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Projetos Públicos”
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PLANO DE ENSINO
JUSTIFICATIVA
O módulo “Elaboração e Gestão de Projetos Públicos” é um conteúdo fundamental a ser trabalhado no
curso de especialização lato sensu em gestão pública, uma vez que a elaboração, a implementação, o
monitoramento e avaliação de projetos sociais públicos é uma atribuição fundamental de gestores e
trabalhadores da administração pública. O módulo visa desenvolver habilidades e competências
profissionais para se trabalhar no âmbito da elaboração e gestão de projetos sociais.
OBJETIVO GERAL
• Contribuir com a capacitação de profissionais na elaboração e gestão de projetos sociais no
estado do Tocantins.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Discutir a viabilidade de projetos sociais e sua exeqüibilidade;
• Fornecer conhecimentos acerca da elaboração e gestão de projetos sociais;
METODOLOGIA
As oficinas serão realizadas em três (3) etapas: a primeira etapa trata-se de exposição e diálogo acerca
do conceito de projeto social com objetivo de introduzir conhecimentos acerca da elaboração de
projetos, abordando a relevância social de um projeto, estudo e diagnóstico social. A segunda etapa
está relacionada à prática de elaboração de projetos com objetivo de exercitar a elaboração, tendo
como parâmetro modelos de projetos exigidos por editais. A terceira etapa trata-se da gestão, ou seja,
abrange também o monitoramento e a avaliação de projetos sociais.
AVALIAÇÃO
A avaliação consistirá na apresentação, discussão e avaliação dos projetos desenvolvidos pelos
cursistas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1ª Etapa
2
2ª Etapa
3ª Etapa
REFÊRENCIA BIBLIOGRÁFICA
ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos?: Guia prática para elaboração e gestão de
projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2006.
BARREIRA, Maria Cecília Roxo Nobre. Avaliação participativa de programas sociais. São
Paulo: Veras, 2007.
COHEN, Ernesto. Avaliação de Projetos sociais. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1993.
CONTADOR, Cláudio Roberto. Projetos Sociais: Avaliação e Pratica. São Paulo: Atlas, 1997.
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DIONNE, Hugues. Pesquisa-Ação para o Desenvolvimento Local. Brasília: Liber Livro, 2007.
FERREIRA, Francisco Whitaker. Planejamento Sim ou Não: Um Modo de Agir Num Mundo
em Permanente Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
MARINO, Eduardo. Manual de Avaliação de Projetos Sociais. São Paulo: Editora Saraiva/
Instituto Ayrton Senna, 2003.
RICO, Elizabeth Melo. Avaliação de Políticas Sociais: uma questão em debate. São
Paulo:Cortez: Instituto de Estudos Especiais, 1998.
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MATERIAL DO ALUNO
Cresce a cada dia o número de organizações sociais que realizam ações e obtém recursos através
de projetos sociais. Mesmo aquelas ações gerenciadas pelo poder público vem sendo realizada a partir
de projetos sociais. Os projetos sociais são um recurso técnico útil e necessário para qualificar a ação
social organizada em prol da elevação da qualidade de vida e do fortalecimento da cidadania
( ARMANI, 2006).
A temática acerca dos projetos sociais ganha relevo a partir de 1988, com a Constituição
Federal, particularmente, a partir da década de 90 tem-se enfocado muito os projetos sociais. Este
enfoque deve-se a dois fatores: democratização política e descentralização político-administrativa,
onde os municípios passam a ser o lócus de exercício do poder local e do controle social. Um segundo
fator está relacionado à transferência da responsabilidade do Estado para as organizações da sociedade
civil no tocante ao enfrentamento das expressões da questão social. Há um alargamento do chamado
Terceiro Setor, que são as Organizações Não-governamentais (ONG), associações etc. Nesse ínterim,
os projetos sociais são fundamentais como forma de captação de recursos para as organizações e
poderia-se dizer que são indispensáveis para própria sobrevivência dessas organizações.
Portanto, uma gestão com ‘visão’ irá trabalhar com base em projetos sociais. Para trabalhar com
projetos sociais é necessário, primeiramente se capacitar. Pois, tanto a fase de elaboração e gestão de
projetos exige conhecimentos específicos e experiência. Nesse sentido, poderia-se dizer que só
aprende a “elaborar” projetos na prática.
