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Celeste Duque

2003-2004
Índice
1. Aspectos psicológicos
Costumes, mitos e superstições
Epidemiologia
Etiologia
2. Definição de conceitos psicológicos
Ansiedade
Depressão
Psicose
• Psicopatologia Gravidez & Puerpério

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 2


27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 3
Aspectos Psicológicos

Nem todos os aspectos são vividos


por todas as mulheres ou casais da
mesma forma, tal como a
intensidade com que são sentidos é
também ela variável.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Existe:
 alguma uniformidade de
vivências e temas expressos
nos grupos e a
 diferenças mais
quantitativas (que
qualitativas) entre as
vivências presentes na
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gravidez normal e na
Aspectos Psicológicos
[cont.]

em que patologia tanto se refere a


uma gravidez medicamente normal
de uma mulher de personalidade
neurótica,
quanto a uma gravidez
medicamente anormal numa mulher
razoavelmente bem ajustada.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Se são reconhecidos, pela grande


maioria de autores, a existência
de estados emocionais peculiares
na gravidez, já o seu
aparecimento e origem é muito
discutida.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Face às grandes adaptações


provocadas pela gravidez, é fácil
supor que todas as mudanças
emocionais se devem à existência
de conflitos normalmente
presentes neste período.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

É possível que outros factores


físicos influam decisivamente na
etiologia dos estados emocionais
da gravidez.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Benedeck & Rubinstein, 1942


procederam a investigações feitas
com animais e seres humanos e
chegaram à conclusão que
Hormonas sexuais  comportamento

Grandes alterações do nível de estrogénio


e progesterona  estado psicológico da
gravidez

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Bibring (1961) e Caplan (1964)


sugerem que as oscilações entre
as relações do Id e do Ego na
crise da gravidez são responsáveis
pelas mudanças emocionais pela
maior acessibilidade de material
do processo primário;

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Colman (1969) afirma que, nesse


período (gravidez) é impossível
discriminar as complexas inter-
relações entre os factores
hormonais e psicológicos de forma
separada.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

As perturbações afectivas que


acompanha as mulheres grávidas
relacionam-se com alterações
corporais e psicológicas próprias da
gravidez e puerpério.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

A maternidade, principalmente uma


primeira maternidade, provoca uma
crise de identidade que pode,
contudo, ser reforçadora do papel
feminino.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

A gravidez nem sempre tem um


cunho de felicidade e bem-
aventurança, e a patologia
psiquiátrica existente nesta fase
testemunha-o.

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Aspectos Psicológicos
[cont.]

Para se poder proceder à


prevenção de um gravidez de
risco, é necessário detectar, tão
precocemente, quanto possível, os
factores indicadores:

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Aspectos Psicológicos
[cont.]
História pessoal
Terreno biológico
Organização de personalidade prévia
Factores situacionais presentes nas
relações da mulher com
o seu ambiente
Família
Meio social e cultural
Têm sem dúvida um elevado peso no
despoletar das situações patológicas.
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Costumes, Mitos e
Superstições
Dias Cordeiro (1986) refere que os
estudos transculturais dos
costumes, mitos e superstições
ajudam à compreensão da
psicodinâmica da gravidez.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Povos primitivos
É praticada a frugalidade:
A mulher grávida como pouco e
são contrariados os desejos
alimentares.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Povos ocidentais
Existe a ideia generalizada de
uma boa alimentação:
Essencial para o bom
desenvolvimento do fetos e os
apetites da grávida são
satisfeitos ou mesmo
incentivados.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Curiosamente, nos povos primitivos


em que a regressão oral é
contrariada, são raras as náuseas e
vómitos.
Enquanto que nos povos em que a
oralidade é estimulada as náuseas e
vómitos são muito frequentes e a
sua ausência é objecto de
estranheza
27 de Abr de 2008 4ºpor
CLE - 3º parte dos outros. 22
Ano - 2003-2004
Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Na esfera genital sucede


precisamente o oposto:
Nos culturas primitivas existe a
ideia de que as relações sexuais
durante a gravidez são benéficas
para fortalecer o feto através do
sémen.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Nos culturas ocidentais pensa-se


