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Gênero e Violência Doméstica

Lei Maria da Penha

Aton Fon Filho


Jonnas Esmeraldo M. de Vasconcelos
Plano da Apresentação

Violência Tratamento Lei Maria Análise


Gênero
Doméstica Jurídico da Penha Crítica

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Gênero

 Conceito:

“Gênero é a construção social do feminino e do masculino”


(SAFFIOTI, 2004, p.45)

 Termo que se refere à relação desigual e hierárquica entre


sexos, construída histórica e socialmente.

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Gênero

“As ciências sociais adotaram o termo gênero para


demonstrar a fragilidade e a falsidade das explicações
biologicistas acerca da inferioridade e subordinação das
mulheres. Desmascaram assim a construção social e cultural de
homens e mulheres que, incumbidos de cumprir papéis
sociais que lhes foram impostos, criou a subordinação das
mulheres, recrudescendo o conflito entre os sexos.”
(TELES, 2006, p.30)

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Gênero
No google...
Feminino Masculino

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Gênero

• Ideologia da desigualdade entre gêneros.


Machismo:

• Trabalho Produtivo x Trabalho Reprodutivo;

Divisão Sexual • Público x Privado.


do Trabalho:

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Gênero

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Gênero

Controle Masculino

Poder Disciplinador

Controle Social Informal

Violência Doméstica
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Violência Doméstica
Marcos da luta feminista:

 Anos 70: Caso Ângela Diniz

 Anos 80: “SOS Mulher”

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Violência Doméstica
Marcos da luta feminista:

 Anos 90: Conferência Nacional das Mulheres Brasileira

“Os Direitos das Mulheres São Direitos Humanos”

 Anos 2000: Marcha Mundial das Mulheres

“2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”

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Violência Doméstica
 Violência de Gênero x Violência Familiar x Violência Doméstica

• Violência Habitual;
• Vínculo Afetivo;
• Dependência Econômica;
• “Espiral Ascendente”;
• Generalizado;
• Geracional

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Tratamento Jurídico
1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos

“Art. 2: Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.

1979: Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de


Discriminação contra a Mulher
“Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" significará toda distinção, exclusão ou restrição
baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos
campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.”
Recomendação Geral n. 19: “A definição de discriminação contra a mulher prevista no artigo 1o da Convenção inclui a violência
baseada no sexo, isto é, aquela violência dirigida contra a mulher porque é mulher ou que afeta de maneira desproporcional.”

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Tratamento Jurídico

1993: Conferência Mundial sobre Direitos Humanos em Viena

1994: Convenção Interamericana para Prevnir, Punir e Erradicar


a Violência Contra a Mulher -“Convenção do Belém do Pará”
• “Art. 1º: Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra
a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano
ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública
como na esfera privada.
1995: IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as
Mulheres

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Tratamento Jurídico

Constituição Federal:

• Art. 5º, I: “homens e mulheres são iguais em direitos


e obrigações, nos termos desta Constituição”;

• Art. 226, §8º: “O Estado assegurará a assistência à


família na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações.”

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Tratamento Jurídico

Fonte: Violência Contra as Mulheres: Uma história contada


15 em décadas de lutas. Orgs. Anlaba Brazão e Guacira Cesar
de Oliveira. Brasília: CFEMEA, 2010, p. 76.
Tratamento Jurídico

16 Fonte: Violência Contra as Mulheres: Uma história contada


em décadas de lutas. Orgs. Anlaba Brazão e Guacira Cesar
de Oliveira. Brasília: CFEMEA, 2010, p. 77
Lei Maria da Penha

Maria da Penha Maia Fernandes

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Lei Maria da Penha
Relatório Caso Maria da Penha – OEA:

“56. Dado que essa violação contra Maria da Penha é parte de um padrão geral
de negligência e falta de efetividade do Estado para processar e
condenar os agressores, a Comissão considera que não só é violada a
obrigação de processar e condenar, como também a de prevenir
essas práticas degradantes. Essa falta de efetividade judicial geral e
discriminatória cria o ambiente propício à violência doméstica, não havendo
evidência socialmente percebida da vontade e efetividade do Estado como
representante da sociedade, para punir esses atos.”

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Lei Maria da Penha
• “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial (...)
Violência • Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.”
Doméstica:

• Unidade Doméstica;
• Família;
Local • Relação de Afeto.

• Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos
Direitos direitos humanos.
Humanos

• Prevenção;
• Assistência;
Medidas • Protetivas de Urgência;

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Análise Crítica
Os dados utilizados

 Utilizamos, no estudo realizado, dados provenientes do


MAPA DA VIOLÊNCIA 2012 e de seu CADERNO
COMPLEMENTAR 1: HOMICÍDIO DE MULHERES NO
BRASIL, ambos do Instituto Sangari.

 Esses relatórios estão disponíveis em:


http://www.institutosangari.org.br/instituto/

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Análise Crítica
 Os dados contidos no CADERNO COMPLEMENTAR 1:
HOMICÍDIO DE MULHERES NO BRASIL obtiveram mais
destaque, sendo apontado como relevante que, nas três
décadas entre 2008 e 2010 foram levantados 91.932
homicídios no Brasil.

