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Leitura de I Cor.

13

Este hino deve ser


a Magna Carta
de todo o serviço eclesial;
nele se encontram resumidas
todas as reflexões
que fiz sobre o amor,
ao longo desta Encíclica.
(34)
1
Deus é Amor!
Deus caritas est

(I Jo.4,16)
294ª Encíclica

2
Estrutura

Introdução (1)

I Parte: (2-18)
Unidade do amor na Criação e
na História da Salvação

II Parte: (19-38)
Caridade:
A prática do amor realizada
pela Igreja enquanto
«comunidade de amor»

Conclusão (40-42) 3
I. ALGUNS PRINCÍPIOS:
1º Princípio: Actualidade do texto
1. Bem recebida e recebida com algum desapontamento;

3. Aparentemente mais modesta que a RH de JP II;


linguagem sábia: simples e rica;
RH: 205 citações; DCE 36 citações (inclui autores profanos)

3. Repercussão talvez mais remota;

8. Corresponde
a um programa muito actual
que se encontra
no coração da Igreja e da fé:
o amor.
Só o amor é digno de fé.
4
1º Princípio: Actualidade do texto

5. Vai ao encontro da sensibilidade cultural do nosso tempo,


avessa a grandes “narrativas”…

6. Situa a problemática da fé e da pastoral no Amor;

7. Um texto muito próximo das necessidades de hoje:

a) Mundo europeu cansado e deprimido; num tempo em que


falta energia espiritual. A encíclica tenta dar energia
espiritual ao mundo; um bálsamo para o espírito…

b) Deus conotado com a violência… (1)

c) Espírito ecuménico… tema não é fracturante!


5
2º Princípio: Metodologia do texto
“Nós cremos no amor de Deus” (1)

2. Não pretende expor uma doutrina englobante;

4. A fé é, antes de tudo, um sentimento, pelo qual Deus nos encontra


e nós nos encontramos com Ele;

6. A relação do Homem com Deus é da ordem do “sentimento” e do


“afecto”. Neste ponto a Encíclica «dialoga» bem com a
sensibilidades deste tempo, da pós-metafísica; cultura nihilista…

8. O ponto de chegada da revelação cristã é esta: Deus é Amor


(I Jo.4,16).

5. Uma afirmação importante “num mundo em que ao nome de Deus


se associa por vezes a vingança ou mesmo o dever do ódio e da
violência” (1).

6
3º Princípio : O amor liga o natural e o sobrenatural

1. Não tem medo da palavra “Amor” (3-5)

- Eros = “amor que não nasce da inteligência e da


vontade, mas que se impõe ao seu humano” (3) =
termo usado 2 x na parte grega do AT e nunca
usado no NT

- Filia = “amor de amizade”; termo usado por São


João;

- Ágape = termo preferido dos escritos do NT e


quase ignorado pelos gregos;
7
2. Há uma continuidade entre o
«eros» e as outras dimensões do
amor…

3. O cristianismo não deu de beber


ao «eros», como disse Nietzche
(3)…

4. A divinização do «eros» não


dignificou a pessoa humana…(4)

5. Há uma energia de comunhão


(eros) que precisa de ser
canalizada para o encontro com
o outro, com Deus…
8
6. Entre o amor e o divino existe alguma relação. O amor promete
infinito, eternidade… (5)

7. O eros promete comunhão… «êxtase»… (sair de si) tende para aí,


mas precisa de ascese… (5; 6), para chegar ao «dom de si». Não
se trata de rejeitar ou envenenar o eros, mas de o curar…

Conclusão:

1. Este desafio é superado quando se consegue a unificação


do corpo e da alma… a justa unidade entre:

- Amor «eros» (mundano, ascendente, concupiscente)


- Amor «ágape» (configurado pela fé, descendente, benevolente);

2. O amor é uma única realidade com diferentes dimensões…

9
II. IMPLICAÇÕES DO AMOR,
PARA A IMAGEM DE DEUS (9-10)
• O Deus que cria e ama são o mesmo Deus… Deus cria por amor…

• O mundo existe por impulso do amor de Deus.

• O não existe como despojo de uma qualquer luta entre deuses;

• O «motor imóvel» (cf. Aristóteles), a divindade que move o mundo


«ama pessoalmente» (9);

• Deus ama-nos com o desejo de nos curar (9)

• Deus ama-nos com um amor que é «eros» e «ágape» (cf. Oseias,


Ezequiel)

• Deus é o «Logos» (princípio criador de todas as coisas) e é um


amante com toda a paixão de um verdadeiro amor (10)

10
III. IMPLICAÇÕES DO AMOR,
PARA A IMAGEM DO HOMEM (11)
1. Afinidades e diferenças entre o
relato da criação do Homem na
Bíblia e os outros mitos, como
o de Platão (andrógino)

c) O Homem é carente…

e) Mas não por castigo, mas por


uma constituição do seu ser,
querida por Deus…

g) O eros impele o ser humano


ao matrimónio: amor exclusivo
e definitivo (monogamia) 11
IV. JESUS CRISTO,
O AMOR ENCARNADO DE DEUS (12-15)
1. O NT não tem novas ideias sobre o amor…

2. Novidade é o próprio Cristo que dá um incrível realismo aos


conceitos (12). Ele é a figura do amor e a sua acção.

