Vous êtes sur la page 1sur 69

Universidade do

Algarve
ESSaF

Celeste Duque
2005-2006
Índice

1. Gravidez
2. Constatação clínica
3. Caracterização dos aspectos
psicológicos dos três trimestres
da gravidez
Primeiro trimestre
Segundo trimestre
Terceiro trimestre

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 2


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 3
Gravidez
• A gravidez é simultaneamente uma
transformação biológica, social e
pessoal que coloca a pessoa em
contacto com os arquétipos
universais, i.e.,
Com os sentimentos, comportamentos
e significados que residem na parte
mais escondida de todos os seres
humanos.
Latentes desde o nascimento e que
repentinamente são evocados por uma
poderosa mudança física que se
27 de repercute
Abr profundamente
de 2008 Psicologia ao nível 4
V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006
Gravidez [cont.]

• Período que medeia a concepção e o


nascimento, em que um novo ser se
desenvolve, é designado Gravidez.
• Esta pode ser, simultaneamente,
gratificante e confusa, mas deve
sempre ser encarada como criativa, de
facto, aquando do que no seu termo
existe literalmente um novo ser, uma
nova vida, tanto no interior dos pais
(em termos de imagem mental –
representação), como exteriormente: o
bebé
27 de Abr acabado
de 2008 Psicologia de
V - 3ºnascer.
ano, 1º sem. 2005-2006 5
Gravidez [cont.]

As queixas de ansiedade e depressão


de uma mulher grávida, a sua
frustração com os pais e as
dificuldades com o marido fazem
parte de uma situação especial e
altamente complexa.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 6


Gravidez [cont.]

A grávida tem que harmonizar novas


questões complexas na sua vida e
permanecer aberta à nova identidade
que está a crescer dentro de si
não apenas a identidade do bebé;
mas a sua própria identidade como
mãe;
a identidade do seu companheiro como
pai;
a dos seus pais e sogros como avós.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 7
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 8
Paternidade

Em estudos mais recentes, constata-


se que também os homens sofrem uma
transformação psicológica
semelhante à que se observa nas
mulheres.
Um homem está “grávido” à medida
que o papel de pai cresce dentro de
si,
tal qual o ser que cresce no
interior do útero da sua
companheira e/ou esposa.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 9
Paternidade [cont.]

É frequente observar-se que o homem


acompanha a grávida às consultas de
rotina e/ou ginástica de preparação
para o parto
envolve-se, também ele, no projecto
de gravidez.
Muitos outros tomam a cargo
a decoração do quarto do bebé,
a compra dos primeiros brinquedos
ou mesmo de uma ou outra peça de
vestuário.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 10
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 11
Constatação clínica

Muitas das gravidezes, no passado,


eram descritas como rotina médica e
sem complicação, mesmo quando as
mulheres ficavam profundamente
deprimidas depois do nascimento dos
filhos.
Como é isso possível?
Será que elas mantiveram um
equilíbrio estável durante a
27 de
gravidez até ao parto?
Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 12
Constatação clínica
[cont.]

Os registos médicos não faziam


qualquer alusão ao stress de
experienciado por um casal, nem
referenciava a ansiedade do mesmo,
tal como não referia as alegrias de
casais apaixonados profundamente
encantados com o facto de estarem a
criar uma nova vida.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 13


Constatação clínica
[cont.]

Quer para os casais ansiosos quer para os


felizes, a gravidez cria um mundo
interior em expansão cheio de:
esperança,
expectativa,
medo e
ressentimento
que reflecte a realidade física do
alargamento do abdómen e o respectivo
crescimento do feto.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 14


Constatação clínica
[cont.]

Entrar nos novos papéis sociais da


condição de ser mãe ou pai suscita
ansiedade e desafio.
Apesar disso, os quadros médicos
apenas davam conta do perfil físico
da mãe.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 15


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 16
Sessões de Grupo

Libby Colman e Arthur Colman (1971)


estudaram a gravidez como um estádio
no ciclo de vida.
Reuniram semanalmente com o grupo de
mulheres em início da gravidez, que
participavam numa discussão de
grupo, numa clínica pré-natal.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 17


Sessões de Grupo [cont.]

