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APRIMORAMENTO

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

ADRIELE INACIO
DOUTORANDA EM SERVIÇO SOCIAL – UFSC
ASSISTENTE SOCIAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DO PARANÁ
– SEDE GUARAPUAVA
MISOGINIA
OBJETIVOS

Geral:
 Analisar a questão da violência doméstica e seus elementos
históricos, sociais, econômicos, políticos e culturais que constituem

ESPECÍFICOS
 Refletir sobre a misoginia e a disseminam enquanto prática social.
 Identificar as situações de violência doméstica e a atuação das
equipes multiprofissionais
 Mensurar o trabalho em rede e estratégias para a superação de
violência doméstica.
MISOGINIA
SIGNIFICA ETIMOLOGICAMENTE - "MISOGINIA"
SURGIU A PARTIR DO GREGO MISOGYNIA, OU
SEJA, A UNIÃO DAS PARTÍCULAS MISEÓ, QUE
SIGNIFICA "ÓDIO", E GYNÉ, QUE SE TRADUZ PARA
"MULHER". UM INDIVÍDUO QUE PRATICA A
MISOGINIA É CONSIDERADO MISÓGINO.
FENÔMENO MISOGINIA NÃO É
NOVO
 Para entender o fenômeno em questão, devemos colocar-nos na
Idade da Pedra, quando a diferenciação de gênero começa a
estabelecer atribuições às características do sexo masculino de
tenacidade, coragem, honestidade, força, qualidades de
liderança e capacidade de trabalhar e fazer vida pública.
 A mulher era vista como alguém que só poderia lidar com o
acolhimento de crianças e trabalho doméstico.
ENGELS - A origem da família, da propriedade
privada e do Estado

 Escrito em dois meses e publicado em alemão, em outubro de 1884, em


Zurich, na Suiça, A origem da família, da propriedade privada e do Estado,
traz a tese central de Engels é que, na passagem da selvageria para a
barbárie, ao final do “comunismo primitivo”, nascem conjuntamente a
opressão de classe.
 Com o surgimento da propriedade privada, inclusive de outros homens na
forma de escravos, e a opressão feminina com a subordinação da mulher ao
direito paterno para garantir a transmissão de sua linhagem e propriedade.
 Nesse sentido, ele afirma de forma lapidar, que “a derrota histórica do
gênero feminino” ocorreu com o advento da propriedade privada
ENGELS - A origem da família, da
propriedade privada e do Estado
 O surgimento de um excedente nas sociedades primitivas não só
teria levado à sua apropriação desigual, como à uma
desigualdade na relação entre os gêneros na partilha das tarefas
da produção e reprodução da espécie, que passam a ficar
separadas, cabendo à mulher quase exclusivamente as funções da
criação dos filhos e da casa, cada vez mais afastadas da “indústria
social”.
ENGELS - A origem da família, da
propriedade privada e do Estado
 Enquanto entre os caçadores e coletores e mesmo no início da
horticultura com estaca ou enxada, as mulheres viviam em
condições igualitárias e eram as mais importantes fornecedoras de
comida e criadoras dos artesanatos, com a expansão da agricultura
extensiva e o surgimento de excedentes, sua condição social decaiu
para um tipo de servidão.
 Essa tese, afirmando que a origem da opressão é cultural e pode vir
a desaparecer no futuro, refuta as interpretações que buscam um
fundamento biológico “natural” para a opressão feminina, como
ocorria
MISOGINIA

 Misoginia é a repulsa, desprezo ou ódio contra às mulheres. Esta


forma de aversão ao sexo feminino está diretamente relacionada
com a violência que é praticada contra a mulher.
MISOGINIA
Filosoficamente
 - Refere-se aos estudos de Aristóteles sobre a fisiologia da
mulher, em que ele reduz o papel da fêmea na procriação
àquele de matéria-prima, a esperar a agência formadora
ou movimentadora do sêmen do homem.
Misoginia
 Aristóteles

 Em mais de um momento, médicos e comentadores discutiram


acerca das mais derrogatórias deduções que a fisiologia de
Aristóteles havia estabelecido para o corpo feminino,
principalmente aquelas que a ele se referiam como uma espécie
de corpo masculino deformado, ou cuja finalidade procriadora
teria sido distorcida.
 Vídeo
 Na ponta do lápis
Cultura

 “Cultura” – escreve Antônio Gramsci no 23º de seus Cadernos do


Cárcere (1929-1935) – “é uma concepção de mundo e de vida,
coerente, unitária e de difusão nacional. Uma filosofia que se
tornou cultura gerou um modo de viver, uma conduta civil e
individual”.

 Estabelece como senso comum.


SOCIEDADE PATRIARCAL
HISTÓRICO

 O comportamento feminino no século XIX difere do masculino, pois


estes possuem papéis distintos dentro da sociedade e da própria
cultura. A manutenção do estereótipo do homem como o chefe
da família era influenciado de sobremodo pelos dogmas da igreja,
os quais afirmavam que as mulheres eram feitas somente para
procriar, ser carinhosa e uma excelente dona de casa.
HISTÓRICO

 A percepção quanto à padronização da mulher “ideal” e como


essas devem se comportar participa dos discursos sobre gênero
como práticas sociais, onde o saber e o poder se entrecruzam,
configurando categorias sociais a serem divulgadas por instituições
e subjetividades apropriadas e emitidas pelos sujeitos históricos.
 ESCOLA- para mulheres
HISTÓRICO

 No entanto, quando estas quebravam com estes dogmas eram


marginalizadas. As mulheres pobres que tinham a rua como uma
das maneiras de manter seu sustento iam de encontro a muito do
que era posto para a sociedade em relação à maneira como
deveria se portar,
GÊNERO - SCOTT

 São símbolos e significados construídos sobre a base da percepção


da diferença sexual, utilizados para a compreensão de todo o
universo observado, incluindo as relações sociais e, mais
precisamente, as relações entre homens e mulheres.

