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Biografia e Metodologia
Biografia
Zoltán Kodály (Kecskemét,
16/1/1882; Budapeste,
06/03/1867) foi um dos mais
destacados músicos
húngaros de todos os
tempos. Criado no campo
conheceu desde a infância
a música folclórica, tendo
aprendido a tocar piano e
instrumentos de cordas.
Iniciou-se no universo da
composição com poucos
ensinamentos.
Em 1900 foi para
Budapeste a fim de
estudar com Koessler na
Academia de Música, e
em 1905 deu início à
sua colaboração com
Bela Bartók, compilando
e transcrevendo
canções folclóricas
húngaras, eslovacas,
búlgaras, albanesas e
de outros países do leste
europeu.
Também trabalharam lado a lado como
compositores, e a visita de Kodály a Paris,
em 1907, trazendo depois de volta a
música de Debussy, foi importante para
ambos: seus primeiros quartetos foram
executados em programas conjuntos de
concerto, em 1910, marcando assim o
surgimento da música húngara no século
XX.
Kodály, no entanto, preferiu antes
aceitar ao invés de analisar o
material folclórico em sua
música, e seu estilo é bem menos
contrapontístico e
harmonicamente mais sereno.
Suas principais obras, em
especial a ópera cômica Háry
János, o Psalmus Hungaricus, as
Variações Pavão para orquestra,
bem como as Danças de
Marosszék e Danças de Galánta,
todas se inspiraram na música
folclórica magiar (ao contrário de
Bártok, Kodály limitou-se ao
material húngaro).
Sua atividade como compilador também
estimulou sua obra no campo da
educação musical, convencendo-o do
valor do canto coral como um meio para
a alfabetização musical. Chegou a
recolher mais de 100.000 canções, peças,
trechos e melodias populares húngaras,
as quais aplicavam nas suas
composições com singular perfeição
técnica.
Enquanto educador, o seu
nome é associado ao
Método Kodály, que
revolucionou o sistema de
aprendizagem musical até
então em vigor, e que é na
atualidade muito aplicado
em escolas de música. No
entanto, não foi o autor
isolado dos princípios
diretores do método: a sua
filosofia da educação
serviu de inspiração aos
seus discípulos, que
coletivamente compilaram
e desenvolveram a
metodologia com o passar
dos anos.
Lecionou na Academia de Budapeste a partir
de 1907 e após a II Guerra Mundial, suas ideias
tornaram-se a base da política estatal,
apoiadas em parte na sua vasta produção de
música coral, grande parte dela para crianças,
bem como outras peças para exercícios, tendo
sido amplamente utilizada como modelo no
exterior.
Permaneceu em Budapeste durante a II Guerra
Mundial, algo que os húngaros sempre viram
como sinal de amor patriótico. Faleceu como
herói nacional, respeitado na Hungria e
internacionalmente.
Títulos
Membro da Academia Húngara de Ciências (1945)
Presidente da Comissão de Musicologia (1951)
Presidente do International Folk Music Council (1951)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de
Oxford (1960)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Berlim-
Leste (1964)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de
Toronto (1966)
Membro Honorário da Academia das Artes e das
Ciências dos E.U.A. (1963)
Presidente honorário da International Society for Music
Education
Metodologia
De acordo com Kodály, o intelecto, as
emoções e a personalidade de todas as
pessoas podem ser desenvolvidas e
trabalhadas através da música. Dessa
forma, a música deveria ser de acesso de
todos, de maneira simples, porém sem
perder a qualidade musical. Para encontrar
uma música que pudesse ser apreciada e
executada por todas as pessoas que assim
o quisessem, Kodály iniciou uma vasta
pesquisa, que teve seu foco direcionado
em especial para a
música folclórica húngara.
Kodály acreditava que o estudo de música
com as crianças devia partir das canções
folclóricas e dos conhecimentos musicais
que podiam ser explorados em seu estudo
e através dessas canções expandirem seu
universo musical até alcançar a
compreensão da literatura musical
universal. O Método Kodály não foi escrito
por ele e sim por seus seguidores, que
utilizaram o material produzido em suas
pesquisas e práticas pedagógicas no
campo do ensino da música.
O que hoje é conhecido como Método
Kodály foi desenvolvido na Hungria,
durante as décadas de 1940 e 1950, por
Zoltán Kodály em conjunto com seus
colegas e seus alunos. Não foi uma criação
de Kodály, e sim aprimorado nas escolas
húngaras sob sua inspiração e orientação.
Os objetivos, a filosofia e os princípios são
de Kodály, porém a pedagogia não foi por
ele criada.
