Sociologia Criminal

Escola de Chicago e Teorias da Subcultura Delinquente

Modelos sociológicos de consenso e de conflito

 Teorias de consenso
 Entendem que os objetivos da sociedade são atingidos quando há o
funcionamento perfeito de suas instituições, com os indivíduos convivendo e
compartilhando as metas comuns, acordando com as regras de convívio.
 POSTULADOS: perenidade, integralidade, funcionalidade e estabilidade.

 Teorias de conflito
 Argumentam que a harmonia social decorre da força e da coerção, em que há
uma relação entre dominantes e dominados.
 POSTULADOS: mudança contínua, cooperação para dissolução, luta de classes.
 “O crime é visto como negação
(recusa ou não interiorização)
dos valores essenciais e comuns
a todos os membros da
coletividade e, por isso, como
uma ameaça ao equilíbrio e ao
são funcionamento do sistema.”
“A lei criminal é problemática e deve ser estudada de
modo a determinar-se como é ela formada e quem é
o processado como delinquente.”
Escola de Chicago

 Também designada por “teoria da ecologia criminal” ou

“desorganização social”.
 Universidade de Chicago;
 Crescimento das cidades;
 Ruptura dos mecanismos informais de controle;
 Social surveys, individual cases;
 Duas linhas de orientação teórica e metodológica: perspectiva
epidemiológica (ou sociológica) e perspectiva psico-sociológica (ou
individual).
Teoria das zonas concêntricas

 Modelo de Park e Burgess.  Clifford Shaw e Henry

McKay.
– Áreas de delinquência:
Estrutura da vida comunitária
– relações de vizinhança.

– “Desorganização” social;
– Tradição delinquente.
Tradição delinquente

“a vida nas ruas – conta Stanley – tornou-se para

mim fascinante e excitante (...), as possibilidades
que eu tinha de dominar os desejos de me deixar
levar no sentido da corrente do mundo
subterrâneo, eram iguais aos que teria uma frágil
canoa de vencer a corrente”. E acrescenta: “Furtar
na vizinhança era uma prática comum entre os
rapazes e aprovada pelos pais. Sempre que os
rapazes se juntavam era para falar de furtos e
para os planear (...). Os mais velhos entregavam-
se a tarefas mais sérias como roubos, assaltos e
furto de automóveis. Os mais novos admiravam
os ‘grandes golpes’ e aguardavam ansiosamente
o dia de poderem participar neles”.
Evolução da escola de Chicago

 Conflito de sistemas de valores.

 Abre caminho às teorias da subcultura.
 Divergência entre a cultura dominante e a estrutura
socioeconômica de classes.
Significado político-criminal
 Ligação entre teoria e práxis;
 Reformismo (comunidade, vizinhança);
 Reintegração na vida comunitária.
Teorias da subcultura delinquente

Valores
compartilhados
Cultura dominante

Subcultura
Albert K. Cohen

 A delinquência é fundamentalmente obra dos jovens masculinos

das classes mais baixas;
 A subcultura delinquente se caracteriza por três fatores:
– Não utilitarismo da ação (cometem o crime pelo próprio crime);
– Malícia da conduta (prazer em as pessoas e desafiar os tabus sociais);
– Negativismo (representa a subversão total e a inversão das normas e valores
da cultura dominante).

 Democratização do chamado american dream.

 Jovens da classe média e jovens da classe trabalhadora.
Walter Miller e a cultura da lower-class

 Cultura da classe inferior – própria e autônoma (resultante do

processo histórico de evolução e estratificação sociais).
 Envolvimento em conflitos e distúrbios, rudeza, esperteza,
excitação, sorte e autonomia.
 Valores da classe média ≠ Valores da lower-class.
 A comunidade do slum baseia-se na família matriarcal.
– Problema de identidade sexual; grupos unissexuais.
Gresham Sykes e David Matza
 Técnicas de neutralização: uma teoria da
delinquência
– 1. Negação da própria responsabilidade;
– 2. Negação do dano;
– 3. Negação da vítima;
– 4. Condenação dos condenadores;
– 5. Apelo a lealdades superiores.
“It is important to note that the
delinquent does not necessarily
repudiate the imperatives of the
dominant normative system,
despite his failure to follow them.
Rather, the delinquent may see
himself as caught up in a dilema
that must be solved,
unfortunately, at the cost of
violating the law.”
A subcultura da classe média

 Youth culture – cultura hedonística e irresponsável.

 Não são antagônicos aos valores da cultura
dominante.
 Retardamento na inserção do jovem ao mercado
do emprego.
 Transformações na estrutura familiar e novos
padrões educativos.
 “Rebeldes sem causa”.
Implicações científicas e político-criminais

 Caráter social do homem;

 Reformas estruturais;
 Redução da distância e conflito entre as gerações.