificidade isolada do EF35. Em outro relato, treatment by vascular access blood flow. Kidney Int
2001;59:358-62.
foi encontrada uma acurácia no diagnóstico de estenose
em próteses vasculares de 91,8% utilizando-se o EF36. 9. McCarley P, Wingard RL, Shyr Y, Pettus W, Hakim RM,
Ikizler TA. Vascular access blood flow monitoring reduces
Quando se avaliou o papel do exame físico realizado após access morbidity and costs. Kidney Int 2001;60:1164-72.
a angioplastia, foi identificado que a presença de frêmito
10. Konner K, Hulbert-Shearon TE, Roys EC, Port FK. Tailoring
na porção venosa da prótese vascular foi melhor preditor the initial vascular access for dialysis patients. Kidney Int
de sobrevida do acesso em comparação à medida da 2002;62:329-38.
pressão intra-acesso37. Trerotola e cols38 tentaram com- 11. Tessitore N, Bedogna V, Gammaro L, Lipari G, Poli A, Baggio
parar os achados do EF em próteses vasculares com o volu- E, et al. Diagnostic accuracy of ultrasound dilution access
blood flow measurement in detecting stenosis and predicting
me de fluxo sanguíneo determinado pelo UD. Todos os thrombosis in native forearm arteriovenous fistulae for
pacientes com achados normais ao exame físico apresenta- hemodialysis. Am J Kidney Dis 2003;42:331-41.
vam volume de fluxo maior que 450ml/min. Quanto à 12. Ravani P, Brunori G, Mandolfo S, Cancarini G, Imbasciati E,
avaliação da maturidade da FAV em dois estudos, o EF Marcelli D, et al. Cardiovascular comorbidity and late referral
foi capaz de identificar as FAVs que não iriam se desen- impact arteriovenous fistula survival: a prospective
multicenter study. J Am Soc Nephrol 2004;15:204-9.
volver em 80%39 e em 100%40 dos casos. O nosso estudo
é o primeiro a ser realizado utilizando exclusivamente o EF 13. Branger B, Granolleras C, Dauzat M, al e. Frequence de
thromboses de fistules arterio-veineuses pour hemodialyse:
na suspeita do diagnóstico de estenose apenas em FAVs. aport de deux methodes de surveillance: le Doppler et la
Concluímos que o EF mostrou ser um método diluition des ultrasons. Nephrologie 2004;25:204-9.
acurado na suspeita diagnóstica de estenose nas FAVs. 14. Basile C, Ruggieri G, Vernaglione L, Montanaro A, Giordano
Recomendamos o uso de um protocolo que inclua o EF, R. The natural history of autogenous radio-cephalic wrist
sendo este realizado mensalmente por um profissional arteriovenous fistulas of haemodialysis patients: a
prospective observational study. Nephrol Dial Transplant
treinado, seguindo as novas diretrizes do K/DOQI 200641. 2004;19:1231-6.
70 Exame Físico da Fístula Arteriovenosa

15. III. NKF-K/DOQI Clinical Practice Guidelines for Vascular 29. Pietura R, Janczarek M, Zaluska W, Szymanska A, Janicka
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