 - EX: FEMINICÍDIO
HISTÓRICO

 Respondendo ao desenvolvimento histórico, em que os machos


são patriarcas, "donos" e "cuidadores" das senhoras, percebe-se
que eles têm abusado e condição incompreendido que o papel
protetor para o sector feminino, considerando domínio sinônimo,
onde ele concebeu "natural" que cumprem papel subordinado o
direito de agir ou de tomar decisões importantes, uma vez que eles
são rotulados como seres inúteis que não sabem como proceder a
várias circunstâncias.
SIMONE DE BEAUVOIR 1908-1986
 LIVRO “O SEGUNDO SEXO”, 1949, – Traz a premissa de que a mulher não é o
“segundo sexo” ou o “outro” por razões naturais e imutáveis, mas sim por uma
série de processos sociais e históricos que criaram esta situação.

 Toda a sua argumentação gira em torno do questionamento da existência do


chamado “eterno feminino”, visto pela sociedade como algo intrínseco a
qualquer mulher e que as prenderia a uma gama restrita de características e,
principalmente, limitações.
SIMONE DE BEAUVOIR 1908-1986

“Ninguém nasce
mulher, torna-se
mulher”
HISTÓRICO

 A construção de relações sociais acima descritos possuem forte


base nas mensagens culturais que passaram de uma geração para
outra, o que, portanto, estruturados perfis, leis e instituições que
preveem que o homem é quem tem a capacidade de controlar
porque é equipado com o conhecimento necessário para fazê-lo
 Com esse medo de perder o poder acrescenta o entrevistado e
experiência possível fraqueza (em um relacionamento), atacando
o sector feminino e do amor se baseia na igualdade, isto é, no
sentido em que ambos os parceiros compartilhar a vida com
direitos e responsabilidades semelhantes, mas a partir do serviço
que reivindica as mulheres têm uma obrigação. a partir desta
perspectiva, a manter esta condição homens vêem neles seres
inferiores que devem satisfazer todas as suas necessidades. por
exemplo, na oficinas conferir a primeira pergunta que fazemos a
eles é: 'o que você precisa para se sentir amada e feliz ", a que
geralmente respondem:' que eu me importo, assistir e obedecer.
HISTÓRICO

 O orgulho masculino e arrogância são expressões mais fortes da


violência contra as mulheres e o quadro cultural que é misoginia.

 VIVÊNCIA 1
Emma Goldman (27/06/1869 – 14/05/1940) nascida em
Kovno/Lituânia, emigrou para os EUA em 1885 Goldman tornou-se uma
renomada ensaísta de filosofia anarquista e escritora, escrevendo artigos
anticapitalistas bem como sobre a emancipação da mulher, problemas
sociais e a luta sindical. Goldman foi presa várias vezes por "incentivar
motins", contra o serviço militar obrigatório e distribuir informações
sobre contracepção. Em 1906, Goldman fundou o jornal anarquista
Mother Earth. Apoiou e participou da Revolução Bolchevique, mas
expressou sua oposição ao uso de violência dos sovietes e à repressão das
vozes independentes e escreveu o livro Minha Desilusão na Rússia

Margaret Sanger (14/09/1879 – 06/09/1966) foi uma ativista


estadunidense do controle de natalidade e do direito ao aborto legal para evitar
a gravidez indesejada e nascimentos de crianças com doenças hereditárias
graves. Em 1923 formou a Comissão Nacional de Legislação Federal de
Controle de Natalidade. Em 1927, Sanger ajudou a organizar a primeira
Conferência Mundial sobre População, em Genebra (Base da atual IUSSP).
Suffragette é um termo cunhado para designar as
militantes do movimento pela conquista do sufrágio das
mulheres. Movimento político para conquista do voto
feminino começou durante a guerra.

A British suffragette (c. 1910)

Em 1918, o Parlamento do Reino Unido passou a Representação do Povo


Lei 1918, que concede o voto às mulheres com idade acima de 30 anos que
foram chefes de família, as esposas dos chefes de família, os ocupantes da
propriedade com uma renda anual de £ 5, ou graduados em universidades
britânicas. direito das mulheres americanas de voto foi codificada na
alteração XIX a Constituição dos Estados Unidos em 1920. As mulheres no
Reino Unido alcançou finalmente o sufrágio nas mesmas condições que os
homens em 1928.
Nísia Floresta Brasileira Augusta (Papari, atual Nísia Floresta /RN,
12/10/1810 – França 24/04/1885) foi uma educadora, escritora e poetisa
brasileira. É considerada pioneira do feminismo no Brasil. Em 1853,
publicou Opúsculo Humanitário, com apreciação favorável de Auguste
Comte. Esteve de volta no Brasil entre 1872 e 1875, participando da
campanha abolicionista.

Bertha Maria Julia Lutz (02/08/1894 – 1976) foi a principal


responsável pela organização do movimento sufragista no Brasil. Criou,
em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o
embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, criada em
1922 (centenário da Independência).

Conquista do voto feminino no Brasil (24/02/1932).

Carlota Pereira de Queiroz (13/02/1892 – 14/04/1982)


formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (1926), foi comissionada pelo governo de São Paulo em
1929 para estudar Dietética Infantil em centros médicos da
Europa. Foi a primeira deputada federal da História do Brasil,
eleita pelo estado de São Paulo em 1934.
Eleanor Roosevelt (11/10/1884 – 7/11/1962) - esposa
Franklin Delano Roosevelt - diplomata e ativista dos
direitos humanos. Enquanto embaixadora dos EUA
.
na Organização das Nações Unidas, entre 1945 e
1952 (por nomeação do presidente Harry Truman)
articulou a aprovação da Declaração Universal dos
Direitos Humanos.

