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CRONISTAS DO

DESCOBRIMENTO
• Os cronistas do descobrimento são pessoas que escreviam para
relatar os acontecimentos das viagens feitas através dos navios. A isso
se denomina literatura informativa do quinhentismo e também
jesuítica.
• Destacaremos os seguintes:
• Pero Vaz de Caminha
Piloto Anônimo
Pero Lopes de Sousa
Manuel da
André Thevet
Jean de Léry
Hans Staden
José de Anchieta
Pero de Magalhães Gândavo
Fernão Cardim
Gabriel Soares de Sousa
PERO VAZ DE CAMINHA
• CARGO DE ESCRIVÃO DA ARMADA;
• APÓS A VIAGEM AO BRASIL, DEVERIA SE FIXAR COMO ESCRIVÃO NA
FEITORIA DA ÍNDIA, MAS MORREU DURANTE CONFRINTO EM 1500,
NA CIDADE DE CALECUTE;
• A CARTA FOI ESCRITA ENTRE 26/ABRIL E 01/MAIO;
• ESCRITA EM ESTILO NÃO COLOQUIAL, POIS FOI ENVIADA AO REI D.
MANUEL;
• FATOS APARECEM NARRADOS EM ORDEM CRONOLÓGICA;
• COMEÇO DA VIAGEM EM 9 DE MARÇO – PARTIDA DO BRASIL EM
02/05
• MOSTRA O DESLUMBRAMENTO;
• APRESENTA EQUÍVOCOS E INTENÇÕES DE COLONIZADOR;
• LINGUAGEM FLUENTE E POÉTICA;
• APRESENTA CERTA IRONIA;
• APONTA VANTAGENS E POSSÍVEIS RIQUEZAS A SEREM EXPLORADAS;
• COLOCA EM PRIMEIRO PLANO O IDELA PORTUGUES DA PROPAGAÇÃO
DA CRISTANDADE;
• PUBLICADA SOMENTE EM 1817;
• APRESENTA:
• COMEÇO DA VIAGEM;
• CHEGADA AO BRASIL;
• MOMENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO ENTRE ÍNDIOS E PORTUGUESES;
• TROCA DE PRESENTES;
• HÁBITOS DOS INDIGENAS;
• PRIMEIRA TENTATIVA DE CRISTIANIZAÇÃO DOS NATIVOS.
PILOTO ANÔNIMO
• FOI PUBLICADO EM LATIM E ITALIANO, EM DUAS COLETÂNIAS, SEIS
ANOS APÓS SER ESCRITO;
• NÃO EXISTE ORIGINAL EM PORTUGUÊS;
• NO COMEÇO DO SÉCULO XIX, A OBRA FOI RETRADUZIDA E EDITADA
PELA ACADEMIA DE CIÊNCIAS DE LISBOA;
• DIZ-SE QUE NÃO ERA NENHUM DOS PILOTOS DAS SEIS NAUS QUE
RETORNARAM A PORTUGAL EM 1501 .
• ESTILO DE ESCRITA SEMELHANTE A OUTRAS DO PERÍODO (O AUTOR
DEVIA TER EDUCAÇÃO HUMANISTA E CONHECER A LITERATURA DA
ÉPOCA)
• RELATO RÁPIDO;
• FORNECE INFORMAÇÕES QUE NÃO CONTSAM DA CARTA DE CABRAL,
COMO UM ENCONTRO DE CABRAL COM UMA EXPEDIÇÃO
COMANDADA POR AMÉRICO VESPÚCIO, QUE TAMBÉM SE DIRIA AO
BRASIL;
• APONTA A DATA DE DESCOBRIMENTO COMO 25 DE ABRIL;
• DIZ QUE A PRIMEIRA MISSA FOI REALIZADA EM UMA PRAIA, E NÃO
NUM ILHÉU, COMO FALA CAMINHA.
• RELATA O ABANDONO DE DOIS DEGREDADOS EM TERRA (RELATO
DRAMÁTICO)
PERO LOPES DE SOUZA
• VEIO AO BRASIL NA EXPEDIÇÃO DE SEU IRMÃO, MARTIM AFONSO DE
SOUZA, NA EXPEDIÇÃO DE COLONIZAÇÃO EM 1530.