Estas mulheres falavam sobre as suas


experiências, sentimentos e pensamentos.
Conversavam sobre as transformações e
mudanças que ocorriam no seu corpo,
acerca de toda uma série de sentimentos
sexuais novos, sobre os
maridos/companheiros e sobre os
sentimentos para com as outras pessoas
que as rodeavam.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 18


Sessões de Grupo [cont.]

Alguns dos maridos também


frequentavam as reuniões ou eram
contactados informalmente, tendo
acabado por se envolverem no
projecto.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 19


Sessões de Grupo [cont.]

Com eles Colman e Colman


aperceberam-se até que ponto um
futuro pai pode ficar “grávido”.
Semana após semana, apercebiam-se
das mudança de atitudes e interesse,
à medida que o seu filho crescia no
útero materno.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 20


Sessões de Grupo [cont.]

Gradualmente, viram a experiência


da gravidez revelar-se como um
padrão de estádios psicológicos
únicos, que envolvia tanto a mulher
quanto o parceiro, em emoções e
comportamentos anteriormente
desconhecidos.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 21


Sessões de Grupo [cont.]

O grupo continuou depois de as


mulheres terem dado à luz e traziam
o filho.
O assunto do debate, para grande
surpresa de Colman e Colman, passou
de temas internos, subjectivos,
experiências que discutiam enquanto
grávidas, para temáticas mais
orientadas para o exterior,
particularmente a educação de
crianças.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 22
Sessões de Grupo [cont.]

Toda a ambiência psicológica das


mulheres tinha mudado.
Já não eram tão abertas ao seu meio
Ou tão sensíveis aos seus sonhos e
fantasias
como tinham sido.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 23


Sessões de Grupo [cont.]

Deixaram de ser previsíveis:


as suas respostas de extrema
tristeza face a pequenas perdas; ou
de incontida alegria em virtude de
sucessos menores.
Tal como a sua silhueta tinha
estreitado também a sua abertura
psicológica tinha diminuído.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 24


Sessões de Grupo [cont.]

Parecia ter perdido o contacto com a


condição partilhada pouco tempo
antes.
Dificilmente queriam recordar a
experiência da gravidez, excepto
quando estas recordações se prendiam
com trivialidades gerais,
tranquilizadoras.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 25


Sessões de Grupo [cont.]

Será que uma mulher que já teve


outro filho reage da mesma forma?
(apesar de já se ter adaptado ao
stress do aparecimento de um novo
ser)

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 26


Sessões de Grupo [cont.]

A mulher grávida com filhos reentra


num estado psicológico e físico que
lhe é familiar, cujas consequências
ela não pode esquecer.
Já não é uma mãe estreante e
ingénua, mas a gravidez continua a
ser uma alteração exigente na sua
vida.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 27


Sessões de Grupo [cont.]

As ansiedades e alegrias parecem


voltar a cada gravidez.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 28


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 29
Atitudes Culturais

A gravidez foi sempre indispensável


à vida humana.
Não surpreende pois que tenha sido
um dos temas retratados nos
artefactos mais primitivos.
Os arqueólogos encontraram, em todo
o mundo, estátuas de mulheres
fecundas: com grandes seios e
barrigas.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 30


Atitudes Culturais [cont.]

Apesar de muitas mulheres


considerarem a gravidez como o
momento auge de suas vidas;
A sociedade não venera a mulher
grávida como o máximo em termos de
poder feminino.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 31


Atitudes Culturais [cont.]

Colectivamente, verifica-se uma atitude


ambivalente em relação à reprodução.
Alguns pensam haver demasiados seres
humanos e receiam que os recursos
disponíveis comecem a escassear;
Outros sentem o mundo como demasiado
instável e violento para as crianças.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 32


Atitudes Culturais [cont.]