Nenhuma das práticas associadas à
Kodály foi por ele criada. O solfa foi
inventado na Itália e o solfa tônico é
originário da Inglaterra; sílabas rítmicas é
invenção de Cheve na França, e muitas
das técnicas de solfa empregadas foram
emprestadas do trabalho de Dalcroze;
mano solfa foi adaptado da abordagem
criada pelo inglês John Curwen e o
método de ensino é basicamente de
Pestalozzi.
A particularidade do
Método Kodály vem
da forma como estas
técnicas, separadas
entre si, puderam ser
combinadas e
unificadas, criando
assim uma forma
prática e viável de
educação musical.
Atualmente, esta
metodologia de ensino
é amplamente
utilizada mundo afora,
devido ao sucesso
alcançado pelo
sistema nas escolas da
Hungria na década de
1950.
Filosofia
Todas as pessoas capazes de falar uma
língua são também capazes de dominar
um idioma musical, ou seja, a habilidade
da instrução musical é relativa à
compreensão básica do desenvolvimento
da língua;
O canto é o melhor fundamento para a
técnica musical;
O aprendizado musical mais eficaz
começa com a criança muito nova, já no
útero materno;
As canções populares da própria herança
linguística de uma criança constituem uma
língua musical materna e devem ser
utilizadas como forma de musicalização;
Apenas a música de valor artístico mais
elevado, folclórica ou tradicional, deve ser
usada no ensino;
A música deve fazer parte da grade
curricular escolar, um assunto essencial
como base para a educação.
Objetivos
Cantar, dançar e tocar instrumentos utilizando,
num primeiro momento, as músicas,
brincadeiras e canções da sua própria cultura e
gradativamente introduzir no repertório
canções e atividades oriundas de outras
culturas e países;
Executar, ouvir e analisar a música mundial;
Alcançar a maestria das habilidades musicais,
tais como leitura e escrita musical e canto.
Compor e improvisar, utilizando o vocabulário
musical conhecido próprio de cada nível de
desenvolvimento.
Ferramentas
Solfa Tônico: Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si (ti), dó.
O dó é considerado a nota chave ou
centro tonal em todas as escalas maiores.
O lá é considerado a nota chave ou
centro tonal de todas as escalas
menores. Foca-se na relação entre os
tons.
Mano solfa: solfa
combinado com
um sistema de
sinais manuais
que visa acelerar
a memória tonal.
Sílabasrítmicas: o ritmo é ensinado
através de símbolos e da relativa
duração sobre a batida representada
por uma série de sílabas. Adaptação do
método inventado pelo francês Cheve
por volta de 1800 e que ainda é utilizado
nos conservatórios franceses.
Sistemática
O Método Kodály é altamente
estruturado e sequencial, com
habilidades bem definidas e
conceitos hierárquicos para
cada elemento da música.
Estas sequências são
estritamente ligadas ao
desenvolvimento da criança.
Entretanto, sempre são inclusos
alguns materiais musicais, com
o objetivo de expandir estas
capacidades. À medida que a
criança desenvolve-se física,
social, emocional, estética e
intelectualmente, vai também
progredindo musicalmente;
incrementando habilidades e
assimilando conceitos mais
avançados.
Melodia: exercícios de três notas (A-G-E), quatro
notas (G-E-D-C) e cinco notas (A-G-E-D-C). À
medida que a voz amadurece e as aptidões
musicais aumentam, o material musical passa a
incluir mais canções em escalas diatônicas
maiores e menores, modos e escalas alteradas.
Ritmo: conforme a criança amplia sua
capacidade motora, começa-se a utilizar
compasso binário, simples e composto.
Forma, harmonia, tempo e dinâmica
compatíveis com cada nível de aprendizado.
Ensino em espiral. Cada nível de aprendizado é
construído e idealizado sobre o anterior.
É introduzido apenas um conceito novo de
cada vez.
Resumo do processo solfejo
Encontrar a tonalidade (e o modo) da escala da
melodia a ser lida ou cantada;
Encontrar o grau da escala correspondente à
primeira nota da melodia;
Transpor a nota (e o restante da melodia) para a
escala de dó, levando em conta os graus
correspondentes (exemplo: o grau I se transforma
em dó, o grau II é o ré e assim por diante;
Para as alterações cromáticas nos graus
correspondentes, usa-se silabas especiais:
Grau I II III IV V VI VII
Sílabas Dó Ré Mi Fá Sol Lá Ti
associadas
Alterações Dí Ri Fí Si Li
ou ou ou ou ou
Ra Ma Sa Lo La