• COMANDOU A EXPLORAÇÃO DO RIO DA PRATA;
• NAUFRAGOU NO RIO PARANÁ;
• AJUDOU A ESTABELECER O PRIMEIRO NÚCLEO COLONIAL EM SÃO
VICENTE;
• EM 1532, COMBATE FRANCESES QUE QUERIAM DE FIXAR NA REGIÃO;
• GANHA TRÊS CAPITANIAS;
• RETORNA A PORTUGAL EM 1533;
• PARTICIPA DE EXPEDIÇÕES MILITARES NO MARROCOS. FALECE EM
1539, NO RETORNO AO SEU PAÍS APÓS EXPEDIÇÃO NO MARROCOS;
• REGISTRA CRONOLÓGICAMENTE OS ACONTECIMENTOS DA
EXPEDIÇÃO;
• RELATA AVENTURAS E EXPLORAÇÃO DA TERRA;
• TEM ESTILO SÓBRIO, DIRETO E SECO (POUCO SUBJETIVISMO);
• CONSIDERADO TÉCNICO;
• TEM VISÃO BASTANTE NEGATIVA DOS INDÍGENAS(INGRATOS, VADIOS,
SUGESTIONÁVEIS)
MANUEL DA NOBREGA – Em defesa das almas
• GRADUADO EM DIREITO CANÔNICO;
• EM 1544, ENTRA PARA A CIA. DE JESUS;
• 5 ANOS DEPOIS, TORNA-SE PROVINCIAL E ACOMPANHA TOMÉ DE
SOUZA AO BRASIL;
• DESENVOLVE TRABALHO MISSIONÁRIO;
• FUNDA O COLÉGIO PIRATININGA, QUE SERÁ O NÚCLEO ONDE SE
FORMOU A CIDADE DE SP;
• COM A COLABORAÇÃO DE ANCHIETA, PACIFICOU OS TAMOIOS;
• EM 1563, NA RECÉM FUNDADA RIO DE JANEIRO, VIRA PROVINCIAL
DO COLÉGIO JESUITA;
• A PRIMEIRA CARTA , POUCO APÓS TER CHEGADO AO BRASIL, FALA
SOBRE A MORAL DOS HABITANTES DA BAHIA;
• LOGO APÓS, COMEÇA O SERVIÇO DE EVANGELIZAÇÃO DOS JESUITAS,
PELAS CRIANÇAS E DEPOIS COM ADULTOS;
• APRENDEM A LINGUA INDIGENA;
• PREGAVAM CONTRA A ANTROPOFAGIA E A POLIGAMIA;
• PARA ELE, A NUDEZ NÃO ERA PROBLEMA GRAVE;
• PRINCIPAL ESCRITO: DIÁLOGO DA CONVERSÃO DO GENTIO (1556-
1557)
• ESCRITO ENQUANTO ESTAVA EM SP;
• ENQUANTO PROVINCIAL, FEZ SOLICITAÇÕES AO GOVERNADOR GERAL
DUARTE DA COSTA PARA QUE PROIBISSE O CONSUMO DE CARNE
HUMANA E REUNISSE AS ALDEIAS SOB CONTROLE DA COROA;
• IRRITOU-SE COM A INÉRCIA ADMINISTRATIVA;
• É UM DOCUMENTO NOTÁVEL PELO EQUILÍBRIO COM QUE O JESUÍTA
APRESENTA ASPECTOS NEGATIVOS E POSITIVOS DO ÍNDIO, DO PONTO
DE VISTA DE SUA ABERTURA À CONVERSÃO.
ANDRE THEVET
• PUBLICADA EM PARIS EM 1557, A OBRA DO FREI ANDRÉ THEVET (1502-
1592), TRAZIDO AO RIO DE JANEIRO PELO CONQUISTADOR VILLEGAIGNON,
É UM DOS RELATOS PIONEIROS SOBRE O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO NO
BRASIL.
• SUA EXTENSA DESCRIÇÃO DOS ÍNDIOS TUPINAMBÁ, SUA RELIGIÃO, SEUS
USOS E COSTUMES, EMBORA VALIOSA, DEVE SER USADA COM CAUTELA,
DADAS AS INCORREÇÕES E EXAGEROS QUE CONTÊM. (FRUTOS DA
ESCOLARIZAÇÃO TARDIA)
• ALÉM DO TERRITÓRIO FLUMINENSE OCUPADO PELOS FRANCESES, O LIVRO
ABORDA A VIAGEM A PARTIR DA EUROPA E O RETORNO PASSANDO PELO
CARIBE E A AMÉRICA DO NORTE.
