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FÍSICO-QUÍMICA
Capítulo 2
GASES
Sumário
GASES
I. Equações de estado
II. As leis empíricas dos gases ideais
III. A equação dos gases ideias
IV. Misturas gases: pressões parciais
V. O modelo cinético dos gases
VI. Gases reais
A A1 A2
𝑝=𝑓 𝑉, 𝑇, 𝑛
𝑉=𝑓 𝑝, 𝑇, 𝑛
𝑇=𝑓 𝑉, 𝑝, 𝑛
𝑛=𝑓 𝑉, 𝑇, 𝑝
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As Leis Empíricas dos Gases Ideais
As experiências de vários cientistas conduziram a formulação da equação de
estado do gás ideal:
𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
temperatura, T,
Lei de Boyle (1661) crescente
Pressão, p
A temperatura constante, a pressão
de uma amostra de gás é
inversamente proporcional ao seu
volume.
1
𝑝∝ 0
𝑉 0 Volume, V
Pressão, p/atm
20 10 200
22 9,1 200
30 6,7 201
40 5 200
𝑝1 𝑉1 = 𝑝2 𝑉2 = ⋯ = 𝑝𝑗 𝑉𝑗 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Volume, V/L
𝒑𝑽 = 𝒌𝑻,𝒏
Volume, V
aumento da temperatura.
Lei de Charles
A pressão constante, o volume de uma amostra
de gás varia linearmente com a temperatura, ou
seja, é proporcional a temperatura. pressão, p,
decresce
extrapolação
𝑉∝𝑇 0
-273,15 Temperatura, /oC
diferentes
pressões
35 308 15,0
85 358 17,4
Volume, V/mL
135 408 19,9
190 463 22,5
250 523 25,5
320 593 28,9
390 663 32,3
/oC
𝑉1 𝑉2 𝑉𝑗 T/K
Temperatura
= = ⋯ = = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇1 𝑇2 𝑇𝑗
Perguntas:
1. Admitindo este experimento, como foi possível variar
𝑽 as pressões?
= 𝒌𝒑,𝒏 2. Qual a explicação para o comportamento em “D”?
𝑻
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As Leis Empíricas dos Gases Ideais
Outra versão da Lei de Charles é o efeito da
temperatura sobre a pressão de uma amostra de
gás mantida a volume constante, que também é
proporcional a temperatura.
𝑝∝𝑇
Pressão, p
𝑝1 𝑝2 𝑝𝑗
= = ⋯ = = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑇1 𝑇2 𝑇𝑗 volume, V,
decresce
𝒑 extrapolação
= 𝒌𝑽,𝒏
𝑻 0
-273,15 Temperatura, /oC
𝑉∝𝑛
𝑉1 𝑉2 𝑉𝑗
= = ⋯ = = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑛1 𝑛2 𝑛𝑗
𝑽
𝑽𝒎 = = 𝒌𝑻,𝒑 (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟)
𝒏
Pressão
o Sobre a isoterma T1 temos que T2
𝒑𝟏 𝑽𝟏 = 𝒑𝟐 𝑽𝟑 (I)
o E da isobárica p2 temos p1 T1
𝑽𝟑 𝑽𝟐
= (II)
𝑻𝟏 𝑻𝟐 V3 V2 V1
Volume
o Substituindo a equação (I) na equação (II):
𝒑𝟏 𝑽𝟏 𝒑𝟐 𝑽𝟐
=
𝑻𝟏 𝑻𝟐
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A Equação dos Gases Ideais
o Esse resultado nos permite escrever para j-ésima transformações que
𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2 𝑝𝑗 𝑉𝑗 𝒑𝑽
= =⋯= = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝒌𝒏
𝑇1 𝑇2 𝑇𝑗 𝑻
o Considerando que a transformação ocorra em dois processos e que a massa se
mantem constante, podemos escrever:
𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2 𝑛 𝑝1 𝑉1 𝑝2 𝑉2
= × =
𝑇1 𝑇2 𝑛 𝑇1 𝑛 𝑇2 𝑛
o E tomando o primeiro lado da equação para qualquer transformação e o segundo
para a transformação nas CNTP, temos:
𝒑𝑽
= 𝒌 = 𝑹 (constante dos gases)
𝒏𝑻
𝒑𝑽 = 𝒏𝑹𝑻
Outras formas da equação dos gases ideais podem ser representadas:
𝒎
o número de mols do gás, 𝒏 = , a expressão fica:
𝑴
𝒎 𝒎 𝑹𝑻
𝒑𝑽 = 𝑹𝑻 𝒐𝒖 𝒑=
𝑴 𝑽 𝑴
𝒎
o a densidade do gás é 𝝆 = , a expressão final tem a forma:
𝑽
𝑹𝑻
𝒑=𝝆
𝑴
“A pressão exercida por uma mistura de gases ideais é a soma das pressões que
cada um dos gases exerceria caso ocupasse sozinho o recipiente na mesma
temperatura em que se encontra a mistura.”
