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Engenharia Didática

ARTIGUE, M.. Ingénierie didactique. Recherches en Didactique des


Mathématiques, vol. 9, n°3, pp. 281-307. La Pensée Sauvage, 1990.

MACHADO, S. A. (org.), Educação Matemática: uma introdução. São


Paulo: EDUC, 1999

BITTAR, M. A noção de vetor no ensino secundário francês: um exemplo


de metodologia de pesquisa em didática da matemática. Anais da 22ª
reunião da Anped, 1999.
Engenharia Didática

• Conceito que nasce em meados da década de 1980.


• As relações entre a pesquisa e a ação sobre o sistema didático
• O papel das realizações didáticas em classe relativamente às
metodologias da pesquisa em didática
• Método de pesquisa
• Esquema experimental baseado em realizações didáticas em
classe

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Engenharia Didática

• Concepção, realização, observação e análise de seqüências de ensino


• Podemos identificar dois níveis de engenharia
– micro engenharia: pontuais, consideram de forma mais completa a
complexidade da sala
– macro engenharia: considera resultados de micro-engenharias além de
outros fenômenos ligados ao processo de ensino e aprendizagem
• Diferencia de outros métodos pelo tipo de registro das ações e pela
validação. Em geral, outras metodologias realizam uma validação
externa (confrontação/comparação entre grupos experimentais e
grupos testemunhas).
• A engenharia didática faz estudo de caso e possui uma validação
interna que se apóia na confrontação entre a análise a priori e a
análise a posteriori.

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Engenharia Didática

Os objetivos da engenharia didática podem ser diversos, como afirma


Douady (1987):

“A engenharia didática é um instrumento privilegiado para o estudo da


complexidade da classe (“prise en compte”)”

Essa diversidade se apresenta nos diferentes tipos de objeto de


pesquisa: pode se interessar tanto à aprendizagem de um conteúdo
específico ou não, quanto à análise de métodos de trabalho em grupo, por
exemplo.

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Engenharia Didática

“Considera-se um ponto do sistema didático cujo


funcionamento parece, por razões de naturezas diversas,
pouco satisfatório. Analisa-se esse ponto de funcionamento e
as condições que tendem a encontrar um novo ponto de
equilíbrio e, depois, trabalhando com essas condições , busca-
se determinar condições de existência de um modo de
funcionamento mais satisfatório.”
(Artigue, 1990)

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As diferentes fases da engenharia didática

 Análise preliminar

 Concepção e análise a priori das situações da engenharia didática

 Experimentação

Análise a posteriori e validação

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Análise preliminar

 Análise epistemológica do conteúdo visado – para caracterizar


o conceito em sua gênese histórica, seu lugar atual na
diversidade dos problemas onde ele intervém como ferramenta
adaptada; localizar outros conceitos que interagem com ele e
contribuem para lhe dar significado;...
 Estudo do conceito na qualidade de objeto de estudo.
 Estudo do ponto de vista geralmente adotado no ensino e,
também, de sua evolução ao longo das mudanças de programa.
 Levantamento de condutas dos alunos tendo em vista o ensino
habitual (erros, procedimentos, concepções,...).
 A análise preliminar permite formular hipóteses cognitivas e
didáticas
 É a análise preliminar que vai fundamentar a construção da
engenharia didática.

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Análise a priori
Nessa fase o pesquisador deverá decidir sobre que variáveis (didáticas) vai
trabalhar

 Macro-didáticas – relativas à organização global da engenharia;


 Micro-didáticas – relativas à organização local da engenharia, ou
seja, à organização de uma sessão ou de uma fase
 Variáveis do problema
 Variáveis de situação ligadas à organização e à gestão do
meio

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Exemplo: Pesquisa sobre simetria no Ensino Fundamental
• Tipos de variáveis • Material disponível: tipo do
papel; instrumentos de
medição;...

• Posição da figura em relação ao


eixo de simetria: intersecta ou
não o eixo; paralela,
perpendicular ou oblíqua em
relação ao eixo (no caso de um
segmento).

• Complexidade da figura.

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Análise a priori - Controle do sentido

Se a teoria construtivista coloca o princípio do envolvimento do aluno na


construção do conhecimento via interações com um meio, a teoria das
situações didáticas tem a ambição de se constituir como uma teoria do
controle das relações entre sentido e situações.

O objetivo da análise a priori é determinar como as escolhas realizadas


permitem controlar os comportamentos do aluno o o sentido desses
comportamentos.

