Silva Nantes elaine@grupointegrad o.br PROPÓSITO DA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL • No período colonial, eram os religiosos da Companhia de Jesus quem exerciam o papel de professores. O projeto educativo e missionário, iniciado nos anos de 1549, visava difundir a fé católica, transmitir normas de comportamento, ensinar ofícios necessários para o desenvolvimento da colônia aos indígenas e posteriormente a negros escravizados. Décadas depois, instituíram as escolas de humanidades para colonizadores endinheirados e seus filhos (HADDAD; DI PIERRO, 2000). • Não estava nos planos dos jesuítas ensinar a ler e a escrever às mulheres, aos pobres e aos negros. Essa parcela da população estava excluída do projeto educativo. Bastava a esse público a aprendizagem de ofícios: as mulheres deveriam aprender a coser, bordar, cozinhar, cuidar de filhos e marido. Já os escravos deveriam apenas aprender as práticas agrícolas. • Fazia parte do projeto educativo o ensino da leitura e da escrita aos indígenas adultos, no entanto a função da aprendizagem da leitura era restrita, pré-requisito necessário à leitura do catecismo e da conversão à fé católica. • Segundo Galvão; Soares (2010), a “educação de indígenas adultos, ao lado da catequese, era uma das ações prioritárias no interior do projeto de colonização”. Eles “foram submetidos a uma intensa ação cultural e educacional, embora os jesuítas priorizassem sua ação junto às crianças” (p. 28). • Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, após investigação realizada pelo Marquês de Pombal, feito que o elevou a Primeiro Ministro de Portugal, houve um processo de desorganização do ensino e parece “não ter conhecido experiências sistemáticas e significativas em relação a alfabetização de adultos. A ênfase da política pombalina estava no ensino secundário, organizado através do sistema de aulas régias” (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 30). • A educação de pessoas jovens e adultas somente foi tratada de forma legal na primeira constituição brasileira, de modo implícito. A Carta de 1824, sob forte influência européia, declarou que a “instrução primária e gratuita para todos os cidadãos” constituía um direito. De certo modo, jovens e adultos estão incluídos, entretanto o conceito de cidadania, naquela época, tinha suas contradições. Possuir cidadania era privilégio de uma pequena parcela da população, pertencente à elite econômica, excluindo- se desse processo negros/as, indígenas, pobres e parte das mulheres (HADDAD; DI PIERRO, 2000). • O texto da Constituição não passou de intenção legal. A garantia de uma escola de qualidade para todos foi protelada, ficando apenas ações educativas restritas a poucas crianças, excluindo crianças, jovens e adultos do campo, indígenas e negros escravizados e alforriados, os quais permaneciam analfabetos ou buscavam formas alternativas para aprender a ler e escrever. • Galvão e Soares (2010) declaram que no século XIX, no tocante à educação, houve um “processo de progressiva institucionalização da escola no Brasil” (p. 30), definindo, a partir daí, espaços e tempos de aprendizagem, saberes e materiais didáticos e a formação do professor. Quanto à inserção de homens e mulheres livres e pobres, negros e negras escravizadas, livres e libertos/as nos processos formais de educação, após várias discussões nas assembléias provinciais, aprovou-se o Ato Adicional de 1834, que responsabilizou as províncias pela “instrução primária e secundária e formulou, especificamente, as políticas de instrução para jovens e adultos” (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 30). • É importante acentuar que as experiências de alfabetização de jovens e adultos, no Brasil, na época imperial não se restringiam à educação formal. Havia muitas experiências não formais que superavam aquelas realizadas pelo sistema escolar, principalmente no espaço urbano, onde elas se multiplicavam. • Galvão e Soares (2010) ressaltam que historiadores, dedicados ao processo de escravidão no Brasil, investigaram que o “acesso à leitura e escrita era um elemento fundamental para a conquista dos direitos civis pelos homens escravizados” (p. 47). Tal fato demonstra a existência de práticas de escrita e leitura entre os homens escravizados, proibidos legalmente de frequentar escolas. Praticantes da oralidade, inseriam- se em várias redes de sociabilidade em que a escrita estava presente: os que viviam em plantéis das ordens religiosas e do clero, os que tinham ocupações urbanas e/ou