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Racionalidade argumentativa da Filosofia

e a dimensão discursiva do trabalho


filosófico
Índice

 Formas de inferência válida


 Principais falácias formais
Competências a adquirir:

 Explicitar em que consistem as conectivas proposicionais de conjunção


(e), disjunção (inclusiva e exclusiva) (ou – ou...ou), condicional
(se...então), bicondicional (se e somente se) e negação (não).

 Aplicar tabelas de verdade na validação de formas argumentativas.

 Testar a validade de argumentos dedutivos.

 Conhecer falácias formais.


1. Conectivas proposicionais

▫ Na lógica proposicional, ignora-se o conteúdo específico das proposições que constituem um argumento e atende-se
às operações lógicas existentes.

▫ As proposições simples ou elementares são aquelas proposições que exprimem apenas uma ideia, não contendo
qualquer conectiva proposicional (elemento de ligação entre proposições simples), enquanto as proposições
complexas recorrem às conetivas proposicionais (“se… então”, “e”, “ou”, “não”, entre outras) para ligar duas ou mais
ideias.

Proposições
Simples Complexas
O professor de filosofia usa óculos O professor de filosofia usa óculos (ideia 1)
(ideia 1). e é baixo (ideia 2).

conectiva

▫ De modo a considerar apenas as operações lógicas, a lógica proposicional procede à formalização das proposições
simples e das conectivas que ligam as proposições simples em proposições complexas: a formalização é a
representação da forma lógica de uma proposição.
1.1 Formalização de proposições e conectivas
1.1.1 Formalização das proposições simples
▫ Cada proposição elementar ou simples é representada pelas letras P, Q, R, (e assim sucessivamente) - as
variáveis proposicionais.

1.1.2. Formalização das conectivas (dos elementos que ligam as proposições simples em proposições complexas).
As conectivas usadas na lógica proposicional são apenas as seguintes conetivas verofuncionais*:

Negação (não): ¬
Conjunção (e): Λ
Disjunção inclusiva (ou): V
*As conectivas proposicionais são verofuncionais quando o
Disjunção exclusiva (ou, ou): V valor de verdade da proposição complexa é determinado
Condicional (se): → apenas pelo valor de verdade das proposições simples que a
compõem.
Bicondicional (se e só se): ↔ Ex.: O valor de verdade de proposição complexa “A Ana não é
professora” é determinado pelo valor de verdade da proposição
simples que a forma “A Ana é professora”.
(Se esta for verdadeira, aquela é falsa, e vice-versa).
Conectivas Linguagem natural Símbolos Símbolos alternativos
proposicionais
Negação “não…”, ¬ ~
“não é verdade que…”,
“é falso que…” -
Conjunção “… e…”, Ʌ .
“tanto… como…”,
“... mas… também…”

Disjunção “… ou…”, V +
(inclusiva) “… a não ser que…”,
“… a menos que…”
Disjunção “… ou…ou” V w
(exclusiva) “... ou…, mas não ambos”

Condicional “se… então…”, → ⇒


“… desde que…”,
“… só se…”

Bicondicional “… se e só se…”, ↔ ⇔
“se e somente se…”,
“… condição necessária e suficiente…”
Exemplo de formalização de proposições e conectivas

Designação Exemplo Dicionário Formalização

Proposição
Picasso é pintor. P: Picasso é pintor. P
simples

Negação Picasso não é pintor. P: Picasso é pintor. ¬P

P: Picasso é pintor.
Conjunção Picasso é pintor e espanhol. PΛQ
Q: Picasso é espanhol.

Disjunção O Rui compreendeu ou decorou a P: O Rui compreendeu a matéria.


PVQ
inclusiva matéria. Q: O Rui decorou a matéria.

Disjunção O Rui ou compreendeu ou decorou a P: O Rui compreendeu a matéria.


PVQ
exclusiva matéria. Q: O Rui decorou a matéria.

P: A arte é bela.
Condicional Se a arte é bela, então tem valor P→Q
Q: A arte tem valor.

P: A arte tem valor.


