Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
ESTÔMAGO - FUNÇÕES
Armazenamento
Fragmentação
Transporte ao duodeno
ESVAZIAMENTO
DIGESTÃO
GÁSTRICO
MUCOSA GÁSTRICA
Três regiões principais:
Glândulas cárdicas
Células mucosas = muco
Glândulas gástricas propriamente ditas (Corpo)
Células mucosas = muco
Células parietais = HCl e fator intrínsico
Células principais = pepsinogênios
Células endócrinas = serotonina e outros peptídeos
Glândulas pilóricas
Células mucosas = muco
Células endócrinas = gastrina (células G)
SECREÇÃO GÁSTRICA
Secreção de HCl
Secreção ativa de H+ e Cl-
Estímulo cefálico-vagal (Ach)
Distensão gástrica (via Ach + liberação de gastrina pela distensão do antro)
Efeitos dos alimentos sobre a mucosa gástrica
Proteínas gastrina
Secreção de pepsinogênios
Pepsinogênio (forma inativa) Pepsina (forma ativa – Pelo HCl) (proteólise)
Secreção de muco
Barreira à difusão de pepsina e H+ da luz para superfície mucosa
Secreção de bicarbonato
A partir das células superficiais da mucosa
Adere ao muco
Secreção de fator intrínsico
Permite absorção de vitamina B12 pelo íleo
DEFINIÇÃO
O termo dispepsia tem origem grega: dys & peptein. Corresponde ao
latim, indigestão.
Qualquer síndrome relacionada ao trato digestivo alto (equivalente a
má digestão).
Expressões: má-digestão, digestão lenta, digestão difícil,
empachamento,”empanzinamento”, indigestão, estômago cheio,
gastrite, problema no fígado e/ou vesícula, úlcera, gastura, queimor,
queimação, azia, “boca do estômago”, etc.
A dispepsia é rótulo para um conjunto de sintomas não exclusivamente
relacionados à alimentação, ao trato digestivo alto ou mesmo ao
sistema digestório.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência de dispepsia na comunidade e nos serviços primários e de
referência
Comunidade 30-40%
No serviço de saúde geral 8-10%
Em serviços de referência 25-30%
EPIDEMIOLOGIA
Diagnóstico de dispepsia em pacientes submetidos à endoscopia digestiva
alta.
Funcional 50-60%
Úlcera péptica 20-25%
Doença de refluxo 20-25%
Neoplasia 0,5-2%
EPIDEMIOLOGIA
Na população geral a prevalência é de 20 a 30%
Apenas 7% dos pacientes procuram atendimento
médico
Na maioria dos estudados não é encontrada nenhuma
alteração (sem doença orgânica)
EPIDEMIOLOGIA
Populações ocidentais → 15 a 40% dos adultos sofrem
de sintomas dispépticos.
Responsável por mais de 5-10 % das consultas médicas,
principalmente na gastroenterologia.
Custos econômicos.
Comprometimento da qualidade de vida.
Gastroenterol Int 1992; 4:145; J Clin Gastroenterol 2001; 32(4):286-93; Gut
2002; 50 Suppl 4:iv2-iv9; Dig Dis Sci 2002; 47:797 Gastroenterology 2006; 130:1466
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO
Consenso Roma III → Dispepsia
Sintomatologia há mais de 6 meses;
> 1 vez por semana;
Um ou mais dos sintomas, nos últimos 3 meses:
Plenitude pós-prandial
Saciedade precoce
Epigastralgia
Pirose
SINTOMATOLOGIA
Dor crônica ou recorrente no abdomen superior/epigastralgia;
Pirose;
Desconforto pós prandial;
Saciedade precoce;
Meteorismo/sensação de distensão abdominal (distensão do tubo intestinal por excesso de gases, devido
aerofagia);
Náuseas;
Flatulência (liberação de gases pelo ânus);
Eructação (liberação de gases pela boca);
Perda do apetite;
Intolerância a alimentos com gordura;
Regurgitação;
Queimação retroesternal;
Sialorréia (produção excessiva de saliva);
Vômitos;
Disfagia (dificuldade de deglutição);
CAUSAS DE DISPEPSIA
Digestivos pépticos:
DRGE;
Úlcera péptica;
Gastrite.
CAUSAS DE DISPEPSIA
Digestivos não pépticos:
Gastropatias específicas (Tuberculose,
Citomegalovirose, Sarcoidose, Doença de Crohn);
Neoplasias (Gástricas, Pancreáticas, de Cólon);
Síndrome de má absorção (Doença Celíaca);
Colelitíase;
Duodenite;
Pancreatite.
CAUSAS DE DISPEPSIA
Não Digestivos:
Doença metabólica (DM, Doença da Tireóide,
Hiperparatireoidismo, Distúrbios eletrolíticos);
Doença Coronariana;
Colegenoses;
Medicamentos (AINES, ATB, Xantinas, Alendronato,
Digital, Teofilina, Suplementos do Fe e do K,
Eritromicina, Ampicilina);
Doenças Psiquiátricas (Ansiedade, Depressão, Pânico,
Distúrbios alimentares).
TIPOS DE DISPEPSIA
Causas dos Sintomas
Dispepsia Funcional
não relacionado ao TGI
(Doença cardíaca, Colagenoses
dor muscular, medicamentos, etc.)
Dispepsia Orgânica
(DRGE, Úlcera Péptica, Pancreatite,
Colelitíase, etc.)
