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O documento descreve a crise da economia clássica no meados do século XIX, devido a deficiências teóricas, problemas metodológicos e políticas deficientes em relação aos problemas sociais. As principais teorias clássicas, como a teoria do fundo de salários e a taxa natural de salários, foram alvo de muitas críticas. Ao mesmo tempo, problemas sociais e econômicos na Inglaterra também contribuíram para a crise e desconfiança na escola clássica.
O documento descreve a crise da economia clássica no meados do século XIX, devido a deficiências teóricas, problemas metodológicos e políticas deficientes em relação aos problemas sociais. As principais teorias clássicas, como a teoria do fundo de salários e a taxa natural de salários, foram alvo de muitas críticas. Ao mesmo tempo, problemas sociais e econômicos na Inglaterra também contribuíram para a crise e desconfiança na escola clássica.
O documento descreve a crise da economia clássica no meados do século XIX, devido a deficiências teóricas, problemas metodológicos e políticas deficientes em relação aos problemas sociais. As principais teorias clássicas, como a teoria do fundo de salários e a taxa natural de salários, foram alvo de muitas críticas. Ao mesmo tempo, problemas sociais e econômicos na Inglaterra também contribuíram para a crise e desconfiança na escola clássica.
Clássica Inicia-se em meados dos anos 60 do sc. XIX
Deve-se a:
1. Deficiências teóricas 2. Problemas metodológicos 3. Políticas deficientes em face dos problemas sociais
Prof. Ricardo Feijó
O PRESTÍGIO DA ESCOLA CLÁSSICA
Mais na Inglaterra. Sistema teórico de Ricardo e Mill
imperou de 1840 a 1860. Escritos metodológicos de Mill
Prosperidade que acompanhou a abolição da lei dos
cereais INÍCIO DA CRISE DE CONFIANÇA Período de críticas destrutivas desacreditou a escola clássica Críticas centradas nas teorias de valor e distribuição (salários) DUAS TEORIAS DE SALÁRIOS CRITICADAS
Teoria do Fundo de salários
Doutrina da taxa natural de salários
PRINCIPAIS CRÍTICOS 1. Cliffe Leslie (EHI) 2. Fleming Jenkin 3. Francis D. Longe 4. John Elliot Cairnes 5. William T. Thornton 6. W.S. Jevons Jevons afirma: “Outras doutrinas geralmente aceitas têm-me parecido sempre ilusórias, especialmente a assim chamada Teoria do Fundo de Salários. Essa teoria aparenta fornecer uma solução para o principal problema da ciência – determinar os salários do trabalho; contudo, num exame mais minucioso descobre-se que sua conclusão não passa de mero truísmo qual seja, que a taxa média de salário é encontrada pela divisão do montante total destinado ao pagamento dos salários pelo número daqueles entre os quais esse montante é dividido” (A teoria da economia política, prefácio). ALTERNATIVAS À TFS Longe: demanda geral de trabalho Thornton: demandas e ofertas pretendidas de trabalho; excedente do consumidor; ação de sindicatos Cairnes (Nova exposição dos princípios líderes da economia política): demanda e oferta realizadas versus estimadas; gerais versus específicas; defesa da lei de Say e indeterminação salário/lucro TEORIA DOS SALÁRIOS AGREGADOS MÉDIOS DE CAIRNES
Como são determinados os investimentos
em geral e cada tipo deles (contratação de m.o.)? O que condiciona, no agregado, o que é investido em capital fixo, m.p. e salários? Hipótese de trabalho heterogêneo na explicação de salários relativos (nova teoria do fundo de salários) Existência de grupos não competitivos MODELO MULTIFATORES DE TRABALHO Indivíduos diferenciados competem entre si, preferindo cada um as profissões mais bem pagas. No equilíbrio, os salários relativos seriam explicados pelas diferenças de talento e qualificação individual. Cairnes também propôs uma teoria ad hoc sobre a existência de grupos não competitivos dentro do modelo de multiplicidade de fatores de trabalho. Cairnes era excessivamente malthusiano e sua defesa de Mill acabou comprometendo ainda mais o sistema teórico clássico. LIGAÇÃO SALÁRIO-PRODUTIVIDADE
Típica em autores alemães:
Friedrich von Hermann (1832) Karl Heinrich Rau (1863) Hans von Mangoldt (1863) • Fizeram a ligação teórica do salário com a produtividade. Idéia que acabou prevalecendo na Economia moderna, mas que ainda era pouco usual à época. • A produtividade determina a distribuição de renda e esta afeta a demanda do consumidor. CONSTATAÇÃO DE SCHUMPETER
Comentando o período, o célebre Schumpeter nos
diz que, nos anos 70 “assassinar a teoria do fundo de salários tornou-se o esporte favorito entre os economistas”.
