Seleção e aplicação de motores elétricos: guia completo

SELEÇÃO E APLICAÇÃO DE
MOTORES ELÉTRICOS
1 POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR
2 CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA
3 CONJUGADO RESISTENTE MÉDIO DA CARGA
4 CURVA DE CONJUGADO X ROTAÇÃO
5 CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR
6 TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO
7 TEMPO DE ACELERAÇÃO
8 RESUMO
9 APLICAÇÕES
WEG - Transformando Energia em Soluções Motor

CARACTERÍSTICAS DE ACELERAÇÃO
POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR ( Pn )
Quando se deseja escolher o motor para uma carga deve-se conhecer:
➨ Conjugado requerido pela carga;

➨ Rotação da carga sob condições nominais.
ACOPLAMENTO DIRETO:
Pn = 2.π.n.Cn
onde: Pn - Potência nominal [W]

n - Rotação [rps]
Cn - Conjugado nominal [Nm]
WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-3

ACOPLAMENTO COM REDUÇÃO DE VELOCIDADE:

O Conjugado e a inércia devem ser referidos ao eixo do
motor:
Cn = R. Ccn
Cn Ccn
J ce = J c .R 2 P
P = c R Carga
n η n nc
 nc  ac Jce Jc
R = 
n
onde: η ac - Rendimento do acoplamento;
nc - Rotação da carga;
n - Rotação do motor;
Ccn - Conjugado nominal da carga;
Cn - Conjugado de carga referido ao eixo do motor.

VALORES DE RENDIMENTO DE ALGUNS TIPOS DE ACOPLAMENTO:
Tipo de acoplamento Faixa de Rend. em ( % )

Direto 100
Embreagem Eletromagnética 87 - 98
Polia com correia plana 95 - 98
Polia com correia em V 97 - 99
Engrenagem 96 - 99
Roda dentada (correia ) 97 - 98
Cardã 25 - 100
Acoplamento Hidráulico 100

CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA ( Cc)
x
C c = C 0 + k c . nc
Depende do tipo de carga, onde:
Co - Conjugado da carga para rotação zero;
kc - Constante que depende da carga;
x - Parâmetro que depende da carga (-1, 0, 1, 2).
A carga pode ser classificada em 5 grupos:
1 CONJUGADO CONSTANTE 4 CONJUGADO HIPERBÓLICO
2 CONJUGADO LINEAR 5 CONJUGADOS NÃO DEFINIDOS
3 CONJUGADO PARABÓLICO

CONJUGADO CONSTANTE ( X = 0 )
Cc = ( C0 + k c )
Pc = Cc × nc
Pc = ( C0 + k c ) × nc
Cc - Conjugado resistente constante;

Pc - Potência de carga proporcional n;
kc - Constante que depende da carga.
Exemplos: Compressores a pistão, britadores,

Talhas, guindastes, bombas a pistão,
Transportadores contínuos
WEG - Transformando Energia em Soluções Grupos 1-1

CONJUGADO LINEAR ( X = 1 )
1
Cc = C0 + (k c × nc )
Pc = Cc × nc
2
Pc = (C0 × nc ) + (k c × nc )
Cc - Conjugado resistente proporcional n;

Pc - Potência de carga proporcional n²;
Exemplos: Calandra com atrito viscoso (para calandrar papel)

CONJUGADO PARABÓLICO ( X = 2 )
2
Cc = C0 + (k c × nc )
Pc = Cc × nc
3
Pc = (C0 × nc ) + (k c × nc )
Cc - Conjugado resistente proporcional n²;

Pc - Potência de carga proporcional n³;
Exemplos: Bombas centrífugas;
Ventiladores;
Misturadores centrífugos.