 O total de homicídios foi de 1.091.125.

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Análise Crítica
- “O Brasil passou de 13.910 homicídios
em 1980 para 49.932 em 2010, um
aumento de 259% equivalente a 4,4%
de crescimento ao ano”
Vê-se do
Relatório
que: - Quanto às mulheres, "O número de
mortes nesses 30 anos passou de 1.353
para 4.297, o que representa um
aumento de 217,6%"
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Análise Crítica

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Análise Crítica

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Análise Crítica
Comparação das curvas

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Análise Crítica

Várias hipóteses são levantadas para explicar o


fenômeno, das quedas e elevações dos índices de
violência pelos autores desse Mapa da violência:

• “Vários fatores concomitantes e complexos parecem intervir


nessa explicação dessas quebras e oscilações a partir de 2003:
políticas de desarmamento, planos e recursos federais e
estratégias de enfrentamento de algumas UF parecem atuar
concomitantemente”

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Análise Crítica
 Numa visão culturalista poderíamos buscar a resposta numa
suposta “cultura de violência” que tivesse afetado igualmente
a violência contra homens e mulheres no ano de 2007. Tal
visão, porém, sobre tratar a cultura como algo alheio,
externo aos homens, não põe em questão como a própria
cultura se produz. Põe a ideia como desligada dos homens e
como um produto de si mesma.

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Análise Crítica

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Análise Crítica

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Análise Crítica

Menor relevância do direito

 De qualquer modo, importa a constatação de que,


como a Lei Maria da Penha, o direito intervém apenas
secundariamente sobre a violência de gênero, sendo,
ele próprio, mais um elemento constitutivo da cultura,
da hegemonia ou da ideologia.

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Análise Crítica

Prefácio à Contribuição à Crítica da


Economia Política – Karl Marx
• Na produção social de sua existência, os homens entram em
relações determinadas, necessárias, independentes de sua
vontade; estas relações de produção correspondem a um grau
determinado de desenvolvimento de suas forças produtivos
materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a
estrutura econômica da sociedade, a base real, sobre a qual se
eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem
formas sociais determinadas de consciência. Não é a consciência dos
homens o que determina a realidade; ao contrário, a realidade social é
a que determina sua consciência.
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Análise Crítica

• Nessa produção social da existência, intervém homens e


mulheres conjuntamente, com suas particulares
contribuições.

• Já a existência de gêneros “é a manifestação de uma desigual


distribuição de responsabilidade na produção social da
Gênero e existência. A sociedade estabelece uma distribuição de
divisão sexual responsabilidades que são alheias as vontades das pessoas,
do trabalho sendo que os critérios desta distribuição são sexistas,
classistas e racistas. Do lugar que é atribuído socialmente a
cada um, dependerá a forma como se terá acesso à própria
sobrevivência como sexo, classe e raça, sendo que esta
relação com a realidade comporta uma visão particular da
mesma. (Bases materiales del sistema sexo/gênero” de M. J.
Izquierdo, apud C. M. Carloto, O conceito de gênero e sua
importância para a análise das relações sociais)

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Análise Crítica

• A existência de gêneros está, portanto,


relacionada com o alheamento entre o
homem e o trabalho, as relações de
Gênero e produção de exploração e as
divisão sociedades de classes.
sexual do
trabalho
• Tais relações de produção determinam
(em última instância) formas de
consciência que as justificam e
favorecem sua reprodução.
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Análise Crítica
Gênero e divisão sexual do trabalho

• Subordinado pelo senhor feudal, o servo subordina a


companheira. O trabalho desta apenas passa por ele para chegar
as mãos do nobre, mas permite ao servo sentir-se nobre às vezes
e justifica sua própria subordinação.

• Dominado e explorado pelo burguês, o proletário domina e


explora sua companheira e o trabalho doméstico dela reverte para
o burguês.

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Análise Crítica

Gênero e divisão sexual do trabalho

• Vitimado pela violência de classe, fundada na relação de


produção, o homem exerce contra a mulher a violência de
gênero, como pai, depois como namorado, marido e filho.

• E a própria mulher exerce contra a filha a violência de


gênero, reproduzindo, ela também, a ideologia da classe
dominante e as relações de gênero.

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Análise Crítica
Do local da violência de gênero

 A violência contra a mulher se dá, predominantemente, na


residência.

 Entre os homens, só 14,7% dos incidentes aconteceram na


residência ou habitação. Já entre as mulheres, essa proporção
eleva-se para 40%.

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Análise Crítica

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Análise Crítica

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Análise Crítica

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Análise Crítica
Os Agressores

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Análise Crítica

À guisa de conclusão

• É, sem dúvida alguma, a cultura e a consciência machista e sexista que fundamentam a violência de gênero.

• Tais cultura e consciência, porém, não podem ser extirpadas enquanto se mantiverem relações de produção
fundadas na exploração do trabalho alheio.

• Afinal, é “o conjunto destas relações de produção (que) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base
real, sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem formas sociais
determinadas de consciência. Não é a consciência dos homens o que determina a realidade; ao contrário, a
realidade social é que determina sua consciência”.

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Análise Crítica

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OBRIGADO!

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