• CITA CLÁSSICOS (ARISTÓTELES, PLÍNIO);
• ESTILO MARCADO PELA SIMPLICIDADE E OBJETIVIDADE;
• APRESENTA A VIAGEM DO AUTOR DE FORMA LINEAR;
• SAÍDA DO PORTO DE HAVRE (1555)
• RETORNO AI PAÍS EM 1556.
• APRESENTA 83 CAPÍTULOS, E A MAIORIA DELES SE REFERE AO BRASIL.
• OBSERVAÇÕES GEOGRÁFICAS, BOTÂNICAS E ANTROPOLÓGICAS
• LADO MORALISTA
• DESCREVE: PRÁTICAS ANTROPOFÁGICAS ; HÁBITOS DOS PAJÉS; OPERAÇÕES
BÉLICAS; PRÁTICAS MORTUÁRIAS;DOENÇAS E OUTROS ASPECTOS DOS
INDÍGENAS BRASILEIROS.
PERO MAGALHÃES DE GÂNDAVO
• Sabe-se pouco sobre Pero de Magalhães de Gândavo. Nasceu em
Braga, norte de Portugal. Tem este nome porque sua família veio de
Gand, próspera cidade flamenga de Flandres (hoje Bélgica). Foi amigo
de Luís de Camões. Escreveu uma gramática com regras da língua
portuguesa. Pero teria estado no Brasil na década de 1560.
• Dessa viagem resultou o Tratado da província do Brasil, que, numa
versão posterior, ganharia o título de Tratado da terra do Brasil e,
finalmente, numa terceira versão passaria a chamar-se História da
província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.
• O projeto inteiro ocupou dez anos de sua vida. Tanto título e tanto
tempo de trabalho se justificam, provavelmente, porque o Tratado já
não podia dar conta da grandeza e complexidade em que se
transformara o Brasil.
• Assim, somente em 1576 entregou a uma tipografia o que foi a
terceira e definitiva versão de "História da Província de Santa Cruz a
que vulgarmente chamamos Brasil".
• Esta obra é considerada a primeira sobre a história do Brasil. Nome
que, aliás, detestava, por julgar sua referência à mera tintura.
• Pero de Magalhães de Gândavo esteve no Brasil, provavelmente,
entre 1558 e 1572. Sabe-se que foi membro da corte de D. Sebastião,
onde desempenhava as funções de “Moço de Câmara”, uma espécie
de Ajudante de Ordens, como se diz no exército. E que, além disso,
trabalhou como copista na Torre do Tombo.
• Foi nomeado “Provedor da Fazenda” em Salvador, mas não há
registro de que tenha assumido tal cargo. Típico renascentista,
Gândavo é homem de gabinete e de aventura. É autor de umas
Regras que “ensinam a maneira de escrever e ortographia da língua
portuguesa”, publicadas em 1574, pela “Ophicina” de Antônio
Gonsalvez. O mesmo editor que, dois anos antes, dera a público Os
Lusíadas.
• Sua escrita possui clara finalidade de estimular a emigração
portuguesa.
• No seu primeiro capítulo, o cronista vem descrever como se deu o
descobrimento da província e por que razão que ela passou a se
chamar de Santa Cruz e não de Brasil.
• O terceiro capítulo, refere-se às oito mais importantes capitanias dos
portugueses na província; como se portavam os moradores daquele
lugar; como se defendiam contra os inimigos; como eram os índios
que ali estavam e sobre a dizimação de muitos deles pelos moradores
que ali chegaram.
• No quarto capítulo, o autor trata sobre a forma de administrar essas
províncias, com seus governantes, através da divisão dos poderes no
norte e no sul das capitanias, com o melhoramento das edificações, a
divisão do trabalho dentro delas e o espírito solidário e cooperativo
entre eles.
• PROPAGANDA QUINHENTISTA
• Gândavo é o primeiro autor quinhentista a elaborar a experiência do
conhecimento das terras brasileiras com o objetivo de publicá-la.