𝒑𝑻 = 𝒑𝟏 + 𝒑𝟐 + ⋯ + 𝒑𝒋 (𝑽 𝒆 𝑻 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔)
𝒏𝑻 = 𝒏𝟏 + 𝒏𝟐 + ⋯ + 𝒏𝒋 = 𝒏𝒊
𝒊=𝟏
Relacionado a pressão parcial com a pressão total para cada gás, temos:
𝑹𝑻
𝒑𝟏 𝒏𝟏 𝒏𝟏
= 𝑽 = = 𝑿𝟏 𝒐𝒖 𝒑𝟏 = 𝑿𝟏 𝒑𝑻
𝒑𝑻 𝒏 𝑹𝑻 𝒏𝑻
𝑻 𝑽
𝟐 𝟏 𝟐
𝑹𝑻 = 𝑵𝑨 𝟐 ഥ𝑪
𝒎𝒗 = 𝑵𝑨 𝑬
𝟑 𝟐 𝟑
onde a energia cinética média é
𝟑 𝑹 𝟑
ഥ𝑪 =
𝑬 𝑻 = 𝒌𝑩 𝑻
𝟐 𝑵𝑨 𝟐
Sendo que, 𝒌𝑩 = 𝟏, 𝟑𝟖 × 𝟏𝟎−𝟐𝟑 J 𝐊 −𝟏 é constante Boltzmann.
𝟑𝑹𝑻 𝟑𝑹𝑻
E a velocidade média quadrática fica 𝒗𝟐 = =
𝑵𝑨 𝒎 𝑴
𝟑𝑹𝑻
ഥ
E a velocidade média é 𝒗 =
𝑴
𝟏
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒇𝒖𝒔ã𝒐 ∝
𝑴
algodão com
NH3(aq) anel branco de NH4Cl(s)
formado quando o NH3 e
HCl se encontram
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Gases Reais
pext
pext
pext
aumento
da pext
𝒑𝑽𝒎,𝒐𝒃 𝑽𝒎,𝒐𝒃
𝒁= =
𝑹𝑻 𝑽𝒎,𝒊𝒅 0 oC
𝑹𝑻
𝑽𝒎 =
𝒑
sob pressão finita, o volume de um gás é zero, no zero absoluto de 𝑻
(solidificam liquefazem)
𝑹𝑻
𝑽𝒎 = 𝒃 +
𝒑
𝑹𝑻
𝒑=
𝑽𝒎 − 𝒃
a frequência e as forças de colisões são reduzidas pelas forças atrativas.
Portanto, a pressão é reduzida na proporção do quadrado da concentração
𝒏 𝟐 𝟏 𝟐
do gás, = .
𝑽 𝑽𝒎
𝑹𝑻 𝒂 𝒂
𝒑= − ou 𝒑+ 𝑽𝒎 − 𝒃 = 𝑹𝑻
𝑽𝒎 −𝒃 𝑽𝟐𝒎 𝑽𝟐𝒎
A tabela abaixo mostra as constantes de van der Waals de alguns gases mais
comuns.