que podem prejudicá-lo.
Considera-se que o que é
importante não é a genitalidade
mas a alimentação da grávida
Esta postura é, não raras vezes,
geradora de conflitos conjugais
algo perturbadores.
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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]
Em relação aos tabus estes abundam
nas culturas primitivas.
Uma das fantasias, em relação à
gravidez, é a reivindicação pelo homem
não apenas da fecundação mas
também da gestação ao longo de todo
o processo.
Existe a convicção que se o marido não
mantiver a actividade sexual com a
mulher grávida o seu papel de pai
daquela criança fica comprometido, por
não ter participado com o seu sémen
na
27 de Abr de 2008alimentação
4º CLE - 3ºda criança.
Ano - 2003-2004 25
Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Outra fantasia corresponde a que


o parto difícil é sinónimo de
adultério da mulher com um
antepassado.
O trabalho de parto prolongado
corresponderia à presença no
canal vaginal de um antepassado
que obstruiria o nascimento
Seria uma tentativa de um
antepassado impor o seu nome à
27 de Abr de 2008
criança.4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 26
Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Existe também a crença muito


divulgada em muitos povos que o
feto é a reincarnação do avô.
Estas crenças estão ligadas a
conteúdos de carácter erótico,
nomeadamente fantasias de
adultério e incesto.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Nas sociedades ocidentais existe


grande relutância em abordar estes
temas, logo é mais difícil a sua
análise.
Sendo algumas fantasias como
fecundação por via oral ou na
banheira após utilização desta por
algum familiar, manifesta referência
a fantasia de
27 de Abr de 2008
incesto e adultério. 28
4º CLE - 3º Ano - 2003-2004
Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

As explicações prendem-se com:


Nas culturas primitivas os tabus,
ou seja, o que a grávida deve
evitar, são muito mais intensos, o
que corresponderia, segundo
alguns autores, à necessidade de
criar um “Super-Eu cultural”:

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 29


Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

Esta instância supra-


psicológica permitiria controlar
o risco de adultério e incesto
reactivado pelo aumento das
fantasias na gravidez,
associado ao encorajamento da
vida sexual na grávida.

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Costumes, Mitos e
Superstições [cont.]

O menor recurso a tabus nas


culturas ocidentais dever-se-ia ao
reforço cultural da regressão
oral e desinvestimento da
genitalidade, na gravidez.

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27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 32
Epidemiologia

As modificações psicológicas e
comportamentais, tais como
Labilidade emocional,
Disforia,
Irritabilidade e
Somatizações
são habitualmente transitórias e
breves.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 33
Epidemiologia [cont.]

Devem ser distinguidos das


“perturbações
psicopatológicas” persistentes
com eventuais repercussões na
evolução da gravidez e parto.

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Epidemiologia [cont.]

A incidência de hospitalizações é
pouco elevada durante a gravidez.
Alguns autores consideram que a
gravidez tem uma influência
protectora relativamente a
distúrbios mentais graves.

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Epidemiologia [cont.]

A frequência de distúrbios
psíquicos ligados ao puerpério foi
durante muito tempo sub-
estimada.

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Epidemiologia [cont.]

As formas graves, geralmente


psicóticas, que necessitam de
internamento, são relativamente
raras
Com uma incidência de 1 ou 2 por
mil partos (segundo alguns
estudos americanos e ingleses).
Enquanto que estados
neuróticos ou ansiogénico-
depressivos, de ansiedade
moderada,
27 de Abr de 2008
são relativamente
4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 37
Epidemiologia [cont.]

De referir ainda que os estados


ansiogénico-depressivos
escapam na maior parte à
observação médica, ao serem
encarados como
componentes das
“contrariedades” da
gravidez.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 38
Epidemiologia [cont.]

Estados psicóticos 1 ou 2 por mil partos

Natureza depressiva1, formas 50%


moderadas

Natureza depressiva, formas 10%


graves

1
não sendo reconhecida a natureza depressiva pode alterar
o funcionamento da mulher em várias áreas e quando se
prolonga no tempo, pode comprometer o desenvolvimento
harmonioso das primeiras relações mãe-bebé
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 39
Epidemiologia [cont.]

Os dados disponíveis apontam


para um maior número de
hospitalizações nos primeiros
meses do pós-parto,
particularmente dos primeiros
dois meses, sendo a distribuição
mais irregular nos meses
seguintes.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 40


Epidemiologia [cont.]

H. Kaplan refere que


Das puérperes hospitalizadas:
50% - são-no na 1ª semana pós-
parto;
25% - entre a 2ª e a 4ª semana
25 % - durante os restantes 11
meses.

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27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 42
Etiologia

Segundo Henry Ey, são múltiplos


os factores etiológicos dos
distúrbios psíquicos na gravidez e
pós-parto e dividi-os em:
Factores hereditários e
constitucionais
Factores psicossociais
Factores endócrinos
27 de Abr de 2008Infecção4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 43
Etiologia [cont.]

