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Pedagogia do Oprimido

A concepção bancária da educação


como instrumento da opressão:
seus pressupostos, sua crítica

Jaqueline Alves da Silva


Kátia Cirene de Sousa
Levina Ribeiro dos Santos
Silvana Brandão dos Santos
Thais Bastos Sampaio
Contexto Histórico: Ditadura
Regime instaurado em 1 de abril de 1964, sob comando de sucessivos governos
militares, teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart em
31 de Março de 1964.
• 01 de 21 anos (1964-1985);
Duração
• caráter autoritário e nacionalista;
• censura à imprensa;
• restrição aos direitos políticos;
• repressão
02 e perseguição aos seus opositores
• (por meio de tortura, exílio, prisão e até mesmo
assassinatos)
A Constituição Brasileira teve seu poder invalidado através dos Atos Inconstitucionais, criando um
Estado de exceção, suspendendo a democracia.
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Na economia
Apesar do “milagre econômico” (período de grande desenvolvimento da economia, paralelo aos
Anos de Chumbo), a desigualdade social alcança níveis nunca vistos antes: quem era rico ficou mais
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rico e quem era pobre ficou mais pobre ainda.
• cresce o apoio a iniciativa privada; • proliferação das filiais de multinacionais;
• investimento de empresas multinacionais no mercado • movimento de aquisição de empresas
nacional; nacionais por empresas estrangeiras
Anos de Chumbo
Anos de chumbo foi a designação dada ao período mais violento da ditadura, no auge dos anos 70. Nessa
fase o Regime Militar atingiu o ápice da repressão com a edição do AI-5, Ato Institucional 5.
Considerado o golpe mais forte na democracia, o AI-5 deu poderes praticamente absolutos ao regime militar,
pois concedia ao Presidente da Republica poder de:

• de intervir nos estados e municípios sem respeitar as limitações constitucionais;


• suspender os direitos políticos de qualquer cidadão brasileiro
• proibir quaisquer manifestações populares de cunho politico
• impor a censura às mídias.

Entre outros.

A violência desse período se dá pela


forte opressão e perseguição, e pela aprovação de
uma nova Lei de Segurança Nacional que institucio-
nalizou a prisão perpétua e a pena de morte em
território brasileiro.
Reformas Educacionais
No campo educacional a Ditadura teve forte influência, pois foi responsável pela desarticulação de movimentos
estudantis considerados subversivos, barrando qualquer tentativa de mobilização politica, restringindo sua ação
ao campo acadêmico e assistencial.

As escolas passaram por transformações,


sendo inseridas no currículo escolar disciplinas
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como Educação Moral e Cívica e Organização
Social e Política Brasileira, com a função de
doutrinar segundo os valores da Ditadura,
manter a ordem e a disciplina.

O principal objetivo no âmbito escolar era


manipular politicamente a juventude e essas
propostas curriculares deixavam claro o
caráter ideológico dessas disciplinas.
Reforma Tecnicista Reforma Universitária Reforma do 1º e 2º grau
• Modelo empresarial; • Racionalização administrativa; • Obrigatoriedade passa
base nos conceitos • Rigoroso processo de seleção de de 4 para 8 anos de duração;
behavioristas e positivistas; docentes e dirigentes; • Obrigatoriedade de
• Domesticar mão-de-obra • Substituição do sistema de habilitação profissional;
para o mercado; cátedras pelo de departamentos; • Inclusão das disciplinas de
• Formação voltada para o • Desintegração da Faculdades de Educação Física, Educação Moral e
trabalho; Filosofia, Ciências e Letras; Cívica, Educação Artística, Programa
• Burocratização do ensino; • Implantação da pós- de Saúde e Religião;
• Inferiorização do trabalho graduação; • Exclusão da filosofia, minimização
do professor; • Dualista: pública - qualidade – elite da literatura, história, geografia e artes
• Elitização da educação; privada – baixa qualidade – classes (buscando barrar o desenvolvimento
• Educação deficiente; baixas; do senso crítico do alunos)
• Má qualificação • Matrícula por disciplina
profissional (quebra da unidade/ interação)
A Concepção bancária da educação como instrumento da opressão

Nessa relação o professor assume papel de único


sujeito ativo, detentor do conhecimento. Ao aluno
sobra o papel estático de receptor, objeto
passivo desprovido de saber.