Armani (2006) tem apontado alguns equívocos quanto à concepção de projetos sociais. O
primeiro equívoco refere-se ao fato de pensar que projeto social é apenas um documento formal que
serve para captação de recursos. Um projeto social é mais que isso é uma das soluções técnicas mais
difundidas para que as pessoas e organizações possam contribuir com enfrentamento de questões
sociais de forma organizada e ágil, além disso, possibilita testar e construir novas metodologias de
intervenções.
O segundo equívoco está no fato de achar que existem projetos isolados. Os projetos sociais só
fazem sentido quando fazem parte de programas e/ou políticas mais amplas. Os projetos sociais não
podem ser encarados como ações isoladas e muito menos serem elaborados de forma individual.
Geralmente a composição de uma equipe para elaboração de projetos sociais é a melhor alternativa.
Outra questão importante para pensar a elaboração e a gestão de projetos é ampliar o universo de
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colaboradores e parceiros, envolvendo diversas organizações e instituições, sejam elas públicas ou
privadas nas ações do projeto. Essas parcerias não são apenas formais, é necessário registrar no
projeto as ações que cada instituição irá desempenhar de forma a justificar as parcerias.
Para se elaborar um projeto é preciso estar esclarecido sobre o fato de que projetos sociais não
nascem do nada e sim de potencialidades da comunidade local. Isso quer dizer que a elaboração e,
posterior aprovação de um projeto social está relacionada à realidade social, seja em âmbito local ou
regional, em que serão executadas as ações. É preciso conhecer, pesquisar, ou melhor, ser um
observador da realidade, munir-se de dados e indicadores sociais a fim de elaborar uma justificativa
para a existência do projeto. Isso chama-se viabilidade social de um projeto ou ainda, exequibilidade.
Por fim, é preciso ressaltar que a prática na elaboração e execução de projetos sociais exige
uma certa experiência ou treino para se alcançar determinado feeling. Nesse sentido, é importante ter
de antemão algumas noções ou bases para elaboração e gestão de projetos sociais, sendo o primeiro
passo para qualificação. Os editais estão cada vez mais exigentes e complexos exigindo sempre uma
maior capacitação de equipes de elaboração de projetos sociais, como também, uma melhor
qualificação da gestão das organizações, principalmente por parte da sociedade civil.
Nesse material básico está contido algumas noções sobre elaboração e gestão de projetos sociais
que orientará as aulas teóricas e práticas a respeito de projetos sociais. A seguir procuro traçar à
elaboração de um projeto comparando-o a uma viagem para tornar mais didático o processo de
aprendizagem.
A TRAJETÓRIA DE UM PROJETO
Um projeto social é como uma viagem. Tem uma trajetória a ser seguida e tem um destino final.
A trajetória é chamada de estrutura lógica e o destino final corresponde aos objetivos e à finalidade do
projeto. Mas vamos começar do inicio, verificando em primeiro lugar os passos iniciais da nossa
viagem, ou melhor, do nosso projeto.
Todo projeto social visa trabalhar um determinado problema, ou seja, melhorar uma
determinada situação social. É por isso que partimos sempre de uma análise da situação atual, para
verificarmos o que deve ser melhorado. Este é o primeiro passo de nossa viagem, ou melhor, o
primeiro componente da estrutura lógica de nosso projeto.
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Muitas vezes é impossível fazer tudo o que achamos que deve ser feito, de forma que nos
contentamos em fixar objetivos realistas para o nosso projeto. É preciso também escolher a forma de
trabalhar, de intervir nessa situação, ou seja, escolher o melhor processo de intervenção. Tudo isto
para atingirmos a finalidade de nosso trabalho, que deve ser a transformação social, ou seja, um efeito
positivo nas condições sociais de nossa comunidade.
Estabelecidos todos esses elementos, podemos então elaborar o planejamento de nosso projeto,
o qual vai ficar registrado em um documento de projeto, contendo todas as informações necessárias ao
seu desenvolvimento. Além dos elementos anteriores, tal documento indicará também os prazos a
serem obedecidos, a área a ser trabalhada, o público a que se destina o projeto. As dificuldades que
poderão ser encontradas, etc. A indicação dos recursos necessários - financeiros, humanos e materiais
- é de fundamental importância para garantir a execução do projeto, na forma como tenha sido
planejada.