A situação da mulher relativamente à


gravidez e ao parto tem de ser
analisada como a confluência de:
todo o seu passado (biológico,
psicológico e social),
presente (com todas as vivências
actuais pessoais, familiares e
profissionais),
situações ocorridas especificamente no
decurso da gravidez e puerpério e,
finalmente,
com as perspectivas abertas diante
27 de Abr de 2008
dela pela4º maternidade.
CLE - 3º Ano - 2003-2004 44
Etiologia [cont.]

H. Kaplan refere que


independentemente dos
investigadores se basearem em
conceitos psicanalíticos, eixo
hipotálamo-pituitário-gonadal,
neurotransmissores, genética,
stress e teorias de suporte social,
todos concordam que, por
exemplo,
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 45
Etiologia [cont.]

A psicose puerperal é duas vezes mais


comum em primíparas que em
multíparas;
O risco de desenvolverem um distúrbio
pós-parto está aumentado se a mãe teve
um distúrbio pós-parto ou se há história
familiar de distúrbio de humor.
Mulheres com história conhecida de
distúrbio bipolar e que tiveram uma
doença psiquiátrica no pós-parto são as
que
27 de possuem 4ºum
Abr de 2008 CLE - 3ºrisco mais elevado de46
Ano - 2003-2004
recorrência noutra gravidez.
Etiologia [cont.]

Estudos feitos com mulheres


primíparas e multíparas, para
correlacionar níveis hormonais e
humor, em que se controlaram os
factores sociais de stress
verificou-se que:
Um nível elevado de estrogéneos
ante e pós-parto está associado a
grande irritabilidade;
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 47
Etiologia [cont.]

Quanto maior a queda do nível de


progesterona, mais deprimidas
estavam as doentes ao 10ª dia;
Quanto mais baixo estiver o nível
de estrogéneos pós-parto mais
frequentes os distúrbios de sono;

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 48


Etiologia [cont.]

Quanto aos factores psicossociais


formulações psicanalíticas
postularam que:
O ante e pós-parto são stressantes
para a mulher;

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 49


Etiologia [cont.]

Esse stress leva a regressões que


evocam conflitos antigos,
especialmente quando há uma
história de modelos maternos
inadequados ou de rejeição;

Igualmente importante é a
separação ou o conflito com o
pai;
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Etiologia [cont.]

A depressão pode resultar de


conflitos não resolvidos
relativamente à maternidade ou
papel feminino.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 51


Etiologia [cont.]

Alguns autores referem que


mulheres que se classificaram
em autoavaliação como mais
masculinas tiveram menos
sintomas psiquiátricos durante a
gravidez,
mas mais no pós-parto.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 52


Etiologia [cont.]

Os autores concordam em que a


ambivalência em relação:
à manutenção da gravidez e
os conflitos conjugais
estão associados com um
aumento de incidência das
perturbações pós-parto;

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 53


Etiologia [cont.]

Não há acordo relativamente ao


papel da depressão e ansiedade
pré-parto nas perturbações do pós-
parto;

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 54


Etiologia [cont.]

Gotlib, em 1989, verificou que


quanto mais baixa for a idade, o
estatuto socio-económico e o
número de crianças pequenas em
casa, maior é o risco de desenvolver
depressão durante a gravidez, mas
não influencia a depressão no pós-
parto.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 55


Etiologia [cont.]

A perda de suporte afectivo é o


factor major do aumento das
perturbações pós-parto.
Suporte afectivo é a variável que a
maioria dos autores identifica com
maior frequência, e que surge como
moderadora dos efeitos de stress no
período peri-natal.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 56
Etiologia [cont.]

A percepção da existência do suporte


afectivo é mais importante que a real
existência do mesmo.

Outros factores de stress podem


relacionar-se com um nível
socioeconómico baixo e a legitimidade
da gravidez.

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Ansiedade

Ansiedade é a mais universal de


todas as emoções.
Não se pode observar
directamente pelo que tem que
ser inferida através do
comportamento.

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Ansiedade [cont.]

É percebida como um sentimento


negativo, extremamente
comunicável, não pode ser
diferenciado do medo pela pessoa
que a vivencia e ocorre em graus
variados.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 61


Ansiedade [cont.]

É uma expressão abreviada para


um padrão de reacções bastante
complexo, que se caracteriza por
sentimentos subjectivos de
apreensão e tensão associados a
um estado de activação fisiológica
que envolve o ramo simpático do
sistema autónomo (SNA)
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 62
Ansiedade [cont.]

