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ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

Professores: José Moisés Nunes da Silva e Maria Aparecida


dos Santos Ferreira

SEMINÁRIO
Estado de bem-estar social
Alunas: Sueli Rodrigues e Vandernúbia Cadete
Referencial teórico
• ARRETCHE (1995)
• FIORI, José Luís (1997)
• KEYNES (1996)
Marta Teresa da Silva Arretche

• Professora Titular do Departamento de


Ciência Política da USP e pró-reitora adjunta
de pesquisa, também da USP. Graduada
em Ciências Sociais pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em
Ciência Política pela Universidade Estadual
de Campinas, doutorado em Ciências Sociais
pela Universidade Estadual de Campinas e
pós-doutorado no Departamento de Ciência
Política do Massachussets Institute of
Technology (EUA).
• Suas principais áreas de pesquisa incluem a
análise comparada dos Estados federativos
dos sistemas de proteção social.
José Luís Fiori

Graduou-se em sociologia e fez


mestrado em economia, ambos na
Universidade do Chile, entre 1965 e
1973, tendo sido aluno de alguns
dos principais autores da economia
política estruturalista da CEPAL.
Tem doutorado em Ciência Política
pela Universidade de São Paulo e
hoje é livre-docente e professor
titular de Economia Política
Internacional no Instituto de
Economia da UFRJ.
John Maynard Keynes
John Maynard Keynes nasceu em Cambridge em
junho de 1883 e faleceu em Sussex em abril de
1946. Sua vida é marcada por desempenho
excepcional em inúmeras áreas da atividade
humana: homem de negócios e diretor de
Companhias de Seguro e Investimento, com o que
terminou por acumular expressiva riqueza pessoal;
funcionário público por dois anos a partir de 1906,
assessor influente do Tesouro Britânico e finalmente
diretor do Banco da Inglaterra, o Banco Central
Inglês, a partir de 1942; protetor das artes, produtor
teatral, editor e colecionador de livros raros;
articulista da imprensa diária e coproprietário de um
semanário londrino através do qual participou da
campanha política de 1929 em defesa do Partido
Liberal, com o qual manteve permanente associação
informal ao longo de sua vida; professor de
Economia e administrador na Universidade de
Cambridge.
• Keynes foi economista e autor de uma fecunda e,
provavelmente, a mais influente obra em teoria
econômica no século XX, onde merece destaque
A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda,
ora publicada pela Abril Cultural.
TÓPICOS
1. WELFARE STATE – DEFINIÇÃO
2. ORIGEM/CONTEXTUALIZAÇÃO/EXPANSÃO
3. PILASTRAS DO WELFARE STATE CONTEMPORÂNEO
4. TEORIAS EXPLICATIVAS
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DO
WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM ECONÔMICA
4.2. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DO
WELFARE STATE SÃO PREPONDERANTEMENTE DE ORDEM POLÍTICA
5. CRISE DO WELFARE STATE
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1.WELFARE STATE – DEFINIÇÃO

“padrões mínimos, garantidos pelo governo, de renda, nutrição, saúde,


habitação e educação para todos os cidadãos, assegurados como um
direito político e não como caridade.” (Wilensky e Lebeaux, 1965, p xiii,
apud Arretche, 1997, p.6).
1.WELFARE STATE – DEFINIÇÃO
Para Esping-Anderson (1991) citado por Fiori (1997)
• “o welfare state não pode ser compreendido apenas em termos de direitos
e garantias. Também precisamos considerar de que forma as atividades
estatais se entrelaçam com o papel do mercado e da família em termos de
provisão social.” (p.133)
Para Mishra (1990) também citado por Fiori (1997)
• [...] não se pode falar de Estado de Bem-Estar Social antes de 1950.
Mishra associa o novo padrão ou paradigma a mudanças que ocorrem
simultaneamente no plano da regulamentação da economia de mercado e
à afirmação hegemônica das políticas econômicas ativas de inspiração
keynesiana.” (p.133)
2. ORIGEM/CONTEXTUALIZAÇÃO/EXPANSÃO

• Poor Laws e as Friendly Societies inglesas;