Artigo 1° - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade


e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para
com os outros em espírito de fraternidade.
Artigo 2° - Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as
liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de
opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação.
DECLARAÇÕES, CONVENÇÕES E CONFERÊNCIAS DA ONU

• Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);


• Comissão sobre o Status da Mulher (CSW) da ONU (1946)
• Ano Internacional da Mulher e I Conferência Internacional da Mulher (1975);
• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher – CEDAW – (1979);
• II e III Conferências Mundiais da Mulher (1980 e 1985);
• Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1989);
• Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
Degradantes (1989);
• Convenção sobre os Direitos da Criança (1990);
• Programa de Ação da Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena (1993);
• Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher (1994);
• Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), Cairo/1994
• Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher de Pequim (1995);
• Cúpula do Milênio – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM/2000)
STATUS DA MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO

O conceito de relações sociais de gênero representa um avanço teórico na


medida em que busca “desbiologizar” os sexos, abandonando a analise dos
papéis desempenhados pelos mesmos em troca da análise do inter-
relacionamento entre homens e mulheres.

Primeira onda do feminismo: sufragismo, visibilidade “estudos de mulher”

Segunda onda do feminismo (a partir dos anos de 1960): surgimento do


conceito de “Relações de Gênero” no bojo dos movimentos sociais,
econômicos, políticos, direitos sexuais e reprodutivos e empoderamento
das mulheres.

É uma categoria analítica relacional, envolvendo uma construção sócio-


cultural, sendo um fenômeno multidimensional que se preocupa com as
relações de dependência, poder e prestígio entre os sexos e que é
determinado historicamente.
CONCEITO DE RELAÇÕES DE GÊNERO
Categoria relacional: o gênero não existe no absoluto e fora do contexto
das desigualdades entre homens e mulheres.

Construção sócio-cultural: os mecanismos sociais, econômicos e culturais


é que são os responsáveis pela estratificação por gênero e não as caracterís-
ticas biológicas. O gênero é um elemento constitutivo das relações socais.

Relações de dependência, poder e prestígio: a desigualdade de gênero se


dá em várias dimensões, pois existem assimetrias e hierarquias nas relações
entre homens e mulheres, com diferentes graus de acesso e controle sobre os
recursos, com desigualdade no processo de tomada de decisões e com a
presença de relações de dominação/subordinação entre os sexos.

Categoria historicamente variável: as relações entre os sexo são assi-


métricas mas não estáticas, isto é, são relações dinâmicas, mutáveis e que
sofrem variações tanto estruturais, quanto conjunturais e precisam ser
contextualizadas historicamente.
CONCEITO “Binário” DE RELAÇÕES DE GÊNERO

Joan Scott (1988):


“Gênero é a organização social da diferença sexual”

Bila Sorj (1992): “O equipamento biológico sexual inato não dá


conta da explicação do comportamento masculino e feminino
observado na sociedade”

Bandeira/Oliveira (1990): “A introdução da questão de gênero nos


estudos feministas é um avanço de caráter epistemológico, que
marcou uma ruptura de ordem teórico-metodológica com
conceitos pouco elaborados e com tendências empiricistas”
CONCEITO “Binário” DE RELAÇÕES DE
GÊNERO
“Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que
definem o que significa ser mulher ou homem na vida social. Na maioria das
sociedades as relações de gênero são desiguais e desequilibradas no que se refere ao
poder atribuído a mulheres e homens. As relações de gênero, quando desiguais,
tendem a aprofundar outras desigualdades sociais e a discriminação de classe,
raça, casta, idade, orientação sexual, etnia, deficiência, língua ou religião, dentre
outras.

Os desequilíbrios de gênero se refletem nas leis, políticas e práticas sociais, assim


como nas identidades, atitudes e comportamentos das pessoas. Os atributos e
papéis relacionados ao gênero não são determinados pelo sexo biológico. Eles são
construídos histórica e socialmente e podem ser transformados.” (HERA, Ideias
para Ação, 1998)
CONCEITO “Não-Binário”
de RELAÇÕES DE GÊNERO
• Butler:“o corpo biológico tanto produz sexo e gênero,
quanto é ele mesmo produzido pela saturação dessas
categorias”

• Como tratar a sexualidade difere da norma heterossexual e


reprodutiva - especialmente travestis, transexuais,
transgêneros e intersexuais?

• Dificuldade para lidar com o conceito não-binário, mas


com os dados binários.
PATRIARCADO

• Patriarcadoé uma palavra derivada do grego e se refere a um território


ou jurisdição governado por um homem/patriarca => Pátria.

• “A língua é minha pátria (Língua/ Caetano Veloso)


e eu não tenho pátria, tenho mátria
e quero frátria” (de Fraterno, amigável, cordial)

• Pai, Pátria, Padre, Padrinho, Patrono e Patrão

• Patrimônio = bens; Matrimônio = casamento

• Patriarcado = domínio do pai/marido (sobre as mulheres e os filhos)


=> Divisão sexual e social do trabalho
=> Desigualdades e Segregação
Legislação e Direitos no Brasil

O Código Civil de 1916, no que se refere aos direitos femininos, representou o reco-
nhecimento e legitimação dos privilégios masculinos; aqueles direitos de fato consistiam
na organização coercitiva da dominação do homem na família e na sociedade. Através
dele regulou-se e limitou-se o acesso das mulheres ao trabalho e à propriedade.

Este Código, que era a expressão jurídica do patriarcado no Brasil, prevaleceu


plenamente em vigor até 1962, quando foi revogado pelo “estatuto da mulher casada”
(Lei 4.121/1962).