O próprio Mill, em 1869, acabou abandonando-a.
DESCRÉDITO DA IDÉIA DE TAXA NATURAL DE SALÁRIOS
Fatores externos: Crítica à teoria da
Melhoria no padrão de população de Malthus vida mesmo com forte Nassau Senior crescimento demográfico McCulloch Não explica como salários Robert Torrens são afetados pelas importações de alimentos Pouco conteúdo empírico da teoria LIGAÇÃO DO SALÁRIO COM A PRODUTIVIDADE Os críticos viam a existência de muitas exceções às teorias de salário de Ricardo e Mill, que se tornam mais importantes que o caso geral. No entanto, não havia algo mais elaborado que pudesse substituir as teorias vigentes. Nessa época, inicia-se o desenvolvimento de explicações que elaboram pensamentos na direção da análise da produtividade marginal. A partir de então, cada vez mais, populariza-se a explicação dos salários pela produtividade do trabalho. CRÍTICA À TEORIA DO VALOR-TRABALHO
Mesmo clássicos como Mill e Cairnes aceitavam a teoria
do valor dependente da demanda no comércio internacional Jevons: falta de generalidade; efeito dos custos depende da demanda; trabalho heterogêneo Menger: por que uma teoria particular para a renda da terra? Walras: não aceita divisão dos bens entre raros e bens reproduzíveis; determinação simultâneo dos preços dos bens e dos fatores TRÊS PILARES BÁSICOS DA ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA QUE FORAM BASTANTE CRITICADOS:
A doutrina da população de Malthus
A teoria do fundo de salários A teoria do valor-trabalho Poderíamos acrescentar: a teoria da renda (era contestada por não se acreditar na lei da produtividade decrescente da terra ou porque alguns autores, como Richard Jones, criticavam o próprio conceito ricardiano de renda da terra) CANDIDATOS FRACASSADOS A SUBSTITUIR OS CLÁSSICOS
Escola Histórica: conquistou certo prestígio nos
Estados Unidos, principalmente nos escritos de T. Veblen. Nada que impedisse a aceitação da Economia marginalista e seu aprimoramento em trabalhos de brilhantes economistas norte- americanos como Irving Fisher e John Bates Clark. Institucionalismo: foi nos EUA o sucessor da escola histórica, padeceu da fraqueza de não propor uma compreensão alternativa dos problemas teóricos. MARX COMO ALTERNATIVA AOS CLÁSSICOS
O legado de Karl Marx seria outra alternativa à escola
clássica se tivesse atraído para si os descontentes dela. Entretanto, na década de 80 do século XIX, sua contribuição em nada afetou o ambiente acadêmico dos economistas. Embora o primeiro volume de sua obra máxima O capital tenha sido publicado em 1867, ele só foi traduzido para o inglês em 1887. Marx morreria desconhecido em 1883. Jevons, Menger e Walras não sabiam das idéias de Marx. CRISE ECONÔMICA E MUDANÇAS SOCIAIS NA INGLATERRA
Ao lado das críticas em teoria e método, na
crescente hostilidade para com a escola clássica contribuíram elementos que se relacionam ao ambiente social e econômico da época. A descrença estava voltada não apenas aos aspectos teóricos da ortodoxia, a própria orientação política derivada dos princípios da doutrina econômica clássica era contestada pela opinião pública. PAPEL DOS EVENTOS SOCIAIS DA ÉPOCA A breve exposição dos eventos sociais que marcaram esta época na Inglaterra facilita a compreensão de como fatos extra-teóricos impulsionaram a crise na Economia Política. PROSPERIDADE E AGRAVAMENTO SOCIAL
Os anos de 1850 a 1870 foram marcados
por uma notável prosperidade econômica na Inglaterra impulsionada pelo crescimento da industrialização. As técnicas produtivas executam grandes saltos, com o aumento no tamanho das fábricas, especialmente na indústria mecânica e nos setores de aço, ferro, transporte e comunicação. A companhia limitada é substituída pela firma de sociedade anônima, propiciando um novo e privilegiado instrumento de mobilização e controle do capital. Essa prosperidade, no entanto, não se refletiu positivamente nas relações sociais; pelo contrário, os problemas sociais só se agravaram no período. INOVAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO Ocorrem inovações organizacionais trazidas pelos novos métodos na administração das empresas. Tais inovações resultam em uma relação mais hierárquica e mais burocrática no interior das firmas, simbolizada pela introdução da figura do gerente de fábrica. TENSÕES SOCIAIS Não só no plano interno das empresas, mas também em toda a sociedade, o período assiste ao agravamento nas relações sociais. Ao lado da deterioração das condições de trabalho e do prolongamento de sua jornada, novas mudanças são propiciadas pela incorporação no mercado de trabalho de mulheres e crianças. SINDICATOS