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IMPERFEIÇÕES EM SÓLIDOS

CRISTAL REAL

Ana Paula A. Manfridini- Ciência dos Materiais


Defeitos na estrutura cristalina
Os cristais reais apresentam inúmeros defeitos, que são
classificados por sua “dimensionalidade”.

 Defeitos Pontuais  Defeitos Interfaciais


Em estruturas metálicas: Superfícies externas.
Lacunas. Contornos de grão.
Auto-Intersticiais. Contornos de macla.
Átomos intersticiais.
Átomos substitucionais.  Defeitos Volumétricos
Poros.
Em estruturas iônicas: Fraturas.
Defeito de Frenkel. Inclusões.
Defeito de Schottky. Outras fases.

 Defeitos Lineares
Discordâncias.
Imperfeições em Sólidos
O QUE É UM DEFEITO?

É uma imperfeição ou um "erro" no arranjo periódico


regular dos átomos em um cristal.

Podem envolver uma irregularidade


• na posição dos átomos
• no tipo de átomos

O tipo e o número de defeitos dependem do material, do


meio ambiente, e das circunstâncias sob as quais o cristal é
processado.
• Apenas uma pequena fração dos sítios atômicos
são imperfeitos.

• Mesmo sendo poucos eles influenciam muito nas


propriedades dos materiais e nem sempre de
forma negativa.
DEFEITOS

INTRODUÇÃO CONTROLE
ARRANJO
SELETIVA DO NÚMERO

Permite desenhar e criar novos materiais


com a combinação desejada de propriedades
Aplicações:
 O processo de dopagem em semicondutores: mudança no
tipo de condutividade.
 A deformação mecânica dos materiais promove a
formação de imperfeições: geram um aumento na resistência
mecânica (processo encruamento).
 Wiskers de ferro (sem imperfeições do tipo
discordâncias): resistência maior que 70GPa enquanto no
ferro comum é 270MPa.
Defeitos pontuais
Defeitos pontuais - Lacunas
As lacunas ou vacâncias são vazios pontuais causados pela
ausência de átomos em algumas posições da rede cristalina.

Este tipo de defeito pode ser produzido:


 durante o processo de solidificação; como resultado de
perturbações locais no crescimento do cristal;
 na deformação plástica;
 no resfriamento rápido.
Defeitos pontuais- Lacunas

À temp. ambiente: concentração de lacunas 4,45x 10-15 .


Abaixo do P.F: uma lacuna para cada 1000 átomos.
Defeitos pontuais- Lacunas
Exemplo: estimativa da concentração de lacunas

Calcule o número de lacunas em equilíbrio por m3 de cobre a uma


temperatura de 1000°C. A energia para a formação de uma lacuna
é 0,9 ev/átomo. O peso e a densidade a 1000°C para o cobre são
63,5g/mol e 8,4 g/cm3, respectivamente.
Defeitos Pontuais em Materais Cerâmicos

 Os defeitos pontuais em cerâmicos ocorrem de maneira similar


aos metais, entretanto os materiais cerâmicos possuem no mínimo 2
tipos de íons (cátions e ânions).

Assim, os defeitos pontuais podem aparecer para cada um desses


tipos. Ex: no NaCl podem existir lacunas e intersticiais tanto para o
Na quanto para o Cl.
Defeitos Pontuais em Materiais Cerâmicos

 Defeito de Frenkel: par formado por uma lacuna de cátion e um


cátion intersticial;
 Defeito de Schottky: par formado por uma lacuna de cátion e outra
de ânion.

Ambos não alteram a


estequiometria do composto
Impureza em sólidos
Soluções Sólidas: átomos de soluto são adicionados ao material
hospedeiro e a estrutura cristalina é mantida. Composição
homogênea em toda a extensão.
Impureza em sólidos

As impurezas (elementos de liga) são adicionadas


intencionalmente com a finalidade de:

- aumentar a resistência mecânica,


- aumentar a resistência à corrosão,
- aumentar a condutividade elétrica.
Impureza em sólidos
Em um metal puro A pode-se dissolver átomos estranhos B sem
modificar a estrutura cristalina de A. O elemento B passa a formar uma
solução no interior de A, criando-se a solução sólida AB. O átomo
estranho é considerado um elemento de liga.