“Lei do concubinato” (Lei nº 8.971) só entrou em vigor em 29/12/1994.

O direito ao divórcio só passou a vigorar no Brasil com a Lei n. 6.515 de 1977.

A Constituição Federal de 1988: marco fundamental na instituição da cidadania e dos


direitos humanos das mulheres no Brasil => FIM DO PÁTRIO PODER!

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069 de 13/07/1990), Lei do


Planejamento Familiar (Lei 9.263/1996), Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741 de
01/10/2003), o novo Código Civil brasileiro (Lei 10.406, de 10/1/2002), etc.
 Vídeo
 O feminismo é para quem gosta de transformações

 VIVÊNCIA 2
Violência
Doméstica e
Familiar
Necessidade de uma lei só para mulheres?
O que mudou com a lei?
A violência aumentou ou diminuiu?
Constitucionalidade da lei.
Aplicabilidade da lei.
E o nosso trabalho mudou neste 10 anos?
Tipos de violência previstos.
Propostas de mudança na lei.

Como atender mulheres em situação de violência?


Homicídio autorizado

Brasil Colonial - Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e


seus territórios ultramarinos.

Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de


matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição — bastava um boato.

Previa-se um único caso de punição. Sendo o marido traído um “peão” e o


amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser
condenado a três anos de desterro na África.

No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem


era superior à mulher.

O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas só


podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização
expressa do marido.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A MULHER L
1962 – Mulher casada deixa de ser considerada juridicamente incapaz; E
1977 – Lei do Divórcio;
G
I
1988 – Constituição cidadã – homens e mulheres iguais nas relações S
conjugais;
L
2002 – Fim da possibilidade de anulação de casamento caso a mulher nãoA
fosse mais virgem; Ç
2005 – O termo “mulher honesta” foi retirado da lei de estupro;
Ç
Ã
2006 - Lei Maria da Penha (Violência Doméstica e Familiar baseada no O
Gênero).

2015 - Feminicídio
A indenização foi recomendada ao Brasil pela Comissão de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). A OEA
entendeu que a demora de 19 anos no andamento do processo contra
o ex-marido de Maria da Penha violou os direitos humanos.
FUNDAMENTOS DA LEI MARIA DA PENHA

Recomendações da Convenção da ONU sobre a


eliminação de todas as formas de violência contra a
mulher (18/12/1979, ratificada pelo Brasil em 01/02/1984).

Convenção Interamericana para punir e erradicar a


violência contra a mulher, as quais o Brasil é signatário
(Convenção de Belém do Pará, 06/06/94, ratificada pelo Brasil
em 27/11/1995).

Constituição Federal - no artigo 226, parágrafo 8º.


O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir
a violência no âmbito de suas relações.
Lei nº 10.886, de 17 de junho de 2004 - (acrescenta parágrafos ao
Código Penal, criando o tipo especial denominado - “Violência
Doméstica”
O Art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Código Penal passa a vigorar acrescido dos seguintes
parágrafos 9º e 10º: § 9º.
Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano. § 10º.


Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as
circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (NR)
VIOLÊNCIA VIOLÊNCIA EXTRA
DOMÉSTICA/FAMILIAR FAMILIAR
Autor conhecido, vínculos Autor desconhecido,
afetivos, provedor... sem vínculos
Relação de intimidade Nenhuma ou pouca
relação
Desejo que ele pare de ser Desejo que ele pague
violento ou vá preso ( justiça)
Existe a possibilidade mais Perdão pode nunca
rápida de perdão acontecer
Dificuldade de acusação Facilidade de
(medo, pena, amor, acusação
ameaça)
Maior chance de Reincidência quase
reincidência nula
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher;

Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência


Doméstica e Familiar contra a Mulher; (66 unidades
– sudeste 20, nordeste 15, sul 03, norte 12, centro
oeste 16);

Altera o Código de Processo Penal, o Código Penal


e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
Para os efeitos desta Lei, configura
violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial
GÊNERO

Não há como falar de violência contra a mulher


se não fizermos a discussão de gênero
organização social com divisão moral
força e a honra dos homens

vergonha das mulheres


qualidades morais importantes

Defesa da dupla moral sexual


controle da sexualidade feminina
ênfase na virilidade masculina.
“Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências”

http://www.geledes.org.br/o-que-e-ser-menina-no-brasil-desigualdade-de-genero-desde-
infancia/
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
A cada 15 segundos uma mulher agredida no Brasil!
2009
A cada 24 segundos uma mulher agredida no Brasil,
ou seja, 5 mulheres a cada 2 minutos. 2010

Fonte: Fundação Perseu Abramo.

FEMINICÍDIO
50,3% dos homicídios de mulheres no Brasil são cometidos por familiares,
desse total, 33,2% são parceiros ou ex-parceiros.
13 mulheres assassinadas por dia. Dessas, 07 são por
maridos/naorados/ex.

