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O CONCEITO “TRABALHO”
Dos primórdios da Humanidade até aos nossos dias o
conceito “trabalho” foi sofrendo alterações,
preenchendo páginas da história com novos domínios e
novos valores. Do Egipto à Grécia e ao Império
Romano, atravessando os séculos da Idade Média e do
Renascimento, o trabalho foi considerado como um
sinal de opróbrio, de desprezo, de inferioridade. Esta
concepção atingia o estatuto jurídico e político dos
trabalhadores, escravos e servos. Com a evolução das
sociedades, os conceitos alteraram-se. O trabalho
tortura , maldição, deu lugar ao trabalho como fonte
de realização pessoal e social, o trabalho como meio
de dignificação da pessoa.
O CONCEITO
“TRABALHO”
Começo por apresentar alguns
significados das palavras «trabalho» e
«trabalhar» de acordo com o que é
definido por um dicionário da língua
portuguesa. «Trabalho» significa:
“exercício de actividade humana, manual
ou intelectual, produtiva”; “serviço”;
“lida”; “produção”; “labor”; “maneira
como alguém trabalha”. «Trabalhar» é
“exercer alguma profissão”; “dar
determinada forma a”; “fazer com arte”;
“labutar”; “empenhar-se”; “executar
alguma tarefa”; “desempenhar as suas
funções”.
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO
«TRABALHO»
Segundo Lobo (2004), a necessidade da delimitação de tal
fronteira no que se refere à protecção de trabalho de menores
vai de encontro àquelas situações especiais em que “o velho
prolóquio de Larcordaire merece acolhimento, funda detença
e larga consideração: entre o rico e o pobre e o forte e o fraco
é a Lei que liberta e a liberdade que mata” (p.4).
A palavra «trabalho», esclarece o historiador Jacques Le Goff,
«TRABALHO»
verdadeiro valor e um valor de todos; foi a paz social dos
corações hipócritas. O mistério do desprezo antigo pelo
trabalho reside muito simplesmente no facto de os
acasos da guerra social não terem ainda conseguido
este provisório armistício de hipocrisia. Uma classe
social, orgulhosa da sua superioridade, canta a sua
própria glória (é isto a ideologia) (p.124).
«TRABALHO»
O trabalho é fonte de riqueza dos países. As sociedades
desenvolveram-se, desde sempre, através do trabalho produzido
por agricultores, pescadores, comerciantes, artesãos e operários.
Há uma característica comum, relativamente ao trabalho,
que atravessa todos os tipos de sociedades, desde a esclavagista até
à industrial passando pela feudal: a subordinação de quem vive do
trabalho prestado a outrem, quer seja rei, imperador, senhor
feudal, industrial ou entidade patronal. A História mostra-nos que
só os países que se organizaram e apostaram nas forças de
trabalho atingiram patamares de bem-estar elevados, mas sempre
por força daqueles que produziram a riqueza - os trabalhadores. Foi
com a Revolução Industrial que a ideia de subordinação de quem
vive do seu trabalho se acentuou e que a dependência daqueles
que têm como único meio de subsistência os rendimentos do
trabalho se efectivou. Consequentemente, ganham expressão as
novas necessidades de protecção, uma vez que com a produção
industrial em grande escala, os operários deixaram de ter outra
fonte de rendimento que não fosse a sua força de trabalho.
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
Por una parte, la lucha de los trabajadores, canalizada sobre todo por las
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
Robert Castel (1996) tecendo algumas considerações sobre a temática,
fala duma sociedade salarial em crise e suscita algumas questões.
BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DO CONCEITO «TRABALHO»
Crescemos com o lema: a casa é das mulheres, a rua é dos homens. As mulheres cuidam da casa e
dos filhos. Os homens trabalham fora e levam o ordenado à mulher, para governar a casa.
Tornámo-nos a antítese das nossas mães, e elas muito nos criticam por isso.
d Não faltamos ao trabalho, por estarmos doentes, porque tanto nos dói a barriga no emprego
como em casa. Só faltamos se a doença for mesmo grave.
d Colocamos os filhos em escolas desde pequenitos. Sabemos que é o melhor para eles, mas
estamos sempre preocupadas e atentas ao que se passa. Morremos de susto quando o dia de
trabalho nos coloca mais longe de casa do que é habitual, seja qual for a causa da deslocação.
d Trabalhamos o mais que podemos no emprego para fazer boa figura, e fazemo-la. Depois
vamos para casa e espera-nos mais um período de 3 ou 4 horas de tarefas pela frente. E fazemo-
las. E estafamo-nos. Sempre firmes, que mulher não é franguinha de aviário. Como se não
bastasse, a família alargada ainda nos apresenta umas reclamaçõezitas de falta de atenção. Ainda
nos vão falando de obrigação de tomar conta dos mais velhos. Ainda nos acusam de não ligar a
nada.
d Governamos a casa com o nosso ordenado e deixamos o do marido para os pagamentos fixos
(especialmente o empréstimo bancário da compra da casa) e a esperança que sobre algum. Do
nosso nunca sobra, porque se sobrar há sempre aquele sapato, aquele creme, que mulher tem
muitas necessidades. Bem o merecemos!
d Olhamos para trás e vemos que as pessoas mantinham o mesmo emprego a vida toda e que
isso significava que cumpriam o seu papel, não criavam conflitos e eram cordatas. Hoje avaliam-
nos pelo currículo. O que vale é ter tido muitos cargos, em muitas empresas, e ter feito muitas
acções de formação. Estas têm que ser variadas porque hoje te avaliam para um lugar de arquivo,
amanhã pelo nível em informática, depois pela capacidade de liderança. E sobrevivemos a tudo.
d Os nossos pais começaram a descontar para a reforma tarde, mas em boa hora. Têm as suas
reformas, para quais a minha geração tem pago desde sempre. Agora, vêm os governantes alterar
as regras do jogo a meio da tirada, porque o dinheiro escasseia. Ou seja, nós os que sempre
pagámos, vamos ser quem menos recebe no fim. Fomos solidários, mas não há quem o seja a
nosso favor. Sobreviveremos a isto também?
d Nós, as tais que “optámos” por ter emprego, dividimo-nos em dois grupos: as que anseiam pela
reforma para ficar em casa a descansar, e as que morrem de medo de chegar essa altura em que
passarão o resto da vida à volta com o pó e os tachos. Estou entre as segundas. A minha mente e a
minha genica não cabem entre quatro paredes.
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