exerciam atividades autônomas etc. (GALVÃO; SOARES, 2010; WISSENBAC, 2002). • Após a aprendizagem da leitura, os homens escravizados formavam redes de aprendizagem informais, “em que, através da leitura oralizada e do reconhecimento de trechos previamente memorizados, tornava possível a alfabetização” (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 31). • Havia também aqueles que frequentavam grupos de alfabetização proporcionados por brancos que utilizavam impressos e imagens religiosas, almanaques, periódicos e folhetins, poucos jornais e livros disponíveis (MOYSÉS, 1995). • • Na segunda metade do século XIX, também foram criadas associações de intelectuais que ofereciam cursos noturnos para adultos “como forma de ‘regenerar’ as massas de pobres brancos, negros livres, libertos e até mesmo, em alguns casos, escravos. [...] Esses intelectuais, entre os quais muitos maçons, homens brancos pertencentes à elite, entendiam que era preciso ‘iluminar o povo’ e ‘elevar a cidade no plano intelectual’ “ (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 34-35). • Não podemos deixar de lembrar que essa movimentação pela educação de adultos não aconteceu em todo país, mas especialmente em alguns centros urbanos. Enquanto isso as áreas mais longínquas, como algumas províncias do norte e nordeste brasileiro, estavam fadadas ao analfabetismo. Da mesma forma que “alguns princípios norteavam as iniciativas oficiais em relação à alfabetização das camadas populares: era preciso ‘iluminar’ as mentes que viviam nas trevas da ignorância para que houvesse progresso”. Nesse período, educar adultos não estava na esfera do direito, mas da filantropia, da caridade, da solidariedade (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 35). • No final do império, a concepção de analfabeto ignorante e incapaz acentuou-se fortemente, principalmente em tempos de discussão da Lei Saraiva, de 1881, que impunha restrições ao voto do analfabeto, vinculando-o à renda, bem como determinava eleições diretas e admitia a elegibilidade dos “acatólicos, ingênuos, libertos e naturalizados” (PAIVA, 1983, p. 83). • A partir desse momento, suscitam no país uma série de discussões sobre o analfabeto adulto em diferentes instâncias sociais para justificar o veto ao seu voto. Da mesma forma que surgem outras indagações: seria o analfabeto incompetente, dependente e ingênuo? O que diferenciaria o analfabeto pertencente às classes populares e o analfabeto das elites rurais? Não saber ler afetava a dignidade, a inteligência, impedia de ganhar dinheiro, ser chefe de família, exercer o pátrio poder?(RODRIGUES,1965). • Por outro lado, a Reforma Leôncio de Carvalho, de 1879, anunciava a importância de criar cursos elementares noturnos, acreditando o autor que a restrição ao voto do analfabeto contribuiria para o desenvolvimento da educação, mesmo que fosse somente por uma preocupação com a eleição das elites. Tal pensamento também foi ratificado por Ruy Barbosa em seu parecer de 1882, que fazia uma análise da realidade brasileira e que serviu de base para Reforma Leôncio de Carvalho. De acordo com o documento, as leis seriam ineficazes para o desenvolvimento e a grandeza do país se o Estado não partisse da educação popular, “a mais criadora de todas as forças econômicas, a mais fecunda de todas as medidas financeiras” e ainda declara: “a ignorância popular é vista como a mãe da servilidade e da miséria”. (apud PAIVA, 1983, p. 73) • Ao final do Império, com uma população total estimada em 14 milhões, “82% da população com idade superior a cinco anos era analfabeta”, portanto as intenções postuladas na legislação “acabaram por não se consubstanciar, condicionadas que estavam pela estrutura social vigente” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 109). EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA REPÚBLICA: DESAFIOS, CONTROVÉRSIAS E RESISTÊNCIA
• O movimento pela República trouxe à tona