Brasil 5º lugar: 1º : El Salvador; 2º : Colômbia; 3º : Guatemala; 4º :


Federação Russa;

Enegrecimento do feminicídio 2003/ 2013 – aumento de 55% de mortes de


mulheres negras- diminuição de 9,8 em mulheres brancas.
Mapa da Violência 2015.
Datasenado 2015
SPM Guarapuava 2015
V
I
NAS RELAÇÕES ÍNTIMAS DE AFETO O
L
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N
C
I
A

D
O
M
É
S
T
I
C
A
Elas acreditam
que:
As crises de ciúme
e sentimento de
posse significam
que ele a ama;
Eles pensam que: São responsáveis
Têm o direito de pelos problemas
decidir determinadas da relação;
coisas pela Não podem
namorada; recusar ter
Que o respeito relações sexuais
impõe-se; quando ele
Ser masculino é ser deseja.
agressivo e usar a
força.
Ciclo da violência no casal
Caderno de Atenção Básica MS: Violência Intra familiar 2002
Mulher é agredida pelo esposo e filho denuncia
violência em rede social
Mulher é agredida e tem cabelo
A boleira Fabiane Boldrini teve o nariz fraturado pelo sargento do exército Joel
Jorge após pedir o divórcio raspado pelo marido durante cárcere
privado
Para denunciar um caso de agressão emdentro
ocorrido SP da própria casa, um garoto
carioca publicou uma foto da mãe com o rosto ensanguentado na rede social
Uma mulher teve o cabelo raspado e sofreu
Facebook. Segundo a postagem, que foi ao ar no domingo (27), o autor da
agressão é o esposo da vítima.
diversas agressões físicas enquanto esteve
mantida
A boleira Fabiane Boldrini, 34 anos, teve em cárcere
o nariz privado
fraturado pelo próprio
pelo sargento marido
do exército
em
Joel Jorge, 43, porque ela teria na cidade
pedido de Guarulhos,
o divórcio. em Sãomais
O post já coleciona Paulo. De
de 4,5
mil compartilhamentos acordo com a TV Globo, a vítima foi mantida
presaisso
“Por mais que ele tente se explicar, dentro dafez
que ele própria
não temcasa por doisEla
justificativa. dias. O
é vitima
dele por muitos anos. Ele fraturou o nariz
casal haviadela com um soco
terminado porque ela disse que
o relacionamento
não queria mais viver com ele,recentemente;
aguentando tudo. E antesteria
o crime que sido
pensem que elapelo
motivado fez
alguma coisa de errado, ela não fez nada para merecer isso. Eu sou testemunha,
fato de ele não aceitar a separação.
então eu peço que compartilhem para que a justiça seja feita. Agressão contra
mulher é covardia! Isso aconteceu há três semanas atrás!”, desabafou o garoto.
Em resposta publicada também pelas redes sociais, o sargento se desculpou e
disse que agrediu a esposa porque foi mordido por ela. "Errei quando bati, após ser
mordido pela mesma, que publicou no Face de seu filho as fotos que aí estão.
Usando o Face de uma criança devia postar no dela. Não usar uma criança.
Sempre serei um pai, não adianta querer me fazer parecer esse monstro", disse
Jorge.
Casados há 16 anos, Fabiane disse afirmou que decidiu postar a imagem da
HOMEM ESFAQUEIA EX-NAMORADA E ESPANCA BEBÊS GÊMEOS ATÉ A MORTE
SEGUNDA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2016

A morte de gêmeos de 11 meses em São Miguel do Araguaia, Goiás, é


investigada pela Polícia Civil. Os bebês foram vítimas de um espancamento
na madrugada desta segunda-feira, dia 8. A mãe das crianças, Taís Araújo
de Oliveira Paula, de 23 anos, ainda recebeu três facadas, sendo elas no
rosto, pescoço e costas. Já as crianças possuíam sinais de violência, uma
delas com lesão grave na cabeça e a outra com um corte abaixo do nariz.
O Samu foi acionado e encaminhou Thais e os filhos para o Hospital
Municipal de São Miguel do Araguaia, por volta das 4h. Os gêmeos, de 11
meses, que tiveram traumatismo craniano, não resistiram e vieram a óbito.
Já Thais não corre risco de morte.
Segundo o site G1, o principal suspeito é Antônio Ribeiro Matos, de 26 anos,
ex-namorado de Taís. Para a polícia, ele não teria se conformado com o fim
do relacionamento. O suspeito não é o pai dos bebês David Luiz e Lucas
Felipe.

Após o crime, Antônio fugiu e é considerado foragido da polícia. As vítimas


foram socorridas, porém, os gêmeos não resistiram aos ferimentos. Taís
segue internada no Hospital Municipal de São Miguel do Araguaia e de
acordo com o boletim médico não corre risco de morte.
Por que a mulher não abandona?
Tem ligação afetiva com o agressor;
Tem medo de sofrer uma violência ainda maior;
Não acredita na Justiça;
Tem vergonha dos vizinhos, dos amigos e da família;
Tem medo de prejudicar o agressor e os filhos;
Não quer que o pai de seus filhos vá preso;
Se sentem culpadas e/ou responsáveis pela violência que sofrem;
Sensação de fracasso e culpa na escolha do parceiro;
Não possuem condições financeiras para mudar o rumo de sua
vida.
Perda da identidade (auto-estima e auto-imagem)
Anestesia emocional.
Perde a esperança.
Acredita a vida é assim mesmo.
Por que as mulheres não denunciam seus agressores – Datasenado 2015
Ciclo da mudança
Saída Permanente

Ciclo da mudança

Determinação
Pré-Ponderação

Os seis estágios da mudança, de Prochaska e DiClemente


 Determina que a violência doméstica contra a mulher
independe de orientação sexual.

 Retira dos juizados especiais criminais (Lei 9.099/95


– menor potencial ofensivo) a competência para
julgar os crimes de violência doméstica contra
mulher.

 Proíbe a aplicação de penas secundárias como as


cestas básicas e multa.

 Prevê a criação de juizados especiais de violência


doméstica e familiar contra a mulher com competência
cível e criminal para abranger todas as questões.
 Prevê um capítulo específico para o atendimento pela
autoridade policial (leia-se agente de segurança) para os casos
de violência doméstica contra a mulher:
 Encaminhar a ofendida ao hospital, posto de saúde e ao IML;
 Fornecer trasnporte para a ofendida e seus dependentes para
abrigo ou local seguro quando houver risco de vida;
 Se necessário acompanhar a ofendida para assegurar a retirada
de seus pertences do local da ocorrência ou domicílio familiar;
 Informar a ofendida dos direitos a ela conferidos nesta Lei e os
serviços disponíveis.