CONJUGADO HIPERBÓLICO ( X = -1 )
kc
Cc =
nc
Pc = Cc × nc
Pc = k c
Cc - Conjugado resistente inversamente proporcional n;

Pc - Potência de carga constante;
Exemplos: Bobinadeira de papel, pano, fio, etc;
Descascador de toras.
CONJUGADOS NÃO DEFINIDOS
➨ Não podemos determinar uma equação de maneira precisa;

➨ Determinação do conjugado através de técnicas de integração gráfica.
➨ Na prática, analisa-se como conjugado constante, pelo máximo valor de
torque absorvido

CONJUGADO RESISTENTE MÉDIO DA CARGA
Graficamente: B1 = B2
n2
1
Ccméd = . ∫ Cc .dn
n2 − n1 n1
Analiticamente:
n2
( Co + k c .n x )
Ccméd =∫ .dn
n1
(n2 − n1 )

Resolvendo a integral:
 n2x 
Ccméd = C0 +  k c × 
 x + 1
Para cada tipo de carga temos:
Conjugado Constante ( x = 0 )
Ccméd = C0 + k c
Conjugado Linear ( x = 1 )
1 
Ccméd = C0 +  × k c × n2 
2 

Conjugado Parabólico ( x = 2 )
1 
Ccméd = C0 +  × k c × n22 
3 
Conjugado Hiperbólico ( x = -1 )
kc n 
Ccméd = × ln 2 
n2 − n1  n1 
Conjugado resistente médio deverá ser referido a rotação do motor
nc
Crméd = .Ccméd Crméd = R.Ccméd
nm

CURVA DE CONJUGADO X ROTAÇÃO DO MOTOR
Conjugado
Cmáx s
Cp
Cmín
Cn
Rotação nn ns
Os valores de Cmáx, Cmín e Cp são especificados pela norma NBR 7094

CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR
➨ Categorias N e H:
 Cp Cmáx 
Cmméd = 0,45.  + .C n .9,81 [ Nm ]
 Cn Cn 
➨ Categoria D:
Cp
Cmméd = 0,6. .Cn .9,81 [ Nm ]
Cn

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO
➨ Depende do projeto do motor;

➨ É encontrado nos catálogos ou nas folhas de dados;
➨ Para partidas com tensão reduzida, corrigir o tempo de rotor bloqueado:
2
U 
t rb = t b .  n  [s]
 Ur 
Onde: trb - tempo de rotor bloqueado com tensão reduzida;

tb - tempo de rotor bloqueado com tensão nominal;
Un - tensão nominal;
Ur - tensão reduzida.

TEMPERATURA LIMITE DE ROTOR BLOQUEADO
Classe Tmáx (°C) ∆ Tmáx

Térmica NEMA MG1.12.53 IEC 79.7 (K)
B 175 185 80
F 200 210 105
H 225 235 125

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO EM RELAÇÃO A CLASSE DO ISOLANTE
É o tempo necessário para que o enrolamento da máquina, quando percorrido

pela sua corrente de partida, atinja a sua temperatura limite.
Tmáx − Tamb − ∆Tmotor

t rb =
k
Onde: k - 5,525 . 10-4 . [ (Ip/In) . J1 ]2;
Tmáx - Temperatura máxima da classe;
∆ Tmotor - Elevação de temperatura;
Ip/In - Relação de corrente de partida;
J1 - Densidade de corrente nominal do motor;
Tamb - Temperatura ambiente.

Exemplos:
1) Classe “F” em relação a classe “B”:

“B” 210 − 40 − 80
trb (F ) k 90
= = = 1,3846
trb(F) = 1,3846 .trb(B) trb (B ) 185 − 40 − 80 65
k
2) Classe “H” em relação a classe “B”:

“B” 235 − 40 − 80
trb (H) k 115
= = = 1,7692
trb(H) = 1,7692 .trb(B) trb (B ) 185 − 40 − 80 65
k
3) Classe “H” em relação a classe “F”:

“F” 235 − 40 − 80
trb (H) k 115
= = = 1,2778
trb(H) = 1,2778 .trb(F) trb (F ) 210 − 40 − 80 90
k

TEMPO DE ACELERAÇÃO:
É dado pela seguinte equação:
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]
 Cmméd − Crméd 
onde: n - Rotação em [ rps ];

Jm - Momento de inércia do motor [ Kgm² ];
Jce - Momento de inércia da carga referido ao eixo do motor [ Kgm² ];
Cmméd - Conjugado motor médio em [ Nm ];
Crméd - Conjugado resistente médio em [ Nm ].
Condição: Se ta < 0,8. trb Motor aciona a carga

Se ta > 0,8. trb Problemas de proteção

RESUMO
Calcular:
➨ Potência nominal do motor ( Pn );

➨ Conjugado resistente médio da carga ( Crméd );
➨ Conjugado médio do motor escolhido ( Cmméd );
➨ Inércia total ( Jm + Jce );
➨ Tempo de aceleração ( ta ).
Comparar:
➨ Tempo de rotor bloqueado ( trb ).

