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Agrupamentos em sala

de aula
Agrupamentos Produtivos
Em 1930, o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) já chamava
a atenção para a importância da interação entre a criança e o professor e
entre a criança e os colegas em situações de aprendizagem. Em A
Formação Social da Mente, ele afirma que o bom aprendizado é aquele
que foca o potencial que o aluno pode desenvolver com a ajuda de outros.
Trabalhar em grupo, então, não é apenas importante, mas fundamental
para ele.
César Coll, da Universidade de Barcelona, que, entre outros aspectos,
estuda o papel do professor. Segundo ele, cabe ao educador criar
condições para que os alunos realizem o trabalho com os próprios
instrumentos e manter o agrupamento sempre produtivo.
Questionamentos pertinentes

1.Como faço um diagnóstico correto para montar grupos


que sejam produtivos?

O primeiro passo é pensar no conteúdo a ser ensinado e


nos objetivos específicos da atividade. Só depois de ter
claras as duas informações, é hora de verificar o que a
turma já sabe, o que se alcança com a investigação do nível
de conhecimento de toda a classe e de cada aluno
individualmente.
2. Devo deixar as crianças se agruparem de acordo com a
afinidade entre elas?

A decisão depende de sua intencionalidade. Elas têm liberdade de escolher com


quem vão trabalhar se a atividade não tiver como objetivo ensinar um conteúdo
(jogos). Porém tudo muda se o objetivo é a aprendizagem. Nesse caso, a afinidade
não cabe como um critério de agrupamento, pois o principal objetivo da estratégia é a
interação cognitiva e a construção de conhecimentos.
Se os escolhidos para trabalhar juntos não se relacionam bem, um dos caminhos é
mediar possíveis atritos para que a produtividade não seja prejudicada.
"É essencial ver esse processo como uma construção progressiva e que depende
da vivência de situações que promovam avanços nas relações, em direção à
cooperação e à autonomia", afirma Heloisa Helena Garcia, mestre em Psicologia
Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP), que
desenvolve o seu doutorado sobre a interação.
3. Agrupar os mais agitados com outros mais calmos e os
mais tímidos com os extrovertidos é um bom critério?
Não. Ao definir as equipes, é importante garantir a máxima
circulação de conhecimentos e informações. Quando se utilizam
critérios como esse, não se configura necessariamente uma boa
situação de trabalho. "As características pessoais podem facilitar o
debate e a discussão, mas o mais importante é que as equipes sejam
produtivas do ponto de vista dos conteúdos que você pretende
ensinar", explica Camilla Schiavo Ritzmann, coordenadora
pedagógica da Escola Santo Inácio, em São Paulo.
4. Como não errar na formação de duplas, trios, quartetos,
quintetos ou grupões?
Os erros não acontecem quando se tem em mente que o mais relevante
para definir as formas de agrupamento é levar as crianças a avançar. Fazer
um diagnóstico detalhado também é essencial para pensar nos desafios
que precisam ser vencidos por elas, nas hipóteses e nos saberes que cada
uma apresenta e, acima de tudo, nos progressos a promover. Alguns deles,
necessitam de esforço individual. "Antes de apresentar um trabalho coletivo,
é preciso avaliar se é realmente a hora de promover a troca de
conhecimento ou se é melhor pedir que cada aluno faça o seu", diz Lino de
Macedo, do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do
Desenvolvimento e da Personalidade da USP.
5. Devo dar autonomia à classe ou intervir sempre de modo a mediar o
trabalho?

Dar autonomia não significa deixar de intervir. César Coll diferencia


dois mecanismos de influência do educador: as situações de
construção dirigida de conhecimento e as de construção colaborativa.
A primeira se caracteriza pela participação coletiva da turma com a
orientação docente. A segunda é marcada pela interação entre os
pares. Nesse momento, no entanto, é comum ver crianças sem
assistência e livres para fazer o que quiserem - o que não garante a
troca de conhecimentos.
6. Como aproveitar a heterogeneidade e despertar o interesse e a
participação de todos?