A informação se torna mero depósito, os


alunos os receptores passivos ou cedente e o
educando o sacado, aquele que deposita, daí
o termo “concepção bancária” fazendo uma
A estrutura base desse método se limita a narração e analogia com as instituições financeiras e sua
repetição alheia à realidade dos educandos, desconectado relação com os clientes.
de seu contexto. O objetivo é encher o aluno com esse
conteúdo, para a memorização e assimilação.
Não se estabelece um diálogo, nem assumem aluno
Nessa abordagem a palavra perde toda a sua e professor o papel de interlocutores numa
significação , assim como sua força relação de reciprocidade. O educador faz
transformadora. apenas comunicados. Unilateral.
Nessa concepção o conhecimento é uma doação e o professor é o sábio que doa de maneira caridosa o saber
aos leigos. Essa educação estática não permite evolução, pois paralisa o educando no papel de receptor, como
tabula rasa, folha em branco, em vez de colocá-lo como interlocutor de uma dialética.

Prejudicial para ambos, pois não gera troca nem


Professor Aluno transformação, sem os quais não há saber.

Superior Inferior O professor se mantem na posição invariável e


superior daquele que apenas cede, enquanto o
Sujeito Ativo Sujeito passivo
aluno se fixa na posição daquele que nada sabe
Doador Receptor ou tem a acrescentar. Por isso é importante
Caridoso Carente buscar a superação da contradição
educador-educando para que ambos se façam e
Sábio Ignorante se reconheçam simultâneamente como
educadores e educandos.

Dialética: arte do dialogo, debate que consiste em uma forma de filosofar que pretende chegar à
verdade através da contraposição e reconciliação de contradições
A concepção problematizadora e libertadora da educação
O homem é um ser em constante busca de conhecer a natureza do ser, da existência e da realidade e é através
dessa busca que ele se humaniza e isso pode fazê-los enxergar a ineficácia e o propósito paralisante e alienador
da concepção bancária. A partir dessa tomada de consciência ele pode então engajar-se na luta pela libertação.
Essa humanização se faz necessária tanto para o educador quanto para o educando, além da construção de um
a relação de companheirismo, abrindo espaço para educação libertadora substituindo aquela à serviço da
opressão.
Para ser libertadora, a educação deve ser problematizadora, pois assim que questiona o
mundo e suas relações, o homem toma consciência de si mesmo e do ser

Educação bancária Educação Problematizadora


• unilateral; • via de mão dupla;
• implica em passividade; • estimula a ação;
• ignora o poder criador do aluno; • valoriza o poder criador do aluno;
• anula o senso critico • desenvolve o senso critico
• aliena • liberta
• prática de dominação • prática de libertação
• depósito • troca
A contradição educador-educando

O educador bancário acaba se


distanciando, pois não simpatiza e não se
comunica com o aluno, se colocando
numa posição de superioridade de quem
é o único detentor do saber. Não promove
uma intercomunicação em que ambos
são mediados pela realidade na qual
estão inseridos e são sujeitos de ação da Na concepção bancária a visão
história, criadores de história. do homem é distorcida,
colocando-o como ser a parte
Quando faz uso desse método de do mundo e dos outros, numa
educação, o professor acaba se tornando clara distinção, enxergando-o
ele mesmo reprodutor da opressão, apenas como expectadores.
abandonando seu papel de agente de
transformação, exercendo uma força Nessa visão, a consciência do
desumanizadora. mundo e de si mesmo é algo
que é resultado do depósito
feito pelo educador e não fruto
de um processo de interação a
o mesmo tempo que interno.
Isso configura um paradoxo, pois ao utilizar esse método com intuito de libertar e transmitir
conhecimento, o professor faz o oposto, ou seja, afasta do aluno do conhecimento, mantendo
sempre esse ciclo opressivo.

Paulo Freire também ressalta a existência dos oprimidos


que acabam se tornando reprodutores de opressão,
crentes de que esse método bancário é o único modo de
alcançar saber, julgando os opositores deste sistema de
educação - adeptos da educação libertadora - como
ingênuos, utopistas e por vezes até reacionários e
subversivos.