Individualmente, somos igualmente


ambivalentes.
A Gravidez, o nascimento, e a
maternidade/paternidade distraem,
frequentemente, homens e mulheres
dos seus outros objectivos de vida e
esgotam as suas reservas emocionais
e económicas.
Estas podem ser razões subjacentes à
decisão de interromper uma gravidez
27 de jáde iniciada.
Abr 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 33
Atitudes Culturais [cont.]

A mulher moderna não é a única a ser


ambivalente em relação à gravidez.
Papiros egípcios dão conta receitas
e poções capazes de estimular o
aborto e descrevem alguns
contraceptivos
O que demonstra que também as
mulheres da antiguidade, tal como
hoje, queriam exercer algum controlo
sobre a reprodução.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 34


Atitudes Culturais [cont.]

Quando uma mulher opta por ser


fértil e procriar, ela entra num
domínio que vai para além da sua
experiência pessoal e que a liga,
deste modo, ao colectivo.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 35


Atitudes Culturais [cont.]

Os imperativos biológicos são,


frequentes vezes, tão avassaladores
que, em alguns momentos, ela pode
sentir que o contacto com a sua
consciência individual é apenas
superficial;
Pode também sentir que as outras
pessoas estão a ver os seus
estereótipos de gravidez e não a
grávida como uma pessoa.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 36


Atitudes Culturais [cont.]

Sabe que ainda é ela própria, tem o


mesmo nome, conserva as mesmas
memórias, provém da mesma família e
tem o mesmo emprego
Mas por vezes sente que está a ser
dominada por algo maior que a
transcende, e que, inclusive, por
vezes lhe melhora a vida, outras
vezes, em competição com o seu
“autêntico” ser.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 37


Atitudes Culturais [cont.]

Uma mulher grávida pode sentir que:


o seu corpo está ao serviço da espécie,
tornou pouco mais que um recipiente
para o feto ou
uma máquina de leite e de conforto para
o bebé.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 38


Atitudes Culturais [cont.]

A Gravidez simboliza
Fecundidade
Alimentação
Amor incondicional e
Criatividade.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 39


Atitudes Culturais [cont.]

No entanto estes conceitos são, regra


geral, mais fáceis de defender quando a
gravidez diz respeito aos outros.
A mulher pode sentir-se arrasada por
tentar apenas lidar com a sua vida, não se
preocupando com o significado
transcendente que os outros atribuem ao
seu estado e quando, por exemplo, os
defensores da vida lhe dizem que:
Mesmo um embrião de poucas semanas é mais
importante que ela.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 40


Atitudes Culturais [cont.]

Os médicos investigam no seu interior


para tentar chegar ao feto, para medir ou
verificar os seus cromossomas.
Os cientistas criam embriões em tubos de
ensaio e insinuam que o útero é um
recipiente imperfeito e temporário para o
seu produto.
Qualquer relação levanta a questão:
Quais as necessidades mais importantes, as
tuas ou as minhas?
Normalmente verifica-se compromisso,
troca criativa e interdependência
27 de
generosa.
Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 41
Atitudes Culturais [cont.]

Na gravidez a pessoa não chega a negociar


a questão!
O feto precisa de ajuda da mãe para
sobreviver,
precisa, literalmente, do seu sangue
vital.
A situação é maravilhosa, mas também um
pouco ameaçadora.
A mulher descobre que a sua gravidez não
é apenas algo que lhe está a acontecer,
mas que adquire todo um significado para
os outros, o qual, muitas vezes, nem
sequer é compatível com a sua experiência
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 42
interior de ser mulher.
Atitudes Culturais [cont.]

No último mês de gravidez já se permite


viver por breves momentos o esquecimento
do seu estado
sentir-se apenas ela mesma,
mas basta que alguém se aproxime e lhe
acaricie a barriga
para que seja empurrada com toda a
violência de novo para a sua condição,
momentaneamente, esquecida.
Para a outra pessoa ela por ser “uma Mulher
Grávida” no entanto para si própria ela
continua apenas a ser a Maria Aparecida
E a Maria Aparecida pode melindrar-se com o
facto de haver estranhos a dar-lhe
27 de palmadinhas na Vbarriga
Abr de 2008 Psicologia - 3º ano, 1ºesem.
conselhos
2005-2006 que ela
43
não pediu.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 44
Conclusão

A gravidez (re)dimensiona os papéis


e as relações da mulher num novo
contexto
Torna-a mais dependente da ajuda de
um sistema social de apoio,
E cria-lhe necessidades intensas de
apoio afectivo e amoroso,
Mas também de necessidade de
aceitação e atenção por parte dos
outros.
O modo como a sociedade a olha pode
27 de
afectar profundamente a sua
Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 45
experiência e
Conclusão [cont.]