Ajudando um a compartilhar com o outro seu modo de pensar


sobre determinada situação-problema. Depois de identificar o
nível de conhecimento de cada um no início de um processo de
ensino, torna-se importante observar o desempenho de todos no
processo e modificar a formação dos grupos conforme a
necessidade. Esse cuidado é essencial para garantir a atenção
e a vontade de contribuir. Além disso, as atividades devem estar
de acordo com os níveis de aprendizagem: nem muito fáceis
nem muito complicadas.
7. Posso começar o ensino de um conteúdo pedindo uma atividade
individual e só depois fazer agrupamentos?

Sim. Segundo a educadora argentina Delia Lerner, da Faculdade de


Educação da Universidade de Buenos Aires, a articulação do trabalho de
grupo e individual se dá em processos complementares: um ascendente e
outro descendente.
8. Posso dar tarefas diferentes para cada agrupamento?

Sim, desde que haja um objetivo geral e comum a todos os grupos. Essa
situação se justifica, por exemplo, no caso em que é preciso variar o grau
de desafio da proposta para melhor atender à diversidade da classe. Maria
Lúcia Castanheira, vice-diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e
Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, diz
que quando cada equipe tem uma tarefa, o professor deve planejar bem
cada uma delas. "Isso demanda mais tempo do que se todos tivessem o
mesmo desafio e inclui orientar o que cada grupo fará e ressaltar a
importância de se cumprirem os objetivos específicos e os gerais."
9. Como evitar que alguns alunos fiquem ociosos?

Oriente os estudantes para que não atribuam a responsabilidade de


realizar as tarefas a apenas um integrante da equipe ou que as dividam - o
que impede que interajam. Isso não significa que todos os membros da
equipe devam contribuir da mesma maneira. Para perceber se a troca de
informações está sendo feita de forma desejável, o professor necessita
acompanhar o trabalho e identificar as dificuldades. Outra ajuda é definir a
atuação de cada um. Por fim, caso perceba que um deles não está
produzindo porque tem um nível muito diferente do apresentado pelos
demais - por um erro de diagnóstico, a saída é reagrupar.
10. Os alunos devem sempre ter um papel definido dentro
do grupo?

Vale esclarecer que ter um papel não significa ter uma tarefa e dar conta dela
sozinho. A criança precisa saber qual é a sua função no grupo - definida de
acordo com o que precisa aprender ou ensinar -, e desempenhá-la com a ajuda
dos demais.
O psicólogo e filólogo espanhol Joan Bonals diz no livro O Trabalho em Pequenos
Grupos na Sala de Aula que as questões atitudinais no trabalho em grupo devem
ser vistas como um conteúdo em si. De acordo com ele, para que a atividade seja
produtiva, é essencial que os alunos tenham reforçado o que chama de papéis
positivos, como propor ideias, avaliar, manter o foco, coordenar e conciliar. Por
outro lado, os papéis negativos precisam ser neutralizados. São eles os de quem
se retrai, brinca demais, chama a atenção para si, agride, domina e compete. Sem
levar em conta a questão atitudinal, não há como obter sucesso na aprendizagem
conceitual.
11. Que tipo de atividade em grupo ganha mais significado para os
estudantes?

Aquelas que eles dão conta de realizar por meio da troca de


saberes com os colegas, com pouca interferência do professor.
Cindy Siqueira, professora da EMEF Professor Anézio Cabral,
em Osasco, na Grande São Paulo, propôs um trabalho de
Educação Física para a 3ª série em que todos interagiram de
forma autônoma. Para que eles aprendessem jogos comuns no
bairro, ela selecionou os preferidos e uniu quem sabia a forma
de brincar com quem não a conhecia. Com pouca interferência
dela, todos aprenderam com os colegas e ensinaram a eles.
12.Quando sentar junto ou separado faz diferença?

Se não for para trabalhar em parceria, em geral, é mais


adequado que os alunos estejam separados uns dos
outros. Quando o conteúdo exige uma aula mais
expositiva, não há porque coloca-los em grupo, pois
esse tipo de situação exige concentração e atenção.

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