Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
AMBIENTAL
Profª Mariangélica
mariangelica@terra.com.br
Brasília-DF
Princípios de Direito
Ambiental
Princípio da Prevenção
Princípio da função
socioambiental da
propriedade
Princípio da precaução
Princípio do poluidor-
pagador
Princípio da Cooperação
Princípio da
Prevenção
Aplica-sea impactos ambientais
já conhecidos e dos quais se
possa, com segurança,
estabelecer um conjunto de
nexos de causalidade que seja
suficiente para a identificação
dos impactos futuros mais
prováveis.
Princípio da Prevenção
(cont.)
Com base no princípio da prevenção
que o licenciamento ambiental e, até
mesmo, os estudos de impacto
ambiental podem ser realizados e são
solicitados pelas autoridades
públicas. Pois, tanto o licenciamento,
quanto os estudos prévios de impacto
ambiental são realizados com base
em conhecimentos acumulados sobre
o meio ambiente
Princípio da Prevenção
(cont.)
Prevenção de danos, como conceito do
Princípio da Prevenção, não significa, em
absoluto, a eliminação de danos.
A existência de danos ambientais originados por
um empreendimento específico é avaliada em
conjunto com os benefícios que são gerados
pela atividade econômica, dando ensejo à opção
política de deferimento ou indeferimento da
licença.
Princípio da Precaução
O Princípio da Precaução é a garantia
contra os riscos potenciais que, de
acordo com o estado atual do
conhecimento, não podem ser ainda
identificados. Este Princípio afirma que a
ausência da certeza científica formal, a
existência de um risco de um dano sério
ou irreversível requer a implementação
de medidas que possam prever e
impedir, o máximo possível, este dano.
Princípio da Precaução
(cont.)
“uma maneira de colocá-lo em
prática é estimulando a exploração
de alternativas, maneiras melhores,
mais seguras e mais baratas de se
fazer as coisas e o desenvolvimento
de produtos e tecnologias ‘mais
limpos’ " (The Science and Environmental Health
Network. Princípio da Precaução - Uma Maneira Sensata
de Proteger a Saúde Pública e o Meio-Ambiente.
Disponível em http://www.fgaia.org.br/texts/t-
precau.html. Acesso em 02 Out. 2005.)
Princípio da Precaução
(cont.)
Princípio 15 da Rio 92: Com a finalidade
de proteger o meio ambiente, os Estados
deverão aplicar amplamente o critério de
precaução conforme suas capacidades.
Quando houver perigo de dano grave ou
irreversível, a falta de certeza científica
absoluta não deverá ser utilizada como razão
para que seja adiada a adoção de medidas
eficazes em função dos custos para impedir a
degradação ambiental.
Princípio do Poluidor-
Pagador
O nome “poluidor-pagador” passa a
falsa idéia de que uma vez pagos os
danos causados ao meio ambiente,
pode-se poluir.
Seria a equação: "pago, logo poluo".
Esta é a razão de alguns
doutrinadores preferirem a expressão
"usuário-poluidor" à "poluidor-
pagador".
Princípio do Poluidor-
Pagador (cont.)
Quem contamina deve, em
princípio, arcar com os custos da
contaminação.
Internalização dos custos
ambientais: contabilização dos
custos visando a sua integração
no valor dos produtos e serviços
postos à disposição dos
consumidores.
Princípio do Poluidor-
Pagador (cont.)
Aorepassar estes custos ao
produtor, este provavelmente
transferirá esse aumento para os
preços do produto final. Desta forma
é o consumidor quem arca com o
custo de estar utilizando produtos
ecologicamente incorretos. Dado um
aumento de preço no produto final,
este pode se tornar menos
competitivo.
Princípio do Poluidor-
Pagador (cont.)
A aplicação deste princípio visa incentivar
atividades não poluidoras e desestimular
aquelas que agridem o meio-ambiente.
Até porque "o proprietário de um bem
natural só participará para a sua
conservação, à medida que os custos para
evitar o dano ambiental fiquem abaixo do
custo de reparação do dano. Acima desse
limite, perde-se o interesse por uma
redução da poluição” (DERANI, Cristiane. Direito
Ambiental Econômico.2.ª ed. São Paulo: ed. Max
Limonad, 2001. p. 71.)
Princípio 16 da Rio 92
Princípio 16: As autoridades nacionais deveriam
procurar fomentar a internalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos,
tendo em conta o critério de que o causador da
contaminação deveria, por princípio, arcar com os
seus respectivos custos de reabilitação,
considerando o interesse público, e sem distorcer
o comércio e as inversões internacionais.