• Viajava como provedor da capitania baiana, não deixando de tomar
notas das coisas principais da terra e dos índios. O objetivo que
palpita nos textos gandavianos é muito claro: a divulgação do Brasil
com a intenção de atrair o maior número de pessoas para a colônia
no além-mar.
• Ao longo do texto, várias interpretações sobre a vida e os costumes
dos índios aparecem esparsas. Para ele, os habitantes vivem em uma
terra “sem Fé, nem Lei, nem Rei”. “A lingoa de que usam, toda pela
costa, he huma: ainda que em certo vocábulos differe n’algumas
partes; (...) carece de três letras, convem a saber, nam têm F, nem L,
nem R, cousa digna despanto porque assi nam têm Fé, nem Lei, nem
Rei, e desta maneira vivem desordenadamente sem terem alem disto
conta, nem peso, nem medido” (História, 1980:123-124).
• SOBRE A MUDANÇA DO NOME:
• RELIGIOSIDADE
• Em História da província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos
Brasil, evangelizar e explorar, em vez de opostas, eram atividades
complementares naqueles tempos de Gândavo.
• Levava-se a palavra de Deus aos confins do mundo e impunha-se o
Seu nome a ferro, fogo e muito sangue. Daí que o devastar em
Camões ganhe caráter positivo – para espanto dos nossos tempos de
agora.
• Mas, é preciso compreender que se tratava de devastar “terras viciosas”, isto é,
lugares que representavam verdadeira ofensa à existência de Deus. Era natural,
assim, que, em reconhecimento a tanto esforço, Deus autorizasse seus servidores,
a promover uma pilhagem aqui, um saque ali, uma invasão mais além, de modo a
não voltar de mãos e naus vazias. Tratava-se de pequena recompensa para tanto
zelo em nome Dele.
• Tal concepção só tem sua legitimidade posta em dúvida, e mais que isso,
condenada, quando a ação ultrapassa o limite do “serviço de Deus”, para
apresentar-se pura e simplesmente como efeito malévolo da cobiça humana, que
aproxima o homem das forças do mal.
• Quando tal mudança é percebida, o castigo de Deus é iminente, embora ele quase
nunca seja entendido assim, pois mesmo na guerra santa há sempre excessos,
desculpáveis na proporção do fervor empregado.
• É nessa direção que se deve entender a substituição da palavra Brasil por Santa
Cruz nas duas versões da História. Nessa época, brasil remete, por sua cor, a um –
passe o paradoxo – verdadeiro El Dourado, objeto de disputa feroz entre
portugueses e invasores, particularmente os franceses, devido ao seu alto valor
comercial: o pau-brasil.
• Gândavo propõe, com a mudança do nome, uma volta às origens, posto a
cobiça ter encoberto o projeto inicial sinalizado no nome Santa Cruz. O autor
nada tinha contra a exploração comercial da madeira, somente que tal
prática não pode nunca transformar-se em nome da terra, pois, nessa troca
de madeira, substituir-se-ia a sagrada – a madeira da cruz! – pela mundana,
na qual se manifesta a presença viva (e colorida) do diabo. É pois uma
batalha no nível do signo que Gândavo empreende.
• Por onde não parece razoável que lhe neguemos esse nome [Santa Cruz], nem que
nos esqueçamos dele tão indevidamente por outro que lhe deu o vulgo depois que o
pau da tinta começou a vir para estes reinos. Ao qual chamaram brasil por ser
vermelho e ter semelhança de brasa, e por isso ficou a terra com esse nome de Brasil.
Mas para que nisto magoemos ao demônio, que tanto trabalhou e trabalha para
extinguir a memória da santa cruz (mediante a qual fomos redimidos e livrados do
poder de sua tirania) e desterrá-la dos corações dos homens, restituamos-lhe seu
nome e chamemos-lhe, como em princípio, província de Santa Cruz (que assim o
aconselha também aquele ilustre e famoso escritor João de Barros na sua primeira
Década, tratando desse descobrimento) (HSC, 46).
• Na sua obra “História da Província de Santa Cruz”, Gândavo relata como
ocorreu o descobrimento do Brasil
• Assim, alçou na maior árvore da redondeza uma cruz que foi comemorada
com grande solenidade por alguns fiéis e sacerdotes, dando então, o nome
de Santa Cruz, mas logo tal nome foi esquecido, depois que o pau-da-tinta
começou a ser conhecido e cobiçado e também chamado de Brasil por ser
vermelho e ter semelhança de brasa, daí aquelas terras antes Santa Cruz,
passaram a ser conhecidas como Brasil. No entanto, prevaleceu o intuito
católico: a terra voltou a ser chamada província de Santa Cruz. Como um pau
que somente servia para tingir panos poderia ser o nome desta província?
