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Stanislávski em Outubro

MOSCHKOVICH, Diego F. G.
RUS - Revista de Literatura e Cultura Russa, número 8, volume 7, 2016
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rus/article/view/122886/120203.
Acesso em: 17/04/2017.
Konstantin Serguéievitch Aleksiéiev “Stanislávski” (1863 – 1938)
Filho da burguesia, formação cultural de elite, membro da intelligentsia:
por pressuposto conjuntural, contrarrevolucionária;
mas, também ilustrada e democrática.
Fundou o Teatro de Arte de Moscou Acessível a Todos em 1896.
A contradição aparece no discurso de abertura:
“Não se esqueçam que nosso objetivo é iluminar a vida escura da classe
pobre, brindá-la com momentos felizes e estéticos entre a escuridão que a
cerca. Nosso objetivo é criar o primeiro teatro racional, moral e acessível a
todos, e é a este objetivo elevado que dedicaremos nossas vidas.”
A intelligentsia teatral nas revoluções russas
Modernização/europeização do Império: Pedro, o Grande (1672 – 1725)
Catarina II (1729 – 1796) traz as ideias do iluminismo ao Império Russo
Século XIX, expansão da Revolução Francesa: intelligentsia política - >
alta contradição com necessidades socioeconômicas e espirituais
Imprensa moderna e nova burguesia -> difusão da cultura ilustrada entre
as massas pobres e camponesas: alfabetização e educação estética
Revolução de 1905: retorno de parte da burguesia ao conservadorismo
parte socialista (socialdemocrata): pelo ativismo legal
~1914: repressão política pós-1905 e tensões para 1ª Guerra Mundial ->
intelligentsia populista: insurretos de 1905 -> democratas entediados ->
patriotas fervorosos pró-Entente e nacionalismo de guerra.
Rumo à Revolução de Fevereiro de 1917
Em fevereiro, o tsar é deposto e instaurada república democrática
Mas, o governo reprime greves por trabalho e reforma agrária em julho
Classe operária liderada por bolcheviques critica Revolução de Fevereiro:
contrarrevolucionária e burguesa x trabalhadores
Intelligentsia: antes internacionalista e contra o tsar -> pró-tsarismo
No teatro: antes da primeira revolução, assembleia no TAM dos
Atores de Moscou – para o exército russo e as vítimas da guerra
e Stanislávski se tornou diretor do Sindicado de Atores de Moscou, para
sonhar com o futuro de um teatro sindicalizado e popular
1917: Sobre a educação estética das massas populares propõe programa
amplo de educação das massas através do teatro.
Iluminista no TAM e no manifesto: educação estética para construção
coletiva da Rússia com apresentações em teatros populares, com preços
populares.
Sobre a organização dos estúdios do Sindicato dos atores: criação de
estúdios sob a direção do sindicato para estudar arte de atores de
diferentes partidos: mais tendências, métodos e recursos artísticos,
melhor para a arte e sua missão de criar a “vida do espírito humano”.
Contra a concorrência entre teatros e tendências, centralismo no
sindicato cujo estúdio reunirá tendências num estudo prático
Stanislávski e a Revolução de Outubro
Nas vésperas de 27/10, o TAM encenava para operários, estudantes e
profissionais liberais de baixa renda; tropas cercavam o Kremlin em
preparativos secretos de massas silenciosas; ruas vazias, iluminação
pública desligada e postos policiais desertos
No teatro popular, c. mil pessoas assistiam Jardim das Cerejeiras
(burguês). Plateia ruidosa e elenco temeroso, público ovacionou e saiu
silencioso (com expectativa revolucionária); tiroteio, dificuldade do grupo
sair do teatro, tomada do poder pelos sovietes -> espetáculos gratuitos e
ingressos distribuídos nas fábricas; “por força de decreto”, o TAM
encontrou público desconhecido e que o desconhecia. Nova missão do
teatro: “educação das massas populares”; que Stanislavski entende como
disciplinar para o teatro: explica regras de etiqueta teatral (não conversar
e aplaudir só no final) estabelecidas pelo próprio TAM; hoje, universais
Organização do teatro soviético em 1917–1919:
TAM como “teatro-modelo”
Em agosto de 1919 decreto de Lênin nacionalizou teatros da Rússia
soviética, colocando-os materialmente sob o Estado. O TAM foi
rebatizado com o nome de Teatro Acadêmico de Arte de Moscou e passa
a ser “teatro-modelo” da nova república, em transição para o socialismo.
Antes, Stanislávski tenta fundir suas concepções de “educação estética
das massas populares” à Revolução.
Propriedade privada dos teatros abolida, a administração de Conselhos
com representantes de grupos envolvidos na produção teatral -> cinde o
grupo de atores. Contrários ao governo, muitos deixam o teatro -
segundo Stanislávski, não estavam à altura do momento histórico.
Propõe o Panteão do Teatro Russo = teatro-templo das melhores peças
Mas, já havia produção teatral em pequenos estúdios, criada em 1898,
1905 e 1912 fora do TAM, com liberdade administrativa e estética.
Tarefas que Stanislávski conferia ao Panteão: 1. salvar as conquistas do
TAM e dos teatros anteriores; 2. nova criação
Stanislávski entendia o TAM pós-revolução como elo tradições teatrais do
passado e o teatro por nascer: objetivos de um Stanislávski quase
militante pro resto de sua vida e do TAM como teatro-modelo.
Lênin, Trótski e Stálin apreciavam Stanislávski: tentam se apropriar da
produção teatral burguesa para seus fins, mas, são fins diferentes.

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