Gás a/(L2 atm mol-2) b/(L mol-1)
He 0,0341 0,0237
H2 0,244 0,0266
N2 1,39 0,0391
CO 1,49 0,0399
O2 1,36 0,0318
C2H4 4,47 0,0571
CO2 3,59 0,0427
NH3 4,17 0,0371
H2O 5,46 0,0305
Hg 8,06 0,0170
1,5
1,0
pressão, p
pressão, p
0,8
CO2
aumento da
pressão, p
p/atm
temperatura, T
𝒂
o Pressão crítica (𝒑𝑪 ): 𝒑𝑪 =
𝟐𝟕𝒃𝟐
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Gases Reais
𝒑𝑽𝒎 = 𝑹𝑻𝒁
e para 𝐙 = 𝟏 recuperamos a equação de estado do gás ideal
𝒑𝑽𝒎 = 𝑹𝑻
Assim, podemos escrever o produto 𝒑𝑽𝒎 numa série de potências, de duas formas
equivalentes:
𝒑𝑽𝒎 = 𝑹𝑻 𝟏 + 𝑩′ 𝑻 𝒑 + 𝑪′ 𝑻 𝒑𝟐 + 𝑫′ 𝑻 𝒑𝟑 + ⋯ ou
𝑩 𝑻 𝑪 𝑻 𝑫(𝑻)
𝒑𝑽𝒎 = 𝑹𝑻 𝟏 + + 𝟐 + 𝟑 +⋯
𝑽𝒎 𝑽𝒎 𝑽𝒎
onde os coeficientes B, C, ... ou B’, C’, ... são chamados segundo, terceiro, ... coeficiente
de virial, e são diferentes para cada gás que esteja em estudo.
Exemplo 9 - Uma amostra de gás carbônico, CO2, estar confinada em um recipiente a 60 atm e 20 oC.
(i) determine o volume molar para um gás ideal;
(ii) determine os volumes molares esperados no início e no final da liquefação do gás,
respectivamente, use a equação van der Waals. Dados: a = 3,59 L2 atm mol-1 e b = 0,0427 L mol-1.
(iii) com base nos volumes do item (ii) determine os fatores de compressibilidade em cada caso, e
identifique quais forças são predominantes.
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Lista de Exercícios
1. Calcule a pressão da atmosfera da Terra no ponto onde ser ler 76 cm de mercúrio a 0 oC e a
aceleração da gravidade g é 9,806 m s-2. A densidade do mercúrio a 0 oC é 13,5951 g cm-3?
2. A azida de sódio (NaN3) é usada em airbag de automóveis. Escreva a equação química
balanceada para a decomposição de NaN3(s) em N2(g) e Na(s). Calcule o volume em litros
de gás de azoto gerados a 21,0 oC e 823 mmHg pela decomposição de 60,0 g de NaN3.
3. Um líquido volátil é colocado num balão 590,0 mL e deixa-se ferver até que apenas o vapor
preenche o frasco, a uma temperatura de 100,0 oC e pressão de 736 mmHg. Se a massa do
frasco antes e depois da experiência foi 148,375 g e 149,457 g. Qual é a massa molar do líquido?
4. Um tanque de 20,0 L contém gás cloro a uma temperatura de 20,0 0C a uma pressão de 2,0
atm. O reservatório é pressurizado a um novo volume de 1,0 L e uma temperatura de 150,0 0C.
Calcula-se a pressão final, utilizando a equação de gás ideal, e a equação de van der Waals.
5. Um recipiente de 2,79 L de amoníaco gasoso para o qual p = 0,776 atm e T = 18,7 oC é
conectado a um recipiente de 1,16 L de HC gasoso para o qual p = 0,932 atm e T = 18,7 oC.
Qual a massa de cloreto de amónio sólido formado? No volume combinado, qual é o gás
restante e a sua pressão?
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Lista de Exercícios
6. Um bulbo de volume desconhecido V contém um gás ideal sob pressão de 1 atm. Uma válvula
reguladora é aberta, permitindo a expansão do gás para outro bulbo previamente evacuado,
cujo volume é exatamente 0,550 L. Estabelecido o equilíbrio entre os bulbos, nota-se que a
temperatura não mudou e que a pressão do gás é de 530 Torr. Qual é o volume
desconhecido, V, do primeiro bulbo?
7. A válvula entre um tanque de 5 L no qual a pressão gasosa é de 9 atm e outro de 10 L
contendo gás sob 6 atm é aberta e o equilíbrio é atingido à temperatura constante. Qual a
pressão final nos dois tanques?
8. Um frasco fechado contém um gás a 30º C, exercendo a pressão de 606 mmHg. Determine a
pressão que esse gás exercerá quando a temperatura se elevar a 57º C e o volume se
mantiver constante.
9. Um gás ideal confinado em um cilindro móvel é submetido a uma compressão, com pressão
externa constante. De volume inicial de 15 dm3, e no processo foi observado que temperatura
desse gás variou de 30 ºC para 10º C. Determine o volume final para o processo de
compressão do gás?