discussões no campo político, econômico, social, cultural, educacional, que fizeram emergir, nos brasileiros e brasileiras, a esperança de assistir um novo país, livre, autônomo, nacionalista e preocupado em resolver as mazelas acumuladas no decurso da sua história. • Entretanto, para Romanelli (1997), a primeira Constituição da República referendava a proibição do voto do analfabeto e eliminava a seleção de eleitores por poder aquisitivo, legitimando o direito de escolher e de ser escolhido. O censo de 1890 indicou que apenas 20% da população brasileira sabia ler e escrever, o que gerou um sentimento de vergonha diante dos outros países, “de cada dez brasileiros, só dois conseguiam ler uma carta, um documento, um jornal ou um livro” (GALVÃO; SOARES, 2010, p. 37). • Por outro lado, segundo Haddad; Di Pierro (2000), a Constituição instituiu a “concepção de federalismo em que a responsabilidade pública pelo ensino básico foi descentralizada nas Províncias e Municípios” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 109). A lei traz em seu texto algumas indefinições: cabia à União animar as atividades de ensino primário, enquanto garantia a responsabilidade pelo ensino secundário e superior; portanto garantiu a formação das elites em detrimento da alfabetização de 80% de pessoas analfabetas pertencentes às camadas sociais marginalizadas. Além disso, não havia dotação orçamentária destinada à educação das massas. • O censo de 1920 indicou que, no Brasil, 72% da população acima de cinco anos era analfabeta. Nesse período, não havia nenhuma preocupação com o jovem e o adulto: o pensamento pedagógico e as políticas públicas se movimentavam expressamente em torno das crianças. • A partir dos anos de 1920, segundo Haddad e Di Pierro (2000), há uma grande movimentação popular pela ampliação do número de escolas e melhoria da qualidade do ensino, ao mesmo tempo em que se lutava pela implementação de políticas públicas para educação de jovens e adultos. Nesse período, há uma exigência pelos pioneiros e renovadores da educação nova, que o Estado se responsabilizasse pela educação e pelos serviços inerentes a ela. • Saiba que a educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 1930. Nesse período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. Essa manifestação foi resultado das disposições da Constituição Federal de 1934, na qual configurava-se uma nova concepção de educação, inclusive para o público jovem e adulto. Após grande movimentação popular por uma educação para todos, houve a ampliação da educação elementar, impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios (PAIVA, 1983; HADDAD; DI PIERRO, 2000). • Em 1938, foi criado o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP (figura 1.6), que instituiu o Fundo Nacional do Ensino Primário que custearia um programa de ampliação do ensino primário, bem como o ensino supletivo para os adultos. Em 1945, há uma ampliação do fundo, o qual destina 25% dos recursos ao ensino supletivo de adolescentes e adultos analfabetos (HADDAD; DI PIERRO, 2000). • Segundo Sérgio Haddad e Maria Clara Di Pierro (2000), no âmbito das relações internacionais, foi criada em 1945, logo após a segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, que denunciava ao mundo as profundas desigualdades entre os países e alertava para o papel que deveria desempenhar a educação, em especial, a educação de adultos, no processo de desenvolvimento das nações categorizadas como atrasadas. • Em 1947, instala-se no Brasil o Serviço de Educação de Adultos – SEA, uma espécie de serviço especial do Ministério da Educação que tinha como objetivo coordenar e orientar os trabalhos dos planos anuais de supletivo para adolescentes e adultos. Além disso, o SEA desenvolveu várias outras atividades: produção de material didático, mobilização popular, reuniões com os governos municipais, estaduais e a iniciativa particular. As ações do SEA se estenderam até 1950, quando desencadeou no Brasil a Campanha de Educação de Adolescentes e • Adultos – CEAA, tendo importância fundamental para a criação de infraestrutura nos estados e municípios para atender às pessoas jovens e adultas. Mesmo com os esforços dos movimentos sociais, a população analfabeta no país chegava a 56%. Por essa razão, em 1952, foi organizada pelo MEC a Campanha Nacional de Educação Rural e, no final da década de 1958, a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, no entanto realizaram poucas ações (HADDAD; DI PIERRO, 2000). • Os movimentos sociais avançavam na luta pela educação de jovens e adultos analfabetos, forçando o Estado brasileiro a assumir a responsabilidade pela educação, mesmo que de forma tímida e gradual, enquanto o movimento ganhava corpo e avançava pelo país, exigindo políticas públicas de âmbito nacional e com recursos financeiros para garantir sua efetiva implementação no território nacional. Para Haddad e Di Pierro (2000, p. 111) “os esforços empreendidos durante as décadas de 1940 e 1950 fizeram cair os índices de analfabetismo das pessoas acima de cinco anos de idade para 46,7% no ano de 1960”. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: AVANÇOS, ARBITRARIEDADE POLÍTICA E RESISTÊNCIA • Em 1958, aconteceu no Rio de Janeiro o II Congresso Nacional de Educação de Adultos, quando se percebeu que “havia uma grande preocupação dos educadores em redefinir as características específicas e um espaço próprio para essa modalidade de ensino” (PAIVA, 1983, p. 112). Houve o reconhecimento nesse encontro de que, mesmo os educadores atuando de forma organizada, reproduziam uma educação aos moldes da educação das crianças. O adulto não escolarizado era, aos olhos da sociedade, imaturo, ignorante, sem atualização pela falta dos conteúdos da escola primária. O Congresso repercutiu uma nova forma de pensar a educação de adultos, alimentado pelas discussões regionais, em especial, as pernambucanas, que discutiam um trabalho educativo com o “homem” e não para o homem, propondo a renovação de métodos e processos educativos apropriados para os adultos (PAIVA,1983). • Nesse sentido, não podemos deixar de considerar acontecimentos, campanhas e movimentos que surgiram nessa época, dentre eles o Movimento de Educação de Base em 1961, organizado pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil - CNBB; o Movimento de Cultura Popular de Recife; a Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, organizada pela Secretaria Municipal de Educação de Natal e os Centros Populares de Cultura ligados à União Nacional dos Estudantes - UNE. • A movimentação popular fez com que o governo cedesse aos apelos populares e criasse, em 1964, o Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura, idealizado principalmente por Paulo Freire e por vários segmentos da sociedade: sindicatos, estudantes, igreja e diversos grupos estimulados pelo momento político da época, atendendo, assim, à necessidade de uma grande demanda da população; por um lado, o mutirão pela educação realmente popular e, por outro, os • interesses populistas do governo que ansiava em aumentar o contingente eleitoral, já que os analfabetos eram proibidos de votar e a alfabetização garantia a continuidade do governo que estava no poder. Pela primeira vez, o Brasil teria um programa que tinha em sua base o interesse em acabar com o analfabetismo, de forma que propiciava aos seus educandos um pensamento crítico, capaz de transformar sua realidade (PAIVA, 1983; HADDAD; DI PIERRO, 2000; GALVÃO; SOARES, 2010). • O programa durou pouco tempo, pois caminhava de forma contrária aos interesses reacionários da elite brasileira que, amedrontada, enxergava no sucesso do Programa Nacional de Alfabetização o fim de seus privilégios. Entendia que a única forma de frear os anseios populares era acabar com os movimentos que, na mentalidade burguesa, já se confundiam com o governo popular. Assim, o meio encontrado foi o golpe militar, ocorrido em 31 de março de 1964. • Um dos primeiros atos do governo militar foi interromper o Programa Nacional de Alfabetização e os demais programas de educação popular, bem como prender e exilar seus idealizadores e apreender materiais didáticos. Estes movimentos, mesmo sob a coerção dos militares, conseguiram clandestinamente continuar com o trabalho de conscientização, como sublinha Haddad e Di Pierro: Sob a denominação de educação popular, entretanto diversas práticas educativas de reconstituição e reafirmação dos interesses populares inspirados pelo mesmo ideário das experiências anteriores persistiam sendo desenvolvidas de modo disperso e quase que clandestino no âmbito da sociedade civil. Algumas delas tiveram previsível vida curta; outras subsistiram durante o período autoritário (2000, p. 113 - 114). • Com a interrupção dos movimentos voltados para a Educação de Pessoas Jovens e Adultas, os militares começaram a incentivar programas conservadores, pois já não podiam ignorar friamente o trabalho educativo dos movimentos; que, no período anterior, ganhou força junto à sociedade. Sendo assim, começou a desenvolver e apoiar a Cruzada de Ação Básica – ABC, dirigida por evangélicos norte- americanos e que só teve seu fim em 1971, depois de várias críticas. • Em substituição à ABC, foi criado pela Lei 5.379, de dezembro de 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, um programa interministerial, que abrangia todos os municípios do país. Para isso, foram criadas algumas situações que pudessem garantir sustentação financeira ao projeto, como ressalta Haddad e Di Pierro (2000, p. 114): “os recursos foram obtidos com 1% do Imposto de Renda das empresas, complementadas com 24% da renda líquida da Loteria