Princípio da função socioambiental
da propriedade
Art. 186 da CF/88: A função social é cumprida
quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus
de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam
as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.
Princípio da função socioambiental
da propriedade (cont.)
ESTATUTO DA TERRA (Lei 4.504/64):
Art. 2º, § 1°. A propriedade da terra desempenha
integralmente a sua FUNÇÃO SOCIAL quando,
simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores que nela labutam, assim como de suas
famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas
relações de trabalho entre os que a possuem e a
cultivem.
Princípio da função socioambiental
da propriedade (cont.)
CF/88- Art. 182. A política de
desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o
bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela
Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes,
é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
Princípio da função socioambiental
da propriedade (cont.)
CF/88-Art. 182, § 2º - A
propriedade urbana cumpre
sua função social quando
atende às exigências
fundamentais de ordenação
da cidade expressas no plano
diretor.
Princípio da função socioambiental
da propriedade (cont.)
CF/88- Art. 182, § 4º - É facultado ao
Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo
urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:
Princípio da função socioambiental
da propriedade (cont.)
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento
mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado
Federal, com prazo de resgate de até dez
anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.
Princípio da Cooperação
Pressupõe que a sociedade, em
cooperação com o Estado, atuará
na escolha de prioridades
ambientais, através da
participação de diferentes
grupos sociais (por meio da
informação, formulação e
execução de políticas
ambientais).
Princípio da Cooperação
(cont.)
Esses grupos devem ser formados pelos
diferentes segmentos da sociedade,
envolvendo organizações ambientais,
ONGs, sindicatos, indústria, comércio e
agricultura.;
A sociedade, valendo-se de instrumentos
judiciais e administrativos de controle
dos atos do poder Executivo, tende a
otimizar e alcançar a concretização de
normas voltadas à proteção ambiental.
Princípio 10 da Rio 92
Princípio 10: O melhor modo de tratar as questões
ambientais é com a participação de todos os cidadãos
interessados, em vários níveis. No plano nacional, toda
pessoa deverá ter acesso adequado à informação sobre
o ambiente de que dispõem as autoridades públicas,
incluída a informação sobre os materiais e as atividades
que oferecem perigo a suas comunidades, assim como a
oportunidade de participar dos processos de adoção de
decisões. Os Estados deverão facilitar e fomentar a
sensibilização e a participação do público, colocando a
informação à disposição de todos. Deverá ser
proporcionado acesso efetivo aos procedimentos
judiciais e administrativos, entre os quais o
ressarcimento de danos e recursos pertinentes.
Conceito de Meio
Ambiente
Art. 3º, I, da Lei 6.938/91:
“Para os fins previstos nesta Lei,
entende-se por meio ambiente, o
conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem
física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas.”
Meio Ambiente Natural
I- Plenário;
II- Comitê de Integração de Políticas
Ambientais;
III- Câmaras Técnicas;
IV- Grupos de Trabalho, e:
V- Grupos assessores
Decreto 99.274/91
Regulamentou as infrações contra o Meio
Ambiente
Cálculo das multas levará em consideração
como ATENUANTES:
1) menor grau de compreensão e escolaridade
do infrator;
2) reparação espontânea do dano ou limitação
da degradação ambiental;
3) comunicação prévia feita pelo infrator às
autoridades competentes em relação a perigo
iminente de degradação ambiental;
4) colaboração com os agentes encarregados da
fiscalização e controle ambientais.
Decreto 99.274/91
Cálculo das multas levará em
consideração como AGRAVANTES:
1) Reincidência específica
2) Maior extensão da degradação ambiental
3) Dolo, mesmo eventual
4) Efeitos em propriedade alheia
5) Ocorrência em zona urbana
6) Danos permanentes à saúde humana
7) Atingir Área de Proteção legal
8) Emprego de métodos cruéis na morte ou
captura de animais
Decreto 99.274/91
Estações Ecológicas (art. 25): “Áreas
representativas de ecossistemas
brasileiros, destinadas à realização
de pesquisas básicas e aplicadas de
Ecologia, à proteção do ambiente
natural e ao desenvolvimento da
educação conservacionista.”
(definição: Art. 1º da Lei 6.902/81)
90% da área destinado à
preservação integral da biota
Decreto 6.514/2008
InfraçõesAdministrativas
Sanções Administrativas
Processo Administrativo para
apuração das infrações
Outras providências
Decreto 6.514/2008
Infração Administrativa
(Art. 2º):
- Toda ação ou omissão que
viole as regras jurídicas de
uso, gozo, promoção e
recuperação do meio
ambiente.
