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ENSAIOS MECÂNICOS

Ensaio de tração

Ricson Rocha de Souza


Departamento de Engenharia Mecânica
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2010

Grupo de Mecânica Aplicada


Ensaio de tração
Introdução
Tensão e deformação na tração
É um dos ensaios mais utilizados para materiais metálicos devido à facilidade de
execução e reprodução.
Pode ser realizado de duas formas: ensaio de tração convencional ou real

Tensão resistência interna de um corpo a uma força externa aplicada por unidade de
área.
Deformação variação de uma dimensão qualquer desse corpo, por unidade da
mesma dimensão, quando esse corpo é submetido a um esforço qualquer.
Ensaio de tração
Introdução
Tensão e deformação na tração
Considere-se uma barra metálica cilíndrica de secção transversal uniforme, So,
onde é marcada uma distância, Lo, ao longo de seu comprimento. Se essa barra é
submetida a uma única força de tração Q, isto é, a uma força normal à secção
transversal da barra e coincidente com o seu eixo longitudinal, a tensão média de
tração, s, produzida na barra é dada por :
Ensaio de tração
Introdução
Propriedades mecânicas obtidas
Com a aplicação da tensão, s, a barra sofre uma deformação e . A carga, Q, produz um
aumento da distância , Lo, de um valor, L-L0.
A deformação linear média é dada então por e=L-L0/L0

Lei de Hooke (1678 por Sir Robert Hooke) adimensional


A constante E é conhecida por módulo de
elasticidade ou módulo de Young. ou

A linearidade do diagrama termina num


ponto A, denominado limite elástico.
Ao ser atingida uma tensão em que o
material já não mais obedece à lei de
Hooke, ou seja, a deformação não é
proporcional à tensão, chega-se ao ponto
A´ denominado limite de
proporcionalidade.
Admite-se que uma deformação residual
de 0,001%, seja o limite da zona elástica.
Ensaio de tração
Introdução
Propriedades mecânicas obtidas
O início da plasticidade é verificado em vários metais e ligas dúcteis, principalmente,
no caso dos aços de baixo carbono, pelo fenômeno do escoamento. O escoamento
é um tipo de transição heterogênea e localizada, caracterizado por um aumento
relativamente grande da deformação com pequena variação da tensão. Depois do
escoamento o material está encruado.

Denomina-se limite de escoamento a


tensão atingida durante o escoamento:

Quando não for possível determinar com


precisão adota-se o limite n de
escoamento:

onde Qn é a carga em que se observa uma deformação de n% do material


Ensaio de tração
Introdução
Propriedades mecânicas obtidas

alongamento

estricção
Ensaio de tração
Introdução
Definições:

L0  Comprimento útil inicial


Configuração inicial
do CP
S0  Seção transversal inicial

Q  Força atuante (tração é +)


Medido durante o
ensaio
L  Comprimento útil atual

Q
s=  Tensão normal (tração é +)
S0 Válido para ensaio
L  L0 L de tração
e= =  Deformação normal convencional
L0 L0
Ensaio de tração
Introdução
Procedimento de ensaio:
1)Um CP previamente preparado de acordo com o material a ser estudado é
fixado à máquina de ensaio pelas suas extremidades;
2)Um extensômetro é instalado no CP para medir a variação de comprimento;
3)O CP é submetido a um esforço de tração uniaxial crescente até a sua
ruptura (1 kgf/mm2 s ou 9,81MPa/s – pode variar para P&D);
4)No decorrer do ensaio são medidos a força e o comprimento do CP para
traçar uma curva tensão-deformação.