É a práxis, a ação dos homens sobre o mundo, que


permite a constante transformação

Sendo assim, essa visão bancária mantém a contradição


educador-educando à serviço da dominação, enquanto a
Paulo Freire ainda observa que a opressão e seu
concepção problematizadora permite a superação dessa agente são necrófilos, pois se nutrem do amor à
contradição, abrindo espaço para a libertação. morte e não da vida, ao transformar os homens
em objetos, convertendo em mecânico algo que é
orgânico.
Ninguém educa ninguém, nem a si mesmo

É necessário que ambos, professor e aluno se


coloquem no papel de educadores ao mesmo
tempo em que também são educandos.

O educador não só educa, mas enquanto


educa, através do diálogo e da troca de
experiências, se permite ser educado.
Tal relação promove o crescimento de ambos.

A educação não é unilateral

Ninguém se educa sozinho também, pois a educação exige interação entre os homens
e integração com o mundo, que é o mediador.
Para Paulo Freire a educação deve superar o conhecimento doxa (educação pautada no senso
comum) alcançando o verdadeiro conhecimento que se dá por meio do logos (razão por meio da
reflexão).

Your Text Here

A educação libertadora recusa o homem abstrato, isolado do mundo, assim como o contrário, o
mundo alheio e isolado do homem. Consciência e mundo se dão simultaneamente.
Your Text Here

A Concepção bancária se configura então de maneira assistencial, uma vez que o saber é
narrado pelo cognoscente (educador que é detentor do conhecimento) ao ignorante, aquele que
“nada” sabe, como um ato de caridade.
Homem: ser inconcluso

“Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e serás sábio “


Sócrates

Dentro da visão libertadora da educação, o homem é visto


como ser histórico e agente. Quando se reconhece como
ser inacabado e que está em um constante processo de
aprendizado e transformação, o homem abre espaço
para a mudança.

Assim como o homem, a realidade também é histórica


e está em um eterno ciclo de criação.

A partir do momento que o homem tem essa consciência,


ele busca o conhecimento e a superação, que por sua
vez estimula e o impele à mudança, enquanto que a
prática bancária enfatiza a estagnação e lida com o saber
como algo que é dosado e finito, com prazo pra iniciar e
terminar.
A concepção bancária é fatalista, pois ignora o poder e a influencia do agir do homem no agora,
por isso é preciso abandoná-la. A verdadeira educação, aquela que permite a libertação, não é est
ática, nem finita, pois está sempre se renovando e se coloca como um desafio que estimula e não
os paralisa. Ao se apropriar da realidade e do saber que gera através de si mesmo, em conjunto co
m o meio e com os outros, o individuo assume seu papel de sujeito. Se o individuo é privado disso
e objetificado, independente da forma como isso seja imposto, tal ação é um ato de violência, pois
os priva de suas decisões, o desumaniza.

Mas isso só se torna possível através da socialização, da comunhão e não do individualismo. É


na pluralidade que surge o conhecimento, na troca dos indivíduos e sua interação com os outros
e com o mundo.

A concepção bancária da continuidade ao ciclo de opressão no qual os dominantes subjugam os o


primidos, tirando deles a possibilidade do ser mais, pra que o próprio opressor tome posse disso e
apenas ele seja mais.

“Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem
sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”
Sócrates
Conclusão Embora o regime militar tenha chegado ao fim a mais de 30 anos, os
efeitos da Ditadura sobre a educação ainda se fazem presentes.

Contemporâneo da Ditadura, Pedagogia do Oprimido continua sendo


muito atual pois ainda é uma realidade na nossa sociedade. Mesmo
Com o fim do regime militar, o opressor ainda existe e ainda está
no poder, a diferença é que agora ele é outro. E nós, população
constituída em sua grande maioria por trabalhadores sem privilégios,
com pouco acesso a cultura, saúde e educação, continuamos a ser
oprimidos.

É visível a deficiência dos nossos métodos educacionais e como


isso influencia na elitização do ensino, impedindo a ascensão das
classes mais baixas, mantendo a desigualdade social e perpetuando o
ciclo oprimido-opressor. Mesmo tendo completado mais de 4 décadas
de existência, ainda temos muito que desapegar da concepção
bancária, assim como temos muito a avançar, aprender e empregar do
legado educacional de Paulo Freire, abrindo através da educação
libertadora, o caminho para a nossa evolução.
Obrigada!

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