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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PROFLETRAS – FACULDADE DE LETRAS


Prof. FABRÍCIO VIEIRA DE MOURA

DIÁLOGOS (INTER-) PESSOAIS NA ESCOLA: UM


PERCURSO DE ESCRITA SIGNIFICATIVA DE
HISTÓRIAS DE VIDA
ÁREA: Linguagens e Letramentos

LINHA: Leitura e produção textual: diversidade


social e práticas docentes

Fabrício Vieira de Moura

Orientador: Prof. Dr. Evaldo Balbino da Silva


Motivação

• Reflexão sobre a prática docente.

• Por que os alunos se distanciam da


escrita?
Objetivos

• O objetivo geral deste trabalho foi elaborar e desenvolver um projeto de ensino e potencializar
nos alunos as competências de escrita, por meio da leitura e escrita do gênero memórias,
contribuindo para a formação de leitores e produtores de textos significativos a partir de um
percurso da história de vida individual ou de seus familiares.

• Os objetivos específicos desta pesquisa foram:

• articular o resgate de saberes sociais aos saberes captados em histórias de vida como
possibilidade de aprimoramento das práticas de produção de textos na escola;
• favorecer a percepção de que as modalidades oral e escrita da língua constituem planos
interpenetrantes e que orientam um trabalho frutífero de produção de textos escritos;
• possibilitar aos alunos (re-) significarem suas trajetórias de vida por meio de relatos de
experiências ou biografias numa perspectiva de multiletramentos.
Percurso Teórico

• Década de 80 - A Língua na perspectiva de uso para se comunicar.


Geraldi (1993, p.165)
acredita que um projeto contemporâneo de ensino de escrita deve pretender [...] devolver à escola o
que a escola diz, mas sim de levar para a escola o que também a escola não sabe (ainda que
possa dela ter uma imagem). A experiência do vivido passa a ser o objeto da reflexão; mas não
se pode ficar no vivido sob pena de esta reflexão não se dar. O vivido é o ponto de partida para a
reflexão.
• Década de 90 – Abordagem Sociointeracional
• PCN’S (1997, p.30) preconizam a mesma preocupação, quando indicam que cabe
à escola “[...] viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam
socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los”.
• Bakthin – dicotomia entre gêneros primários e secundários.
• Letramento literário. Sequência básica.
• Gênero memórias literárias.
Abordagem Sociointeracional
Década de 90
Interação Social Atividades Sociais

• Interação Situada (Escola). • Memórias Literárias.


• Falantes e interlocutores
coordenam as ações para • Saber “quem é este que
perceber a intenção (Alunos rememora no devir humano
7º e 8º anos). em que a experiência da
• Há uma sinalização em vida vivida é fechada em
busca de uma base- sua totalidade, e é por isso
comum para o que é exemplar”
entendimento do que é co-
construído na comunicação (SANTIAGO, 1989, p. 50).
( Memória).
Perspectivas

Uso = Propósitos Reais Tarefas = Pedagógicas

• Leal (2008, p.67) afirma que: Nem sempre


• Proposta de atividades se sabe se aquele que ensina está
disponível para essa abertura. Como é que
em sala de aula que nos formamos leitores e produtores de
texto? É na comunidade (comum-unidade),
servissem a propósitos na relação com o outro. Não é no rigor do
olhar, nem na benevolência, nem nos atos
comunicativos no de indiferença que se encontra a saída. Ela
cotidiano. está, fundamentalmente, no quanto aquele
que ensina e aquele que aprende se abrem,
cada vez mais, para a compreensão ativa.
A Elaboração de Oficinas

Sequência básica – Cosson 2014 Oficinas Propostas


• Atividade 01 – Atividade diagnóstica. Os alunos
• SEQUÊNCIA DIDÁTICA BÁSICA DE LETRAMENTO fizeram uma primeira produção textual.
LITERÁRIO • Atividade 02 – Desenvolvemos o trabalho de
• Para Cosson, a sequência básica de letramento leitura da Obra: Ler, escrever e fazer conta de
cabeça de Bartolomeu Campos de Queirós.
literário é constituída por quatro passos: • Atividade 03 – Análise de aspectos literários
motivação, introdução, leitura e interpretação. (linguagem, estética da construção frasal,
recursos de estilo escolhido pelo autor).
• Sequência básica proposta por COSSON (2014)
• Atividade 04 – Entrevistas pessoas da sua
desenvolvida ao longo de uma sequência família para ouvirem e registrarem as histórias
didática, modelo de estudo e tratamento dos vividas e recolheram essas histórias por meio
gêneros proposto por Schneuwly e Dolz (2004), da escrita.
a partir do livro: Ler, escrever e fazer conta de • Atividade 05 – Rodas de conversas.
• Atividade 06 – Nessa etapa os alunos (re-)
cabeça (QUEIRÓS, 1996). escreveram os relatos de experiências.
• Atividade 07 – Destinou-se à preparação do
evento de apresentação dos textos e na
oportunidade a escola apresentou a publicação
de um jornal para toda a comunidade escolar.
Etapas de produção de textos.
Produção inicial
Trechos literários
Primeiras produções
Ler, escrever e fazer conta de cabeça -
Bartolomeu Campos de Queirós
Apreciando a obra
Constructo Operacionalizado nas Oficinas

As produções dos alunos:

a) As produções de textos de números 06, 13, 19, 23, 24, 27 e 28 contêm


dramas e situações familiares;
b) As produções de números 04,15,18,21,22,29,31 mostram como esses
alunos lidam com a separação, especificamente com a morte de um ente
querido e como a morte causa dor.
c) Nas produções de números 01, 02, 03, 07, 08, 09, 10, 11,17 e 20, temos
relatos bonitos da entrada no mundo escolar. Os medos, o encontro com
novos amigos, as brincadeiras na rua, na escola, o andar de bicicleta, tudo
revela um primeiro olhar sobre o mundo visto de um aspecto real e solitário,
distante do aconchego da mãe, do pai e mesmo dos irmãos e avós.
Dramas familiares
A separação, a perda, a dor e a
morte
Travesssuras e brincadeiras.
Lembranças de lugares
Mediação do professor - Posição de
interlocutor do texto
Chamar a atenção para
Cuidados necessários: aspectos:
• literários;
• instruções claras; • narrador;
• seleção vocabular; • âmbitos:
• empatia; - lexicais;
• olhar; - prosódicos;
• escuta; - culturais;
• subjetividade. - gestuais,
- linguísticos.
Conclui o autor:

O grande patrimônio que temos é a memória.


Lugar de quem conta uma história não
é simples. A memória guarda o que vivemos e o que
sonhamos.
Rememorar é um movimento E a literatura é esse espaço onde o que
complexo. sonhamos encontra o diálogo.
Exige escuta diferenciada. Com a literatura, esse mundo sonhado consegue
A memória é o lugar do infinito. falar.

A literatura e a leitura como


possibilidades. Bartolomeu Campos de Queirós
Aluno sujeito X leitor crítico.
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