• Deste ponto Gândavo começa a caracterizar o Brasil e propagandeá-lo com
fama de ser ótimo para os portugueses morarem.
• Fala da estrutura das casas, da abundância de frutos e promessa de uma vida
melhor na terra descoberta.
• Descrevia o Brasil com condições de vida provincial bem melhor do que as de
Portugal.
• Gândavo também relata o motivo por qual estavam matando os índios:
vários portugueses começaram a se instalar pela costa terrestre e lá também
existiam vários índios os quais se levantaram contra os portugueses e faziam
muitas traições.
• Os nativos tentavam se esquivar do desejo português de escravizar a mão-
de-obra indígena. Os índios que sobreviviam migravam para o sertão.
Gândavo mencionou e caracterizou as terras dos primeiros capitães que
conquistaram esta província:
• 1 – Capitania Tamaracá: Seu conquistador foi Pero Lopes de Sousa. É uma
ilha onde ao norte encontramos terras viçosas e é lá onde o próprio mora.
• 2 – Capitania Pernambuco: seu conquistador foi Duarte Coelho, sua
residência encontra-se a 4 léguas da ilha de Tamaracá, chama-se Olinda
que é uma das mais nobres vilas da província. Uma característica muito
importante é o fato de lá haverem muito escravos, com isso vários
fazendeiros utilizaram-no para trabalho escravo.
• 3 – Capitania Bahia de Todos os Santos: Onde encontramos o governador
e bispo, e ouvidor-geral de toda costa, quem conquistou foi Francisco
Pereira Coutinho. Eliminou por toda a extensão vida indígena, pois os
tinham como seus inimigos. Seu primeiro governador-geral foi Tomé de
Souza. Existia uma cidade nobre e muito bonita onde morava o
governador: Salvador.
• 4 – Capitania Ilhéus: Seu conquistador foi Jorge de Figueiredo Correia,
Estabeleceu uma vila a 30 léguas da Bahia de todos os santos muito
formosa e de muitos vizinhos.
• 5 – Capitania Porto Seguro: Seu conquistador foi Pero do Campo Tourinho,
famosa por ter um porto limpo e seguro.
• 6 – Capitania Espírito Santo: Seu conquistador foi Vasco Fernandes
Coutinho. Sua população é situada em uma ilha pequena, dela nasce um
rio com infinidade de peixes com extensão até o sertão. Portadora de
terras férteis.
• 7 – Capitania Rio de Janeiro: Seu conquistador foi Mem de Sá, expulsaram
numa batalha os índios que ali encontravam-se. Ele foi o governador geral
dessas partes. Considerada segura e propicia para ser capital da província.
• 8 – Capitania de São Vicente: Seu conquistador foi Martim Afonso de
Sousa, essa é uma terra bastante povoada.
• O quarto capítulo da obra mostra a divisão do espaço brasileiro em dois
governos gerais, a fim de facilitar o gerenciamento, e a convivência e
ambientação dos portugueses que aqui habitavam, o que propiciou o
desenvolvimento econômico.
JEAN DE LERY
• VIAGEM À TERRA DO BRASIL
• Igualmente centrado no cotidiano da vida indígena, o livro do
calvinista francês Jean de Léry, Viagem à terra do Brasil, revela uma
percepção histórica mais apurada dos costumes nativos pelo fato do
autor ser um homem culto, de formação humanista e, portanto,
aberto às diferenças entre as civilizações.
JEAN DE LERY
• Léry permanece no país durante um ano(1557), como enviado do
líder religioso Calvino, para servir a Villegagnon, fundador de uma
colônia francesa na futura cidade do Rio de Janeiro. Ali tem a
oportunidade de conviver (em liberdade) com os tupinambás,
fazendo uma série de anotações interessantíssimas a respeito de sua
existência.