Curva: CONSTANTE LINEAR PARABÓLICO HIPERBÓLICO
Conjugado
X
Rotação
• Compressores • Calandras; • Bombas cent.; • Bobinadeira de fios,

à pistão; • Bombas de • Ventiladores; panos e papel;
Exemplos de • Talhas; vácuo. • Misturadores cent.; • Descascador de toras;
Aplicação • Bombas à pistão; • Compressor cent.. • Tornos.
• Britadores;
• Transportadores
contínuos.
Categoria do N N N Corrente Contínua

motor H H H
Conjugado de C0 + Ccn 2C0 + Ccn Ccn × nc  nc 

Carga médio Ccn . ln 
(Ccméd ) 2 3 nc − n1  n1 

2
n 
Momento de inércia da
carga referio ao eixo
Jce = Jc ×  c 
n
n 
Relação de Transmissão R= c
n
Conjugado resistente
médio
Crméd = R.Ccméd
 CP Cmáx 
N/H
Cmméd = 0,45 ×  +  × Cn (×9,81)
Conjugado do motor  Cn Cn 
médio
 CP 
D Cmméd = 0,60 ×   × Cn (×9,81)
C
 n
Tempo de Aceleração  Jm + Jce 
t a = 2.π.n ×  
 Cmméd −Crméd 
J = Momento de Inércia (kg.m²) n = Rotação (rps)
Unidades
C = Conjugado (N.m) t = Tempo (s)

ESPECIFICAÇÃO DE
MOTORES ELÉTRICOS
PARA UMA CORRETA APLICAÇÃO É NECESSÁRIO CONHECER:
Características do ambiente
Características da rede de alimentação
1. Temperatura ( < 40
1. Tensão;
ºC );
2. Frequência;
2. Altitude ( < 1000 m );
3. Método de partida.
3. Atmosfera.
Características da carga Características construtivas
1. Tipo de carga; 1. Forma construtiva;
2. Inércia da carga; 2. Sistema de refrigeração;
3. Curva de conjugado da carga; 3. Classe de isolamento;
4. Tipo de acoplamento ( direto, polias ); 4. Sentido de rotação;
5. Regime da carga; 5. Proteção térmica (sondas).
6. Esforços radiais e axiais;
7. Potência e polaridade.

APLICAÇÕES
1 BOMBAS E VENTILADORES
2 COMPRESSORES
3 TALHAS

VENTILADORES E BOMBAS
1 CARACTERÍSTICAS
2 DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO MOTOR
3 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA NOMINAL DA CARGA
4 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR
5 DETERMINAÇÃO DO CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR
6 DETERMINAÇÃO DO CONJUGADO MÉDIO DA CARGA
7 CÁLCULO DO TEMPO DE ACELERAÇÃO
8 EXEMPLO
WEG - Transformando Energia em Soluções Aplicação 1-1

CARACTERÍSTICAS DOS VENTILADORES
➨ Momento de inércia (Jc) [kgm²];

➨ Vazão (Q) [m³/s];
➨ Curva do conjugado x rotação;
➨ Pressão total (P) [N/m²];
➨ Dados do acoplamento;
➨ Rotação (nc) [rps];
➨ Esforços radiais e/ou axiais;
CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS
➨ Vazão (Q) [m³/s];

➨ Pressão total (P) [N/m²];
➨ Curva do conjugado x rotação;
➨ Rotação (nc) [rps];
➨ Altura manométrica (h) [m];
➨ Esforços radiais e/ou axiais;
➨ Massa específica do fluido (ρ ) [kg/m³];
WEG - Transformando Energia em Soluções Cargas 1-1

ESPECIFICAÇÃO
DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO MOTOR
➨ A rotação da carga é determinada pelo

cliente;
➨ Fator de redução será:
nc rotação da carga
R= =
n rotação do motor
Conhecendo-se a rotação da carga, e o fator de redução do acoplamento,

determinamos a rotação do motor:
n nc
n
n= c R Carga
R

ESPECIFICAÇÃO
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA NOMINAL DA CARGA
Conhecendo-se conjugado e rotação nominais da carga, pode-se calcular a

potência requerida pela carga:
Pc = 10 −3.2 π.n c .C cn
onde: nc - Rotação nominal da carga [rps];