CLASSIFICAÇÃO
Dispepsia:
Sem investigação prévia ao tratamento empírico.
Investigada:
Dispepsia Orgânica
Dispepsia Funcional (Dispepsia não ulcerosa)
DISPEPSIA ORGÂNICA
Sintomas dispépticos são vinculados à doença orgânica.
DRGE, Neoplasia, Úlcera Péptica, Pancreatite, Colelitíase,
etc.
DRGE (pirose e regurgitação exclusivas) → não é
considerada dispepsia.
Gastroenterology 2006; 130-466
DISPEPSIA FUNCIONAL
A dispepsia funcional é definida segundo o critério de
ROMA, após a exclusão de lesão estrutural à endoscopia
digestiva alta ou à radiografia contrastada.
História clínica
Exame físico
Exames complementares
HISTÓRIA CLÍNICA
Definição das características da dispepsia:
Tipo da dor
Duração da dor
Idade, doenças associadas
Baixa correlação na distinção entre doença
orgânica e funcional.
Auxilia no diagnóstico diferencial.
Definição da sequência de investigação.
HISTÓRIA CLÍNICA
Tipo de dispepsia?
Freqüência, intensidade e duração dos sintomas?
Há irradiação da dor?
Houve sangramento?
Anemia? Perda de peso?
Já procurou atendimento médico pelo mesmo motivo?
Antecedentes pessoais ou familiares importantes?
Uso de AINE?
Tabagismo? Etilismo?
Horários, regularidade e tipo de alimentação?
Relação dos sintomas com defecação?
Relacionamentos familiares e profissionais?
HISTÓRIA CLÍNICA
Sinais de Alarme
Acrônimo DISPEPIS
Disfagia progressiva;
Icterícia;
Sangramento GI ou Anemia;
Perda Ponderal inadvertida > 3kg ou > 5%;
Exame Físico alterado (massa epigástrica);
Persistência da queixa apesar do tratamento;
Idade > 45 anos;
Sono prejudicado pela queixa;
Outros: vômitos persistentes, história familiar de CA gástrico,
doença péptica ulcerosa prévia,
DIAGNÓSTICO
História clínica/ROMA.
Endoscopia Digestiva Alta.
Normal
38% < 25 anos
20% > 70 anos
Fezes: Protoparasitológico.
Laboratório: hemograma, eletrólitos, perfil hepático, função
tiroidiana, teste de absorção da lactose, anticorpos anti-celíaco.
Imagem: USG, TC, RMN, SEED (Seriografia estômago-esôfago-
duodeno).
Esôfagomanometria (Contração) e pHmetria esofágicas.
Esvaziamento Gástrico por Radioisótopo.
Exames para pesquisa de H. pylori.
SEED – ÚLCERA GÁSTRICA
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA
A endoscopia de início tem sido proposta como
abordagem que faz o diagnóstico da dispepsia
precocemente. Tranquiliza o paciente e identifica
tanto os casos de dispepsia funcional que são
benignos e não vão exigir muitos recursos no seu
acompanhamento, bem como os casos de
neoplasia gástrica.
Método de escolha para o diagnóstico definitivo
das lesões orgânicas.
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA
Indicação:
Abordagem inicial de pacientes com dispepsia;
Presença de um ou mais dos sintomas de alarme;
Dentre esses sintomas, a presença de disfagia ou perda de
peso significativa são os mais importantes para a suspeita de
presença de câncer gástrico, devendo-se obter o exame com
urgência;
Pacientes com dispepsia de início recente;
Idade ≥ 45 anos, em decorrência do risco aumentado de
câncer gástrico.
GASTROPATIA CAUSADA POR AINE
EDA – ÚLCERA DUODENAL
EDA – ÚLCERAS GÁSTRICAS
HELICOBACTER PYLORI
Bactéria espiralada, flagelada, gram-negativa, microaerófila, que
consegue infectar o estômago e sobreviver no ambiente ácido
graças a sua capacidade de produção de Urease e de alcalinização
do seu microambiente.
A contaminação ocorre principalmente na infância e dificilmente
ocorre eliminação espontânea da bactéria, o que determina uma
infecção crônica em todos os infectados.
A maioria das pessoas é assintomática, mas uma pequena parte
da população pode desenvolver úlcera péptica, linfoma tipo
MALT e câncer gástrico.
HELICOBACTER PYLORI
A presença do Hp na mucosa gástrica está associada
com:
Gastrite não-erosiva
Úlcera péptica (1 de cada 6 infectados)
Câncer de estômago
EUA = risco de 1 a 3%
Japão = risco de 12%
Risco aumentado
Pangastrite e gastrite atrófica
Linfoma gástrico
Após a ingestão,
Infecção segue-se um quadro
de GASTRITE AGUDA
Na forma de
gastrite não
Persistência do Hp na mucosa gástrica erosiva
(assintomático)
Em um certo número de
portadores de gastrite não erosiva
pode-se evoluir para uma
Doença gástrica
GASTRITE AGUDA POR HP
Dor epigástrica
Náusea e vômito
Gastrite antral
Pangastrite
GASTRITE ATRÓFICA
Pangastrite atrófica causada por Hp
Hipocloridria destruição do nicho ecológico para Hp
supercrescimento de outras bactérias
Anemia perniciosa
Complicação tardia da gastrite atrófica auto-imune