• Movido por um espírito universalista, encara com simpatia os índios,
relativizando moralmente certos hábitos que na Europa passavam por
bárbaros. Essa compreensão revela-se, por exemplo, na análise da
nudez feminina:
JEAN DE LERY
• Quero responder aos que dizem que a convivência com esses
selvagens nus, principalmente entre as mulheres, incita à lascívia e à
luxúria. Direi que (...) a nudez grosseira das mulheres é muito menos
atraente do que comumente imaginam. Os atavios, cabelos
encrespados, golas de rendas, anquinhas, sobre-saias e outras
bagatelas que as mulheres de cá (europeias) se enfeitam e de que
jamais se fartam, são causas de males incomparavelmente maiores
do que a nudez habitual das índias.
JEAN DE LERY
• Além de detalhar um significativo conjunto de costumes religiosos,
medicinais, sociais (casamentos, funerais, educação dos filhos, etc.) e
de mostrar certas práticas desconhecidas na época, entre os quais a
preparação e o uso do cauim e do fumo, o viajante francês descreve
com minúcias o ímpeto guerreiro dos homens tropicais, vendo as
batalhas entre as tribos de forma quase poética.
• Exemplos de crueldade (Antropofagia) dos índios para com seus
inimigos são, contudo, abrandados pelo relativismo moral que Léry
estabelece:
• É útil, entretanto, que ao ler sobre semelhantes barbaridades, os
leitores não se esqueçam do que se pratica entre nós. Em boa e sã
consciência acho que excedem em crueldade aos selvagens os nossos
usurários (agiotas) que, sugando o sangue e o tutano, comem vivos
órfãos, viúvas e outras criaturas miseráveis, que prefeririam sem
dúvida morrer de uma vez a definhar assim lentamente.
• A visão abrangente e humanista do viajante francês leva-o não
apenas compreender o nativo, mas também a apreciar a terra
brasileira como um paraíso terreal:
• Por isso, quando a imagem desse novo mundo, que Deus me permitiu
ver, se apresenta a meus olhos, quando revejo assim a bondade do ar,
a abundância de animais, a variedade de aves, a formosura das
árvores e das plantas, a excelência das frutas e, em geral, as riquezas
que embelezam essa terra do Brasil, logo me acode a exclamação do
profeta no salmo 104: "Senhor Deus, como tuas diversas obras são
maravilhosas em todo o universo! ..."
• A obra de Léry se sobressai, entre tantos outros, porque seu depoimento
permanece vivo muitos anos mais tarde. Léry revela em toda a sua obra
uma qualidade notável, raríssima em seu tempo de paixões e preconceitos:
o senso da relatividade dos costumes, a "simpatia", no sentido sociológico
da palavra, que conduz à compreensão dos semelhantes e à análise
objetiva de suas atitudes.
• Duas ou três vezes, no próprio texto de sua narrativa, destila Léry sua bílis
contra os católicos e os ateus em rápidas e incisivas apóstrofes.
• Não entendeu as cerimônias religiosas dos tupinambás, por causa das suas
crenças reformistas mas com muita justeza encarou o fenômeno
antropofágico e com grande carinho estudou os demais costumes e ritos
indígenas.
JOSÉ DE ANCHIETA
• Boa parte da literatura escrita pelos padres possui uma dimensão
meramente informativa. Enviam aos superiores notícias da obra
catequética e dos problemas da ordem. Simultaneamente, surgem os
primeiros religiosos dispostos a elaborar uma tosca literatura,
destinada à conversão dos indígenas.
• Dotado de sólida formação religiosa e com senso artístico acima do
comum, ele criará simultaneamente:
• Uma produção refinada: poemas e monólogos em latim que parecem
destinadas a satisfazer suas necessidades espirituais mais profundas;
• Uma produção didática - hinos, canções e especialmente autos, que
visavam infundir o pensamento cristão nos índios.
JOSÉ DE ANCHIETA
• Os autos
• O autor intenta conciliar os valores católicos com os símbolos
primitivos dos habitantes da terra e com os aspectos da nova
realidade americana.
JOSÉ DE ANCHIETA
• Os elementos sagrados do catolicismo europeu ligam-se aos mitos
indígenas, sem que isso signifique uma contradição maior, pois as
ideias que triunfam nos espetáculos são evidentemente as do padre.
As crendices e superstições dos nativos acabam vinculadas ao pecado
e seu poderoso agente, Satanás.