Por vezes são vistas como:


Poderosas e férteis
Outras vezes
Como frágeis, vulneráveis ou mesmo
doentes.
O significado da gravidez altera-se com
a época e tempo no interior de uma
cultura.
Além disso as sub-culturas sustentam
significados alternativos dentro de uma
sociedade mais ampla.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 46


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 47
Reprodução

No séc. XIX, a jovem Americana era


educada para acreditar no
“imperativo da procriação”.
A cultura dominante difundia a
ideia da “realidade do destino, do
direito oferecido por Deus” para
povoar a América do Norte de costa
a costa.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 48


Reprodução [cont.]

No seu livro sobre as perspectivas


de mudança da maternidade
americana, Maxine Mergolis (1984),
cita Theofore Roosevelt:
“Se a família média... incluísse
apenas dois crianças, a Nação como
um todo viveria um decréscimo
populacional tão rápido, que em
duas ou três gerações estaria,
merecidamente, em vias de extinção.
Uma raça que praticasse tal
doutrina, isto é, que praticasse o
suicídio da raça, estaria assim a
27 de Abr
mostrar, de modo conclusivo, que 49
de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006
Reprodução [cont.]

Durante a grande depressão dos anos


de 1930, a gravidez era
frequentemente uma fardo financeiro
extremo;
Embora os valores estivessem
orientados para a família, não
havia comida ou dinheiro suficiente
para sobreviver;

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 50


Reprodução [cont.]

As pessoas adiavam o casamento e


filhos que não podiam sustentar;
As mulheres eram sobrecarregadas
por cada nova criança por muito que
a amassem;
Uma nova gravidez podia ameaçar a
vida das crianças já nascidas.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 51


Reprodução [cont.]

Depois da 2ª Grande Guerra Mundial,


ansiava-se por repovoar de novo o
país.
Cansados da morte e destruição, os
homens e mulheres voltavam-se para
a vida em família, numa economia em
tempo de paz.
Os casais sobreviviam numa fantasia
dourada e desenvolveram os
subúrbios.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 52
Reprodução [cont.]

Nos anos 50, cidades inteiras eram


constituídas por famílias jovens,
Os homens saiam para o trabalho
todas as manhãs e as mulheres
ficavam em casa com os seus filhos
pequenos.
Estes foram os anos do “baby boom”.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 53


Reprodução [cont.]

Único período em que as mulheres


americanas inverteram a tendência
de ter menos crianças e tê-las
mais tarde.
Durante os anos 50, elas casaram
mais novas e deram à luz mais
bebés do que em qualquer outra
década, desde o séc. XIX.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 54


Reprodução [cont.]

A América dos anos 60 foi descrita


como uma cultura do narcisismo.
As mulheres en idade fértil foram
incentivadas a permanecer sem
filhos;
Homens e mulheres começaram a ter
contacto com novos padrões sociais
e a ter controlo sobre as suas
vidas reprodutivas.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 55


Reprodução [cont.]

1966, o Verão do Amor,


1969, o Festival de Woodstock
Simbolizam uma geração a atingir a
maioridade e a entrar na idade adulta e
procriação, com sexo, drogas e rock and
roll.
Por volta de 1970,
preocupações ecológicas, “liberdade
sexual”, “emancipação da mulher” e “anti-
racismo.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 56


Reprodução [cont.]

A fertilidade, a gravidez, o parto


e a educação das crianças tornam-se
questões políticas de grande
interesse público.
Uma vez conscientes das
consequências e perigos da explosão
demográfica, muitos consideraram
que apenas era aceitável ter um ou
dois filhos.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 57


Reprodução [cont.]

