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Relações de Consumo
Decreto 2.181/97
Art. 2º - Integram o SNDC a Secretaria de Direito Econômico do
Ministério da Justiça SDE, por meio do seu Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor - DPDC, e os demais órgãos
federais, estaduais, do Distrito Federal, municipais e as
entidades civis de defesa do consumidor.
Departamento de Proteção e
Defesa do Consumidor - DPDC
Órgão integrante da estrutura da Secretaria de Direito Econômico
do Ministério da Justiça (SDE/MJ).
Responsável pela coordenação da Política do Sistema Nacional
de Defesa do Consumidor.
Competências previstas no art. 3º do decreto 2.181/97.
EX: Fiscalização em âmbito nacional, cadastro nacional de
reclamações fundamentadas, Coordenação do SINDEC, entre
outras.
Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor.
O Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor
(SINDEC) é um programa que integra em rede as ações e
informações da Defesa do Consumidor. Ele representa o trabalho
do Coordenador do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
e dos PROCONs integrados, e forma um todo harmônico para
proteção estratégica e qualificada dos consumidores de nosso
país. (fonte: Site do DPDC
http://www.mj.gov.br/DPDC/data/Pages/MJ80F6148EITEMID2
FF65845E36D43C290E3D7EB346A20D2PTBRIE.htm)
SINDEC
Uniformiza os procedimentos nos órgão integrados ao sistema
permitindo, ainda, a centralização e maior publicidade das
informações referentes às demandas relacionadas ao consumo.
Funcionamento on-line (via internet) .
PROCON/JF
Autarquia Municipal criada pela lei 10.589/03, em obediência à
Lei Orgânica Municipal, art. 185, que impõe a manutenção de
“órgão especializado para a execução da política de defesa do
consumidor”.
Tem como principal função a condução, o desenvolvimento da
Política Municipal de Defesa do Consumidor através da educação
para o consumo e defesa do consumidor na esfera extra-judicial e
judicial, mediante diversos mecanismos de ação previstos em lei.
PROCON/JF
Atribuições
No âmbito extra-judicial o PROCON/JF poderá solicitar informações
ou convocar fornecedores a fim de esclarecer reclamações
fundamentadas dos consumidores, numa tentativa de solução do
problema apresentado ou de conciliação. O termo de acordo firmado
entre as partes perante o PROCON é título executivo extrajudicial (art.
585, II, 1ª parte do CPC)
Poderá, ainda, conforme dispõe o art. 5º do decreto 2.181/97 fiscalizar,
apurar e aplicar penalidade por infrações às norma de defesa do
consumidor.
“Art. 5º Qualquer entidade ou órgão da Administração Pública,
federal, estadual e municipal, destinado à defesa dos interesses e
direitos do consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas
competências, atribuição para apurar e punir infrações a este Decreto
e à legislação das relações de consumo.”
Por fim, possui, competência para celebrar compromissos de
ajustamento de conduta (ou termo de ajustamento de conduta – TAC)
às exigências legais.
PROCON/JF
Atribuições
No âmbito judicial, possui competência para ajuizamento de Ação
Civil Pública e Ação Coletiva por danos causados aos
consumidores.
– Lei 8.078/90 ( Código de Defesa do Consumidor)
– Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único*, são
legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)
– (...)
– III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
especificamente destinados à defesa dos interesses e
direitos protegidos por este código;
* Dispõe sobre a defesa coletiva dos consumidores, podendo ser
interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
PROCON/JF
Organograma
Organograma de Funcionamento
do SINDEC no PROCON/JF
Triagem Cadastro
Encaminhamento
ao órgão competente
I - Telefone
II - Carta de informação III - Abertura Direta
De Reclamação
Preliminar
Reclamação
Audiência
Reclamação Reclamação
Fundamentada Não Fundamentada
Cadastro
Art. 57 do Dec. 2.181 Arquivada
Importante para instauração do processo é analisar a existência de
relação de consumo que se perfaz pela existência do consumidor
e do fornecedor. O CDC dispõe sobre os conceitos de
consumidor (art. 2º, 17 e 29) e fornecedor (art3º).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção (Da Responsabilidade pelo Fato do Produto
e do Serviço), equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo (Das Práticas Comerciais) e do seguinte (Da
Proteção Contratual), equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
Processo Administrativo
Caracterização da relação de consumo
RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE ÁGUA.
CONSUMIDOR. DESTINATÁRIO FINAL. RELAÇÃO DE
CONSUMO. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DOS VALORES
PAGOS INDEVIDAMENTE. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 2º E
42, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.078/90.
I - "O conceito de "destinatário final", do Código de Defesa do
consumidor, alcança a empresa ou o profissional que adquire bens
ou serviços e os utiliza em benefício próprio" (AgRg no Ag nº
807159/SP, Rel. Min. HUMBERTO GOMES DE BARROS, DJ de
25/10/2008).
(...)
(STJ - REsp 1025472 / SP RECURSO ESPECIAL 2008/0013316-6
- DJe 30/04/2008)
Processo Administrativo
Caracterização da relação de consumo
REsp 913711 (2006/0284031-0 – 16/09/2008)
O SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator):
Em torno da expressão "destinatário final" (art. 2º do CDC), surgem
controvérsias.
Para a corrente finalista (ou subjetiva), consumidor destinatário
final é, em síntese, aquele que retira um produto ou serviço do
mercado de consumo para uso próprio ou de sua família, e não para
revenda ou uso profissional. A teoria maximalista, por outro lado,
diz que destinatário final é o que retira o produto ou serviço do
mercado de consumo, não importando sua finalidade (é o
destinatário final fático, ou seja, retira o bem do mercado e o utiliza,
mas não o retira da cadeia produtiva).