• Neste confronto perpétuo entre o bem e o mal, o primeiro é
defendido por santos e anjos, os quais expressam o cristianismo e
subjugam o segundo, constituído por deuses e pajés dos nativos,
misturados com os demônios da tradição católica. Desta forma, os
índios (sobremodo os curumins) percebem que os seus valores são
falsos e corruptos e aceitam de melhor grado os princípios cristãos.
JOSÉ DE ANCHIETA
• Do ponto de vista da encenação dos autos, - conforme depoimentos de
época - a liberdade formal salta aos olhos: o teatro anchietano pressupõe o
lúdico, o jogo coreográfico, a cor, o som. É algo arrebatador, de enorme
fascínio visual. Dirige-se mais aos sentidos do que à razão, apelando para a
consciência mítica dos nativos. Santos e demônios duelam; desencadeiam-
se milagres e apocalipses; alternam-se elementos históricos e fictícios,
religiosos e profanos; pequenos sermões musicados irrompem no meio das
cenas. Perante essa festa para as emoções e o coração, o indígena vacila
em suas crenças.
• Alegrem-se os nossos filhos
Por Deus os ter libertado
Guaixará vá para o inferno
Guaixará, Aimbiré, Saravaia
Vão para o inferno.
HANS STADEN
• DUAS VIAGENS AO BRASIL
• Sob este nome, Hans Staden publica na Alemanha, em 1557, um livro
no qual descreve as suas aventuras em território brasileiro,
especialmente os nove meses e meio em que esteve prisioneiro dos
nativos.
• Em busca de aventuras (e dinheiro, provavelmente) o autor vai de
Bremen para Lisboa e daí parte para o Brasil como artilheiro de uma
nau portuguesa. A chegada dá-se em Pernambuco e logo está metido
em batalhas contra índios inimigos. Esta primeira viagem encerra-se
em seguida porque a caravela retorna à Europa.
HANS STADEN
• A segunda viagem é a mais emocionante: Hans Staden participa de
uma expedição que alcança a ilha de Santa Catarina, permanecendo
no local por cerca de dois anos. Dirige-se então - sempre pelo mar e
com outros marinheiros portugueses - a São Vicente, no litoral
paulista. Ali, numa caçada, será feito prisioneiro pelos tupinambás.
Levado à aldeia indígena, é obrigado a gritar para as mulheres, em
língua tupi: "Estou chegando, eu, a vossa comida".
• Enquanto homens, mulheres e crianças fazem sinais para indicar a
forma que o devorariam, o aventureiro alemão imagina como poderia
fugir de seu destino. Ao mesmo tempo, observa com enorme
curiosidade os costumes dos índios. Nos dias e meses seguintes
alternará a observação meticulosa com tentativas de escapar do ritual
antropofágico, ao qual está condenado.
• Sabedor, por fim, de que havia um navio francês nas imediações, ele
convence o chefe - a quem fora presenteado - a levá-lo até lá. Usando
de muita persuasão, astúcia e presentes, Staden livra-se de seus
captores e acaba sendo resgatado pelos franceses.
• A antropofagia é o motivo principal de seu livro, talvez até pelo interesse
que o assunto despertava na Europa.
• No texto principal, ele também apresenta vivas descrições dos costumes
indígenas: onde e como moram, como acendem o fogo, a maneira que
cozinham e o que comem, seus utensílios, sua destreza no manejo do arco
e flecha e de outros instrumentos, como preparam a bebida e com ela se
embriagam, no que acreditam, suas formas de guerrear, etc.
• Mostra aos leitores europeus os animais da terra, as árvores, a vegetação,
pintando um quadro intenso e colorido da realidade brasileira de então,
transformando o seu livro num notável êxito editorial do século XVI.
• Devoração de um inimigo pelos tupinambás:
• Quando trazem para casa um inimigo, batem-lhe as mulheres e as crianças
primeiro. A seguir colam-lhe ao corpo penas cinzentas, raspam-lhe as
sobrancelhas, dançam em seu redor e amarram-no bem. Dão-lhe então uma
mulher para servi-lo. Se tem dele um filho, criam-no até grande e o matam e
o comem quando lhes vem à cabeça.