 A mulher somente poderá renunciar perante o juiz e não mais


na delegacia.
 A mulher vítima de violência doméstica será
notificada sobre andamento do processo,
especialmente quanto ao ingresso e saída da prisão
do agressor.

 É vedada a entrega da intimação pela mulher ao


agressor.

 Possibilita a prisão em flagrante.

 Altera o código de processo penal para possibilitar


ao juiz a decretação da prisão preventiva quando
houver riscos à integridade física ou psicológica da
mulher
 A mulher deverá estar acompanhada de advogado ou
defensor em todos os autos processuais.

 Altera o artigo 61 do código penal para considerar


violência contra a mulher como agravante de pena.

 A pena para o crime de violência doméstica era de 6


meses a 1 ano passa a ser de 3 meses a 3 anos.

 Se a violência doméstica for cometida contra mulher


portadora de deficiência, a pena será aumenta em 1/3.

 Altera a lei de execuções penais para permitir que o juiz


determine o comparecimento obrigatório do agressor a
programas de recuperação e reeducação.
• Baixa adesão – apresentam altos índices de desistência
(entre 20 e 50%), tanto entre participantes voluntários,
quanto entre os que cumprem medida judicial (BENNETT;
WILLIAMS, 2001; ROTHMAN, 2003; SAUNDERS;
HAMILL, 2003);

• não há comprovação científica de que uma abordagem


seja mais eficaz do que outra (BENNETT; WILLIAMS,
2001);

• o agressor não se vê como tal e sente-se injustiçado;

• a reeducação do agressor não figura na elaboração de


políticas públicas sendo a maioria das iniciativas não
governamentais.
 1 - Suspensão da posse ou restrição do porte de armas do agressor com
comunicação ao órgão competente;

 2 - Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

 3 - Proibição de aproximação entre o agressor e a ofendida, familiares e


testemunhas, fixando um limite mínimo de distânciaentre estes e o agressor;

 4 - Proibição de contato com a ofendida, seus familiares e testemunha por


qualquer meio de comunicação

 5 - Frequentação de determinados lugares por parte do agressor a fim de


preservar a integridade física e psicológica da ofendida.

 6 - Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores

 7 - Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.


 8 -Recondução da ofendida e dependentes ao domicílio após
afastamento do agressor;

 9- Determinar o afastamento da ofendida do lar sem prejuízo dos


direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;

 10- Determinar separação de corpos;

 11- Restituir bens indevidamente subtraídos;

 12-Proibição temporária de vendas e contratos;

 13-Suspensão de procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

 14- Caução provisória para reparar perdas e danos;

 15- Encaminhar a ofendida e seus dependentes à programa oficial ou


comunitário de proteção ou atendimento
Independem de audiência das
partes e de manifestação do
ministério público.

Serão aplicadas isolada ou


cumulativamente e poderão ser
substituídas a qualquer tempo por
outras de maior eficácia.
•Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o
afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

•Deve ser remetido, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,


expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida,para a
concessão de medidas protetivas de urgência;

•Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários


médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

ANOTAÇÕES NO PRONTUÁRIO DO PACIENTE


Serviços de saúde podem e devem garantir os registros desses sinais em
prontuário do paciente.

Devem constar do prontuário o que aconteceu, quando, como, tipo de lesão,


tamanho da lesão, se afetou órgãos e/ou se causou algum tipo de incapacidade
temporária ou permanente.
Por todos esses mecanismos de
proteção, a Maria da Penha é
considerada uma das leis do tipo
mais avançadas do mundo pelo
Fundo de Desenvolvimento das
Nações Unidas para a Mulher
(Unifem).
Dia 09/02/2012 o STF decidiu que Lei é
constitucional e o Ministério Público
pode atuar nos casos de crimes de
lesão corporal contra as mulheres
independentemente da representação
da vítima.
PL 7/2016
Ementa:
Acrescenta dispositivos à Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, para
dispor sobre o direito da vítima de violência doméstica de ter
atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado,
preferencialmente, por servidores do sexo feminino, e dá outras
providências.

Permitir ao delegado de polícia conceder medidas protetivas de


urgência a mulheres vítimas de violência doméstica e a seus
dependentes

O texto também reforça a necessidade de que os estados e o Distrito


Federal priorizem, no âmbito de suas políticas públicas, a criação de
delegacias especializadas no atendimento à mulher e de núcleos de
investigação voltados ao crime de feminicídio.
ATENDIMENTO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
Problema
Violência MUITOS ANOS
Segurança
Pública