E CARTÉIS A resposta dos trabalhadores fez-se sentir no avanço da organização sindical. Os sindicatos conquistaram grande poder de mobilização, o que parecia ameaçar interesses econômicos de grupos organizados. Por outro lado, as firmas intensificam o uso de práticas de conluios, com fusões e formação de cartéis. Há um crescimento generalizado no poder de monopólio. MAIS INTERVENVENCIONISMO A vida social, exacerbada por uma configuração mais conflituosa entre as classes, que se traduzia em tensões crescentes na política, levou a uma ação mais incisiva do Estado na economia com o objetivo de atenuar esses conflitos. CRISE DOS ANOS 1870 Os anos 1870 acentuaram as contradições da sociedade inglesa. O processo de mudança estrutural mantém sua continuidade e até se intensifica. A economia desse país enfrenta agora uma reversão cíclica com o aparecimento de dificuldades econômicas. Trata-se da Grande Depressão, vista por alguns autores como o primeiro sinal da crise geral do capitalismo, cujo epicentro se localiza no ano de 1873. Esse grave período da economia fez aumentar ainda mais a intervenção do Estado. Os problemas da economia inglesa afetaram a outros países, especialmente a Alemanha. A Inglaterra já não consegue exercer com a mesma eficácia seu papel de coordenadora internacional do mercado de capitais. Graves crises financeiras verificam-se, em diferentes países, nos anos de 1873, 1882 e no começo da década de 1890. O sistema bancário inglês, o emprestador em última instância, não mantém o controle da situação. CRISE NA AGRICULTURA A situação na agricultura também não é boa. O trigo inglês não consegue competir com a produção dos Estados Unidos, gerando grande queda na renda dos agricultores. O crescimento no comércio internacional, sob a égide do padrão- ouro, acirra a competição, o que leva parte da opinião pública inglesa a clamar por um maior protecionismo. EFEITO DA CRISE A intervenção do Estado aumenta em conseqüência desses eventos, não só para dirimir os conflitos sociais internos, mas também visando melhorar o desempenho da economia e restabelecer a competitividade internacional daquela nação européia. SEITAS SOCIAIS
Outro movimento pode ser observado no
plano das idéias. O laissez-faire cedia cada vez mais espaço para a necessidade de uma doutrina que regulasse a intervenção do Estado com base em princípios racionais de ação da esfera pública inspirados nos avanços das ciências. Já nos anos 60, nota-se a eclosão de um interesse renovado pela ciência social. A crença generalizada nas potencialidades dessa ciência em modelar a vida social levou a uma proliferação de várias seitas sociais. CONTRA OS CLÁSSICOS Os pensamentos de Mill, Comte, Spencer, T. H. Green, H. George e Marx, o evolucionismo de Darwin e outras correntes proporcionam um rico painel de idéias, de cores variadas, que na época iluminou as mentes dos entusiastas da reforma social. Ao mesmo tempo, a doutrina do livre mercado, ainda forte, passa a encontrar rivais a altura, que se valeram do mau resultado da competição no lado da distribuição para galvanizar os descontentes. TEORIAS DE DISTRIBUIÇÃO Há, no fim do século XIX, uma crescente ênfase no problema da distribuição. A Economia clássica era admoestada por ter-se preocupado em demasia com o lado da produção. Acreditava-se na existência de um amplo escopo para políticas de distribuição. NOVOS PROBLEMAS A questão da acumulação de capitais, central entre os clássicos, pareceu, aos olhos da época, menos importante. O problema da má alocação de recursos tornou- se mais relevante. Em sintonia com o clima da época, a teoria marginalista iria priorizar a questão da eficiência alocativa. O PAPEL DO MARGINALISMO Sem contestar o laissez-faire, a análise marginalista explicava que a inabilidade do capitalismo em controlar a anarquia de mercado era apenas aparente e que esse controle poderia ser restabelecido se o governo combatesse as coalizões internas feitas por trabalhadores e patrões. RAZÕES EXTERNAS DA CRISE Ao lado dos problemas internos à teoria clássica, há razões externas que explicam sua crise. O ressurgimento de um conflito social claro e endêmico tornou a comunidade acadêmica e os círculos políticos e culturais críticos à teoria clássica e particularmente receptivos à nova teoria marginalista. O CASO GOSSEN O fato de o livro de H. Gossen, que não encontrou público em seu lançamento em 1854, ter alcançado extraordinário sucesso, quando em 1889 um editor de Berlim o republicou com um breve prefácio, demonstra que havia uma grande demanda pela visão proporcionada pela teoria marginalista.