Fatores de influência na resposta:


1)Velocidade de aplicação da carga (ou interrupções
prolongadas do ensaio);
2)Temperatura;
3)Falhas ou alterações no CP; problemas de fixação do
CP na máquina de ensaio; rigidez da máquina;
Ensaio de tração
Introdução
Corpos de prova:
Seção Cilíndrica: para produtos acabados de
seção circular, forma irregular ou espessura
excessivamente grande;
Seção retangular: para chapas
 Atendendo a relação L0 = 5 D0, de
preferência com D0 = 10mm.
Extração segundo direção especificada, para
materiais trabalhados mecanicamente.
Cabeça adaptada à máquina de ensaio
(podendo ser rosqueada)

Próprio produto acabado: barras, fios e


arames; além de produtos compostos como
cabos, cordoalhas e correntes.
Ensaio de tração
Introdução
Equipamento de ensaio:
Máquina de tração:
►Hidráulicas ou parafuso contínuo
►Dispositivo de medição de força:
hidráulica, mecânica ou elétrica
►Baixa rigidez (máquina mole –
aumento de carga constante) ou de
Alta rigidez (máquina dura – aumento
de deformação constante)

Modos de fixação na máquina


Ensaio de tração
Introdução
Equipamento de ensaio:

600kN

2000kN
Ensaio de tração
Introdução
Equipamento de ensaio:
Extensômetro:

►Determina a variação de
comprimento entre dois pontos do CP
►Mecânico, ótico, elétrico ou
eletrônico
►Precisão ex. 0,001mm
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Curva tensão-deformação característica:
São observados os processos de deformação elástica, escoamento, deformação
plástica com encruamento e deformação plástica com encruamento não uniforme e
estricção da seção do CP com progressão da ruptura.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Curva tensão-deformação característica :
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Módulo de elasticidade (E)
É a medida de rigidez do material: define a quantidade de deformação normal elástica
apresentada por um material quando submetido a um nível de tensão normal. Quanto
maior o módulo, menor será a deformação elástica e mais rígido o material.

s
Lei de Hooke  s = E e  E =
e
Graficamente é a inclinação da curva
tensão-deformação no regime
elástico.

temp.   E 

Liga A mais rígida que a B, pois deformação


em A é menor do que em B.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: Módulo de elasticidade (E)

Em ensaios onde a parte elástica


linear não é bem definida pode-se
medir E pela inclinação da reta
tangente da curva na origem (O) ou
em um ponto especificado (B).
Também é possível determinar E pela
tangente da reta que é secante à
curva indo da origem (O) a um ponto
especificado (A).
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: Limite elástico e de proporcionalidade

Limite elástico aparente ou limite Johnson: pode substituir o limite elástico e o


limite de proporcionalidade por ser mais facilmente obtido.
Corresponde ao ponto onde a velocidade de deformação é 50% maior que na
origem. Esse valor é determinado graficamente conforme um dos dois
procedimentos:

1 – traça reta CE 2 – traça reta FD

CD=0,5CE FD=1,5FE
e FG//OE e MN//OD
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Estudo das propriedades mecânicas: Limite de escoamento (σe)

Substituio limite de proporcionalidade nos


ensaios de rotina.
Não é bem definido para todos materiais.
(Ex. de ocorrência: aço de baixo carbono,
alumínio e latão)
Costuma dar base a tensão de trabalho em
projeto de estruturas (cargas estáticas).

Q Qei
Limite de escoamento  s e = e ou se =
S0 S0
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Estudo das propriedades mecânicas: Limite de escoamento (σe)
Escoamento é um processo heterogêneo de
deformação que ocorre entre a zona elástica e a zona
plástica.
As faixas de deformação são conhecidas como bandas
de Lüders. Cada oscilação da carga durante o
escoamento corresponde a formação de uma nova
banda. Escoamento termina depois que todas as faixas
cobrem o comprimento total do corpo de prova.
Metaismais dúcteis e de granulação mais fina
apresentam maior será o alongamento do escoamento.
Pode ser associado a pequenas quantidades de
impurezas intersticiais ou substitucionais existentes no
material e discordâncias. Materiais 100% puros não
apresentam escoamento.
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: Limite de escoamento (σe)