3. A procura do amor pelo ser humano é um vestígio do amor de Deus


que nos procura… (12)

4. Na cruz, Deus vira-se contra si mesmo… o amor na sua forma


radical…(12)

5. Esta oferta de Cristo perpetua-se na Eucaristia (13). O Logos faz-se


amor!

6. Ágape é outro nome da Eucaristia (14)

7. Conceito de “próximo” não tem limites; é universalizado (cf.


Parábolas)
12
V. AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO
1. Duas perguntas:

1ª : É possível amar a Deus sem O ver?

• Fechar os olhos ao próximo torna-nos cegos diante de


Deus! (16)

• Deus não é de todo invisível. Fez-se ver em Jesus


(17), na História da Igreja, na Liturgia…

• A fé antes de ser comunicação de uma doutrina, é


iniciação a um «sentimento» que vê… Ninguém é
crente sem se tornar vidente… A experiência da fé é
uma experiência de visão estendida no tempo…
13
2ª . O amor pode ser mandado?

c) Sim, porque antes nos foi dado!


Deus antecipa-se; é credor do
nosso afecto;

e) Só o amor pode ser mandado…

g) O amor não é apenas sentimento…


é também vontade: «querer e não
querer a mesma coisa» (Salústio)

14
2. Amor a Deus e ao próximo (18)

• Amo em Deus, com Deus, a pessoa que não me agrada ou que


nem conheço:

• Comunhão de vontade faz-se amar aqueles que Deus ama. O seu


amigo é meu amigo:

• Olhar de Cristo… dou ao outro mais do que o estritamente


necessário: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa;

• Amor a Deus e ao próximo inseparáveis:

• É sempre graças ao amor de Deus, que amo a Deus e amo o


próximo;

• Um amor cujo «mandamento» não vem «de fora», mas brota do


«interior»;

• O amor cresce através do amor… 15


II Parte: Caridade:
A prática do amor realizada
pela Igreja enquanto
«comunidade de amor»

- Atender ao título!

O amor – caridade
será sempre necessário,
mesmo na sociedade mais justa
16
I. A IGREJA DA CARIDADE. A CARIDADE DA IGREJA
- A caridade da Igreja: manifestação do amor trinitário (19)

- A Igreja procura o bem integral da pessoa (19)


- Dever da Igreja local e universal (20);
- Caridade vista a partir da «comunhão dos santos» (Act.2,42;
Act.4,32.37)… É porque se tem uma só alma e um só coração, se tem
tudo em comum… (20);

- O amor tem necessidade também de organização enquanto


pressuposto para um serviço comunitário ordenado.

- A história da Igreja, desde o princípio, mostra que o serviço da caridade


está implantado na estrutura fundamental da Igreja:

a) Serviço diaconal: espiritual e social (21); b) diaconias (23); c) Roma:


A Igreja que preside à Caridade… (22)

- A Igreja não pode descurar o serviço da Caridade, tal como não pode
negligenciar os Sacramentos nem a Palavra. 17
2 CONCLUSÕES PRÉVIAS (25)

◙ A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice


dever:

- Anúncio da Palavra de Deus (kerygma-martyria);


- Celebração dos Sacramentos (leiturgia);
- Serviço da Caridade (diakonia).

◙ A Igreja é a família de Deus no mundo. Nesta família,


não deve haver ninguém que sofra por falta do
necessário.
18
2. JUSTIÇA E CARIDADE (26 ss)

2.1. Duas ordens irredutíveis:

a) Ordem eclesial: a caridade


b) Ordem social: a justiça

A ordem social justa


não pode ser procurada
apenas para evitar
que alguém fique com a parte mais pequena…
mas tem de se fundar na proximidade
entre os seres humanos…

Uma boa proposta para uma ética social personalista


19
2.2. Crítica ao marxismo e à Igreja (26)

Os pobres — diz-se — não teriam necessidade de obras


de caridade, mas de justiça.

Algo de verdade existe — devemos reconhecê-lo — nesta


argumentação, mas há também, e não pouco, de errado.

-Revolução Industrial.

Representantes da Igreja só lentamente se foram dando


conta de que se colocava em moldes novos o problema da
justa estrutura da sociedade. Não faltaram pioneiros.

20
2.3. Marcos da Doutrina Social da
Igreja

• 1891, Encíclica Rerum Novarum de Leão


XIII
• 1931: Encíclica de Pio XI Quadragesimo
anno
• 1961: Encíclica de João XXIII Mater et
Magistra,
• 1967: Encíclica de Paulo VI Populorum
progressio
• 1971: Carta Apostólica de Pulo VI
Octogesima adveniens (1971),
• João Paulo II – uma trilogia:

- Laborem exercens (1981),


- Sollicitudo rei socialis (1987)
- Centesimus annus (1991).

• 2004: Compêndio da doutrina social da


Igreja, redigido pelo Pontifício Conselho 21
«Justiça e Paz».
2.4. Duas Situações de facto (28)

a) A justa ordem da sociedade e do Estado


é dever central da política.