Ccn - Conjugado nominal da carga [Nm];
Pc - Potência nominal [kW].
Para bombas e ventiladores segue:

Para talhas segue:

Conhecendo-se a vazão e a pressão total da bomba ou do ventilador, também

pode-se calcular a potência requerida pela bomba ou ventilador:
10 −3.p.Q
Pc =
ηc
onde: p - Pressão Total [N/m²];

Q - Vazão [m³/s];
ηc - Rendimento da carga;

Conhecendo-se a vazão e a altura manométrica da bomba, também pode-se

calcular a potência requerida:
10 −3.Q. ρ.g.h
Pb =
ηb
onde: Q - Vazão [m³/s];

ρ - Massa específica do fluido [kg/m³];
h - Altura manométrica [m];
g - Aceleração da gravidade [m/s²];
ηb - Rendimento da bomba;
Pb - Potência nominal [kW].

ESPECIFICAÇÃO
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR
Pc
Pn =
ηac
onde:
Pc - Potência nominal da carga [kW].
η ac - Rendimento do acoplamento;
Pn - Potência nominal do motor [kW].
Pn Pc
R Carga
η ac

ESPECIFICAÇÃO
DETERMINAÇÃO DO CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR ( Cmméd):
Após determinação da potência e polaridade do motor, coseguimos obter:
 CP Cmáx 
Categoria N / H Cmméd = 0,45 ×  +  × Cn (× 9,81)
 Cn Cn 
C 
Categoria D Cmméd = 0,60 ×  P  × Cn (×9,81)
 Cn 
onde:
Cp / Cn - Conjugado de partida pelo nominal (dado de catálogo);
Cmáx / Cn - Conjugado máximo pelo nominal (dado de catálogo);
Cn - Conjugado nominal [Kgfm] (dado de catálogo);

DETERMINAÇÃO DO CONJUGADO MÉDIO DA CARGA (Crméd):
Depende do tipo de carga.

Para o caso de bombas e ventiladores, temos:
Crméd = Ccméd .R
2.C0 + Ccn
Ccmed =
3
Curva de Conjugado
Parabólico

ESPECIFICAÇÃO
CÁLCULO DO TEMPO DE ACELERAÇÃO
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]
C
 mméd − Crméd 
Se ta < 0,8. trb Motor aciona a carga

Se ta > 0,8. trb Problemas de proteção
onde: n - Rotação em [rps];

Jm - Momento de inércia do motor [Kgm²];
Jce - Momento de inércia da carga referido ao eixo do motor [Kgm² ];
Cmméd - Conjugado motor médio em [Nm];
Crméd - Conjugado resistente médio em [Nm].

EXEMPLO:
Deseja-se saber que motor deve ser acoplado a um ventilador que possui as
características a seguir:
➨ nc = 1780 rpm;
➨ Jc = 20 kgm²;
➨ Acoplamento direto;
➨ Ccn (A) = 320 Nm;
➨ Ccn (B) = 270 Nm.
Dimensionar um motor para a condição (A) e outro para a condição (B).

SOLUÇÃO: Condição (A)
1) Determinação da velocidade do motor:
nc 1780 1780
n= = = 1780 rpm n= = 29 ,7rps
R 1 60
Portanto o motor WEG será de IV PÓLOS.
2) Determinação da potência nominal da carga:
Sabendo-se que o Ccn (A) = 320 Nm, e nc= 1780 rpm (29,7 rps), temos:
Pc = 10 −3.2 π.n c .C cn Pc = 10 −3.2 π.29 ,7.320
Pc = 59 ,7kW

3) Determinação da potência nominal do motor
Conhecendo-se a potência nominal da carga, temos que a potência nominal

do motor será:
Pc 59,7
Pn = = = 59 ,7kW
ηac 1
Com o auxílio do Catálogo, observamos que a potência normalizada,

imediatamente superior é de 75kW. Portanto, o motor escolhido será:
75 kW - IV PÓLOS
IMPORTANTE: Para termos certeza de que este motor acionará a carga,

devemos calcular o tempo de aceleração.
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]

4) Determinação do conjugado do motor médio:

Com a definição do motor, conseguimos com o auxílio do catálogo,
determinar o seu conjugado médio (Cmméd ):
 CP Cmáx 
Cmméd = 0,45 ×  +  × Cn (× 9,81)
 Cn Cn 
Do catálogo, para o motor de 75kW - IV pólos, temos:

Cp / Cn = 3,2 Cmáx / Cn = 3,2 Cn = 41,2 kgfm
Cmméd = 0,45 × ( 3,2 + 3,2 ) × 41,2 × 9,81
Cmméd = 1.164 Nm

5) Determinação do conjugado resistente médio:
O conjugado resistente médio depende do tipo de carga.

