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..Bienais de
..São Paulo
Profa. Ms.
Priscilla Ramos da Silva
Da Semana à Bienal
• Da arte “elitista” à arte “popular”: “Se o bairro de
Higienópolis fez a Semana de Arte Moderna de 1922,
nos anos 1930 Brás e Cambuci fizeram o Grupo Santa
Helena”.(Mário Pedrosa).
• Na época as Semana, Volpi já era pintor e podia ter
participado do evento, mas era “Cambuci”, “faltava-lhe o
status social para a prévia convivência com seus
promotores” (Pedrosa). Volpi e seus companheiros
“marginais”, artistas da periferia da metrópole
modernista, só poderiam firmar-se definitivamente muito
tempo depois.
• Nesse sentido, a Bienal será o seu palco privilegiado, o
lugar responsável pela aceitação desses artistas antes
invisíveis.
Eventos e grupos precursores do
MAM e da Bienal
• Grupo Santa Helena
• SPAM
• CAM
• Salões de Maio (1937-39)
• 1º Salão da Feira Nacional de Indústrias
(RJ, 1941)
• Clube dos Artistas e Amigos da
Arte(1945)
Bienal
• Surge de um projeto pedagógico, ao mesmo tempo
nacional e internacionalista.
• As primeiras Bienais se inserem no que Mário Pedrosa
chama de “Era dos Museus”: fundação do MASP (1947),
MAM-SP (1948), MAM-RJ (1949).
• Importância do industrial e mecenas Francisco
Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, para a criação da Bienal.
Disputa de Ciccillo com Francisco de Assis
Chateaubriand, que funda o MASP.
• Contatos: proximidade de Ciccilo com nomes
importantes da política: prefeito de SP, governador de
SP e Jânio Quadros, entre outros.
• Amizade com o prefeito de SP, Armando Arruda Pereira,
lhe garante o empréstimo da área do Trianon (onde hoje
se encontra o MASP), na Avenida Paulista.
Criação do MAM
• “A história da implantação do Museu de Arte
Moderna de São Paulo tem início em 10 de abril
de 1946, quando Sérgio Milliet defendeu, na
imprensa, a necessidade de um museu de arte
moderna em São Paulo. Pouco tempo depois,
Luis Martins publicou uma carta dirigida ao
prefeito da cidade reclamando um museu. A
polêmica em torno do assunto se espalhou
rapidamente (...). Somente quando o debate
saiu da esfera privada se tornou público, as
articulações para o museu começaram a se
efetivar” (Regina Teixeira de Barros).
Política da Boa Vizinhança
• Durante a Guerra Fria, os EUA desenvolvem um projeto
“panamericanista” que tinha na cultura (em especial, nas
artes), um de seus braços.
• O “magnata” Nelson Rockefeller (proprietário da
Standard Oil, maior empresa petrolífera do mundo), é
nomeado para dirigir o Inter-American Affairs Office,
uma agência diretamente ligada ao departamento de
Estado norte-americano , cuja função era divulgar a
“cultura” e os “laços de amizade” dos americanos do
norte com os do sul.
• Os desdobramentos desse programa são fundamentais
para o surgimento do MAM e das Bienais e para o
desenvolvimento de aspectos da arte e da cultura
brasileiras daí em diante.
MAM
• Sérgio Milliet consegue trazer o próprio
Rockefeller a São Paulo, em novembro de 1946,
e, por intermédio dele, receber a doação de
treze obras de artistas como Léger, Chagall,
Masson, Ernst Groz e Calder, para aquilo que
seria o Museu De Arte Moderna de São Paulo.
• Foi Ciccillo o escolhido pelo Moma-NY para se
responsabilizar pelo museu a ser fundado em
São Paulo.
Bienal – outros antecedentes
• Introdução da arte abstrata no país, com as exposições
de Max Bill (SP) e Alexander Calder (RJ) em 1948:
marcam a crise da hegemonia francesa e o início da
americana, subentendidas no debate que se travará
entre abstracionismo e realismo.
• 1949: primeira exposição do MAM: “Do Figurativismo ao
Abstracionismo”.
• A colossal exposição inaugural do Museu de Arte
Moderna de São Paulo apresentava mais de 150 obras
de diversos artistas abstratos, dentre os quais
destacam-se os nomes de Robert e Sonia Delaunay,
Arp, Atlan, Léger, Bazaine, Poliakoff, Soulages e
Vasarely. Apenas três artistas brasileiros ou radicados
no país tomaram parte desse evento: Waldemar
Cordeiro, Cícero Dias e Samson Flexor, todos
partidários da abstração geométrica;
Alexander Calder
Unidade Tripartida de Max Bill
Robert Delaunay