Bicondicional A arte tem valor se e só se for bela P↔Q
Q: A arte é bela.
Outros exemplos de formalização Lógica Proposicional – Conectivas
Proposicionais
1.1.3. Âmbito das conectivas
Todas as conectivas proposicionais binárias são delimitadas por parêntesis.

Deus existe e há anjos no céu. P: Deus existe


Q: Há anjos no céu.
Formalização: (PΛQ)

Mas, a negação dispensa o uso de parêntesis, pois trata-se de um operador unário.

Não há anjos no céu. P: Há anjos no céu.


Formalização: ¬P

O uso dos parêntesis permite ainda definir o âmbito das conectivas, sempre que, na proposição dada,
aparece mais do que uma conectiva, evitando ambiguidades (o âmbito das conectivas consiste na parte da
proposição sobre a qual elas operam, sendo possível determinar qual a conectiva de maior e de menor âmbito).

Exemplos
A. Se não é verdade que a vida tem sentido, então Deus existe.
P: A vida tem sentido
Proposição com duas conectivas: negação (não) e condicional (se, Q: Deus existe
então). Mas, a negação só incide sobre a antecedente da condicional Formalização: (¬P→Q)
(a vida tem sentido) e não sobre toda a condicional.
B. Não é verdade que se a vida tem sentido, então Deus existe. P: A vida tem sentido
Q: Deus existe
Proposição com duas conectivas: negação (não) e condicional (se, então).
Formalização: ¬(P→Q)
A negação incide sobre toda a condicional.

C. A Ana estuda e, se estiver com atenção, então não terá problemas com o teste.

Proposição com três conectivas: conjunção (e), condicional P: A Ana estuda


(se, então) e negação (não). Q: A Ana está com atenção
R: A Ana tem problemas com o teste
Formalização: PΛ(Q→¬R)

D. A arte tem valor se e só se emocionar e não for feia.


P: A arte tem valor
Proposição com duas conectivas: bicondicional (se e só se ) e Q: A arte emociona
negação (não). R: A arte é feia
Formalização: P ↔ (QΛ¬R)

P: Trabalhas muito
E. Trabalhas muito ou tens talento e, se tiveres sorte, terás sucesso.
Q: Tens talento
Proposição com três conectivas: disjuntiva (ou), conjuntiva (e) R: Tens sorte
e condicional (se, então). S: Tens sucesso
Formalização: (PVQ) Λ (R→S)
1.1.4. Prática de formalização de argumentos
A prática de formalização de argumentos segue as regras que vimos até aqui para a formalização das
proposições que o compõem:
▪ Formalização das proposições simples: P; Q; R;….
▪ Formalização das conectivas proposicionais:¬; Λ; V; V; →; ↔
▪ Uso dos parêntesis () nas conectivas proposicionais binárias, de modo a determinar qual a
conectiva de maior e de menor âmbito.

Outras indicações: utiliza-se o símbolo de conclusão ∴ para substituir o “logo” ou o indicador de conclusão.

Exemplo de prática de formalização de argumento

(1)Se Deus existe, então não há mal no mundo.


(2) Mas há mal no mundo.
(3) Logo, Deus não existe.
1.º Construção do dicionário 2.º Determinar a forma lógica

P: Deus existe (1) (P→¬Q)


Q: Há mal no mundo (2) Q
(3) ∴ ¬P

OU
Exercícios da ficha formativa n.º 2
(questão 1 a 7 – aula e T.P.C.) (P→¬Q), Q ∴ ¬P
2. Funções de verdade e tabelas de verdade

Uma proposição simples é verdadeira quando representa adequadamente as coisas como elas são.
Caso contrário, será falsa.
Chama-se valor de verdade à verdade ou falsidade das
proposições.

É possível determinar as diferentes combinações dos valores de verdade das proposições simples que
integram as proposições complexas usando um instrumento da lógica proposicional: as tabelas de verdade.

▪ As tabelas são diagramas lógicos que identificam todas as possíveis combinações de valores de
verdade para cada variável proposicional (ou proposição simples) presente numa determinada
fórmula proposicional (proposição complexa).

▪ As tabelas de verdade mostram se as fórmulas proposicionais são verdadeiras ou falsas em cada


uma das possíveis combinações de valores de verdade.
Para facilitar a construção das tabelas de verdade é necessário saber as funções de verdade de cada uma
das conectivas proposicionais.

Conectivas proposicionais Função de verdade


Negação Inverte o valor de verdade.
Conjunção Só é verdadeira se as proposições elementares que a compõem forem
ambas verdadeiras.
Disjunção inclusiva Só é falsa se as proposições elementares que a compõem forem ambas
falsas.
Disjunção exclusiva Só é verdadeira quando uma proposição elementar é verdadeira e a outra
falsa.
Condicional Só é falsa se a antecedente for verdadeira e a consequente for falsa.
Bicondicional Só é verdadeira se os seus dois lados tiverem o mesmo valor de verdade.
Com as funções de verdade enunciadas anteriormente conseguimos formar as tabelas de verdade que
representam as várias conectivas proposicionais.

Negação P

V F

F V

A negação de uma proposição altera o valor de verdade da proposição de partida: se esta é verdadeira, a sua
negação é falsa e vice-versa.

Conjunção PQ

VV V

VF F

FV F

FF F

Uma conjunção só é verdadeira quando as duas proposições que a formam são verdadeiras.
Disjunção PQ
inclusiva VV V
VF V
FV V
FF F
Uma disjunção só é falsa quando as duas proposições componentes são falsas.

Disjunção PQ PVQ
exclusiva VV F
VF V
FV V
FF F
Uma disjunção só é verdadeira quando uma das proposições elementares é verdadeira e a outra falsa.
Condicional PQ
VV V
VF F
FV V
FF V
Uma condicional só é falsa quando a antecedente é verdadeira e a consequente é falsa.

Bicondicional PQ
VV V
VF F
FV F
FF V
Uma bicondicional só é verdadeira quando ambas as proposições coincidem em valor de verdade.
As tabelas de verdade constituem diagramas lógicos que, com as condições de
verdade, permitem avaliar formas proposicionais compostas ou complexas.

Tautologia ou verdade lógica: a fórmula proposicional tem o valor “V” em todas as possíveis combinações
de valores de verdade. Portanto, as tautologias são fórmulas proposicionais verdadeiras em todas as
possíveis circunstâncias.

Contradição ou falsidade lógica: a fórmula proposicional tem o valor “F” em todas as possíveis
combinações de valores de verdade. Assim, as contradições são fórmulas proposicionais falsas em todas
as possíveis circunstâncias.

Contingência: caso a fórmula proposicional tenha o valor “V” nalgumas circunstâncias e o valor “F” nas
outras circunstâncias, então, é classificada como contingente.
Como avaliar as formas proposicionais (i.e., determinar se é uma tautologia,
contradição ou contingência) utilizando as tabelas de verdade?

Consideremos a seguinte fórmula proposicional: ¬(P V ¬Q)

1.º Na parte de cima da tabela, do lado direito, escreve-se a fórmula proposicional e, do lado esquerdo,
escrevem-se as variáveis proposicionais que aparecem na fórmula proposicional, indicando nas linhas abaixo
das variáveis, as várias combinações de valor de verdade.

Variáveis PQ ¬(P V ¬Q) Fórmula


proposicionais proposicional
VV
VF
FV
FF
2.º O passo seguinte é calcular o valor de verdade da fórmula proposicional para cada linha, começando por
determinar o valor de verdade daquilo que tem menor âmbito e avançar sucessivamente para aquilo que tem
maior âmbito.

Nesta fórmula, o que tem menor âmbito é ¬Q. Por isso devemos começar por escrever os valores
para ¬Q.
Uma vez que a negação inverte o valor de verdade, sempre que o valor de Q for V, o valor da sua
negação será F, e vice-versa.

P Q ¬(P V ¬Q)
V V F
V F V
F V F
F F V
3.º Temos de determinar o valor de verdade da disjunção (P V ¬Q), uma vez que
esta conectiva tem menor âmbito do que a negação da disjunção ¬(P V ¬Q).
[Tal como na matemática resolve-se primeiro o que está dentro de parêntesis].

Ora, para determinar o valor de verdade desta disjunção temos de consultar os valores de cada
uma das proposições que a compõem (i.e., P e ¬Q). Ora, os valores de ¬Q já foram registados na
etapa anterior e os valores de P também já foram inicialmente indicados (na coluna do lado
esquerdo), restando-nos copiá-los.

P Q ¬(P V ¬Q)
V V V F
V F V V
F V F F
F F F V
4.º Agora que sabemos os valores que as duas disjuntas (P e ¬Q) assumem em cada circunstância, podemos
ver o que acontece à disjunção em cada um desses casos. Para isso, recordemos que uma disjunção só é falsa
quando ambas as disjuntas são falsas.

P Q ¬(P V ¬Q)
V V V V F
V F V V V
F V F F F
F F F V V

5.º Por fim, determinamos o valor de verdade da conectiva com maior âmbito, ou seja, a negação que se
aplica a toda proposição. Assim sendo, aplicamos a regra da negação aos últimos valores que acrescentámos
para a disjunção.

P Q ¬ (P V ¬Q)
V V F V V F Conclusão: uma vez que o valor de verdade a
que chegámos não é verdadeiro em todas as
V F F V V V
circunstâncias, nem falso em todas as
F V V F F F circunstâncias, então a fórmula proposicional
F F F F V V ¬(P V ¬Q) é contingente.
Atenção!
1. As linhas das tabelas de verdade variam consoante o número de variáveis proposicionais, de acordo com a
fórmula 2n (em que “n” representa o número de variáveis).
2. Para se obter cada combinação de valores de verdade numa tabela, começa-se na última letra da variável (a
que se encontra mais à direita em cada tabela), alternando com “V” e “F” quantas vezes forem necessárias.
Depois, na penúltima variável alterna “V” e “F” em grupos de dois, seguidamente para a antepenúltima em
grupos de quatro e assim por diante até completar as combinações de valores de verdade das variáveis.
Observa os exemplos:

P P Q P Q R
V V V V V V
F V F V V F
F V V F V
F F V F F
F V V
F V F
F F V
3. Não esquecer de começar pelas conectivas que F F F
têm menor âmbito e avançar sucessivamente para
as conectivas que têm maior âmbito.
3. Tabelas de verdade e teste de validade de formas argumentativas: inspetores de
circunstâncias
Até aqui fizemos tabelas de verdade para fórmulas proposicionais isoladas. Contudo, um argumento tem
sempre pelo menos duas fórmulas – uma premissa e uma conclusão. Assim, para determinar a validade de
formas argumentativas recorremos a um inspetor de circunstâncias que consiste num dispositivo gráfico com
uma sequência de tabelas de verdade justapostas que mostram o valor de verdade de cada uma das premissas
e da conclusão em todas as circunstâncias possíveis.
Se existir pelo menos uma circunstância em que todas as premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa, então, o argumento é inválido.
Caso contrário, o argumento é válido.

Exemplo

Considera a seguinte forma lógica de um argumento: (P → ¬Q),• Q• ∴ ¬P. Será esta forma argumentativa
válida ou inválida?
Premissa Premissa Conclusão

P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
1.º Para saber, temos de construir um inspetor
de circunstâncias com colunas para cada uma V V
das premissas e para a conclusão. V F
F V
F F
2.º O passo seguinte é determinar o valor de verdade de cada uma das premissas e da conclusão.

Primeira premissa, o que temos a fazer é determinar o valor da antecedente e da consequente da condicional.
Primeiro, determinamos o valor da consequente da condicional, ou seja, o valor de ¬Q (é a conectiva de menor
âmbito).

Em seguida, uma vez que a antecedente é a variável P, copiamos os valores de P para baixo da ocorrência
dessa mesma variável.

P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
V V V F
V F V V
F V F F
F F F V
3.º Agora que já sabemos o valor da antecedente e da consequente, podemos verificar em que circunstâncias
a condicional (P → ¬Q) é verdadeira e em que circunstâncias é falsa.

De acordo com a função de verdade da condicional, esta só será falsa quando a antecedentefor verdadeira e
a consequente falsa.

P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
V V V F F
V F V V V
F V F V F
F F F V V
4.º Uma vez determinado o valor da primeira premissa, precisamos de ver o que acontece no valor da
segunda premissa. Como a segunda premissa exibe apenas a variável Q, basta copiar os valores desta
variável.
P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
V V V F F V
V F V V V F
F V F V F V
F F F V V F

5.º Em seguida, precisamos determinar o valor de verdade que a conclusão assume em cada
circunstância. Dado que a conclusão é ¬P, precisamos de inverter o valor de verdade de P.

P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
V V V F F V F
V F V V V F F
F V F V F V V
F F F V V F V
6.º Depois da construção do inspetor de circunstâncias, é preciso questionar: será que existe alguma
circunstância (ou seja, alguma linha da tabela), em que todas as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa?

Se sim, o argumento é inválido. Se não, o argumento é válido.

Na fórmula argumentativa que estamos a analisar (P → ¬Q), Q ∴ ¬P, na terceira linha,


constata-se que todas as premissas são verdadeiras e a conclusão também é
verdadeira, por isso esta forma argumentativa é válida. Só seria inválida se existisse uma
linha em que todas as premissas fossem verdadeiras e a conclusão falsa, o que não se
verifica.

P Q (P → ¬Q) Q ∴ ¬P
V V V F F V F
V F V V V F F
F V F V F V V
F F F V V F V
Exercício
Se Deus existe, a vida faz sentido.
Porém, Deus não existe.
Logo, a vida não faz sentido.

P: Deus existe
Inspetor de circunstâncias
Q: A vida faz sentido
PQ •
• •

VV V F F
VF F F V
• FV V V F
• •

FF V V V

Nesta fórmula argumentativa, (P → Q), ¬ P ∴ ¬Q, na terceira linha, constata-se que as premissas são verdadeiras
e a conclusão é falsa, por isso esta forma argumentativa é inválida.
4. Formas de inferência válidas
Existem fórmulas argumentativas válidas que consistem em formas muito básicas e frequentes de raciocinar.
Ao construir-se inspetores de circunstâncias podemos constatar facilmente que estas fórmulas são
logicamente corretas. No entanto, se conhecermos estas formas de inferência já nem precisamos de recorrer a
um inspetor para determinar se são válidas.

4.1 Modus ponens (expressão latina que significa “modo de afirmação”).

Modus ponens
Se estudar (antecedente), tenho boas notas (consequente)
Estudei (afirmação da antecedente)
Logo, tenho boas notas (afirmação da consequente)

Se – então (A→B)
Afirma a antecedente A
∴Afirma a consequente ∴B

A antecedente (estudar) é condição suficiente para a consequente (ter boas notas).


Logo, ao afirmar que se verificou a antecedente (ou seja, estudei), sou obrigada a afirmar a consequente
(tirei boas notas), pois, na primeira premissa, estabeleci a relação de implicação entre ‘estudar’ e ‘tirar
boas notas’ (estudar seria condição suficiente para tirar boas notas, ou seja, tirar boas notas depende de
estudar).
4.2 Modus tollens (“modo de negação”).

Modus Tollens
Se estudar (antecedente), tenho boas notas (consequente)
Não tenho boas notas (negação do consequente)
Logo, não estudei (negação do antecedente)

Se – então (A→B)
Nega a consequente ¬B
∴Nega a antecedente ∴¬A

A antecedente (estudar) é condição suficiente para a consequente (ter boas notas).

Logo, ao negar a consequente (ou seja, ‘não tenho boas notas’), sou obrigada a negar a antecedente
(‘não estudei’), pois, na primeira premissa, estabeleci a relação de implicação entre ‘estudar’ e ‘tirar
boas notas’ (estudar seria condição suficiente para tirar boas notas, ou seja, tirar boas notas
depende de estudar).
4.3 Silogismo hipotético: se uma proposição A implica uma proposição B, e se essa proposição B implica
uma proposição C, daqui se segue que transitivamente a proposição A implica a C.

Silogismo hipotético
Se os homens são animais, então são mortais
Se os homens são mortais, então têm um fim
Logo, se os homens são animais, então têm um fim.
Se A – Então B (A →B)
Se B – Então C (B → C)
∴ Se A – Então C ∴ (A → C)

4.4 Silogismo disjuntivo: a primeira premissa apresenta uma disjunção. A segunda premissa nega uma
das disjuntas e a conclusão afirma a outra disjunta.

Silogismo disjuntivo
Os homens são animais ou são imortais Os homens são animais ou são imortais
Os homens não são animais Os homens não são imortais
Logo, os homens são imortais Logo, os homens são animais
Afirma a disjunção (A V B) (A V B)
Nega uma disjunta ¬A ¬B
∴ Afirma a outra disjunta ∴B ∴A
4.5 Duas fórmulas proposicionais com os mesmos valores de verdade em quaisquer circunstâncias são
fórmulas equivalentes. Ora, se tivermos fórmulas equivalentes, então de uma dada fórmula equivalente
podemos inferir a outra mantendo os mesmos valores de verdade. Assim, quando temos equivalências podemos
também fazer inferências válidas. O matemático Augustus De Morgan formulou equivalências importantes a
partir destes dois princípios:
● A negação da disjunção “A ou B” é igual à conjunção de “Não-A e Não-B”.
● A negação da conjunção “A e B” é igual à disjunção de “Não-A e Não-B”.

Inferências das Leis de Morgan


¬(A V B) (¬A Ʌ ¬B) ¬(A Ʌ B) (¬A V ¬B)
∴ (¬A Ʌ ¬B) ∴ ¬(A V B) ∴ (¬A V ¬B) ∴ ¬(A Ʌ B)

4.5 Contraposição
4.6 Dupla negação
Contraposição
Se Deus existir, a vida Se Deus não existir, a Dupla negação
tem sentido. vida não tem sentido.
Portanto, se a vida não Portanto, se a vida tem Não é verdade que o conhecimento não
tiver sentido, Deus não sentido, Deus existe. vem da experiência.
existe. Logo, o conhecimento vem da experiência.
(A → B) (¬B → ¬A) ¬¬A
∴ (¬B → ¬A) ∴ (A → B) ∴A
Lógica Proposicional – Regras de
inferência válida


• •
5. Formas de inferência inválidas: falácias formais

Temos uma falácia formal quando a estrutura de um argumento não garante uma conclusão
verdadeira a partir de premissas verdadeiras.

Ou seja, o argumento parece ter uma forma válida, mas na realidade é inválida.
Assim, as premissas podem ser verdadeiras sem que a conclusão seja verdadeira.

Considere-se duas falácias formais comuns que se assemelham ao modus ponens e ao


modus tollens, mas que na verdade são inválidas: a falácia da afirmação da consequente e a falácia
da negação do antecedente.
Falácia Exemplo Formalização

Se Deus existir, a vida tem sentido. Dado que a vida tem


sentido, segue-se que Deus existe.
Falácia da afirmação da consequente
(afirma consequente-afirma a Da afirmação da consequente não pode seguir-se a
antecedente) afirmação da antecedente, pois P leva a Q, mas Q não leva
a P, isto é, Q depende de P, mas P não depende de Q.
[no modus ponens, a afirmação da
antecedente implica a afirmação da [o facto de a vida ter sentido não garante que Deus exista,
consequente] porque a existência de Deus é que é a condição suficiente •
• •
para a vida ter sentido, e não o contrário.]

Se Deus existir, a vida tem sentido. Dado que Deus não


existe, segue-se que a vida não tem sentido.
Falácia da negação da antecedente
(nega a antecedente-nega a Da negação da antecedente não pode seguir-se a negação
consequente) da consequente, pois é certo que P leva a Q, mas tal não
significa que apenas P leve a Q (não se trata de uma
[no modus tollens, a negação da bicondicional), podendo haver outras condições para Q
consequente implica a negação da que não foram estabelecidas na premissa.
antecedente] [o facto de Deus não existir não implica que a vida não
tenha sentido, pois a vida pode não ter sentido por outro •
• •
motivo qualquer.]

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