Em alguns casos, por exemplo Au+Ag ou Cu+Ni, a adição de átomos de


B em A não está sujeita a limitações. Os metais A e B são miscíveis em
todas as proporções: A e B formam uma solução sólida contínua.
Impureza em sólidos
As impurezas podem assumir dois tipos de posição na rede
cristalina de outro material:
 Intersticial - espaços vazios na rede ---- solução sólida
intersticial.
 Substitucional - substituindo um átomo do material ----
solução sólida substitucional.
Soluções sólidas substitucionais

Nas soluções sólidas substitucionais formadas por dois


elementos, os átomos do soluto ou impurezas tomam lugar dos
átomos hospedeiros.

• a estrutura do solvente não é alterada, sendo comum a


distorção da rede cristalina, já que os átomos do soluto nem
sempre exibem o mesmo diâmetro atômico dos átomos do
solvente.

• A fração de átomos de um elemento que pode ser dissolvida


em outro, é definida como solubilidade.
As regras de Hume-Rothery
Para que haja total solubilidade entre dois metais, é preciso que eles
satisfaçam as seguintes condições (Regras de Hume–Rothery):

• Tamanho atômico: a diferença de raio atômico deve ser menor do


que 15%;
• Estrutura cristalina: o tipo de estrutura cristalina deve ser o
mesmo;
• Valência química: um metal de elevada valência é mais fácil de se
dissolver em uma larga extensão em um metal de baixa valência
do que o contrário;
• Eletronegatividade: as eletronegatividades devem ser semelhantes.

Caso as regras de Hume-Rothery não sejam satisfeitas, há uma


tendência para formação de novas fases/compostos.
As regras de Hume-Rothery
Cu + Ni solúveis em todas as proporções

Cu Ni

Raio atômico 0,127 nm 0,125 nm


Estrutura
CFC CFC
Eletronegativi- 1,9 1,8
dade

Valência +1 ou +2 +2
Soluções sólidas intersticiais
Os átomos de impurezas ou os elementos de liga ocupam os
interstícios. Como os materiais metálicos tem geralmente
fator de empacotamento alto, os interstícios são pequenos.
Consequentemente, somente átomos de tamanho pequeno,
como H,B, C ou N, com raio atômico muito menor do que
1nm, vão formar este tipo de solução sólida.
Solubilidade do Carbono no Ferro

O carbono é mais solúvel no Ferro CCC ou CFC, considerando


a temperatura próxima da transformação alotrópica?
Efeito dos defeitos pontuais nas características dos materiais

Soluções Sólidas: Aumento da tensão limite de escoamento de aço ferrítico,


com a introdução de átomos de soluto.
Defeitos lineares- Discordâncias

• Os cristais podem apresentar defeitos alinhados e contínuos


em sua estrutura, dando origem às imperfeições de linha. Os
defeitos de linha, também chamados de discordâncias são
defeitos que causam a distorção da rede cristalina em torno de
uma linha e caracterizam-se por envolver um plano extra de
átomos.

• Estas imperfeições podem ser produzidas durante a


solidificação, na deformação plástica de sólidos cristalinos ou
ainda como resultado da concentração de vacâncias.
Defeitos lineares- Discordâncias

 A presença deste defeito é a responsável pela deformação,


falha e rompimento dos materiais.

 A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser


controlados pelo grau de deformação e/ou por tratamentos
térmicos, podendo desta forma endurecer os materiais
metálicos.

 Os três principais tipos de defeitos em linha são:


discordância em aresta, discordância espiral e
discordância mista.
DISCORDÂNCIA ARESTA
Discordância de Aresta é um defeito provocado pela adição de um
semiplano extra de átomos.

Discordância em planos (111)


em ZrO2

Ilustração de uma discordância aresta.


Defeito linear centralizado em torno da
linha de discordância.
Discordâncias vistas no MEV
DISCORDÂNCIA ESPIRAL
Discordância Espiral ocorre quando uma região do cristal é deslocada de
uma posição atômica.

(a) Região anterior superior é deslocada uma distância atômica para a direita em relação a
superior. (b) linha de discordância ao longo de AB. As posições acima do plano de
deslizamento são indicadas por círculos abertos e as posições abaixo do plano são indicadas
por círculos pretos.
DISCORDÂNCIA MISTA
A discordância mista é formada por uma discordância aresta
associada a uma discordância espiral. As discordâncias são
produzidas durante solidificação do material ou quando é aplicada
uma tensão cisalhante sobre o mesmo.
Deslizamento é o processo que ocorre quando uma força causa o
deslocamento de uma discordância.