Década de 90

Organismos de
Problema de Saúde
Saúde PERCEBEM
Pública
Nº de vítimas
Sequelas
Assistência Problema Social
PERCEBEM
Social
Datasenado 2015
•A assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar será
prestada de forma articulada e conforme
os princípios e as diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, no Sistema
Único de Saúde, no Sistema Único de
Segurança Pública, entre outras normas e
políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso.
INSTRUMENTO DE NOTIFICAÇÃO
A notificação compulsória deverá ser realizada
obrigatoriamente diante da suspeita ou confirmação da
violência, pelos serviços de saúde públicos e ou privados,
também pelos responsáveis por estabelecimentos públicos
ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de
serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e
instituições de pesquisa, bem como qualquer cidadão que
deles tenha conhecimento ou ainda pelo responsável pelo
serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao
paciente.
PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014
SERVIÇOSNÃO
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE
ESPECIALIZADOS DE ATENDIMENTO À MULHER
ATENDIMENTO À MULHER São aqueles que atendem exclusivamente
Geralmente esses serviços são a mulheres e que possuem expertise no que
tange a violência de gênero, como:
porta de entrada da mulher na
Centro de Atendimento à Mulher em
rede:
Situação de Violência;
•Hospitais Gerais Casas Abrigos;
Unidades de Saúde, Casas de Passagem (abrigos provisórios);
Serviços de Atenção Básica Delegacias Especializadas no Atendimento à
Mulher;
Programas de Saúde da Família
Núcleo da Mulher nas Defensorias Públicas;
UPAS
Promotorias Especializadas;
Delegacias não Especializadas Juizados Especiais de Violência Doméstica e
Polícia Militar e Federal Familiar contra a Mulher;
Guardas Municipais Serviços de Saúde de Referência de
Centros de Referência de Atendimento da Violência Doméstica e Sexual;
Assistência Social Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180;
Centros Especializados de Ouvidorias da Mulher da Secretaria de
Assistência Social (CRAS e Políticas para Mulheres;
CREAS) Postos de Atendimento Humanizado nos
Ministério Público Aeroportos (tráfico de pessoas);
Defensorias Públicas, IML, entre Núcleos de Atendimento à Mulher nos
outros. Serviços de Apoio ao Migrante
A técnica de atendimento às vítimas de
violência depende da fase em que a mulher se
encontra e da integração dos profissionais com a
mulher a ser atendida.

ATENÇÃO DE URGÊNCIA ATENÇÃO NÃO URGÊNCIA


Fase aguda da violência Fase crônica da violência

Chorosa Fase lua de mel


Confusa Fase de pequenos conflitos
Com medo Achando que tudo vai mudar
Fragilizada Com medo
Culpada
TÉCNICA DA ESCUTA ATIVA

•Pare de falar e ouça o que a pessoa está contando;

Preste atenção no que a mulher diz. Mostre um interesse genuíno;


Não fique disperso nem execute outras atividades como falar ao telefone ou
digitar ao computador;
Ouça com atenção. Evite interrupções;
Anote possíveis pontos importantes que depois poderão ser discutidos;
Não faça comentários ou piadinhas nem expressões faciais ou corporais de
desaprovação, surpresa, susto, medo ou qualquer outro que possa desestimular
o relato ou revitimizarar a mulher;
Repita os fatos tranquilamente com as palavras que a mulher usou e peça a
confirmação de que foi isso mesmo;
Parafraseie com suas palavras o que você entendeu (“ Você está me dizendo
que...”);
Reflita sobre sentimentos subjacentes da pessoa que está falando;
Identifique-se com as emoções da pessoa que está falando e discuta as
implicações e riscos com ela.
SINAIS DE ALERTA CLÍNICOS PARA A VIOLÊNCIA

•Ferimentos que não correspondem à explicação de como ocorreram (lesões tipo


queimaduras, contusões, hematomas e fraturas incluindo face, boca, dentes,
cabeça ou pescoço que são os locais mais atingidos e de fácil visualização;

Lesões que lembram o instrumento agressor: (marcas de ferro de passar


roupas, arcada dentária em casos de mordida, marcas de queimadura por pontas
de cigarro, fivelas de cintos, etc.);
Lesões circulares bilaterais (de um lado e do outro do corpo), em pescoço que
podem indicar esganadura ou que a pessoa estava presa por cordas; nos braços
sugerindo que a pessoa foi segura com força ou presa por cordas principalmente
nas lesões em pulsos; em tornozelos também pode ser indicativo de lesão por
cordas;
Lesões em diferentes fases de cicatrização;
Lesões em locais de difícil acesso como costas e debaixo dos braços;
Demora em buscar ajuda para os ferimentos;
Relatos de acidentes frequentes;
Relatos de quedas frequentes em idosos e pessoas com deficiência;
Síndrome do cólon irritável/Dor pélvica crônica.
SINAIS DE ALERTA CLÍNICOS PARA A VIOLÊNCIA

Presença de lesões e
doenças sexualmente
transmissíveis (DST) em
genitália e boca; Relato de tentativa ou
Ausência de planejamento tendência ao suicídio
familiar e gravidez
indesejadas; Comportamento
Ferimentos físicos durante a autodestrutivo com uso de
gravidez; álcool e drogas;

Complicações na gestação Desordens alimentares,


ou relatos anteriores de obesidade, anorexia.
aborto;
Entrada tardia no pré-natal;
SINAIS PSICOSSOMÁTICOS PARA A VIOLÊNCIA

• Baixa estima;

Queixas vagas, crônicas, sem causa física aparente;

Queixas de Insônia, pesadelos, medo, ansiedade, falta de


concentração, irritabilidade e depressão;

Crise de pânico, confusão, fobias;

Autorreprovação, sentimento de inferioridade, de fracasso


e insegurança, sentimento de culpa;
SINAIS DE ALERTA SOCIAIS PARA A VIOLÊNCIA

•Ausência de vida social (isolamento);

Parceiros que observam ou controlam os movimentos da


mulher com muita insistência ou que não se afastam dela;

Mudanças frequentes de emprego ou moradia;

Faltas em compromissos (trabalho, aulas, reuniões


escolares, consultas agendadas).
Abordagem: quando a Mulher não relata a violência
sofrida, mas há sinais ou indícios.
PERGUNTANDO DIRETAMENTE
Como você deve saber
existem muitos casos de PERGUNTANDO INDIRETAMENTE
violência doméstica, física, Como é sua relação com
psicológica, sexual. Isto seu companheiro?
aconteceu alguma vez com Está tudo bem em sua casa?
você? Você se sente agredida,
Já vi situações como a sua em que ameaçada ou humilhada?
a pessoa estava sendo agredida, Você e seu marido (pai, filho,
Isso acontece com você? irmã, irmão ou familiar) brigam
Alguém lhe bate ou ameaça? sempre?
Já foi forçada a manter relação Quando ele bebe fica diferente
sexual quando não queria? com você?
CONDUTAS PARA FACILITAR O DIÁLOGO