Fatores de influência:
Velocidade de aplicação da carga. (quanto maior
a velocidade de aplicação maior tende a ser o σes)
Geometria, acabamento e fixação do CP.
(irregularidades geométricas,acabamento
superficial ruim diminuem o σes. A falta de
axialidade pode alterar ou dificultar a verificação
de σe)
Rigidez da máquina de ensaio (K)
Máquina mole tem um valor baixo da
Na queda do limite superior para o limite inferior “constante da mola” e uma máquina dura um
de escoamento, a inclinação da curva é valor alto.
determinada pela característica da máquina,
Máquina dura é sensível à velocidade de
“constante de mola”. O quociente entre a
deformação e a mole é sensível a variação de
diminuição da carga e a movimentação dos carga. O limite superior é relativamente menos
êmbolos para produzir essa diminuição é a afetado pelos fatores apontados do que o
“constante de mola”. superior.
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: Limite convencional n de escoamento (σen)


Valor convencionado internacionalmente para substituir o limite de escoamento quando
esse é de difícil determinação.

Valores típicos de n: Ligas metálicas em geral (0,2%);


Metais muito duros (0,01% – 0,1%); metais ou ligas com
grande plasticidade (0,5%).
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração

Estudo detalhado das propriedades mecânicas


Estudo das propriedades mecânicas: encruamento

Encruamento é o processo de endurecimento do material por meio de deformação a frio


A medida que o material sofre deformação
plástica sua resistência é aumentada.
No caso de um descarregamento o
material voltará a se deformar plasticamente
somente após atingida a tensão máxima já
suportada. (O limite de escoamento é
aumentado após o encruamento)
O processo de carregamento e
descarregamento ocorre de forma elástica.
Encruamento por envelhecimento: quando
o material é recarregado após um tempo
considerável a tensão de retomada da
plastificação pode se elevar, com eventual
aparecimento do processo de escoamento.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas
Estudo das propriedades mecânicas: limite de resistência (σr)
Limite de resistência (σr) é dado pela carga máxima
atingida durante o ensaio.
Pouco significativa para materiais
dúcteis.
Importante para materiais frágeis.
Importante para identificação do
material. Dado determinante de fácil
obtenção. Normalmente é
especificado para ligas metálicas.
Sofre menos influência da
anisotropia do que o limite de
escoamento.

Qmáx
Limite de resistência  s r =
S0
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração

Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: alongamento


Alongamento total: medido após a ruptura do CP, formado por (alongamento uniforme +
alongamento até a ruptura).
Alongamento uniforme: alongamento do escoamento + alongamento da zona plástica.
Éuma medida comparativa de ductilidade dos materiais. Quanto maior o alongamento,
mais dúctil é o material.
É influenciado pelo valor da medida inicial L0, que deve ser informada junto com o
alongamento.

L  L0
Alongamento (%)  A = 100
L0
Ensaio de tração convencional Ensaio de tração

Estudo detalhado das propriedades mecânicas


Estudo das propriedades mecânicas: alongamento

Determinação do alongamento: L0 do CP é
previamente dividido em n partes iguais.
Fraturano centro do CP; Lf é medido somando
os comprimentos das n divisões iniciais.
Fratura próxima a uma extremidade do CP; Lf
é medido somando os comprimentos das n
divisões iniciais + divisões do lado maior.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: estricção


S0  S
Variação da área da seção transversal do CP Estricção (%)   = 100
no local da fratura. S0
Medida indicativa de ductilidade; Quanto maior
a estricção, maior a ductilidade do material. D02  D 2
Estricção (%)   = 2
100
Não é uma propriedade específica do material, D0
mas uma caracterização do seu comportamento
no ensaio de tração.
Normalmente não é medida em CP de seção
retangular.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo detalhado das propriedades mecânicas

Estudo das propriedades mecânicas: limite de ruptura (σf)


Tensão produzida pela carga Qf no momento da ruptura do CP.
Em materiais dúcteis Qf é menor do que Qr .
Em materiais frágeis Qf tende a ser próximo ou igual a Qr .

Qf
Limite de ruptura  s f =
S0
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo das propriedades mecânicas: Módulo de Resiliência e Coef. Poisson
Resiliênciaé a capacidade do material em absorver energia quando deformado
elasticamente.
Módulo de Resiliência: é a medida da quantidade de energia de deformação por
unidade de volume necessária para tensionar um material do estado inicial até atingir
a tensão limite de proporcionalidade.

