O Efeito Doppler e a expansão do

Universo

Física 11º ano

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 Resultados da aprendizagem

• Descrever qualitativamente o efeito Doppler.

• Interpretar o desvio no espetro para comprimentos de onda
maiores como resultado do afastamento entre emissor e
recetor, exemplificando com o som e com a luz.
• Indicar que as ondas eletromagnéticas possibilitam o
conhecimento da evolução do Universo, descrito pela teoria
do Big Bang, segundo a qual o Universo tem estado em
expansão desde o seu início.
• Identificar como evidências principais do Big Bang o
afastamento das galáxias, detetado pelo desvio para o
vermelho nos seus espetros de emissão (equivalente ao
efeito Doppler).

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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

Quando o carro da polícia está parado, a sirene emite sinais sonoros

que se propagam em todas as direções, como ondas de pressão.

A distância entre as compressões (ou rarefações) dessas ondas são as

mesmas em todas as direções, ou seja, o comprimento de onda (e a
frequência) destas ondas é o mesmo em todas as direções.

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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

O comprimento de onda (e a frequência) das ondas sonoras ouvidas

por qualquer recetor que esteja em repouso na berma da estrada, à frente
ou atrás do carro da polícia, é igual ao comprimento de onda e a
frequência das ondas sonoras emitidas pela sirene.
Todos os recetores ouvem um som com a mesma altura (com a mesma
frequência).
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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

Quando o carro da polícia se move para a frente, a distância entre

compressões (ou rarefações) sucessivas, à frente do carro, diminui,
porque o carro se moveu naquele sentido. Atrás do carro, a distância
entre as compressões (ou rarefações) sucessivas aumenta.

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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

O comprimento de onda das ondas sonoras ouvidas por qualquer

recetor que esteja em repouso à frente do carro da polícia, é menor do
que o comprimento de onda emitido pela sirene. Isto significa que o
recetor ouve um som mais agudo (com maior frequência, ou maior
altura) do que o som emitido pela sirene.

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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

O comprimento de onda das ondas sonoras ouvidas por qualquer

recetor que esteja em repouso atrás do carro da polícia, é maior do
que o comprimento de onda emitido pela sirene. Isto significa que o
recetor ouve um som mais grave (com menor frequência, ou menor
altura) do que o som emitido pela sirene.

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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

Fonte sonora em repouso. Fonte sonora movendo-

se para a direita..
Este efeito designa-se por efeito Doppler e verifica-se sempre que
a fonte emissora de sinais e o observador estão em
movimento relativo. Se se aproximam, detetam-se sons com
maior altura (frequências maiores ou mais agudos); se se
afastam, detetam-se sons com menor altura (frequências
menores ou mais graves).
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 O efeito Doppler em ondas
sonoras

Se uma fonte emitir um som com umadeterminadafrequência (𝑓emissor ),

um recetorouvirá um som com uma frequência (𝑓recetor ):
• igual à emitida, se a velocidade relativaentre elesfor nula:
𝒇𝒓𝒆𝒄𝒆𝒕𝒐𝒓 = 𝒇𝒆𝒎𝒊𝒔𝒔𝒐𝒓
• maior do que a emitida (som mais agudo), se houver aproximação
entre eles:
𝒇𝒓𝒆𝒄𝒆𝒕𝒐𝒓 > 𝒇𝒆𝒎𝒊𝒔𝒔𝒐𝒓
• menor do que a emitida (som mais grave), se houver
afastamentoentre eles:
𝒇𝒓𝒆𝒄𝒆𝒕𝒐𝒓 < 𝒇𝒆𝒎𝒊𝒔𝒔𝒐𝒓
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 O efeito Doppler em ondas
eletromagnéticas
Os espetros (de absorção) das estrelas têm riscas pretas sobre um espetro
de radiação visível contínuo. Devido a esta razão também se chamam
espetros de riscas.

Estas riscas escuras correspondem a comprimentos de onda da

radiação, emitida pela estrela, que não chegam ao observador, devido à
absorção por material gasoso que se encontra entre a estrela e o
observador.
As riscas escuras permitem identificar os elementos químicos
constituintes desse material gasoso.
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 O efeito Doppler em ondas
eletromagnéticas

A observação do espetro de outras estrelas, de galáxias ou quasares

mostra que, geralmente, as riscas escuras estão deslocadas
relativamente à posição de um espetro de emissão de referência
Exemplo de um espetro de emissão
de referência obtido em laboratório

Exemplo de um espetro de absorção

de uma estrela.

Na maior parte dos casos, as riscas dos espetros de corpos celestes

surgem deslocadas para o sentido dos maiores comprimentos de
onda (no sentido da limite vermelho do espetro visível). Por esta razão
designam-se desvios para o vermelho.