- Princípio de separação Estado – Igreja

- Justiça: objectivo e medida intrínseca de toda a política

- A fé: força purificadora para a própria razão prática…


despertadora de forças morais…

- A Igreja: não pode nem deve tomar nas suas próprias


mãos a batalha política para realizar a sociedade mais
justa possível. 22
b) O amor — caritas — será sempre necessário,
mesmo na sociedade mais justa.

- Sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda.


Haverá sempre solidão. Existirão sempre também situações de
necessidade material, para as quais é indispensável uma ajuda na linha
de um amor concreto ao próximo

- Estado não pode assegurar o essencial de que o homem sofredor tem


necessidade: a amorosa dedicação pessoal.

- princípio de subsidiariedade

-Amor não oferece aos homens apenas uma ajuda material, mas
também refrigério e cuidado para a alma;

- O dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é


próprio dos fiéis leigos. (29)

23
3. ESTRUTURAS DE SERVIÇO CARITATIVO

- É um dos sinais dos tempos o crescente e


inevitável sentido de solidariedade entre
todos os povos;

- Numerosas formas de colaboração entre


as estruturas estatais e as eclesiais, que se
revelaram frutuosas;

- Aparição e difusão de diversas formas de


voluntariado, que se ocupam duma
pluralidade de serviços;

- Na Igreja Católica e noutras Igrejas


apareceram novas formas de actividade
caritativa e ressurgiram antigas com zelo
renovado.
24
3.1. O perfil específico da actividade caritativa da Igreja
(31)
• Actividade caritativa da Igreja deve manter todo o seu esplendor
e não se dissolver na organização assistencial comum

• Elementos constitutivos que formam a essência da caridade


cristã e eclesial:

• A caridade cristã é, em primeiro lugar, simplesmente a resposta


àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade
imediata: obras de misericórdia (CF. Bom Samaritano)
- A competência profissional e a formação do coração;
- As pessoas têm necessidade de humanidade, precisam da
atenção do coração (cf. Mensagem Quaresma 2006)

B) A actividade caritativa cristã deve ser independente de partidos e


ideologias (riscos e erros do marxismo: sacrificar no presente em
nome de um paraíso futuro…(31); movidos apenas pelo amor 25
que nos impele (II Cor.5,14; cf. DCE, 33)
C) Além disso, a caridade não deve ser um meio
em função daquilo que hoje é indicado como
proselitismo.

- O cristão sabe quando é tempo de falar de


Deus e quando é justo não o fazer,
deixando falar somente o amor;
- O critério inspirador da sua acção: «O
amor de Cristo nos constrange» (2 Cor 5,
14).

• Importância da Oração (36) contra o


activismo:
O exemplo de Madre Teresa (37) «Quem não
dá Deus, dá demasiado pouco»;

«a primeira pobreza dos povos é não


conhecer Cristo» (cf. Mensagem para a
Quaresma 2006);

E) A fé, a esperança e a caridade caminham


juntas;

26
O programa do cristão
— o programa do bom
Samaritano,
o programa de Jesus
— é «um coração que vê».
Este coração vê onde há
necessidade de amor,
e actua em consequência.

(31)
27
CONCLUSÃO

40. Santos Patronos da Caridade


• Martinho de Tours († 397)
• Santo Antão Abade († 356)
• Francisco de Assis
• Inácio de Loyola,
• João de Deus,
• Camilo de Léllis,
• Vicente de Paulo,
• Luísa de Marillac,
• José B. Cottolengo,
• João Bosco,
• Luís Orione,
• Teresa de Calcutá
41-42. A Virgem Maria

28
7 Pontos mais importantes
1. Coincidência entre o eros e o ágape…bom caminho para a
espiritualidade conjugal; o cristianismo ligou o amor erótico com a pura
benevolência…

3. Reconciliação da sexualidade com a salvação.


4. Deus e o amor são próximos. O amor não é «Deus» enquanto não for
ágape…Deus não desdenha apresentar-se como Aquele que está para lá
do amor e do prazer. Deus da caridade e da proximidade;

6. O coração humano procura proximidade; é um vestígio do ser criado à


imagem e semelhança de Deus!

8. A Caridade é algo de constitutivo na estrutura fundamental da Igreja

10. A Ordem da «caridade» é também um princípio de fundamento da ordem


social; somos irmãos e esse vínculo deve ser fundamento da ordem
social…
11. Nós, cristãos, praticamos a caridade mas temos uma sabedoria
diferente. Iniciar na fé é também iniciar na arte de amar

29
Oração Final:

Santa Maria, Mãe de Deus:

Vós destes ao mundo a luz verdadeira,


Jesus, vosso Filho – o Filho de Deus.

Entregastes-Vos completamente
ao chamamento de Deus
e assim Vos tornastes
fonte da bondade que brota d'Ele.

Mostrai-nos Jesus.
Guiai-nos para Ele.
Ensinai-nos a conhecê-Lo e a amá-Lo,

para podermos também nós


tornar-nos capazes de verdadeiro amor
e de ser fontes de água viva
no meio de um mundo sequioso.

(42)
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