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Notícias da Violência Urbana:

um estudo antropológico
SILVA, Edilson Márcio A. "Critérios de seleção e hierarquização das notícias"; "A
construção da violência urbana como problema público: o jornal como ator
político" e "Considerações finais". In.: Notícias da Violência Urbana: um estudo
antropológico. Niterói: EDUFF, 2010

Jonas Quitanilha
Rodson Juarez
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Notícias da Violência Urbana:
um estudo antropológico

•Critérios de seleção e hierarquização das


notícias

•A construção da violência urbana como


problema público: o jornal como ator político; e

•Considerações finais

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CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E
HIERARQUIZAÇÃO DAS NOTÍCIAS
•Do levantamento à apuração das notícias
•Da escolha do lead à redação final das reportagens
•Na Local são desenvolvidas inúmeras atividades e rotinas
profissionais.
•Reuniões de pauta da editoria (temas de potencial
noticiabilidade)
•Avaliação da relevância no lugar do jornal em que devem
ser publicados.
•Espaço mais nobre e valorizado: primeira página; ou o
“abre” de cada categoria
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Hierarquias internas
•A escolha das prioridades
•As relações sócio-profissionais na Local
•O caso do “barulho Lagoa” X “crescimento da violência”
•O “editor quis” direciona os destaques
•“Isso não é notícia” deprecia a matéria (interesse do editor)
•O sistema hierárquico vigente na Local não só influencia
•Chega a direcionar o processo de produção das notícias
•Aparente estrutura horizontalizada e polifônica
•Figura do editor “todo-poderoso” (como no passado)
•“Ele manda e eu faço”; “O editor manda na Local”
•“Reco” – recomendação com pesos diferentes?
•Campo jornalístico como campo de poder (Bourdieu)
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Situação sócio-espacial da notícia
• “Palavrinhas mágicas: Jardim Botânico”
•Importância da localidade na qual o fato noticoso ocorre
•Análise (hegemônica) conforme o público leitor
•“O leitor do jornal, a maior parte é Zona Sul (...) tem mais
visibilidade”
•“voltado para classes A e B, que vivem na Zona Sul” (produtora)
•Seleção e hierarquização das notícias pelo critério geográfico
(relevância)
•Clientes preferenciais: “Zona Sul vende notícias, vende jornal (...)
essa é a verdade”
•A lógica localista está naturalizada
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Situação sócio-espacial da notícia

•Zona Sul e Barra da Tijuca recebem tratamento privilegiado


(notícias)
•“interesse das ‘pessoas em geral’, mas direcionam localmente”
•Identificação da “geografia dominante”
•Dona Alzira: a leitora ideal (mulher de classe média que mora na
Tijuca)
•Escolha de um interlocutor médio
•Público leitor em relação dialética com o jornal (sofre e produz
efeitos)