Para bombas e ventiladores, sabemos que o conjugado é parabólico, então:
2.C 0 + Ccn
Crméd = Ccméd .R Ccmed =
3
Do gráfico, para o caso (A), temos:
Ccn (A) = 320 Nm
Co = 0,10 x Ccn (A) = 0,10 x 320 C0 = 32,0 Nm
2.32,0 + 320
Ccmed = = 128 Nm
3
Crméd = 128 .1 = 128 Nm

6) Determinação do tempo de aceleração:
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]
Jm = 1,15478 kgm². trb = 11 s
O momento de inércia da carga referido ao eixo do motor é:
Jce = Jc .R 2 Jce = 20 .12 = 20 kgm 2
 1,15478 + 20 
t a = 2 π . 29,7 .   = 3,81 [s]
 1 . 164 − 128 
Como ta < 0,8. trb ta < 0,8 . 11

ta < 8,8 s Motor aciona a carga
WEG - Transformando Energia em Soluções Aplicação Cargas 6-6

COMPRESSORES
1 CARACTERÍSTICAS
8 EXEMPLO

COMPRESSORES
CARACTERÍSTICAS DOS COMPRESSORES

➨ Conjugado de partida (Cp) [Nm];
➨ Conjugado nominal (Cn) [Nm];
➨ Rotação nominal (nc) [rps];
➨ Esforços radiais e/ou axiais.

COMPRESSORES

Para o caso de compressores, temos:
Crméd = Ccméd .R
Ccmed = 1,15 .Ccn
Curva de Conjugado
Parabólico

COMPRESSORES
EXEMPLO:
Deseja-se saber que motor deve ser empregado para acionar um compressor a
parafuso com as seguintes características:
➨ nc = 1125 rpm;
➨ Jc = 2,5 kgm²;
➨ Conjugado de partida Cp = 37 Nm;
➨ Conjugado nominal Ccn = 24 Nm;
➨ Redução do acoplamento R = 0,65;
➨ Rendimento do acoplamento η ac = 97%.

COMPRESSORES
SOLUÇÃO:
nc 1125 1730
n= = = 1730 rpm n= = 28 ,8rps
R 0,65 60
Sabendo-se que o Ccn = 24 Nm, e nc= 1125 rpm (18,75 rps), temos:
Pc = 10 −3.2 π.n c .C cn Pc = 10 −3.2 π.18 ,75 .24
Pc = 2,82 kW

COMPRESSORES

do motor será:
Pc 2,82
Pn = = = 2,91kW
ηac 0,97
Com o auxílio do Catálogo, observamos que a potência normalizada,

imediatamente superior é de 3 kW. Portanto, o motor escolhido será:
3 kW - IV PÓLOS

devemos calcular o tempo de aceleração.
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]

COMPRESSORES

 CP Cmáx 
Cmméd = 0,45 ×  +  × Cn (× 9,81)
 Cn Cn 

Cmméd = 0,45 × ( 2,5 + 2,8 ) × 1,69 × 9,81
Cmméd = 39 ,54 Nm

COMPRESSORES

Para compressores a parafuso, sabemos que o conjugado é constante, então:
Crméd = Ccméd .R Ccmed = 1,15 .Ccn
Sabendo-se que:
Ccn = 24 Nm
Ccmed = 1,15.24 = 27,6 Nm
Crméd = 0,65 .27 ,6 = 17 ,94 Nm

COMPRESSORES
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]
Jm = 0,00918 kgm². trb = 6 s
Jce = Jc .R 2 Jce = 2,5.(0,65 )2 = 1,06 kgm 2
 0,00918 + 1,06 
t a = 2 π . 28 ,8 .   = 8,96 [s]
 39 ,54 − 17 ,94 
Como ta < 0,8. trb ta < 0,8 . 6

ta < 4,8 s Problemas de proteção

COMPRESSORES
Para que a condição seja atendida e o motor esteja corretamente dimensionado,

temos duas opções:
1ª Opção: Escolher um motor de maior potência:
Adotando-se o motor imediatamente superior ao anterior, ou seja:

3,7kW - IV pólos, temos:
Cn = 2,10 kgfm Cp / Cn = 2,9 Cmáx / Cn = 3,1
trb = 7s Jm = 0,00995 kgm²
 0,00995 + 1,06 
t a = 2 π . 28 ,8 .   = 5,14 [s]
 55 ,62 − 17 ,94 
Como ta < 0,8. trb ta < 0,8 . 7

ta < 5,6 s Motor aciona a carga

COMPRESSORES
2ª Opção: Trocar a classe de isolamento do motor, de “B” para “F”:
trb(F) = 1,3846 .trb(B) trb(F) = 1,3846 .6
trb(F) = 8,31 segundos
Como ta < 0,8. trb ta < 0,8 . 8,31

ta < 6,65 s Problemas de proteção
Conclusão: O motor empregado para acionar o compressor deverá ser o da

Opção 1, ou seja:
3,7 kW - IV PÓLOS
WEG - Transformando Energia em Soluções Aplicação Cargas 8-8

TALHAS
1 CARACTERÍSTICAS
8 REGIME DE TRABALHO E CORRENTE EQUIVALENTE
9 EXEMPLO

TALHAS
CARACTERÍSTICAS DAS TALHAS η t

Cc
Motor R Dc
➨ Fator de Redução (R); Vc

Redutor m
➨ Carga a ser levantada (m) [kg];
η ac
➨ Velocidade de içamento da carga (Vc) [m/s]; g
➨ Rendimento total do sistema (η );
➨ Momento de inércia do acoplamento e redutor (Jac ) [kgm²];
➨ Diâmetro do tambor ou polia (Dc) [m];
➨ Classe de operação de acordo com a Norma NBR 9974 ou,
número máximo de manobras por hora e o valor percentual da
duração operacional do ciclo (%ED);

TALHAS
DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DO MOTOR
Conhecendo-se a velocidade de içamento da carga (Vc) e o diâmentro do

tambor (Dc), determina-se a velocidade do tambor (nc) em rps.
Vc
nc =
π.Dc
Conhecendo-se a rotação da carga, e o fator de redução do acoplamento,

determinamos a rotação do motor:
nc
n=
R

TALHAS
Conhecendo-se a carga a ser levantada e a velocidade de levantamento, a

potência requerida pela talha em kW é dada por:
m.g.Vc
Pc = 10 −3.
ηt
onde: m - Massa a ser levantada [kg];

g - Aceleração da gravidade [m/s²];
Vc - Velocidade de levantamento [m/s];
ηt - Rendimento total da talha;

TALHAS
RENDIMENTOS ISOLADOS DOS MECANISMOS DAS TALHAS
Mancais de
Tipo de acoplamento
Deslizamento Rolamento
Polias de corrente; 0,94 0,96

Pinhão de corrente com rodas cabrestantes; 0,93 0,95
Rodas de corrente para correntes de polias; 0,94 0,96
Polias de cabo; 0,96 0,98
Par de rodas frontais ou cônicas (graxa); 0,95 0,96
Par de rodas frontais ou cônicas (óleo); 0,96 0,97
Tambor para cabo; 0,96 0,98
Obs.: O rendimento total da talha é dado pelo produto dos rendimentos isolados.

TALHAS

Para o caso de talhas, temos:
Crméd = Ccméd .R
Ccmed = Ccn
m.g.Dc
Ccn =
2
Obs.: A expressão acima para calculo do Ccn é válida em acionamento
direto, sem polia móvel.

TALHAS
REGIME DE TRABALHO
Obs.: No ciclo da talha, o motor opera duas vezes.

