FIM DO SÉCULO XIX Contexto histórico (cinco primeiros parágrafos): - Senso de atemporalidade - Escravidão - Abolicionismo - Desintegração do Império - Relações de trabalho livre: mal remuneradas e instáveis - Miserabilidade social UNIVERSO DAS INSTITUIÇÕES DA ÉPOCA a) Objetos anúncios de escravos fugidos instrumentos de tortura - ferro ao pé - ferro ao pescoço - máscara de folha-de-flandres b) Ofícios Trabalho escravo: prolonga-se para além da escravidão EXEMPLO DE ANÚNCIO RODA DOS ENJEITADOS CAÇADOR DE ESCRAVOS Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem. (Machado de Assis, Pai contra Mãe) INTERTEXTOS "A abolição é a aurora da liberdade;esperemos o sol; emancipado o preto,resta emancipar o branco." (Machado de Assis. Esaú e Jacó) "A ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel." (Machado de Assis. “Pai contra mãe”) FASE REALISTA MACHADIANA Atitude crítica Objetividade Temas contemporâneos - Escravidão - Emergência do trabalhador livre - Relação pessoal com a escravidão Diálogo com o leitor Ironia FAORO - I "liberdade sem pão não representa nada, se excluída a perspectiva do futuro, futuro na terra, com participação nos bens que ela dá (...) O problema supremo é o pão, difícil de conquistar com suor, as canseiras e a labuta de todos os dias". (FAORO, 1976: 326) FAORO - II "O enquadramento social do trabalhador livre no contexto da miséria permitiu a Machado de Assis medir o escravo sob ângulo original. Somente ele insistiu na calamidade que a alforria poderia significar para o cativo. O escravo seria livre, mas ficaria sem trabalho e sem pão, entregue à mendicância. O senhor, só ele, lucraria com o ato de generosidade ao se desfazer de uma boca inútil, envelhecida ou estropiada pelo trabalho. A liberdade não passava, nas circunstâncias, de retórica cruel ou de mentira". (FAORO, 1976: 326.) MUNIZ "Ano(s) após a Lei Áurea, não havia mais sentido voltar à questão do escravo, no entanto já se vislumbravam para Machado os problemas e as dificuldades que iriam enfrentaro novo e o velho trabalhador livre. Neste caso, a cor da pele terá sua significância relativizada.A miséria não distancia quem dela faz parte, ao contrário, ela iguala os participantes na hora da partilha". (MUNIZ, 1996)