• Seguros sociais compulsórios alemães (Bismarck);
• Caixas de Pensão brasileiras (Eloy Chaves);
• New Deal norte-americano (Roosevelt);
• Estado de Bem-Estar Social
“O Welfare State apresenta uma variedade grande de trajetórias e formas
no seu processo de construção e expansão, nos seus graus de
profundidade e universalidade, e na sua maneira de enfrentar a crise e
transição dos anos de 80/90.”
(FIORI, 1997, p. 131)
Três posições conceituais da emergência do welfare state:
1ª) “Proteção Social” – sublinhando mais a evolução do que as
descontinuidades das formas de proteção...que vai das Poor Laws, de
1936 a 1602 até o Plano Beveridge.
2ª) “Políticas Sociais” = welfare – defendendo a ideia de continuidade
e evolução das políticas sociais.
• Marshall (1964) – evolução da cidadania em três tempos: civil,
política e social.
• Flora e Heidenheimer (1983) – o surgimento do welfare associado
ao nascimento da democracia de massas.
3ª) Ruptura qualitativa entre as políticas sociais anteriores à Segunda
Guerra Mundial e o que veio a ser, a partir do Plano Beveridge, o
welfare state contemporâneo.
• Esping-Andersen (1990); Mishra (1990) e outros.
(FIORI, 1997)
“Em grandes linhas, para marxistas e pluralistas de tipo
funcionalista, o welfare aparece historicamente como exigência
da industrialização ou da acumulação do capital, para uns, seja
da modernização e urbanização para os outros. Enquanto que
para funcionalistas e marxistas de tipo conflitualista o welfare
aparece como resultado do avanço dos direitos dos cidadãos e
da democracia, ou como um produto da mobilização sindical e
da luta política de classes (FIORI, p. 139,1997)”
Espinger-Andersen propõe três ordens de fatores para as
“Causas do regime dos welfare states”:
• A natureza da mobilidade de classe, principalmente da classe
trabalhadora;
• As estruturas de coalizões políticas de classe;
• o legado histórico da institucionalidade do regime.
3. PILASTRAS DO WELFARE STATE
CONTEMPORÂNEO
1ª) os fatores materiais ou econômicos;
2ª) o “ambiente” econômico global criado pelos acordos de Bretton Woods e
que abria espaço para uma conciliação entre o desenvolvimento dos
welfare e a estabilidade da economia internacional;
3ª) o “clima” de solidariedade nacional que se instalou logo após a Segunda
Guerra Mundial dentro dos países vencedores e vencidos e pela
solidariedade supranacional gerada pelo novo quadro geopolítico;
4ª) o avanço das democracias partidárias e de massa (que permitiu que a
concorrência eleitoral aumentasse o peso da importância das reivindicações
dos trabalhadores e dos seus sindicatos e partidos, e dos demais setores
sociais interessados no desenvolvimento dos sistemas de welfare state.
4. TEORIAS EXPLICATIVAS
Há dois tipos de causações do fenômeno welfare state:
• de natureza econômica, neste caso, o welfare state seria subproduto
das grandes transformações econômicas desencadeadas no século
XX;
• de ordem política ou institucional, assim, a proteção social é devida às
lutas sociais e às distintas estruturas e instituições estatais.

(ARRETCHE,1995)
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

Argumento 1: o welfare state é um desdobramento necessário das mudanças


postas em marcha pela industrialização das cidades.
(Harold Wilensnsky, Richard Titmuss e T.H. Marshal)
• “Eu concluí que o crescimento econômico, e seus resultados demográficos e
burocráticos são a causa fundamental da emergência generalizada do welfare
state” (Wilensky, 1975, p xiii, apud ARRETCHE, 1995, p. 6)
• “Quanto mais rico os países se tornam, mais semelhantes eles são na cobertura
da população e dos riscos(...)” (Wilensky, 1975, p 15/16, apud ARRETCHE, 1995,
p. 6)
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

• Assim, as mudanças sociais especialmente as demográficas,


desencadeadas pela industrialização, geram a necessidade de proteção
social;
• O sistema político, segundo as considerações de Wilensky, tem fraca
correlação com o desenvolvimento do welfare state.
• Os EUA são mais lentos nas políticas sociais, em comparação com outros
países, menos ricos, isso se deve ao sistema capitalista próprio desse
país.
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

• Titmuss (1963): a origem dos programas de wefare está na crescente


complexidade da divisão social do trabalho, propiciada pelo
desenvolvimento da industrialização. Arreche, 1997, p. 10)
• “A origem e o desenvolvimento do Estado do Bem-Estar Social fazem
parte de um processo que é definido, fundamentalmente, pela
evolução lógica e natural da ordem social em si mesma”(Marshal,
1965, p. 27, apud Arrechte, 1997, p.11);
• Esses autores partilham das mesmas ideias, advindas das teorias da
modernização e da industrialização.
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

Argumento 2: o welfare state é uma resposta às necessidades de acumulação e


legitimação do sistema capitalista.
(James O’Conor, Cláudio Offe)
• Para O’Conor (1977):
• à necessidades societais correspondem funções estatais;
• O Estado capitalista deve desempenhar duas funções básicas e muitas vezes
contraditórias: acumulação e legitimação;
• Dessa forma, o Estado deve criar as condições de acumulação, mas também deve
criar as condições de harmonia social. Caso não atenda a uma e a outra condição,
corre o risco de enfraquecimento: sem recursos ou sem apoio.
• Estado belicista: tende a crescer, devido ao capital excedente; Estado previdenciário
tende a crescer devido à população excedente.
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

• Gastos estatais:
• Capital social;
• Despesas sociais
• Ainda segundo O’Connor, a expansão do Estado (seu volume de
gastos e criação de instituições) e o crescimento do setor monopolista
são um único fenômeno, complementar e autoalimentador.
• As lutas de classes não são consideradas uma causa do fenômeno
welfare state.
4.1. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREDOMINANTEMENTE DE ORDEM
ECONÔMICA