Analogia entre o caminhar de uma centopéia e a movimentação de uma


discordância.
DEFEITOS INTERFACIAIS

Esses defeitos normalmente separam as regiões dos materiais que


possuem diferentes estruturas cristalinas.Podem ser de três tipos:

 Superfícies externas.
 Contornos de grão.
 Contornos de macla.
Superfícies externas
As superfícies externas de um cristal são consideradas
defeitos cristalinos, já que o número de vizinhos de um átomo
superficial não é o mesmo de um átomo no interior do cristal.

Os átomos superficiais possuem vizinhos apenas de um lado e


possuem maior energia.
Superfícies externas

A superfície externa é a descontinuidade cristalina que causa maior


distúrbio na estrutura e portanto apresenta maior energia por unidade de
área.

Esta energia pode ser entendida como a tensão superficial entre as fases
sólido e vapor (atmosfera).

Embora seu valor absoluto seja alto, sua importância relativa é pequena,
pois a quantidade de superfície por unidade de volume nos componentes é
praticamente desprezível. Em algumas áreas como a metalurgia do pó e
processamento de materiais cerâmicos, a quantidade de superfície por
unidade de volume é alta e a energia de superfície desempenha um papel
importante.
Superfícies externas
Valores de energia de superfície para alguns materiais.
Contornos de grão

A grande maioria dos materiais cristalinos utilizados em engenharia é


policristalina. O agregado policristalino consiste de pequenos cristais,
denominados grãos, com dimensões de poucas dezenas de micrômetros,
arranjados de maneira a preencher todo o espaço (sem deixar vazios).

Contornos de grãos são as fronteiras bidimensionais que separam cristais de


diferentes orientações em um agregado policristalino.

A região do contorno tem uma espessura de aproximadamente duas a três


distâncias interatômicas e é bastante defeituosa. Pode-se dizer que os
átomos do contorno apresentam um número de coordenação menor do que
os átomos no interior dos grãos.
A natureza de um contorno de grão depende da desorientação entre os dois
grãos adjacentes e da orientação do plano do contorno em relação aos
grãos. Existem dois tipos simples de contornos de grãos: de baixo ângulo e
de alto ângulo.
Contornos de grão
O contorno de grão possuem uma tensão superficial. Esta energia é
praticamente uma constante do material. A tabela a seguir apresenta as
energias de contornos de grão para alguns materiais.

De um modo geral, a energia média de contorno de grão é cerca de 0,45 a


0,75 da energia de superfície de um material.
Contornos de grão

• Há um empacotamento ATÔMICO menos eficiente.

• Há uma energia mais elevada.

• Favorece a nucleação de novas fase (segregação).

• Favorece a difusão.

• O contorno de grão ancora o movimento das discordâncias.

QUANTO MENOR O TAMANHO DE GRÃO


MAIOR É A RESISTÊNCIA DO MATERIAL.
Contornos de grão

Influência do tamanho dos grãos no limite de escoamento do aço à


temperatura ambiente.
Observação dos grãos e contornos de grãos
• Por microscopia (ÓTICA OU ELETRÔNICA).
• utiliza ataque químico específico para cada material.
O contorno geralmente é mais reativo

Grãos vistos no microscópio ótico.


Contornos de macla
Tipo especial de contorno de grão no qual existe uma simetria em espelho
da rede cristalina. Os átomos em um lado do contorno estão em posições de
imagem em espelho dos átomos no outro lado do contorno.
Contornos de macla
Contornos de macla
Resultam de deslocamentos atômicos que são produzidos a partir de forças
de cisalhamento aplicadas (maclas de deformação) e também durante
tratamentos térmicos de recozimento realizado após as deformações (maclas
de recozimento). Ocorrem em planos e direções específicos, dependendo da
estrutura cristalina.
Defeitos Volumétricos

Descontinuidades volumétricas são encontradas no material quando uma


parte da estrutura é substituída por um volume de um composto
diferente. A diferença é de natureza química, podendo ou não ser
acompanhada de diferenças cristalográficas.

A nível ainda microscópico, podemos considerar como descontinuidades


volumétricas os precipitados e as inclusões.

A nível macroscópico temos: poros, trincas de transformação mecânica,


defeitos de solda, etc.
Defeitos Volumétricos

- Inclusões: Impurezas estranhas.


- Precipitados: são aglomerados de partículas cuja composição
difere da matriz.
- Porosidade: origina-se devido a presença ou formação de
gases.

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