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A INVENÇÃO DO COTIDIANO

• agir do homem comum, com as ações dos sujeitos que criam o


cotidiano;
• relata a criatividade do homem comum quanto à cultura de
massa.
• Usuários: passivos e disciplinados;
• que todo consumidor também, e sempre, produz.
• Buscava evidenciar que as astúcias dos consumidores de
produtos, valores, ideias, todos os produtos do mercado geral,
dos bens materiais e culturais esvaziam todas as pretensões de
uniformização e obediência mantidas pelos gestores da vida
pública;
A INVENÇÃO DO COTIDIANO

 Certeau valoriza as práticas cotidianas a partir de uma


visão otimista que “percebe microdiferenças onde
tantos outros só vêem obediência e uniformização.
 Assim, o interesse de Certeau (2009) está no agir do
homem comum, nas ações dos sujeitos que criam o
cotidiano, no fazer cotidiano dos silenciados e
anônimos, nas ações triviais do dia a dia. Este autor se
recusava a aceitar a homogeneidade da sociedade
imposta pela elite dominante;
 Intentava aflorar as características dinâmicas da
sociedade e a forma como esta se reinventa, não somente
no sentido de improvisar, mas de inventar maneiras de
organização social.
 O autor defende que o homem anônimo, comum, mesmo
passivo e disciplinado, como ele vislumbra na obra de
Foucault (1983), está envolvido em uma antidisciplina,
dado que ele faz uso oportunista do tempo e do espaço
em suas práticas, ação que Certeau (2009, p. 41) define
como bricolagem, ou seja, as maneiras de fazer, que são
“[...] as mil práticas pelas quais usuários se reapropriam
do espaço organizado pelas técnicas da produção
sociocultural”.
 o uso da bricolagem ocorre devido a uma tentativa de
articular interesses próprios a partir de um espaço de
transgressão de uma ordem estabelecida, que, a princípio,
não permitiria que se articulasse este interesse.
 A bricolagem é uma mistura de elementos, de aspectos; é
por meio dela que se torna possível articular as práticas
de maneira a que a ordem estabelecida possa ser
transgredida. Ao realizar essa transgressão, é possível
estabelecer um interesse próprio, uma vontade, sua
“maneira de fazer”
 Certeau (2009) diz que para os usuários se
adaptarem ao ambiente no qual estão inseridos é
preciso se valerem de suas práticas sociais, ou
seja, das maneiras de fazer. “São as suas práticas
que o sabem – gestos, comportamentos, maneiras
de falar ou de caminhar etc.” (CERTEAU, 2009,
p. 135). A descrição de algumas práticas (ler,
falar, caminhar, pensar, gestos, etc.) é
considerada significativa, pois “[...] não são nem
determinadas e nem captadas pelos sistemas
onde se desenvolvem”.
 Essas práticas, segundo Certeau (2009),
organizam, de forma espacial e temporal, as
ações dos sujeitos e tecem assim os cotidianos;
 Essas práticas, segundo Certeau (2009), organizam, de
forma espacial e temporal, as ações dos sujeitos e tecem
assim os cotidianos. Portanto, elucidar a dinâmica desse
cotidiano, de alguma forma ajuda a compreender o porquê
das ações dos sujeitos praticantes;
 é possível fazer uma análise dos sujeitos que agem por
meio de bricolagens, de forma a revelar suas astúcias
relacionadas aos dispositivos institucionalizados na
organização;
 Essas maneiras de fazer, ou operações, como Certeau
(1994) denomina, compõem as diversas práticas
cotidianas dos indivíduos, as quais eles utilizam para se
(re)apropriarem do espaço organizativo.]
 de ver diferenças e de perceber as microrresistências que
fundam microliberdades e deslocam fronteiras de
dominação; a inversão de perspectiva, que fundamenta a
sua Invenção do cotidiano, desloca a atenção “do
consumo supostamente passivo dos produtos recebidos,
para a criação anônima, nascida da prática, do desvio no
uso desses produtos”.
 narrar “práticas comuns”, as “artes de fazer” dos
praticantes, as operações astuciosas e clandestinas;
 [...] A uma produção racionalizada, expansionista além
de centralizada, barulhenta e espetacular, corresponde
