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NA PSICOLOGIA
Therezinha Vieira
Alysson Carvalho
Elizabeth Martins
Brincadeira e/ou jogo como objeto de estudo
A brincadeira e/ou jogo tem sido objeto de análise nas últimas décadas por
estudiosos das mais diversas áreas, como historiadores, sociólogos, filósofos e
psicólogos, dentre outros.
Quando o bebê começa a se separar de sua mãe, se ela foi capaz de lhe inspirar
confiança, cria-se, entre essa mãe e o bebê, uma zona intermediária ou de transição.
Este porém não será um espaço
vazio, será preenchido de diferentes maneiras, à medida que a criança se desenvolve.
Inicialmente, vai ser preenchido com os objetos transicionais, depois pelo brincar e, mais
tarde, pelas experiências culturais.
Dos objetos transicionais ao brincar e do brincar às
experiências culturais
De 4 – 6 meses e de 8 – 10 meses de idade, o bebê pode demonstrar apego a vários objetos (
ursinhos, uma fraldinha, um cobertor etc.) , como que adotando-os, o que costuma ser
facilmente constatado por vários pais. Esses objetos preenchem o espaço que separa mãe e
bebê porque simbolizam sua união com a mãe.
O espaço potencial amplia-se, a seguir, para abarcar as experiências do brincar, as quais,
também, não são nem inteiramente subjetivas__ o brincar se efetua por meio de um fazer
com objetos reais __ , nem inteiramente objetivas __ ao brincar, a criança se remete às suas
experiências subjetivas. Depois este espaço abarca as experiências culturais.
A adoção de um objeto transicional, só poderá ocorrer se existir um objeto interno bom
(introjeção de uma mãe boa), se na fase de separação a mãe se afasta e não volta (em caso
de abandono ou morte), não tendo uma figura substituta o objeto transicional perde o
sentido.
Winnicott (1975) esclarece que usa o termo cultural:
“ Como uma ampliação da idéia dos fenômenos transicionais e da brincadeira... Utilizando a
expressão “cultura” estou pensando na tradição herdada. Estou pensando em algo que pertence ao
fundo comum da humanidade. Para o qual indivíduos e grupos podem contribuir e do qual todos nós
podemos fruir, se tivermos um lugar para guardar o que encontramos”.
O Jogo no Construtivismo
Construtivismo é o nome mais comum pelo qual se conhece a teoria de Piaget sobre o
desenvolvimento das estruturas cognitivas. Piaget se interessou como nós seres humanos,
construímos conhecimentos e chegamos a compreender e a atuar sobre o mundo a nossa
volta.
Foi a partir desse interesse que elaborou uma teoria sobre como construímos estruturas
mentais enquanto nos desenvolvemos.
Categorias de jogos que emergem ao longo do desenvolvimento,
a medida que as referidas estruturas cognitivas vão se
modificando.
1º EXERCÍCIO: Período sensório-motor ( 1 ano e meio a 2 anos) – imaginemos que
uma criança pequena queira pegar uma boneca que está a uma distância maior do que
aquela que seu braço alcança.
ASSIMILAÇÃO ACOMODAÇÃO
2º SÍMBOLO: Período pré-operatório – (1 ano e meio a 2 anos até por volta de cinco a
seis anos) - inicia a conquista do símbolo, do signo, isto é, da capacidade de
representar a realidade, usando uma coisa para evocar outra. Podemos nos referir as
coisas ausentes por meio de uma linguagem convencional, falando sobre elas; ou por
meio do símbolo lúdico; (gestos imitativos, faz-de-conta....).
(...) Nessas ações, manifesta-se então a atividade da mãe para a filha, seu amor,
sua ternura, ou até o contrário: isto depende das condições concretas de vida da
criança, das relações concretas que a circundam (Elkonin, 1998)
Contribuições da brincadeira para o desenvolvimento
da criança
A brincadeira de faz-de-conta permite à criança ir além do que pode
realizar no seu cotidiano: ao brincar de ser médico, professora ou mãe de
família, a criança troca de lugar com o adulto;
Goes (2000), aponta o faz-de-conta como uma instância na qual a criança
faz “experimentações do lugar dos outros”, a partir das quais diferencia
também o próprio eu. A brincadeira possibilita novas maneiras de
compreender a teia de relações sociais na qual se insere;
Vygotsky (1984), a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento
proximal: