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O mundo de
Sophia Andresen 1
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Sophia de MelIo Breyner Andresen
nasceu no Porto, a 6 de Novembro
de 1919, e é um nome dos mais
amados entre os poetas
contemporâneos.
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• Foi a primeira mulher portuguesa a receber
o mais importante galardão literário da
língua portuguesa, o Prémio Camões, em
1999.
• (Morreu em Lisboa, 2 de Julho de 2004) .
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• Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu
avô, Jan Henrik Andresen, desembarcou um dia no
Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o
seu filho João Henrique comprado, em 1895, a
Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do
Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993 [1],
essa quinta "foi um território fabuloso com uma
grande e rica família servida por uma criadagem
numerosa".
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•Criada na velha aristocracia portuense, educada nos
valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de
movimentos universitários católicos quando
frequentava Filologia Clássica na Universidade de
Lisboa. Veio a tornar-se uma das figuras mais
representativas de uma atitude política liberal,
apoiando o movimento monárquico e denunciando o
regime salazarista e os seus seguidores.
Ficou célebre a sua Cantata da Paz "Vemos, Ouvimos
e Lemos. Não podemos ignorar!"
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•Viveu numa grande quinta do Campo
Alegre, no seio de uma família
aristocrática. A sua infância e adolescência
decorreram entre o Porto e Lisboa.
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• Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e
advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de
cinco filhos: uma professora universitária de Letras,
um advogado e jornalista de renome (Miguel Sousa
Tavares), um pintor e ceramista e mais uma filha
que é terapeuta ocupacional e herdou o nome da
mãe. Os filhos motivaram-na a escrever contos
infantis.
•Após o seu casamento com o advogado Francisco
Sousa lavares, fixou-se nesta cidade, onde ainda
vive.
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Na obra poética de Sophia de Mello
Breyner dificilmente encontramos dados
para reconstruir a sua biografia; Sophia
não põe na sua obra o registo de dados de
vida pessoal: não há lamentações líricas
de desespero ou de comoção. É uma
poesia que pretende ser impessoal. Sophia
é uma cidadã do mundo, do qual pretende
extrair toda a objectividade tornando-o a
sua própria identidade, daí que o mundo
seja a sua própria biografia. 10
O próprio nome de Sophia é simbólico,
representa como que uma predestinação,
que ela recusa. É, de facto, um nome que
significa vulgarmente “sabedoria” e que,
segundo Eduardo Lourenço, implica uma
certa responsabilidade e vai muito para
além do simples “saber’.
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•Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela
Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro
Sexto. Já depois do 25 de Abril, foi eleita para a
Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto
numa lista do Partido Socialista, enquanto o seu marido
navegava rumo ao Partido Social Democrata.
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Obras/Poesia
Poesia (1945)
O Dia do Mar (1947)
Coral (1951)
No Tempo Dividido (1954)
Mar Novo (1958)
Livro Sexto (1962)
O Cristo Cigano (1962)
Geografia (1967)
Grades (1970)
11 Poemas (1971)
Dual (1972)
Antologia (1975)
O Nome das Coisas (1977)
Navegações(1983)
Ilhas (1989)
Musa (1994)
Signo (1994)
O Búzio de Cós (1997)
Mar (2001) - antologia organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares
Primeiro Livro de Poesia (infanto-juvenil) (1999) 14
Orpheu e Eurydice (2001)
Ficção/Contos
Contos Exemplares (1962)
Histórias da Terra e do Mar (1984)
Contos Infantis
A Menina do Mar (1958)
A Fada Oriana (1958)
Noite de Natal(1959)
O Cavaleiro da Dinamarca (1964)
O Rapaz de Bronze (1965)
A Floresta (1968)
A Árvore (1985)
Teatro
O Bojador (2000)
O Colar (2001)
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Ensaio
Cecília Meireles (1956)
Poesia e Realidade (1960)
O Nu na Antiguidade Clássica (1975)
Tradução
A Anunciação de Maria (Paul Claudel)
O Purgatório (Dante)
Hamlet (William Shakespeare)
Muito Barulho por Nada (William Shakespeare)
Medeia (Eurípedes)
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Prémios
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1995 - Prémio Petrarca
1996 - Homenageada do "Carrefour des
Littératures", na IV Primavera Portuguesa de
Bordéus e da Aquitânia
1998 - Prémio da Fundação Luís Miguel Nava
1999 - Prémio Camões (primeira mulher
portuguesa a recebê-lo)
2000 - Prémio Rosalia de Castro, do Pen Clube
Galego
2001 - Prémio Max Jacob Étranger
2003 - Prémio Rainha Sofia de Poesia
Iberoamericana.
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A obra de Sophia é, contudo, um
exercício de simplicidade sobre coisas
concretas: a verdura da árvore, o
sussurro das tílias, a casa da
infância, a brisa, o sol, a lua, a voz do
mar, etc.
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«A minha poesia é a minha
convivência com as coisas, a
minha participação no real, o
meu encontro com as vozes e com
as imagens, por isso o poema não
fala de uma vida ideal, mas sim
de uma vida concreta» («Arte
Poética II», Geografia).
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Entre os elementos
fundamentais que
caracterizam o seu mundo,
estão:
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mar/maresia
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tempo
(dividido e absoluto)
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natureza / cidade 24
Antiguidade Clássica
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O seu mundo é povoado
por deuses e não por
homens, daí ser mais fácil
encontrá-lo nos vestígios
e lugares da civilização
grega do que no mundo
actual.
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A praia, o mar, o jardim, a
casa são evocações de
imagens da infância e da
juventude e representam
momentos inesquecíveis do
desenvolvimento do seu ser. 27
A noite é para esta poetisa
«o espaço imenso» que lhe
permite uma libertação
pelo sonho.
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A cidade é também uma
confusão que impede a
procura da perfeição e da
harmonia e do equilíbrio,
referências do mundo
antigo.
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É justamente a esta noção
clássica de equilíbrio, que é
associado o sentimento de
justiça e de verdade.
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FIM
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