Decreto 6.514/2008
Sanções (Art. 3º):
- Advertência - Multa simples
- Multa diária - Apreensão
- Destruição ou inutilização
- Suspensão da venda ou fabricação
- Embargo de obra ou atividade
- Demolição de obra
- Suspensão parcial ou total de atividade
- Restritiva de Direitos
Decreto 6.514/2008
Critérios de aplicação das sanções
(art. 4º):
I- gravidade dos fatos em vista dos
motivos da infração e suas
conseqüências
II- antecedentes do infrator, quanto
ao cumprimento da legislação de
interesse ambiental, e
III- situação econômica do infrator
Decreto 6.514/2008
Valor das multas (Art. 9º):
1) Mínimo de R$50,00;
2) Máximo de
R$50.000.000,00
Multa diária sempre que o
cometimento se prolongar no
tempo (Art. 10)
Decreto 6.514/2008
Sanções Restritivas de Direitos:
1) Suspensão ou Cancelamento de
Registro, licença, permissão ou
autorização;
2) Perda ou Restrição de incentivos ou
benefícios fiscais;
3) Perda ou Suspensão da participação
em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais
4) Proibição de contratar com a
Administração Pública
Áreas de Preservação
Permanente (APP)
1)Estação Ecológica:
preservação da natureza e
realização de pesquisas
científicas; (Art. 8º, I c/c Art.
9º)
Tipos de Unidades de
Proteção Integral
2) Reserva Biológica: instituída com vistas
à preservação integral da biota e demais
atributos naturais existentes em seus
limites, sem interferência humana direta
ou modificações ambientais, excetuando-
se as medidas de recuperação de seus
ecossistemas alterados e as ações de
manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade
biológica e os processos ecológicos naturais.
(Art. 8º, II c/c Art. 10)
Tipos de Unidades de
Proteção Integral
3) Parque Nacional: tem como
objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de
pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de
educação e interpretação ambiental,
de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico.
(Art. 8º, III c/c Art. 11)
Tipos de Unidades de
Proteção Integral
7)Reserva Particular do
Patrimônio Natural: é uma área
privada, gravada com perpetuidade,
com o objetivo de conservar a
diversidade biológica. (Art. 21 da Lei
9.985/2000)
Criação e Gestão das UCs
Criadas por ato do Poder Público,
precedida por estudos técnicos e
consulta pública.
Se Estação Ecológica ou Reserva da
Biosfera não é obrigatória a consulta
pública.
Só podem ser desafetadas ou
reduzidas por meio de lei específica
Unidades de Conservação
AsUcs de Uso Sustentável
podem ser transformadas
(parcial ou totalmente) em UCs
de Proteção Integral, por meio de
instrumento legal do mesmo
nível hierárquico que a criou
desde que feitos os estudos e a
consulta pública
Conceitos Importantes
Preservação: Conjunto de métodos,
procedimentos e políticas que visem
a proteção a longo prazo das
espécies, habitats e ecossistemas,
além da manutenção dos processos
ecológicos, prevenindo a
simplificação dos sistemas naturais.
(Art. 2º, V, da lei 9.985/2000)
Conceitos Importantes
(cont.)
Plano de Manejo: deve
abranger a área da UC, sua zona
de amortecimento e os
corredores ecológicos, incluindo
medidas com o fim de promover
sua integração à vida econômica
e social das comunidades
vizinhas
Conceitos Importantes
(cont.)
Zona de amortecimento:
entorno de uma UC, onde as
atividades humanas estão sujeitas
a normas e restrições específicas,
com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a UC
Conceitos Importantes
(cont.)
Corredor Ecológico: Porções de
ecossistemas naturais ou seminaturais,
ligando UCs que possibilitem o fluxo gênico
e o movimento da biota, facilitando a
dispersão das espécies e a recolonização
de áreas degradadas, bem como a
manutenção de populações que demandam
área maior do que a UC.
Conceitos Importantes
(cont.)
Biodiversidade: Variabilidade de
organismos vivos em todas as suas
formas. Compreende a diversidade
de espécies, entre as espécies e
entre os ecossistemas. (Art. 2º, III)
Bibliografia
Milaré, Edis. Direito do Ambiente, Revista dos
Tribunais. 2006. São Paulo.
Antunes, Paulo de Bessa. Direito Ambiental, Lumen
Juris. 2006. Rio de Janeiro.
Silva, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional.
Malheiros. 2004. São Paulo.
Contar, Alberto. Meio Ambiente – Dos delitos e das
penas. Forense. 2004. Rio de Janeiro.
Capez, Fernando. Direito Ambiental – Perguntas e
Respostas. Saraiva. 2007. São Paulo.
Constituição da República Federativa do Brasil