Catell e Scheier (1958)


diferenciam dois tipos de
ansiedade:
Ansiedade traço – referindo-se a
características estáveis e
relativamente permanentes da
personalidade
Ansiedade situacional – referindo-
se a estados temporários de
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 63
ansiedade.
Ansiedade [cont.]

Dentro de certos limites,


a ansiedade preenche a
importante função de alertar e
mobilizar a pessoa para enfrentar
o agente responsável pela tensão,
seja ele uma perda de objecto,
uma tarefa de aprendizagem ou
uma gravidez.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 64


Ansiedade [cont.]

a ansiedade flutuante – por ser


muito intensa ou crónica –
ultrapassa as capacidades
adaptativas da pessoa
Resulta em problemas de
ajustamento, com consequências
graves,
Especialmente no que se refere
ao funcionamento do sistema
endócrino.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 65
Ansiedade [cont.]

A ansiedade e os receios
relacionados com o parto ou com
o novo papel de mãe, têm sido
considerados como factores
contribuintes importantes no parto
prolongado ou distócico, em que
não se verificam causas mecânicas
ou médicas.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 66
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 67
Depressão

A depressão é uma perturbação


do humor.
É a elaboração patológica da
tristeza.
Ao contrário da tristeza a
Depressão não é auto-limitada e
não melhora sem o auxílio
profissional.
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27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 69
Psicose

Diagnóstico emocional grave,


caracterizado por
Uma perturbação da
personalidade;
Perda da capacidade para
interferir na realidade;
Mas sem evidência de
relacionamento entre o transtorno
e os processos físicos do cérebro.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 70
Psicose [cont.]

Apresenta ainda os seguintes sintomas:


Delírio – o mais frequente, associado às
distorções do conteúdo do
pensamento.
O delírio são falsas crenças não
condizentes com o nível de
conhecimento do indivíduo ou com o
seu grupo de pertença cultural
A crença é mantida contra a
argumentação lógica e apesar das
27 de Abr de 2008
evidências objectivas em contrário.
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27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 72
Psicopatologia

Vómitos e náuseas:
Surgem em 70% das mulheres
grávidas (funcionais)
Após eliminar a causa orgânica a
origem psicológica (psicogénica) é
a mais frequente

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 73


Psicopatologia [cont.]

A sua persistência pode levar à


desidratação, problemas
metabólicos e digestivos, com
consequências para a gravidez e
feto;
Tratamento:
Reposição hidroelectrolítica e
intervenção psicoterapeutica.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 74
Psicopatologia [cont.]

Perturbações Depressivas:
Maioria das Depressões nas grávidas, são
de intensidade ligeira ou mediana – isto é,
Depressões neuróticas
Caracterizadas por:
Sentimentos de incapacidade;
Auto-desvalorização;
Astenia
Alterações do sono.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 75


Psicopatologia [cont.]

Síndromas Depressivos Graves


observam-se em menor grau –
cerca de 10% dos casos.
Oates é de opinião que:
Uma Depressão de
características major pode ser
determinada, exclusivamente,
pela:
Existência de privações afectivas
e materiais, durante a gravidez.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 76
Psicopatologia [cont.]

Síndromas depressivos do
1º Trimestre apresentam um
prognóstico favorável,
regredindo no 2º Trimestre

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 77


Psicopatologia [cont.]

3º Trimestre podem perdurar para


depois do parto
Em 389 mulheres deprimidas no 3º
Trim. Verificou-se uma correlação
positiva entre a
Intensidade dos sintomas
depressivos e
Um risco mais elevado de restrição
do crescimento fetal e da
prematuridade.
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 78
Psicopatologia [cont.]

Perturbações da ansiedade
A gravidez é um período de
ansiedade para a maioria das
mulheres, a ser distinguida das
“perturbações de ansiedade”
propriamente ditas.
Os estados ansiosos gravídicos
isolados, surgem com maior
frequência no 1º e 3º trimestre, em
27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 79
< 15% dos casos.
Psicopatologia [cont.]

Factores predisponentes
Mau ambiente social,
Problemas profissionais ou
familiares.
Sintomatologia
Estados de ansiedade
permanentes, associados a insónias
iniciais e a somatizações várias que
interferem nas actividades
27 de Abr de 2008 quotidianas.
4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 80
Psicopatologia [cont.]