A análise a priori tem uma parte de descrição e outra de previsão


 Que problema cada aluno tem para resolver?
 O que o aluno precisa saber para compreender o problema?
 O que o aluno precisa saber para resolver o problema?
 Que tipo de controle o aluno tem sobre sua ação?

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Elementos de uma análise a priori

A seqüência didática (as atividades a serem propostas aos alunos)


 Descrição e justificativa das escolhas (geral e particular)
 Estratégias de resolução, corretas ou não, dos problemas propostos
acompanhadas das análises de cada uma delas.

Prever comportamentos dos alunos

É a análise a priori que vai dizer se uma situação pode ser


vivida como adidática.

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Condições para uma situação ser vivida como adidática

O aluno pode pensar numa resposta inicial (procedimento de base que é


relativo aos saberes e conhecimentos anteriores) porém essa não é a resposta
desejada, caso contrário não seria uma situação de aprendizagem.

Esse procedimento de base deve se mostrar rapidamente insuficiente ou


ineficaz para que o aluno seja obrigado a realizar acomodações, modificações
de seu sistema de conhecimento. Há incerteza do aluno quanto às decisões a
tomar.

O conhecimento visado é, a priori, indispensável para passar da estratégia de


base à estratégia “ótima”.

Existe um “meio” para validação: o meio permite retroações.

O jogo pode ser “repetido” ou re-investido.

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Experimentação

 Realização das seqüências e observação dos alunos e do


professor
 É esta a sessão prevista? Se não, em quê difere dela? Por
quê? Que regras norteiam as interações entre os
diferentes atores na turma? É possível identificar as
regras estáveis (costumes) e as regras variáveis? Em
função de quê?
 Estudo das representações dos professores (concepções
sobre o saber em jogo e sobre a aprendizagem)

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Análise a posteriori e validação
 Interna
 Confronto dos comportamentos iniciais com os do transcurso
da aprendizagem (provas escritas, entrevistas, etc.)
 Realizada em vários momentos da engenharia didática
 Confronto entre as análises a priori e posteriori (validação
das hipóteses de pesquisa).
 Externa
 Exterior à engenharia
 Comparação entre diferentes grupos de alunos (um grupo que
participou e outro que não participou da engenharia)

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Engenharia Didática

Engenharia Didática X Outras Metodologias


• A engenharia didática se caracteriza como um ametodolgia de
pesquisa interna - análise a priori
• Pesquisa Qualitativa – validação externa (não há análise a
priori)

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Coletando dados para a avaliação da engenharia...

• Componente pública e privada do trabalho do aluno


• Como fazer para ter acesso de forma mais “segura” ao
pensamento privado do aluno?
– Alunos trabalhando em duplas (ou em grupos maiores) sendo
registrados com um gravados.
– Filmagem das sessões.

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Dificuldades e problemas encontrados na elaboração e
realização de uma engenharia didática

• Tempo disponível

• Grupo de pesquisadores envolvidos

• Envelhecimento e reprodução – comunicação

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Engenharia didática X TSD/TD/TCC/...

• Teoria das Situações


• Estudo de Concepções
• Erros e Obstáculos
• Teoria dos Campos Conceituais
• Concepções Espontâneas

• Transposição Didática – Transposição Informática

• Questões de avaliação

• Papel do professor

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Exercício: Análise a priori

Escolhas realizadas (saber em jogo e tipo de trabalho a ser


desenvolvido)

Estratégias possíveis (corretas ou não), ou comportamentos


esperados

Variáveis didáticas

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Exercício: Análise a priori

Ampliação do quebra-cabeça
Construir um novo quebra-cabeça,
semelhante à esse, de modo que o segmento
que mede 4 cm meça 6 cm.

Materiais disponíveis: régua, esquadro,


papel quadriculado, papel sem pauta.

Fazer a análise a priori destacando:


Estratégias possíveis, corretas ou não, com justificativas;
Variáveis didáticas.

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Exercício: Análise a priori

Ampliação do quebra-cabeça
Construir um novo quebra-cabeça,
semelhante à esse, de modo que o segmento
que mede 4 cm meça 7 cm.

Materiais disponíveis: régua, esquadro,


papel quadriculado, papel sem pauta.

Fazer a análise a priori destacando:


Estratégias possíveis, corretas ou não, com justificativas;
Variáveis didáticas.

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