Processo Administrativo
Caracterização da relação de consumo
No Superior Tribunal de Justiça, notadamente no âmbito da Segunda Seção,
prevalece a teoria finalista, mas de forma mitigada, para atender situações em que
há vulnerabilidade do caso concreto. A propósito: REsp 476.428/SC, Rel. Min.
Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJ 09.05.2005.
REsp 1.080.719/MG – O conceito de consumidor é ampliado ao agregar a
vulnerabilidade como balizador do reconhecimento de tal condição para
além do destinatário final econômico.
Na Sessão de Julgamentos da 3ª Turma de 10/2/2009, ficou estabelecida, nos
termos do voto da Ministra Nancy Andrighi, a ampliação do conceito de
consumidor até então adotado pelo STJ, agregando item fundamental para além
de ser considerado o consumidor destinatário final econômico - a
vulnerabilidade, o que permite ao empresário ser reconhecido como consumidor,
desde que se evidencie o nexo de sujeição, vínculo de dependência caracterizado
pela incapacidade, pela ignorância ou pela necessidade.
Processo Administrativo
Caracterização da relação de consumo
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Processo Administrativo
Procedimentos Preliminares
O processo administrativo para apuração de infrações às normas
consumeristas PODERÁ ser precedido de providências preliminares
que visem a elucidação do caso.
O contato telefônico com o fornecedor e a Carta de informações
preliminares (CIP) são os principais meios de obtenção de
informações antes da abertura de reclamação pelo consumidor.
Art. 33, §1º do decreto 2.181/97.
Art. 48. A inobservância de forma não acarretará a nulidade do
ato, se não houver prejuízo para a defesa.
Parágrafo único. A nulidade prejudica somente os atos
posteriores ao ato declarado nulo e dele diretamente dependentes
ou de que sejam conseqüência, cabendo à autoridade que a
declarar indicar tais atos e determinar o adequado procedimento
saneador, se for o caso.
Processo Administrativo
Nulidades
RMS 22585 / RN (Data da Publicação/Fonte DJe 02/04/2009 )
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. APLICAÇÃO DE
MULTA PELO PROCON. PROCEDIMENTO LEGAL PARA APLICAÇÃO DA
PENALIDADE. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OBSERVÂNCIA.
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS FORMAIS DO ATO ADMINISTRATIVO.
ANÁLISE DE REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA. INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA.
1. É inconteste nos autos o corte indevido de energia elétrica, tendo sido prejudicado um
consumidor, constituindo prática abusiva à luz do Código de Defesa do Consumidor.
2. O procedimento administrativo formal que gerou a aplicação da penalidade foi
absolutamente respeitado, permitindo à recorrente a realização de sua defesa, sem ofensa
alguma ao princípio constitucional do devido processo legal.
3. Não há nulidade do auto de infração por violação ao devido processo legal sem
comprovação de prejuízo no contraditório.
4. A via estreita do mandado de segurança não comporta dilação probatória consistente na
análise da redução do valor da multa.
5. Recurso ordinário parcialmente conhecido, nessa parte, não provido.
Processo Administrativo
Nulidades
RMS 21677 / RN (Data da Publicação/Fonte DJ 22/03/2007 p. 283)
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. FALTA DE PAGAMENTO
DE TARIFA. APLICAÇÃO DE MULTA PELO PROCON. PROCEDIMENTO LEGAL PARA
APLICAÇÃO DA PENALIDADE. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.
OBSERVÂNCIA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS FORMAIS DO ATO
ADMINISTRATIVO. ANÁLISE DE REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA. INADEQUAÇÃO DA
VIA ELEITA. PRECEDENTES.
1. É obrigação da recorrente o fornecimento a todos os seus consumidores de um serviço seguro,
adequado e eficiente. No caso vertente, comprovou-se que o serviço não foi oferecido adequadamente,
tendo sido exigido do consumidor vantagem manifestamente excessiva, constituindo prática abusiva à
luz do Código de Defesa do Consumidor.
2. O procedimento administrativo formal que gerou a aplicação da penalidade foi absolutamente
respeitado, permitindo à recorrente a realização de sua defesa, sem ofensa alguma ao princípio
constitucional do devido processo legal e seus desdobramentos: princípios do contraditório e da ampla
defesa.
3. O mesmo se diga em relação à alegada nulidade do auto de infração pela não-obediência aos
requisitos essenciais na sua formalização. O art. 48 do Decreto nº 2.181/97, que dispõe sobre as
normas gerais para aplicação de sanções administrativas, é claro ao consignar que a
inobservância de forma não acarretará a nulidade do ato se não houver prejuízo para a defesa.
4. Não é possível se analisar o pedido alternativo para redução do valor da multa, pois na via estreita
do mandado de segurança não se admite dilação probatória.
Processo Administrativo
Recursos Administrativos
Caberá recurso da decisão da autoridade competente, no
prazo de 10 (dez) dias a seu superior hierárquico, o
qual proferirá decisão definitiva.
O recurso somente terá efeito suspensivo no caso de
aplicação da penalidade de multa.
O infrator será notificado da decisão definitiva e, no
caso da aplicação da penalidade de multa, o seu não
recolhimento no prazo de 30 dias, permitirá sua
inscrição em dívida ativa, para posterior cobrança em
dívida ativa (art. 55 do dec. 2181/97)
CONTATO
proconaj@pjf.mg.gov.br
3690-8432