TALHAS
REGIME DE TRABALHO
Relação de regimes básicos para talhas, de acordo com a norma NBR 9974:
Regime Intermitente Periódico

Classe
ED% Manobras / h
1 Dm 15 90
1 Cm 20 120
1 Bm 25 150
1 Am 30 180
2m 40 240
3m 50 300
4m 60 360
5m 60 360

TALHAS
CORRENTE EQUIVALENTE
Para um regime intermitente, analisamos a aplicação em termos de corrente

equivalente:
2
 Ip 
2   .t a + t n
 Ieq  I
  =  n 
 In  t
tf + r
3
2
 Ieq   ∆t 
  <  classe 
 In   ∆t n 
➨ Se (Ieq / In)² ≤ 1,0 - Motor poderá ser utilizado no regime especificado;
➨ Se (Ieq / In)² ≤ 1,25 - Utilizar motor classe F;

➨ Se (Ieq / In)² ≤ 1,56 - Utilizar motor classe H.

TALHAS
EXEMPLO:
Deseja-se saber que motor deve ser empregado para acionar uma talha com as
seguintes características:
➨ Massa a ser levantada m = 400 kg;
➨ Velocidade de levantamento Vc = 0,8 m/s;
➨ Redução R = 0,041;
➨ Rendimento total do sistema η t = 0,96;
➨ Diâmetro da polia Dc = 0,22 m;
➨ Inércia da polia referida a sua própria velocidade Jp = 0,03 kgm²;
➨ Inércia do redutor referida à velocidade do motor Jr = 0,0001 kgm²;
➨ Inércia do acoplamento referida a velocidade do motor Jac = 0,0002 kgm²;
➨ Aceleração da gravidade g = 9,81 m/s²;
➨ Classe de operação 1Cm (120 man / h - 20% ED);

TALHAS
SOLUÇÃO:

Vc 0,8
nc = nc = = 1,16rps
π .Dc π.0,22
nc 1,16
n= = = 28 ,3rps n = 28,3.60 = 1.698rpm
R 0,041
Sabendo-se que o m = 400 kg, Vc= 0,8 m/s e η t = 0,96, temos:
−3 m.g.Vc 400 .9,81 .0,8

Pc =10 . Pc = 10 −3. = 3,27 kW
ηt 0,96

TALHAS

do motor será:
Pc 3,27
Pn = = = 3,27 kW
ηac 1
Portanto, o motor escolhido será:
3,7 kW - IV PÓLOS

devemos calcular o tempo de aceleração e a corrente equivalente:
2
 Ip 
  .t a + t n
 Jm + Jce   Ieq 
2
I
t a = 2 π . n .   [s]   =  n 
 Cmméd − Crméd   In  t
tf + r
3

TALHAS

 CP Cmáx 
Cmméd = 0,45 ×  +  × Cn (× 9,81)
 Cn Cn 
Do catálogo, para o motor de 3,7 kW - IV pólos, temos:

Cmméd = 0,45 × ( 2,9 + 3,1) × 2,10 × 9,81
Cmméd = 55 ,62 Nm

TALHAS

Para talhas, sabemos que o conjugado é constante, então:
Crméd = Ccméd .R Ccmed = Ccn
Sabendo-se que:
Pc 3,27
Ccn = Ccn =
10 −3.2 π.n c 10 −3.2 π.1,16
Ccmed = Ccn = 448 ,7Nm
Crméd = 0,041 .448 ,7 = 18 ,4Nm

TALHAS
6) Determinação da inércia total de carga referida ao eixo do motor:
Jce = Je + Jpe + Jre + Jac

2
 Vc 
Jc = m.
 2.π.n 
 = m.(raio ) = 400 .( 0,11) = 4,84 kgm
2 2 2
 c 
Je = Jc .R 2 = 4,84 .( 0,041 )2 = 0,0081 kgm 2
Jpe = Jp .R 2 = 0,03 .( 0,041 )2 = 5,04 .10 −5 kgm 2
Jre = 0,0001 kgm 2 Jac = 0,0002 kgm 2
Jce = 0,0081 + 0,0000504 + 0,0001 + 0,0002 = 0,00845 kgm 2

TALHAS
 Jm + Jce 
t a = 2 π . n .   [s]
Do catálogo, para o motor de 3,7 kW - IV pólos, temos:
Jm = 0,00995 kgm². trb = 7 s
 0,00995 + 0,00845 
t a = 2 π . 28 ,8 .   = 0,09 [s]
 55 ,62 − 18 ,4 
Como ta < 0,8. trb ta < 0,8 . 7 ta < 5,6 s
IMPORTANTE: Em função do regime de trabalho da talha, devemos

calcular a corrente equivalente para termos certeza que o motor esta
corretamente dimensionado.