outra produção, qualificada de ‘consumo’: esta é
astuciosa, é dispersa, mas ao mesmo tempo ela se
insinua ubiquamente, silenciosa e quase invisível, pois
não se faz notar com produtos próprios, mas nas
maneiras de empregar os produtos impostos por uma
ordem econômica dominante. (CERTEAU, 1994, p. 39).
 ele inverte a forma de interpretar as práticas culturais
contemporâneas, recuperando as astúcias anônimas das
artes de fazer – esta arte de viver a sociedade de consumo.
 Certeau, ao contrário, nos mostra que “o homem
ordinário” inventa o cotidiano com mil maneiras de “caça
não autorizada”, escapando silenciosamente a essa
conformação. Essa invenção do cotidiano se dá graças ao
que Certeau chama de “artes de fazer”, “astúcias sutis”,
“táticas de resistência” que vão alterando os objetos e os
códigos, e estabelecendo uma (re)apropriação do espaço e
do uso ao jeito de cada um. Ele acredita nas possibilidades
de a multidão anônima abrir o próprio caminho no uso dos
produtos impostos pelas políticas culturais, numa
liberdade em que cada um procura viver, do melhor modo
possível, a ordem social e a violência das coisas
 A distinção entre “estratégia” e “tática” é central para
o desenvolvimento da noção de prática cotidiana do
autor.
 tática: trata-se formas de saber e conhecimentos
práticos, que dependem de uma ocasião, ou momento
oportuno para serem colocados em ação.
 Duas obras de Foucault e Bourdieu são especialmente
importantes nesses diálogos: Vigiar e Punir (1975), na
qual Foucault relata a emergência de um novo tipo de
controle sobre os sujeitos e seus corpos, sintetizada
pelo modelo do panóptico e Esboço de uma teoria da
prática (1972), na qual Bourdieu analisa instituições
das sociedades kabila do norte da Argélia.
 frequentemente retoma a característica das microrresistências dos
anônimos do cotidiano não como negadoras do poder, mas como
fundantes, como ações afirmativas;
 Essas pequenas formas de resistência produzidas no cotidiano e pelos
sujeitos comuns não se constituem a partir de um dilema e pelo
confronto, mas mais pelas possibilidades.
 Uma vez que essas microrresistências não se constituem como um
contrapoder, mas como formas de jogar com a tentativa
uniformizadora dos discursos socioculturais, como formas de buscar
certa liberdade diante daquilo que impõe normas de modo incisivo, as
práticas cotidianas se desenham como resistências pelo fazer diverso,
próprio, inventivo, que brincam com as ordens pré-estabelecidas.
 As práticas cotidianas subvertem tais ordens sem pretender
empreender uma revolução, mas criando lugares em que cada um
toma posse em alguma medida de sua vida.
 as massas não são necessariamente tão obedientes nem passivas, mas
podem praticar uma criatividade cotidiana, de forma a procurar viver
da melhor maneira possível as injustiças da ordem social e a violência
das coisas forçadas. ]
 Para Certeau, no entanto, mecanismos de resistência
sempre foram exercidos ao longo do tempo, diferindo
apenas quanto às formas específicas assumidas de acordo
com cada contexto sócio-histórico; pois a distribuição
desigual de forças é uma constante na história e as práticas
de subversão sempre foram o recurso dos mais fracos. Na
cultura ordinária, na própria rede das determinações
institucionais, insinua-se desde sempre um estilo peculiar
de trocas, de invenções técnicas e de resistência moral: “a
ordem é enganada por uma arte”.
 Na observação da mesma realidade onde outros autores
tendem a colocar em relevo a dimensão de conformismo e
submissão ao poder instituído, podem ser encontrados
também indícios de uma re-apropriação saudável, criativa e
pessoal do espaço e do uso das coisas; torna-se possível
então empreender oresgate das artimanhas anônimas da
arte de viver no mundo contemporâneo, numa invenção do
cotidianobaseada em estratagemas sutis, ou artes de
fazer capazes de contornar a simples submissão aos objetos
impostos e aos códigos estabelecidos.

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