Tal execução implicará numa série de providências e atividades, as quais, se bem desenvolvidas,
vão criar todos os produtos necessários para que se chegue aos resultados esperados. Para evitar
surpresas desagradáveis, será feito um acompanhamento cuidadoso de todas as atividades e dos
produtos gerados ao longo da implantação do projeto. Através deste monitoramento se verifica se tudo
está saindo como planejado ou então se fazem prontamente as correções necessárias ainda durante a
execução do projeto.
Os resultados alcançados devem corresponder aos objetivos que foram fixados inicialmente. E
os efeitos - diretos e indiretos, de médio e longo prazo - sobre a comunidade contemplada devem
corresponder à finalidade que tenha sido estabelecida para o projeto. Se isto acontecer, o projeto terá
sido bem sucedido.
Para termos certeza de que o projeto atingiu seus objetivos e cumpriu sua finalidade, teremos de
verificar as condições reinantes na comunidade após a implantação do projeto e compará-las com as
condições anteriores.
Tal processo é chamado de avaliação. Ao verificarmos se o projeto atingiu seus objetivos.
estaremos fazendo uma avaliação de resultados. Ao verificarmos se sua finalidade foi cumprida,
estaremos procedendo a uma avaliação de impacto. A avaliação é sempre feita lançando-se mão de
indicadores, que, como o próprio nome sugere, indica as condições sociais reinantes na comunidade.
Dessa forma, os indicadores da situação vigente após a implantação do projeto são comparados com
os indicadores da situação vigente antes da sua implantação.
A avaliação serve portanto para comprovar se atingimos o destino de nossa viagem, ou melhor,
se atingimos os objetivos e a finalidade de nosso projeto. Justificando, assim os recursos que foram
gastos. Mas serve também como lição para o planejamento de outras viagens, ou melhor, de outros
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projetos que desejemos implantar no futuro, aí então já com um roteiro aperfeiçoado através da nossa
experiência.
• Nome completo da instituição, CNPJ, endereço, cidade, estado, CEP, telefone, fax; email;
• Nome e cargo do representante legal que constem do Estatuto e Ata sua fundação;
• Coordenador do Projeto
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• ANTECEDENTES/HISTÓRICO:
• Formulação Estratégica
• META: Uma Meta é um Gol. Um ponto a ser atingido no futuro.Uma Meta é constituída de
três partes:
- Um Objetivo gerencial;
- Um Valor;
- Um prazo.
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• ESTRATÉGIAS DE AÇÃO/PRODUTOS: descrição do caminho escolhido, a forma em que
ele vai se desenvolver, as estratégias pensadas para cada um dos objetivos, quem são os
envolvidos e a responsabilidade de cada um;
• QUEM AVALIA?
• São fatores ou variáveis que expressam determinadas condições sociais, geralmente de forma
quantitativa; são usados na fixação dos objetivos e na avaliação de um projeto;
• Os indicadores selecionados devem apresentar cinco requisitos básicos:
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MENSURABILIDADE - o indicador pode ser definido em termos quantitativos ou
qualitativos.
CONFIABILIDADE - o indicador permite a avaliação através do tempo e entre diferentes
observadores.
VALIDADE - o indicador realiza uma medida verdadeira do que se quer medir.
Os indicadores ajudam a medir as mudanças ocorridas numa determinada situação
• INSUMOS/ RECURSOS FINANCEIROS: é a parte onde deve conter todos os recursos que
deverão ser utilizados/adquiridos para a execução do projeto. São eles materias, humanos,
investimento para custeio, para despesas com capital.
[Obs: Devemos estar sempre cientes de que projetos sociais, não são concebidos para gerar lucro, mas
para gerar resultados positivos, transformar situações e problemas encontrados. Mesmo assim, eles
podem trazer melhoras para as comunidades e organizações, como por exemplo: espaço físico novo,
reformas, capacitação de recursos humanos entre outros].
Devemos estar atentos que o projeto não é de quem o elabora, nem da instituição que o
coordena, nem do financiador. E sim da comunidade atendida através do projeto; lembrando sempre
que não devemos perder tempo e nem recursos na elaboração de soluções, geradas somente na
concepção ou visão da instituição/profissional, sem estar afinadas com as reais reivindicações da
comunidade. O projeto social deve ser produto do diálogo entre todos os envolvidos.
Aulas Práticas:
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Exercício 1: Após a exposição teórica sobre projetos sociais, divida a turma em equipes e com
base nos editais em anexo peça para as equipes elaborarem projetos sociais.
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