• Dão de comer bem ao prisioneiro. Conservam-no por algum tempo e então se
preparam. (...) Assim que está tudo preparado, determinam o tempo em que
ele deve morrer e convidam os selvagens de outras aldeias para que venham
assistir. Enchem de bebidas todas as vasilhas. Logo que estão reunidos todos
os que vieram de fora, o chefe da choça diz: "Vinde agora e ajudai a comer o
vosso inimigo". (...)
• Quando principiam a beber, levam consigo o prisioneiro que
bebe com eles. Acabada a bebida, descansam no outro dia e
fazem para o inimigo uma pequena cabana no local em que
deve morrer. Aí passa a noite, sendo bem vigiado. (...)
• O guerreiro que vai matar o prisioneiro diz para o mesmo:
"Sim aqui estou eu, quero te matar, pois tua gente também
matou e comeu muitos dos meus amigos". Responde-lhe o
prisioneiro: "Quando estiver morto, terei ainda muitos
amigos que saberão me vingar". Depois, ele é golpeado na
nuca, de modo que lhe saltem os miolos, e de imediato as
mulheres arrastam o morto para o fogo, raspam-lhe toda a
pele, tornando-o totalmente branco e tapando-lhe o ânus
com uma madeira, a fim de que nada dele se escape.
• Depois de esfolado, um homem o pega e lhe corta as pernas
acima dos joelhos e os braços junto ao corpo. Vêm então
quatro mulheres que apanham quatro pedaços, correndo
com eles em torno das cabanas, fazendo grande alarido, em
sinal de alegria. (Costume indígena já referido em outra
página por Staden) Separam após as costas, junto com as
nádegas, da parte dianteira. Repartem isso entre eles. As
vísceras são dadas às mulheres. Fervem-nas e com o caldo
fazem uma papa rala que se chama mingau que elas e as
crianças sorvem.
• Comem também a carne da cabeça. As crianças comem os miolos, a
língua e tudo o que podem aproveitar. Quando tudo foi partilhado,
voltam para casa, levando cada um o seu quinhão.
• A crônica na atualidade
• HUMOR – LEVEZA – COTIDIANO

• Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um
novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os
quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer
para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades
envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas.
Muito melhor é ser feliz por nada.

• Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde


coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar certo queixume
sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50
anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem
dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo
estando tudo bem.

• MARTHA MEDEIROS
• “O homem passa por várias fases na sua breve estada neste palco que é o mundo,
segundo Shakespeare, que só foi original porque foi o primeiro que disse isso. Muitas
coisas distinguem uma fase da outra – a rigidez dos tecidos, o alcance e a elasticidade
dos membros, a energia e o que se faz com ela -, mas o que realmente diferencia os
estágios da experiência humana sobre a Terra é o que o homem, a cada idade,
considera bom mesmo. Não o que ele acha bom – o que ele acha melhor. Melhor do
que tudo. Bom mesmo.”

• “Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:


Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma
boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.”

• “Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma
banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde
sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros
de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar
um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões,
ajudam a digestão).”
• Luís Fernando Veríssimo
• CRÍTICA – IRONIA – REFINAMENTO  CRÔNICA ARGUMENTATIVA

• "Um político gerado num ovo destinado a palmípedes pode se


baldear no meio do mandato para o terreiro dos galináceos, por ver
neste mais oportunidades para ciscar? Em princípio, não. Mas e se o
eleitor só quiser saber do pinto ou do pato, e não do ovo de onde ele
saiu?"

• “Mas, para que os cientistas se dariam ao trabalho de criar seres


humanos sem cabeça, se já há por aí milhares, milhões, para quem
ela não serve para nada, exceto para usar um boné ao contrário?”
• Ruy Castro
• ”De propósito, dispensei-me de acompanhar o circo armado pela
televisão no caso da menina Isabella. Mas, pelo que sei, as matérias
evitaram reconstituir as cenas da garota sendo efetivamente
agredida. Seria ir longe demais, até para os padrões de certos canais.
Talvez seja demais também para nós imaginar as cenas dessa
agressão.
E, no entanto, casos de violência contra crianças acontecem todos os
dias, quase sob as nossas barbas. Na semana passada, por exemplo,
um bebê de três meses foi atirado pela mãe dentro de um rio na
cidade de Ponte Nova (MG) e morreu afogado. Entre várias
explicações confusas, a mãe alegou que estava com Aids e pensou
que a filha também estivesse.”
• Ruy Castro

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