TALHAS
8) Cálculo da corrente equivalente do motor:

Dado que a classe de operação da talha é 1Cm (120 man/h - 20% de ED), temos:
No ciclo da talha, o motor opera duas vezes. Então, o ciclo do motor é:
240 part / h - 20% ED 3600

T= = 15 s
240
t f = (%ED ).T = 0,20 .15 = 3s
t r = 0,8.T = 0,8.15 = 12 s
t n = t f − t a = 3 − 0,09 = 2,91s
2
 Ip 
2   .t a + t n
 Ieq  I
  =  n 
 In  t
tf + r
3

TALHAS
8) Cálculo da corrente equivalente do motor:
2
 Ip  Sabendo que:
2   .t a + t n
 eq 
I I
  =  n  Ip / In = 7,6 ta = 0,09s tn = 2,91s
 In  t
tf + r tf = 3s tr = 12s
3
( 7,6 ) .0,09 + 2,91

2
 Ieq  2

I 
 = = 1,16
 n  12
3+
3
Como (Ieq / In)² ≤ 1,25 - Utilizar motor
classe F;
O motor será de 3,7 kW - IV pólos - Isolamento classe F;
WEG - Transformando Energia em Soluções Aplicação Cargas Motor 9-9

Seleção e aplicação de motores elétricos: guia completo

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SELEÇÃO E APLICAÇÃO DE

1 POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR

2 CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA

3 CONJUGADO RESISTENTE MÉDIO DA CARGA

4 CURVA DE CONJUGADO X ROTAÇÃO

5 CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR

6 TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO

WEG - Transformando Energia em Soluções Motor

POTÊNCIA NOMINAL DO MOTOR ( Pn )

Quando se deseja escolher o motor para uma carga deve-se conhecer:

➨ Conjugado requerido pela carga;

onde: Pn - Potência nominal [W]

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-3

ACOPLAMENTO COM REDUÇÃO DE VELOCIDADE:

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 2-3

VALORES DE RENDIMENTO DE ALGUNS TIPOS DE ACOPLAMENTO:

Tipo de acoplamento Faixa de Rend. em ( % )

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 3-3

CONJUGADO RESISTENTE DA CARGA ( Cc)

A carga pode ser classificada em 5 grupos:

1 CONJUGADO CONSTANTE 4 CONJUGADO HIPERBÓLICO

2 CONJUGADO LINEAR 5 CONJUGADOS NÃO DEFINIDOS

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-1

Cc - Conjugado resistente constante;

Exemplos: Compressores a pistão, britadores,

WEG - Transformando Energia em Soluções Grupos 1-1

Cc - Conjugado resistente proporcional n;

Exemplos: Calandra com atrito viscoso (para calandrar papel)

WEG - Transformando Energia em Soluções Grupos 1-1

Cc - Conjugado resistente proporcional n²;

WEG - Transformando Energia em Soluções Grupos 1-1

Cc - Conjugado resistente inversamente proporcional n;

CONJUGADOS NÃO DEFINIDOS

➨ Não podemos determinar uma equação de maneira precisa;

WEG - Transformando Energia em Soluções Grupos 1-1

CONJUGADO RESISTENTE MÉDIO DA CARGA

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-3

Para cada tipo de carga temos:

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 2-3

Conjugado resistente médio deverá ser referido a rotação do motor

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 3-3

CURVA DE CONJUGADO X ROTAÇÃO DO MOTOR

Os valores de Cmáx, Cmín e Cp são especificados pela norma NBR 7094

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-1

CONJUGADO MÉDIO DO MOTOR

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-1

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO

➨ Depende do projeto do motor;

Onde: trb - tempo de rotor bloqueado com tensão reduzida;

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 1-4

TEMPERATURA LIMITE DE ROTOR BLOQUEADO

Classe Tmáx (°C) ∆ Tmáx

F 200 210 105

H 225 235 125

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 2-4

TEMPO DE ROTOR BLOQUEADO EM RELAÇÃO A CLASSE DO ISOLANTE

É o tempo necessário para que o enrolamento da máquina, quando percorrido

Tmáx − Tamb − ∆Tmotor

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 3-4

1) Classe “F” em relação a classe “B”:

2) Classe “H” em relação a classe “B”:

3) Classe “H” em relação a classe “F”:

WEG - Transformando Energia em Soluções Seleção 4-4