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 O efeito Doppler em ondas
eletromagnéticas

Mas há espetros de alguns corpos celestes, que apresentam desvios

para a região de menores comprimentos de onda (deslocamentos no
sentido da extremidade azul/violeta do espetro visível, também
designados por desvios para o azul.
Os desvios observados, para o azul ou para o vermelho, estão
relacionados com o efeito Doppler.

Exemplo de um espetro de absorção

de referência obtido em laboratório
Desvio para o vermelho
Desvio para o azul

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 O efeito Doppler em ondas
eletromagnéticas
Espetro de referência

Desvio para o vermelho

Desvio para o azul

• se os astros se estão a afastar, a frequência detetada da radiação

emitida pelo astro encontra-se desviada para frequências menores
(maiores comprimentos de onda) - desvio para o vermelho;
• se os astros se estão a aproximar, a frequência detetada da radiação
emitida pelo astro encontra-se desviada para frequências maiores
(menores comprimentos de onda) - desvio para o azul.
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 O efeito Doppler e expansão do
Universo
A maior parte dos espetros de riscas de absorção dos
astros e galáxias estudados apresentam desvios para o
vermelho. Esta constatação contribui para aceitação,
quase generalizada, do modelo do Big Bang e da
expansão do Universo
Em 1927, o padre astrónomo belga Georges Lemaître
propôs uma teoria de expansão do Universo e foi o
primeiro a estabelecer uma relação que posteriormente
viria a ser conhecida como a Lei de Hubble.

Em 1919, o Edwin Hubble foi trabalhar para o

Observatório de Monte Wilson (Califórnia). Ao calcular as
distâncias de um determinado tipo de estrelas,
designadas cefeidas, percebeu-se que o Universo era
constituído por milhares de milhões de galáxias, cada
uma delas com 1011 a 1012 estrelas.
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 O efeito Doppler e expansão do
Universo

Hubble usou observações de desvios para o vermelho de espetros

obtidos pelo astrónomo americano Vesto Slipher e por si próprio, que
comparou com as distâncias a que ficavam algumas galáxias. Verificou
também que quanto mais afastada estivesse a galáxia estudada,
relativamente à nossa, maior era o desvio das riscas do espetro para o
lado do vermelho. Hubble associou estes desvios ao efeito Doppler.

Exemplo de um espetro de de riscas de uma

galáxia longínqua.
Exemplo de um espetro de de riscas de uma
galáxia mais próxima.
Exemplo de espetro de referência (em repouso)

Linhas de referência

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 O efeito Doppler e expansão do
Universo
Hubble comparou a velocidade de afastamento de algumas galáxias
observadas com a distância a que se encontravam da Terra e obteve o
resultado que se ilustra no gráfico.

𝑣=𝐻𝑑
Velocidade, v

Distância, d

O gráfico revela que a velocidade de afastamento das galáxias é

diretamente proporcional à distância a que elas se encontram da Terra.
A equação da reta de ajuste aos valores obtidos (𝒗 = 𝑯 𝒅) é conhecida
como a Lei de Hubble. O declive da reta (H) é a constante de Hubble.
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 O efeito Doppler e expansão do
Universo
Se as galáxias se estão a afastar umas das
outras, então significa que no passado
estiveram juntas. As indicações fornecidas pela
constante de Hubble permitem estimar a idade do
Universo.

Considera-se que o valor da constante de Hubble é cerca de

70 km s-1 pc-1. Se este for o valor da constante, a idade do Universo é
cerca de 14 000 000 000 de anos.
As observações de Hubble e a investigação que se seguiu permitiram
estabelecer um dos mais fortes argumentos a favor do modelo do
Universo em expansão.

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 O efeito Doppler e expansão do
Universo
Andrómeda e a Via Láctea são as maiores galáxias do Grupo Local de
galáxias e a distância entre elas é cerca de 2,6 × 106 anos-luz.

Para algumas galáxias, que estejam mais próximas entre si, a

intensidade da força de interação gravítica pode ser suficiente para
travar o afastamento e provocar uma atração entre as galáxias. Este
efeito acontece entre a galáxia Via Láctea e a galáxia Andrómeda

Indicar o tipo de desvio observado no espetro de riscas obtido a partir

da radiação emitida pela Galáxia Andrómeda.

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 Questão

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 Conclusão
Efeito Doppler é um fenómeno físico observado quando há movimento
relativo entre uma fonte de ondas (mecânicas ou eletromagnéticas) e
um observador:
• Quando a fonte e o observador se aproximam, o observador deteta
ondas com maior frequência;
• Quando a fonte e o observador se afastam, o observador deteta-se
ondas com menor frequência.
Uma das principais evidências do Big Bang é o afastamento das
galáxias, detetado pelo desvio para o vermelho nos seus espetros,
efeito equivalente ao efeito Doppler.
Outra das evidências do Big Bang é a
existência da radiação de fundo. Esta radiação
espalhou-se pelo Universo quando se formaram
os primeiros átomos (principalmente H e He) no
Universo primordial e é detetada hoje na região
das micro-ondas.
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