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Heidegger – 1889
divino
Hegel – 1770
superação da morte
Cícero 106 a.c. filosofar é aprender a morrer
Morte meditação sobre a vida
Jardim de Epicuro
341 a.C.
Espinosa
1677
Nietzsche
1844
Francis Bacon e a questão do
prolongamento da vida
“Ciência é poder”
A questão do envelhecimento na medicina antiga
Avicena
(980-1037)
Senilidade é natural e inevitável.
Prolongar a vida para além do que a natureza prescreve não é
objeto da medicina.
“Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente (...) Ouvi a
tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao
terceiro dia subirás à casa do Senhor. E acrescentarei aos
teus dias quinze anos (...) (2, Reis, 20)”.
“Conhece-te a ti mesmo”
Âmbito do Invisível
Inteligível
- Se queres, acrescentou ele, estabeleçamos duas espécies de seres:
uma visível e outra invisível.
- Estabeleçamos, respondeu.
- E que o invisível permaneça sempre na mesma condição e o visível
nunca permaneça na mesma condição.
- Estabeleçamos também isso, disse.
- Ora, continuou Sócrates, que outra coisa há em nós senão de um
lado o corpo e de outro a alma?
- Nenhuma outra coisa.
- E a qual das duas espécies de coisas diremos que o corpo é mais
afim?
- É evidente a qualquer um que é mais semelhante e afim à espécie
visível.
- Quanto à alma, é visível ou invisível?
- Ao menos para os homens, Sócrates, não é visível.
- Mas nós agora falamos de coisas visíveis e invisíveis à natureza
humana ou tens em mente alguma outra natureza?
- A natureza humana.
- Sobre a alma, pois, que diremos? Que é visível ou invisível?
- Que não é visível.
- Então é invisível.
- Sim.
A alma, portanto, é mais semelhante ao invisível, e não o corpo que,
por sua vez, é mais semelhante ao visível.
- Assim é necessariamente, Sócrates.
- E há pouco não dizíamos acaso o seguinte: que, quando a alma usa
o seu corpo para fazer alguma investigação, ora servindo-se da visão,
ora do ouvido ou de outra percepção dos sentidos (com efeito,
investigar por meio do corpo significa investigar por meio dos sentidos)
então ela é arrastada pelo corpo para as coisas que nunca
permanecem idênticas, erra e se confunde e balança como
embriagada, porque assim são as coisas com as quais tem contato?
- Sem dúvida.
- Mas quando a alma, permanecendo só em si e para si, conduz sua
investigação, então se eleva ao que é puro, eterno, imortal e
imutável, e tendo sua natureza a ele afim, é junto dele que
permanece todas as vezes que consegue ser somente em si e para
si; ela cessa então de errar daqui e dali e permanece, em relação
àquelas coisas sempre da mesma maneira porque tais são os
objetos com os quais está em contato. E não é inteligência que se
chama esse estado da alma?
- Exatamente, disse ele. O que dizes, Sócrates, é verdadeiro e belo.
- Ora, dentre as coisas de que falamos antes, e dentre as que agora
mencionamos, a qual delas parece-te que a alma seja mais
semelhante e mais conatural?
- Parece-me Sócrates, respondeu ele, que qualquer um, mesmo o
mais obtuso de mente deva admitir, seguindo esse caminho, que a
alma é mais semelhante ao que é imutável do que ao que é mutável.
- E quanto ao corpo?
- O contrário.
- Considera agora a questão de outro ponto de vista. Quando a alma
e o corpo estão juntos, a natureza impõem ao corpo o servir e
deixar-se governar e à alma o dominar e o governar. Também
desde esse ponto de vista qual dos dois te parece mais semelhante
ao que é divino e qual ao que é mortal? Ou acaso não te parece
que o que é divino deva governar e mandar e o que é mortal deva
ser governado e servir?
- Parece-me.
- A qual dos dois, portanto, a alma se assemelha?
- É claro, Sócrates, que a alma assemelha-se ao que é divino e o
corpo se assemelha ao que é mortal.
- Observa agora, Cebes, se de tudo o que dissemos não se segue que
a alma seja semelhante em grau sumo ao que é divino, imortal,
inteligível, uniforme, indissolúvel e sempre idêntico a si mesmo,
enquanto o corpo é semelhante em sumo grau ao que é humano,
mortal, multiforme, ininteligível, dissolúvel e jamais idêntico a si
mesmo. Temos algo a objetar contra essas conclusões, Cebes? Ou
não é assim?
- Não, nada temos a objetar (Fédon, 79 a-80b).
Ideias contrárias não podem combinar-se
entre si e permanecer juntas porque,
justamente enquanto contrárias,
mutuamente se excluem
A alma tem como marca essencial a vida e a Ideia da
vida; é ela, com efeito, que traz a vida ao corpo e o mantém
vivo. E sendo a morte o contrário da vida, em força do princípio
já estabelecido, a alma, que tem como marca essencial a vida,
não poderá estruturalmente acolher em si a morte e será
imortal. Logo, ao sobrevir a morte, o corpo se corromperá e a
alma se retirará para outro lugar. A conclusão: a alma, que pela
sua essência implica a vida, justamente por essa razão de
caráter estrutural, não pode acolher a morte, porque Ideia de
vida e Ideia de morte totalmente se excluem.
???ALMA MORTA???
Phillippe Ariés em sua História da
Morte no Ocidente
MORTE DOMESTICADA