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Coberturas de segurança pública
•Multiplicidade de orientações na produção da notícia
•Visões diferentes (parcialmente resolvidas pela hierarquia)
•Migração do termo “reportagem policial”
•Surge a “cobertura de segurança pública”
•Processo de democratização (mancha nas reportagens policias)
•“nome mais pomposo” (produtor)
•“questão de governo... ‘Segurança Pública’ dá voto” (protege o cidadão)
•Ascensão da cobertura moderna não substitui a anterior (complementa)
•Mais que comentar fatos criminosos (ponto de partida - factual)
•Sistematizam um conjunto de informações (essa nova modalidade)
•Cria-se um diferencial entre os jornais que ficam somente no factual
•Diálogos com as políticas de Segurança Pública
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A CONSTRUÇÃO DA ‘VIOLÊNCIA URBANA’
COMO PROBLEMA PÚBLICO:
O JORNAL COMO ATOR POLÍTICO
•Rio de Janeiro como cidade violenta (representação)
•Representação com diversos discursos sociais
•Noticiários como mecanismo de construção simbólica (cotidiano)
•Maior espaço conferido à Segurança Pública no RJ do que em outras
capitais
•Interesse diferenciado da grande mídia nos problemas cariocas
•Outras cidades de grande e médio porte apresentam problemas
semelhantes
•Rio como “utopia urbana” (Misse)
•Criação de estereótipos + Percepção e difusão radicalizadas
•“O jornal não exacerba da violência” (podutor)
•As ruas do Rio como o lugar da “descidadanização” (O’Donnel)
•Ampliado pela retratação dos jornais 8 de 14
Dois pesos, duas medidas: representações da
‘violência urbana’ na imprensa do RJ e de SP
•Rio mais focado na noticia de crime do que São Paulo (por exemplo)
•Percepção de uma diferença geográfica
•Centralidade e periferia (na visão do produtor)
•Noticia o que “aparece mais” (mais no Rio)
•Em São Paulo não se tem favelas no zona mais rica da cidade
•Geografia de SP e violência: periferia (grupos sociais específicos)
•No Rio, difusão social e geográfica (maior vulnerabilidade geral)
•Fenômenos diferentes, cuidados diferentes (entrevistados)
•“Você tem que mostrar a realidade, para resolver isso” (produtor)
•Aumento de crimes de sequestro em SP, mas sem noticiarem
•Há um posicionamento político mais claro no Rio que em SP
•Há uma maior cobrança do desempenho das autoridades
(denuncismo) 9 de 14
Jornalismo e protagonismo social
•Cenário excepcionalmente violento
•A função social dos jornalistas: (tentar) “publicar a verdade”
•“Triste do país que precisa de uma imprensa pra fazer o papel
dos outros” (produtor)
•Máximas: “interesse público” e “compromisso com a verdade”
•Quando as instituições não funcionam, a imprensa denuncia
•Admissão de uma função mais abrangente do que informar
•Protagonismo diante de demandas sociais (interesse público)
•Alguns órgãos só funcionam quando a “imprensa vai em cima”
(produtor)
•Fazer X Não fazer: seria publicado
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“Interesse público” ou interesse do
público (leitor)?
•Capacidade da grande imprensa de agendar políticas públicas
•Reconhecimento do Público leitor e de agentes do Estado
•“Nós geramos as informações de interesse público” (entrevistados)
•Jornal e jornalista: autoridade específica para participar da discussão dos
problemas sociais
•E mais: acaba definindo as prioridades
•“o jornal reflete muito o que seus leitores pensam” (produtora)
•Mais que circular informações: processo produtor de significações
•Defensores do “público”?
•“A gente não está aqui pra fazer a vontade da classe média”
(entrevistado)
•Imprensa como portadora do discurso legítimo (discurso “autorizado”)
•Autoriza a reivindicação de causas de interesse geral da nação
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
•Substituição das “reportagens policiais” pela “cobertura de segurança
pública”
•Relevância da “violência” e reflexões sobre “qual violência”
•A “violência” deixa de ser tratada como algo episódico ou
segmentado
•A penetração social do jornal acaba pautando outros jornais, com
outras penetrações
•Construção de um discurso único (capital simbólico, hierarquizante)
•Legitimação (generalização) de temáticas pontuais: interesse
público?
•Sistema de valores que referencia ações de um grupo de jornalistas
•“Violência urbana” como um “problema público” (percepção
construída)
•Afinal, “a vida coletiva é feita de representações” (Durkheim)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

•A construção e um “inimigo público difuso” (jornais, polícia,


bandidos, justiça)
•Demanda por uma resposta institucional
•A relevância da “violência urbana” varia com a sua difusão
•“o leitor lê o que a gente quer que ele leia!” (produtor da Local)
•Difusão de uma visão da realidade (re) cria a realidade
•“só pela função de informar, você já tá desempenhando um papel
político, você já tá formando opinião. Formou opinião, você já tá
desempenhando um papel político” (produtor).

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Notícias da Violência Urbana:
um estudo antropológico
SILVA, Edilson Márcio A.

OBRIGADO!

Jonas Quintanilha
Rodson Juarez
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