Esportiva”. O empenho em se disponibilizar tanto dinheiro objetivava dar uma resposta aos grupos que exigiam uma educação para os adultos e que, por outro lado, pudesse dar sustentação aos planos dos militares. • Segundo Haddad e Di Pierro (2000), o MOBRAL apresentava três características: o paralelismo em relação aos demais programas de educação; organização operacional descentralizada e, por fim, a centralização de direção do processo educativo, através da Gerência Pedagógica do Mobral Central. Era uma máquina completa: tinha recursos próprios e os geria; planejava, treinava o seu pessoal e avaliava o processo. Os encontros de treinamento de supervisores eram realizados em grandes hotéis, demonstrando desperdício de recursos, além da produção de material a mais do que o necessário, bem como dirigentes e supervisores excedentes em comparação à quantidade de turmas. • A autora e o autor afirmam que, inicialmente, a atuação do MOBRAL era dividida em dois programas: o Programa de Alfabetização de 1970 e o Programa de Educação Integrada, uma versão do ensino primário. Posteriormente, implementaram-se outros programas e convênios, com a promessa de acabar em dez anos com o analfabetismo. • Alguns anos depois de sua criação, o MOBRAL perdeu seu caráter ligado à alfabetização e se mostrou como um poderoso instrumento ideológico, que obedecia aos interesses dos militares. Desta forma, este programa tornou-se autônomo do Ministério da Educação. Não conseguindo alcançar seus objetivos iniciais, o MOBRAL passou por várias mudanças e, mesmo assim, não respondia às reais necessidades da época. Nesse período, foi aprovada a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN, a de nº. 5.692/1971, pelo governo militar, que trata a Educação de Jovens e Adultos, em seu artigo 24, como supletivo: • O ensino supletivo terá por finalidade: a. suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria; b. proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. • O principal objetivo desta nova lei foi dar um aspecto técnico para a educação, voltado para a expansão industrial que se pretendia na época, contudo trouxe novidade quanto à Educação de Jovens e Adultos. Haddad sublinha que “apesar de ser produzida por um governo conservador, essa lei estabeleceu, pela primeira vez, um capítulo específico para a educação de jovens e adultos” (2005 p. 112). • Mesmo retirando a criticidade incorporada nas décadas de 1958 a 1964 e impondo uma fórmula militar de educação, a educação de jovens e adultos passou a ter uma lei que a regulamentou e criou condições para sua expansão. • Com o fim da ditadura militar, em 1985, o MOBRAL, que já vinha sendo combatido por denúncias de corrupção, foi substituído pela Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos (Fundação Educar). Segundo Haddad e Di Pierro (2000), a fundação assumiu a responsabilidade de articular, em conjunto, o subsistema de ensino supletivo, a política nacional de educação de jovens e adultos, cabendo- lhe fomentar o atendimento nas séries iniciais do ensino de 1º grau, promover a formação e o aperfeiçoamento dos educadores, produzir material didático, supervisionar e avaliar atividades. O processo de democratização do país e inserção da Educação de Jovens e Adultos na Constituição como direito de todos • A luta pela democratização do país que envolvia também a democratização das relações sociais, das instituições públicas e o alargamento dos direitos civis, impulsionada e organizada pelos antigos e novos movimentos sociais que haviam emergido na década de 1970 e expandido até a década de 1980, trouxe à tona uma série de discussões, principalmente, acerca da educação, direcionando demandas educacionais a serem instituídas na Carta Magna que estava por vir. • Após a abertura política, em 1985, a Constituição Federal de 1988 e seus desdobramentos nos estados e municípios “materializou-se o reconhecimento social dos direitos das pessoas jovens e adultas à educação fundamental, com conseqüente responsabilização do Estado por sua oferta pública, gratuita e universal” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 119). A lei garante que o “Ensino Fundamental obrigatório e gratuito é um direito do cidadão, qualquer que seja ele, e dever do Estado, valendo esse direito também para os que não tiveram acesso a ele na idade própria” (BRASIL, 1988, Art. 208). • Em 1990, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Ano Internacional da Alfabetização e convocou para o mesmo ano uma Conferência Mundial de Educação para