• Cláudio Offe também segue essa perspectiva funcionalista do welfare


state:
• O desenvolvimento do capitalismo gera problemas sociais, destruindo
formas anteriores de organização social. Esses problemas são
disfuncionalidades, assim, os Estado deve assumir esses encargos.
• “Plataformas dos partidos e resultados eleitorais parecem não ter
influência na porcentagem do orçamento estatal que é gasto para fins
de walfare (...)” (OFFE, 1972, p.484, apud ARRECHE, 1997, p. 16)
• E ainda: a saúde financeira do Estado depende da economia.
4.2. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREPONDERANTEMENTE DE ORDEM
POLÍTICA

Argumento 1: O welfare state é resultado de uma ampliação progressiva de


direitos: dos civis aos políticos, dos políticos aos funcionais.
Marshal, Rosanvallon, François Ewald
• A origem das poíticas sociais do século XX tem origem na ampliação dos
direitos, nesta ordem: civis, políticos e sociais;
• O estado Moderno é fundado na produção da insegurança e na redução
das incertezas (Locke e Hobbes). Portanto é um Estado que deve garantir
os direitos e dá proteção;
• Diagrama liberal não considera os novos riscos causados pela
industrialização, assim, faz-se necessário o diagrama da solidariedade,
que caracteriza o walfare state.
4.2. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREPONDERANTEMENTE DE ORDEM
POLÍTICA

Argumento 2: O welfare state é resultado de um acordo entre capital e


trabalho organizado, dentro do capitalismo.
Ian Gough,
• No interior do aparelho de Estado, há espaço para que a luta de classes,
que se expressa sob a forma de lutas sociais, possa dar origem a
programas que melhorem as condições de vidada classe trabalhadora;
• O Estado age em função dos interesses capitalistas, é a ameaça das lutas
sociais que faz o Estado criar políticas sociais;
• O trabalhador incorpora-se ao sistema;
• Coincidências de interesses da burguesia e do proletariado;
4.2. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREPONDERANTEMENTE DE ORDEM
POLÍTICA

Argumento 4: Há diferentes welfare states: eles são resultado da


capacidade de mobilização da classe trabalhadora no interior de diferentes
matrizes de poder.
Gosta Spinger-Andersen
• As políticas distributivas são distintas entre países com níveis de pressão
semelhantes da classe trabalhadora; duas variáveis são importantes:
força sindical e representação parlamentar;
• Três tipos de walfare state:
1. Regime social-democrata
2. Regime ou modelo conservador
3. Regime ou modelo liberal
4.2. OS CONDICIONANTES DA EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
DO WELFARE STATE SÃO PREPONDERANTEMENTE DE ORDEM
POLÍTICA

Argumento 3: O welfare estate é resultado de configurações históricas


particulares de estruturas estatais e instituições e políticas.
Autoras americanas, entre elas, Sckocpol
• Instituições governamentais
• Regras eleitorais
• Partidos políticos
• Políticas públicas anteriores
5. CRISE DO WELFARE STATE
• Crise de governabilidade dos Estados na visão conservadora, “as críticas precederam as
crises”
• “[...] os novos conservadores viram no welfare state uma peça central no seu diagnóstico da
crise dos Estados democráticos que já vinham formulando desde a segunda metade dos
anos 60.” (p. 141)
• As ideias neoconservadoras acabam politicamente vitoriosas;
• Os projetos neoliberais de reforma de Estados acabam atingindo em cheio os Estados de
Bem-Estar Social, desacelerando sua expansão ou desativando muitos de seus programas.
• Elementos presentes nas reformas neoliberais:
• “remercantilização” da força de trabalho;
• contenção ou desmontagem dos sindicatos;
• desregulação dos mercados de trabalho;
• privatização de muitos dos serviços sociais que estiveram previamente em mãos dos
Estados.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A partir da leitura de Arretche(1997) e Fiori (1995), compreende-se que o


walfare state se desenvolveu no século XX, no contexto das grandes
transformações econômicas e sociais. De um lado, a industrialização, ao
gerar riscos para os trabalhadores, mudanças de natureza demográfica e
pobreza, “exige” a postura do Estado, o qual deve dar proteção e reduzir a
insegurança. De outro, o Estado promotor da educação, saúde,
seguridade social, habitação e segurança decorre de lutas sociais,
organizadas em sindicatos ou representação parlamentar da esquerda.
• Conclui-se também que há um paradoxo no contexto da origem e da crise
desse fenômeno, pois ao mesmo tempo que emerge da necessidade de
suprimir crises e disfunções do capital, o welfare entra em crise em
decorrência da crise capitalista, quando é sucedido pelo Estado Mínimo,
com o propósito de reduzir os gastos do Estado. Os projetos neoliberais
ganham força e desaceleram ou desativam muitos programas do welfare.
Referencial teórico
• ARRETCHE, Marta T. S. Emergência e desenvolvimento do
Welfare State: teorias explicativas. Rio de Janeiro, n.39, 1.
sem. 1995, p 3-40.
• FIORI, José Luís. Estado de bem-estra social: padrões e crises.
PHISYS: REV. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, 1997,
p.129-147.
• KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da
moeda. Trad. Mário R. da Cruz. São Paulo: Nova Cultural,
1996. [Livro primeiro: a teoria geral, p.41-66].

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