Vous êtes sur la page 1sur 15

CONCEPÇÕES DO BRINCAR

NA PSICOLOGIA

Therezinha Vieira
Alysson Carvalho
Elizabeth Martins
Brincadeira e/ou jogo como objeto de estudo
 A brincadeira e/ou jogo tem sido objeto de análise nas últimas décadas por
estudiosos das mais diversas áreas, como historiadores, sociólogos, filósofos e
psicólogos, dentre outros.

 HUIZINGA – (historiador) – entende o jogo como elemento fundante da


cultura. As instituições sociais evoluíram a partir de práticas lúdicas.

 ARIÉS – surgimento do sentimento de infância na civilização ocidental.


Importância do jogo na Idade Média. Destaca a importante função de coesão
social.

 BROUGÉRE – (sociólogo) – relações entre jogo e educação ao longo da nossa


civilização e nas relações que o brincar /jogar mantém com a cultura.

 OLIVEIRA – reflexão sobre as mensagens que o objeto brinquedo transmite e


sobre seu lugar na indústria cultural.
É possível definir o brincar?

 Brincar, jogar, brincadeira, atividade lúdica - quando utilizamos estes


termos estamos referindo a situações diferentes.

 Brougére defende que talvez não exista o brincar ou o jogo, como


categoria única,o que existiria para este autor são famílias de jogos.
Ex: Os jogos a,b,c mantêm traços em comum com d, e, f, e estes
apresentam algumas características com os jogos g, h, i, e assim por diante.

 O termo jogo tem três significados diferentes:


 Quando é usado para designar uma situação em que as pessoas
jogam;
 Quando é usado para designar o sistema de regras que precisam ser
obedecidas pelos jogadores, nos jogos com regras;
 Quando é usado para indicar o material que compõe um jogo (jogo
de ludo ou o jogo do detetive e assim por diante).
 Apesar das dificuldades para conceituar o brincar e o jogar os estudos empíricos e as
contribuições teóricas na área vem se acumulando, destacando –se aquelas referentes
a psicologia que emprega diversos termos para se referir ao brincar. Na psicanálise
adota-se ora o termo jogo, ora o termo brincar.

 o termo brinquedo se aproxima mais do termo jogo. Quando usamos a palavra


brinquedo estamos referindo aos materiais que as crianças usam em suas brincadeiras:
brinquedos industrializados ou artesanais ou mesmo qualquer sucata que a criança
empregue como se fosse um brinquedo. Diferentemente do material jogo, cujo uso
obedece a determinadas regras, o brinquedo pode ser usado de forma mais livre, de
acordo com a vontade de quem com ele brinca.

“O termo brincar em geral é mais reservado à infância”.

 Apesar das dificuldades para conceituar o brincar e o jogar os estudos empíricos e as


contribuições teóricas na área vem se acumulando, destacando –se aquelas referentes
a psicologia que emprega diversos termos para se referir ao brincar.
Abordagens teóricas sobre o brincar na psicologia
A psicanálise e o brincar
 Segundo a psicanálise, podemos expressar nossos desejos de forma simbólica quando
sonhamos, fantasiamos ou brincamos.

O brincar segundo Donnald Winnicott


 Em sua teoria aproxima o brincar das relações culturais.
 Winnicott afirma que quando uma mãe é capaz de suprir as necessidades do seu bebê
logo após o nascimento, assim que elas se manifestam, a mãe é “suficientemente boa”.
 Como não dispõe ainda de estruturas emocionais que lhe permitam enfrentar
experiências de frustração ou de ansiedade, o bebê precisa, por meio da mãe, construir a
ilusão de que suas necessidades podem ser satisfeitas de imediato.
 Se essa ilusão se prolonga por muito tempo, pode impedir o desenvolvimento do bebê,
uma vez que esse desenvolvimento requer que o bebê comece a se constituir como um
ser separado de sua mãe, superando o estágio inicial de fusão.
 Com o passar do tempo, a mãe já não atende tão prontamente às necessidades do bebê, o
que possibilita a ele defrontar-se com experiências de frustração.