Todos que reforçou a expectativa de melhoria da educação de adultos. Também em 1990, ao longo do governo Fernando Collor de Mello, extinguiu-se a Fundação Educar, justificado por enxugamento no orçamento. Após o impeachment de Collor, o governo se comprometeu a movimentar um Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), no entanto não saiu do campo das intenções (HADDAD; DI PIERRO, 2000). • Nesse período, segundo Di Pierro (2010), estabeleceu-se no cenário brasileiro, um grande paradoxo: de um lado, a afirmação de que pessoas jovens e adultas teriam direitos educativos, já estabelecidos na Carta de 1988; por outro lado, a forma marginal como foi tratada essa modalidade de ensino no campo das reformas educacionais, do financiamento, das políticas públicas e sociais, respondendo às exigências neoliberais que definiam a agenda política nacional. • É nesse contexto que a União recua do seu papel educativo e, estabelece a municipalização do Ensino Fundamental, inclusive para jovens e adultos. Entretanto, mesmo a matrícula tendo crescido consideravelmente, a democratização com qualidade estava comprometida,”sobretudo, pela restrição de fontes de financiamento em virtude da focalização de recursos públicos no ensino elementar de crianças e adolescentes promovida pela política de fundos adotada no governo de Fernando Henrique Cardoso” (DI PIERRO, 2010, p. 27). • Em 1994, após discussões advindas da Conferência Mundial de Educação para Todos e das pressões dos movimentos sociais, às vésperas do fim do governo, apresentou-se o Plano Decenal que “fixou metas de prover oportunidades de acesso e progressão no ensino fundamental a 3,7 milhões de analfabetos e 4,6 milhões de jovens e adultos pouco escolarizados” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 121). • A autora e o autor declaram que com a eleição de Fernando Henrique Cardoso, o Plano Decenal foi posto de lado, priorizando reformas político- institucionais, compreendendo diversas medidas, dentre elas a aprovação de uma emenda constitucional e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. • Haddad e Di Pierro (2000) analisam que, nesse governo social democrata, houve um deslocamento das responsabilidades públicas para as privadas, especialmente por meio da transferência de serviços e funções do Estado a organizações sociais sem fins lucrativos e movimentos sociais organizados. Essas ações “restringem a EJA à função compensatória de reposição de estudos não realizados na infância e adolescência” (p. 28), com o aval das universidades e redes de ensino, que foram incapazes de enfrentar as práticas apresentadas pelo governo, persistindo no improviso, nos modelos pedagógicos da época da ditadura e no silenciamento diante do processo de desvalorização do/as educador/as. Tal silêncio estava claro na nova Lei de Diretrizes e Bases, promulgada em 20 de dezembro de 1996, sob o nº. 9.394, a qual trouxe em seu Art. 37 a confirmação e garantia do direito dos jovens e adultos à educação, já previsto na Carta Magna. Nesse artigo a referida lei estabelece que: • A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudar no ensino fundamental e médio na idade própria. Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. • Haddad e Di Pierro (2000) afirmam que a seção dedicada à educação de adultos na LDB foi curta e pouco inovadora, basicamente uma transcrição do texto constitucional. A única novidade é o rebaixamento da idade mínima para prestar exames supletivos, fixada em, no mínimo, 15 para o Ensino Fundamental e 18 para o Ensino Médio, bem como a integração da Educação de Jovens e Adultos à Educação Básica. A aceleração dos estudos e a flexibilidade de organização do ensino deixaram de ser atributo somente da educação de adultos e estendeu-se a toda educação básica. Além disso, a nova lei apresenta, como diria Demo (1997), ranços e avanços, contradições e possibilidades. • As reformas implementadas desde 1995, justificadas pela restrição de gastos públicos para fins de estabilização da economia adotada pelo governo federal, “implicaram que o MEC mantivesse a educação básica de jovens e adultos na posição marginal que ela já ocupava nas políticas públicas de âmbito nacional” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 122). Um desses entraves foi a emenda constitucional n. 14/1996 que suprimiu, na Constituição de 1988, o artigo que comprometia a sociedade e os governos a erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental até 1998, bem como desobrigava o governo federal a