O que origina um profundo


desconforto não só na mulher que
está estado avançado da sua
terceira gravidez, como em toda a
família e nas relações familiares e
sociais.
A sua fertilidade transforma-se em
algo do domínio público e não
apenas em algo que apenas lhe diz
respeito.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 58
Reprodução [cont.]

A emancipação da mulher teve como


consequência, uma preocupação
feminista pela igualdade, que
avança em 2 direcções
contraditórias:
Aumentou a consciência das tarefas
tradicionalmente femininas tais
como a gravidez, o parto e a
educação das crianças;
Deu-lhes tanto valor como às
27 de Abr de
actividades tradicionalmente
2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 59
masculinas.
Reprodução [cont.]

O feminismo insistiu (correctamente)


em que as mulheres podiam ser tão
boas quanto os homens em esforços
tradicionalmente masculinos que
exigiam intelecto, lucidez, energia e
ambição.
Infelizmente, este último aspecto
tendeu a reforçar posições
patriarcais sobre a inferioridade
das actividades tradicionalmente
femininas, e a

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 60


Reprodução [cont.]

Transformar uma mulher emancipada


mais num pseudo-homem, do que num ser
humano competente e habilitado
Que para além de tudo tem ainda a
capacidade de gerar e criar filhos.

Na pior das hipóteses gravidez, parto


e educação infantil eram actividades
sem significado que não deveriam
impedir uma “verdadeira” mulher de
progredir na vida – isto é, na sua
carreira.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 61


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 62
Fertilidade e Identidade
Sexual
• A maioria das mulheres integra a
realidade da ovulação, útero e
seios na sua auto-imagem positiva.
• Numa cultura dominada pelo
masculino, aparentemente é uma
desvantagem ser mulher – a mulher
pode ser vista como um ser
inferior.
• Mas o corpo feminino também é
frequentemente glorificado, mesmo
reverenciado, cuidado, admirado e
desejado.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 63
Fertilidade e Identidade Sexual
[cont.]

Em algumas culturas a virilidade do


homem dependem única e
exclusivamente do número de filhos
que procria, independentemente do
seu desempenho sexual ou do destino
dessas crianças.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 64


Fertilidade e Identidade Sexual
[cont.]

Existe o relato de uma mulher que contou


ao seu médico:
Não ter planeado uma única gravidez;
Queixou-se de ter estado a usar métodos
contraceptivos na altura em que
engravidaram, incluindo o aparelho
intra-uterino e o coito interrompido.
Uma vez que já tinha em casa oito
crianças, esta última cobrar-lhe-ia a
sua força, a sua saúde e o seu
orçamento.
Quando lhe perguntaram como se sentia em
relação à gravidez
Referiu não estar satisfeita.
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 65
Fertilidade e Identidade Sexual
[cont.]

Quando lhe perguntaram o que


sentia o marido, disse:
“Bem ele pode ser maluco, mas está
tão orgulhoso quanto um homem pode
estar.”

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 66


27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 67
Colman, L. L., & Colman, A. D. (1994).
Gravidez: A experiência psicológica.
Colecção “Cline”, 1. Lisboa: Edições
Colibri.
Leal, I. (1997). Transformações sócio-
culturais da gravidez e da
maternidade: Correspondente
transformação psicológica, pp. 201-
214. In J. L. Pais Ribeiro (Ed.), Actas
do 2º Congresso de Psicologia da
Saúde, Braga. Lisboa: ISPA.
Maldonado, M. T. P. (1981). Psicologia
da Gravidez – Parto e puerpério. 68
27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006
Sá, E. (1997) (org.). A maternidade e o
bebé. Lisboa: Edições Fim de
Século.
Margolis, M. (1984). Mothers and Such:
Views of American Women and Why
They Changed (p. 47). Berckeley:
University Press.

27 de Abr de 2008 Psicologia V - 3º ano, 1º sem. 2005-2006 69

Vous aimerez peut-être aussi