Respeitar o sigilo - todas as discussões devem ser feitas


reservadamente, sem a presença de familiares, nem do agressor;
Ouvir com interesse genuíno – mostrar que acredita na mulher e que
entende o que ela sente;
Mostrar que ela não está sozinha, que muitas pessoas passam pelo
mesmo tipo de experiência;
Respeitar sua autonomia de tomar decisões para sua vida, mostrar as
possibilidades sem forçá-la e colocar-se a disposição sempre que
precisar;
Demonstrar que reconhece a injustiça da situação e acreditar em seu
relato;
Promover o acesso aos serviços da rede de atenção e recursos
disponíveis para o caso (abrigo, justiça, telefones de emergência, etc.);
Analisar o risco e ajudá-la a planejar sua proteção.
TIPOS DE VIOLÊNCIA
1 VIOLÊNCIA FÍSICA

2 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
3 VIOLÊNCIA SEXUAL

4 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
5 VIOLÊNCIA MORAL
QUALQUER CONDUTA QUE OFENDA SUA INTEGRIDADE
OU SAÚDE CORPORAL
Tapas
Empurrões
Chutes
Bofetadas
Tentativa de asfixia
Tentativas de homicídios
Puxões de cabelo
Beliscões
Mordidas
Queimaduras
Espancamentos
Ferimentos com faca ou arma de fogo
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Qualquer conduta que cause dano emocional e
diminuição da auto-estima; que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento; que vise degradar
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões.

Mediante: ameaça; constrangimento; humilhação;


manipulação; isolamento; vigilância constante;
perseguição contumaz; insulto; chantagem;
ridicularização; exploração e limitação do direito
de ir e vir ; qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e a auto-
determinação.
VIOLÊNCIA SEXUAL
 Presenciar, manter ou a participar de relação
sexual não desejada, mediante intimidação,
ameaça, coação ou uso da força;
 Comercializar ou utilizar, de qualquer modo, a
sua sexualidade;
 Impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que force ao matrimônio, à
gravidez, ou aborto ou à prostituição,
mediante coação chantagem, suborno ou
manipulação;
 Ou que limite ou anule o exercício de seus
direitos sexuais e reprodutivos.
Orientações às vítimas de violência Orientações aos
sexual Profissionais
Não realizar higiene íntima (não tomar • Realizar o acolhimento em
banho); sala com privacidade;
Não fazer perguntas
Levar as peças de roupa íntimas, peças
inapropriadas como: como
de vestuários ou outros tecidos com
manchas suspeitas de sêmen ou vai? tudo bem?
esperma; Não fazer comentários
Nunca acondicionar as peças de como: “vai passar”; “não foi
vestuários com manchas suspeitas de nada”;
sêmen ou esperma em sacos plásticos, Não chamar a paciente de
pois podem deteriorar o material, “querida”; “meu anjo”;
ocasionando a perda de prova pericial. As “minha linda”; “meu amor”,
peças devem ser acondicionadas em pois, muitas vezes, poderá
saco ou envelope de papel; ser exatamente a forma
Realizar BO em Delegacia logo após o como ela acabou de ser
atendimento hospitalar Se a vítima for
chamada pelo agressor;
criança ou adolescente, os pais e
familiares devem ser orientados a não Acreditar no relato da
contar o caso para outras pessoas. vítima;
 Buscar ajuda imediatamente; Não julgar a vítima ou
fazer juízo de valores.
... Da assistência à mulher em situação de Violência

Art. 9º, parágrafo terceiro

“A assistência à mulher em situação de violência


doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico,
incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos cabíveis nos casos de violência sexual.”
Fonte: CE/SMS

Número de casos de gravidez e de abortos resultantes de violência sexual em


crianças/adolescentes e mulheres - Curitiba, 2002 a 2014.
Ano Gestações Aborto legal Aborto espontâneo
2002 10 8 0
2003 11 5 0
2004 2 0 0
2005 9 6 1
2006 8 3 1
2007 11 3 1
2008 9 9 0
2009 7 4 0
2010 10 0 1
2011 8 3 3
2012 8 3 0
2013 17 13 1
2014 21 8 0
Total 131 65 8

FONTE: CE/SMS
VIOLÊNCIA MORAL
ENTENDIDO COMO QUALQUER CONDUTA DE INJÚRIA, DIFAMAÇÃO
OU CALÚNIA

Se alguém a acusou de um crime que você não cometeu - você foi


vítima de uma CALÚNIA.( tem que provar)

Se alguém falou contra a sua honra ,à sua reputação, na presença de


uma ou mais pessoas, você foi vítima de DIFAMAÇÃO. (desacreditar
sem acusar de crime)

Se alguém a ofendeu, mesmo que não seja na frente de outras


pessoas, atribuir à você qualidade negativa, que ofenda sua
dignidade ou decoro - você foi vítima de uma INJÚRIA.
Quebrar, destruir, HOMEM ENCIUMADO QUEBRA PARABRISA DE CARRO

reter ou furtar
objetos pessoais,
instrumentos de
trabalho,
documentos, bens
ou recursos
econômicos.
Disque Idoso
0800-410001
disqueidoso@setp.pr.gov
.br
ESTABELECER UM FLUXO DE
ATENDIMENTO NO MUNÍCIPIO NO
ATENDIMENTOA VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
ESTABELECER UMA REDE DE
ATENÇÃO E ENFRENTAMENTO A
VIOlÊNCIA CONTRA A MULHER

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