Limite de proporcionalidade, escoamento ou n

O Coeficiente de Poisson mede a rigidez do material na direção perpendicular à


direção da carga de tração uniaxial aplicadas. A maioria dos metais tem o valor
entre 0,25 (perfeitamente isotrópicos) e 0,35, sendo 0,33 o valor adotado na
maioria dos casos
Compressão lateral
Deformação
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo das propriedades mecânicas: Módulo de Resiliência e Coef. Poisson
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo das propriedades mecânicas: Resiliência hiperelástica
Resiliênciahiperelástica se refere à energia de deformação elástica liberada por unidade
de volume no descarregamento de um material a partir de um ponto de tensão-deformação
dentro do regime plástico.
Esse valor é maior que UR devido ao encruamento do material.
Ensaio de tração
Ensaio de tração convencional
Estudo das propriedades mecânicas: Módulo de Tenacidade (UT)
Tenacidade é a capacidade do material em absorver energia na zona plástica.
Módulo de Tenacidade: é a medida da quantidade de energia de deformação por unidade
de volume que o material pode absorver até o início de sua ruptura (limite de resistência) ou
até a fratura (limite de ruptura).
Graficamente é a área abaixo do gráfico tensão-deformação até o limite de resistência ou
até o limite de ruptura.
Compreende tanto a resistência quanto a ductilidade do material.
Ensaio de tração
Fratura no ensaio de tração
Estudo da fratura à tração

 Dependendo da quantidade de deformação plástica que a acompanha, uma


fratura pode ser macroscopicamente classificada em:
(i) Fratura dúctil ou fibrosa: quando existe grande deformação plástica
acompanhando a fratura
(ii) Fratura frágil ou cristalina/granular: quando a deformação plástica junto à
fratura é pequena ou imperceptível e a propagação das trincas é rápida

 Quanto à propagação da fratura pode-se fazer a classificação em: fratura


intergranular (propagação entre os grãos) e fratura transgranular (propagação
através dos grãos).
Ensaio de tração
Fratura no ensaio de tração
Estudo da fratura à tração

(a) Fratura frágil; caracterizada pela


separação do material normal à
tensão de tração (ocorre em
metais c.c.c. e h.c.).
(b) Fratura cisalhante; deslizamento
de planos sucessivos em
materiais monocristais h.c. até a
ruptura por cisalhamento.
(c) Fratura completamente dúctil;
em materiais muito dúcteis
(ouro, chumbo, etc...).
(d) Fratura dúctil; fratura taça-cone
com inicio no centro do CP e
propagação cisalhante, com
triaxialidade de tensões.
Ensaio de tração
Fratura no ensaio de tração
Estudo da fratura
Ensaio de tração
Fratura no ensaio de tração
Estudo da fratura frágil

Segundo a teoria das discordâncias o processo de fratura frágil se dá em três


estágios:
(a)Empilhamento de discordâncias por deformação plástica;
(b)Nucleação de microtrincas pela concentração de tensões no empilhamento de
discordâncias;
(c)Propagação e união das microtrincas de forma instável (imediata) ou através
de evolução com tensão constante ou leve aumento.
Ensaio de tração
Fratura no ensaio de tração
Estudo da fratura dúctil

Processo de fratura dúctil:


(a)Início da estricção; Triaxialidade de tensões e componentes hidrostáticas.
(b)Formação de microcavidades na região central do CP;
(c)Crescimento das microcavidades e formação de trincas.
(d)Propagação perpendicular da trinca central até as extremidades com posterior
formação de planos de cisalhamento a 45º .
(e)Formação do cone da fratura.
Ensaio de tração
Referências

Souza, S. A. (1982) Ensaios mecânicos de materiais metálicos – Fundamentos teóricos


e práticos. 5 ed. Editora Edgar Blucher LTDA.
 Garcia, A., Spim, J. A., Santos, C. A. (2000) Ensaios dos Materiais. LTC -- Livros
técnicos e científicos editora.
Dieter, G. E. (1981) Metalurgia mecânica. Segunda Edição. Editora Guanabara Koogan
S.A..

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