Aumentam as taxas de
partos prematuros
Complicações do TP por falta de
colaboração materna.
HTA/pré-eclampsia
Recém nascido de baixo peso.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 81


Psicopatologia [cont.]

Alguns epidemiologistas referem


que a mulher durante o primeiro
mês após o parto encontra-se em
maior risco de hospitalização
psiquiátrica do que durante toda a
sua vida.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 82


Psicopatologia [cont.]

Para os estudos epidemiológicos o


período pós-parto foi definido
como o período decorrente entre
as duas semanas após parto e um
ano, embora para os ingleses este
se inicie logo após o parto.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 83


Psicopatologia [cont.]

Pós-Parto Blues ou Síndroma do 3º dia


Alguns dias após o parto surgem, em 30
a 80% das mulheres, manifestações
neuropsíquicas, geralmente leves, mas,
algumas vezes, intensas.
São episódios benignos, na maioria
das vezes, breves – podem durar
apenas 1 dia. Incluiem:
Diversos graus de astenia, queixas
somáticas, perturbações do sono,
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crises 4ºde choro, e ruminações
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Psicopatologia [cont.]

Sensibilidade exacerbada – torna-


se susceptível e irritável.
Regra geral o Blues não necessita
tratamento específico.

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Psicopatologia [cont.]

Depressão pós-parto
A sua probabilidade de ocorrência
apresenta
Um pico nos primeiros meses
Um (segundo) pico entre o 9º e o
15º mês

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Psicopatologia [cont.]

A sua incidência situa-se entre os


5% e os 10%
Correspondendo a uma depressão
já existente;
Ao prolongamento de um Blues.

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Psicopatologia [cont.]

A puerpera apresenta:
frequentes crises de choro,
sensação de abatimento,
Incapacidade e impotência
Irritabilidade a pequenos eventos
(e.g., choro do bebé)

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 88


Psicopatologia [cont.]

Sente que está mudada,


tem dificuldade em compreender
as suas reacções e
Sente-se incapaz de cuidar do
filho.
O desinteresse sexual é evidente
e tem pesadelos.

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Psicopatologia [cont.]

Podem ainda surgir fobias de


impulsão – i.e., infligir maus
tratos ao bebé
Para reduzir a angústia evita
(todo) o contacto com ele.

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Psicopatologia [cont.]

Maioria dos casos evolui


espontaneamente para a
recuperação em semanas ou
meses;
Tratamento:
É essencial a dimensão
psicoterapêutica apoiada na
relação mãe-bebé, terapia
familiar.
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Psicopatologia [cont.]

Psicose Pós-Parto (Puerperal)


Quadro grave, por risco de suicídio
e /ou infanticídio, raro;
Início brutal, geralmente, entre os
8 e os 15 primeiros dias após o
parto.

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Psicopatologia [cont.]

Sintomatologia: polimorfa e lábil


caracterizada por passar
da agitação ao estupor,
da agressividade às condutas
lúdicas,
Humor instável, depressivo e
irritável.

27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 93


Psicopatologia [cont.]

Delírios – usualmente centrados no


nascimento e relação com a criança
(e.g., negação da gravidez e do
nascimento);
Atitudes de agressividade com o
recém-nascido – manifestas ou
mascaradas por indiferença.
Apresenta, no entanto, evolução
favorável,
27 de Abr de 2008 após
4º CLE -hospitalização
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Psicopatologia [cont.]

Vivência Paterna:
Raramente o homem admite,
abertamente, que está a
atravessar um período de
profunda experiência emocional,
durante a gravidez da mulher.
A resposta de um homem prestes
a ser pai não é, nunca, neutra.
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Psicopatologia [cont.]

Vários investigadores encontraram


uma incidência, estatisticamente
significativa (mais elevada) de
sintomas físicos entre os homens
com esposas/companheiras
grávidas do que no grupo de
controlo;
Aumento do peso, vómitos,
desconforto
27 de Abr de 2008
gástrico,
4º CLE - 3º Ano - 2003-2004
aumento 97
abdominal, são as perturbações
Psicopatologia [cont.]

Estes sintomas alternam com


períodos de estabilidade
emocional e sensação de bem-
estar, desaparecendo com o
nascimento da criança.

Síndroma de Couvade
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27 de Abr de 2008 4º CLE - 3º Ano - 2003-2004 99
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Kaplan, H. (1989). Comprehensive
Textbook of Psychiatry. Baltimore:
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Ey, H. (1985). Manual de Psiquiatria.
Paris: Masson.
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