 A frustração precisa estar nos limites que a criança é capaz de suportar.

 Quando o bebê começa a se separar de sua mãe, se ela foi capaz de lhe inspirar
confiança, cria-se, entre essa mãe e o bebê, uma zona intermediária ou de transição.
Este porém não será um espaço
vazio, será preenchido de diferentes maneiras, à medida que a criança se desenvolve.
Inicialmente, vai ser preenchido com os objetos transicionais, depois pelo brincar e, mais
tarde, pelas experiências culturais.
Dos objetos transicionais ao brincar e do brincar às
experiências culturais
 De 4 – 6 meses e de 8 – 10 meses de idade, o bebê pode demonstrar apego a vários objetos (
ursinhos, uma fraldinha, um cobertor etc.) , como que adotando-os, o que costuma ser
facilmente constatado por vários pais. Esses objetos preenchem o espaço que separa mãe e
bebê porque simbolizam sua união com a mãe.
 O espaço potencial amplia-se, a seguir, para abarcar as experiências do brincar, as quais,
também, não são nem inteiramente subjetivas__ o brincar se efetua por meio de um fazer
com objetos reais __ , nem inteiramente objetivas __ ao brincar, a criança se remete às suas
experiências subjetivas. Depois este espaço abarca as experiências culturais.
 A adoção de um objeto transicional, só poderá ocorrer se existir um objeto interno bom
(introjeção de uma mãe boa), se na fase de separação a mãe se afasta e não volta (em caso
de abandono ou morte), não tendo uma figura substituta o objeto transicional perde o
sentido.
 Winnicott (1975) esclarece que usa o termo cultural:
“ Como uma ampliação da idéia dos fenômenos transicionais e da brincadeira... Utilizando a
expressão “cultura” estou pensando na tradição herdada. Estou pensando em algo que pertence ao
fundo comum da humanidade. Para o qual indivíduos e grupos podem contribuir e do qual todos nós
podemos fruir, se tivermos um lugar para guardar o que encontramos”.

“É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde; o brincar facilita o crescimento e,


portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de
comunicação na psicoterapia”.

O Jogo no Construtivismo
 Construtivismo é o nome mais comum pelo qual se conhece a teoria de Piaget sobre o
desenvolvimento das estruturas cognitivas. Piaget se interessou como nós seres humanos,
construímos conhecimentos e chegamos a compreender e a atuar sobre o mundo a nossa
volta.

 Foi a partir desse interesse que elaborou uma teoria sobre como construímos estruturas
mentais enquanto nos desenvolvemos.
Categorias de jogos que emergem ao longo do desenvolvimento,
a medida que as referidas estruturas cognitivas vão se
modificando.
 1º EXERCÍCIO: Período sensório-motor ( 1 ano e meio a 2 anos) – imaginemos que
uma criança pequena queira pegar uma boneca que está a uma distância maior do que
aquela que seu braço alcança.

ASSIMILAÇÃO ACOMODAÇÃO

 2º SÍMBOLO: Período pré-operatório – (1 ano e meio a 2 anos até por volta de cinco a
seis anos) - inicia a conquista do símbolo, do signo, isto é, da capacidade de
representar a realidade, usando uma coisa para evocar outra. Podemos nos referir as
coisas ausentes por meio de uma linguagem convencional, falando sobre elas; ou por
meio do símbolo lúdico; (gestos imitativos, faz-de-conta....).

 3º REGRA: Período das operações concretas – (8 aos 11 anos de idade) –


desenvolvimento ao jogo simbólico. O jogo passa a ser controlado por disciplinas
coletivas e códigos de honra em substituição aos símbolos. A medida que se
desenvolvem, passam a compreender que as regras derivam de acordos grupais e
devem ser válidas igualmente para todos.
A Psicologia histórico-cultural e o brinquedo
 A interação da criança com os membros mais experientes da cultura em
situações sociais e concretas vai possibilitando que funções
neuropsicológicas, tais como memória, atenção, percepção, passem a um
funcionamento de nível superior, mediado pela linguagem;
 A brincadeira é muito importante, não só porque representa o primeiro
momento na construção da imaginação, mas também porque dá origem a
vários processos psicológicos fundamentais ao desenvolvimento da criança;
 Na idade pré-escolar, considera-se o brincar de faz-de-conta como a principal
atividade da criança neste estágio, não no sentido de ser esta a atividade mais
frequente, mas porque seria por meio dela que se formariam as competências
mais importantes da criança neste estágio (Leontiev, 1989);
 É no brincar da criança pré-escolar, portanto, que as conquistas da criança
escolar encontram suas raízes.
Como surge a brincadeira

 A brincadeira surge quando a criança toma consciência do mundo dos


objetos sociais que o adulto manipula, em geral, nas suas atividades de
trabalho;
 A medida que a criança vai progredindo na sua capacidade de assim
brincar, com a evolução do jogo, a criança passa da ação de substituir
objetos para a substituição de pessoas: nos jogos de papéis;
 A representação de papéis torna-se altamente motivadora pata a criança;

(...) Nessas ações, manifesta-se então a atividade da mãe para a filha, seu amor,
sua ternura, ou até o contrário: isto depende das condições concretas de vida da
criança, das relações concretas que a circundam (Elkonin, 1998)
Contribuições da brincadeira para o desenvolvimento
da criança
 A brincadeira de faz-de-conta permite à criança ir além do que pode
realizar no seu cotidiano: ao brincar de ser médico, professora ou mãe de
família, a criança troca de lugar com o adulto;
 Goes (2000), aponta o faz-de-conta como uma instância na qual a criança
faz “experimentações do lugar dos outros”, a partir das quais diferencia
também o próprio eu. A brincadeira possibilita novas maneiras de
compreender a teia de relações sociais na qual se insere;
 Vygotsky (1984), a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento
proximal:

Nível de desenvolvimento real Nível de desenvolvimento potencial


A brincadeira de faz-de-conta favorece o
desenvolvimento da abstração

 Ao favorecer o desenvolvimento da abstração, o jogo de faz-de-conta


também contribui para o desenvolvimento cognitivo, já que a abstração é
um aspecto relevante desse desenvolvimento.

 Elkonin (1998), ressalva que o jogo de faz-de-conta, em especial os jogos


de papéis coletivos, que mais beneficia esse desenvolvimento cognitivo;
tais jogos possibilitam a aprendizagem cooperativa que, por sua vez,
favorece a capacidade da criança de se descentrar de si mesma.
A brincadeira como fonte de desenvolvimento do
autocontrole

 As regras: aprender a respeitar regras significa também aprender a se


autodisciplinar. Uma criança que aprende a se autodisciplinar desenvolve
maior capacidade de autocontrole e lida melhor com a sua impulsividade.
 Vygotsky (1984), no faz-de-conta, o imaginário predomina sobre as regras.
E no jogo com regras, as regras predominam sobre o imaginário.
Considerações finais

A criança que brinca, para o Construtivismo, é a mesma criança que busca


ativamente compreender o seu meio.

Cabe ao educador, segundo essa perspectiva, adequar a oferta de materiais


às capacidades emergentes da criança, ser um observador atento de suas
construções lúdicas, compreendendo-as à luz da evolução do jogo.

Condenam-se, nessa abordagem, condutas do adulto intrusivas e


desorganizadoras do jogo da criança, mas não o jogo partilhado, que
respeite a capacidade da criança de tomar iniciativas e de decidir sobre
suas ações lúdicas.

Vous aimerez peut-être aussi