investir metade dos recursos destinados à educação a tais ações. • Além disso, na aprovação da Lei 9.424/1997 que regulamentou o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), o qual destinava 60% dos recursos a salários dos docentes e os 40% para despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, que compreendem o pagamento de outros profissionais ligados à educação, formação continuada de professores; aquisição de equipamentos; manutenção, construção e conservação de instalações, recebeu o veto do presidente, impedindo que jovens e adultos matriculados na EJA fossem beneficiados pelo fundo, priorizando apenas as crianças de 07 a 14 anos. • Esses descaminhos e descasos impulsionaram a instituição de vários fóruns, em vários estados brasileiros, que, para Di Pierro (2000), foi resultado da resistência de educadores e educadoras, bem como de organizações da sociedade, iniciando uma ampla discussão acerca da incidência de políticas públicas de educação de jovens e adultos. • Silva (2005) afirma que os Fóruns de EJA surgiram no Brasil, em 1996, quando os países se preparavam para participar da V Conferência Internacional de Educação de Adultos (CONFINTEA). Aqui no Brasil, houve um movimento para realização dos seminários regional e nacional, envolvendo vários segmentos da sociedade, de onde sairiam os delegados para participar da V CONFINTEA na cidade de Hamburgo-Alemanha. Sendo assim, as discussões estaduais e regionais desembocavam em um importante acontecimento nacional, o Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos (ENEJA), prática que vem ocorrendo desde o final da década de 1990 até a atualidade. • Haddad (2000) acentua que, naquela época, iniciava o processo de implantação da política neoliberal e do processo mais intenso da globalização no Brasil: privatizações de empresas estatais; vinculação às políticas lideradas pelo Banco Mundial e inserção de seus programas no campo social e educacional, o que promoveu o desemprego e, consequentemente, uma grande ação sindical no Brasil. • Outro problema, segundo Di Pierro (2010), era a falta de qualificação profissional específica para as exigências do país para aquele momento, principalmente devido ao nível baixo de escolarização de homens e mulheres adultos/as. Por outro lado, havia incentivo internacional para priorizar o Ensino Fundamental para crianças, excluindo, mais uma vez, jovens e adultos do processo educativo, digital e social, instituindo o que Schwartz (2001) chamou de apartheid mental, ou seja, a exclusão de uma grande quantidade de pessoas da era da informática, principalmente os adultos e idosos. • Outro elemento importante para a constituição dos fóruns, foi a criação da Comissão Nacional de Educação de Jovens e Adultos (CNEJA), em 1995, vinculada ao MEC, que tinha o objetivo de “subsidiar a formulação e implementação de políticas na área de Educação de Jovens e Adultos” (Diário Oficial da União, 23/06/1995). A CNEJA foi composta por representantes de vários segmentos da sociedade civil e do governo. Mesmo sendo criada pelo MEC, divergiu de suas políticas, construindo ações críticas em defesa da educação de jovens e adultos (SILVA, 2005). • Outro quadro alentador foram os processos de mudança de pensamento e de políticas públicas de EJA no Brasil, nas últimas décadas. A expansão dos cursos de pós- graduação e produção de conhecimento sobre a temática constituiu, também, no interior da comunidade acadêmica, uma legitimidade e adensamento de pesquisas, discussões, grupos de estudos etc. Por outro lado, “administrações comprometidas passaram a implementar políticas de atendimento a demanda a partir da tradição da educação popular libertadora” (DI PIERRO, 2010, p. 28). • A autora também declara que os movimentos sociais impulsionaram positivamente o campo da EJA na contemporaneidade: os movimentos juvenis, das mulheres, dos homossexuais, dos afro-descendentes, dos indígenas, dos trabalhadores, dos povos do campo, incluindo em suas bandeiras de luta o direito do jovem e do adulto à educação, o reconhecimento da negação do direito por parte dos governantes, obrigando a elaboração de políticas de igualdade, considerando a sua diversidade e especificidade cultural. • Esses processos, dentre outros, orientaram a política da União para a EJA, no início dos dois mandatos consecutivos do Presidente Lula. Di Pierro (2010) afirma que, no período de 2003-2009, mesmo em meio a vários programas, avanços e recuos, podemos destacar dois importantes traços da política federal de EJA: a mudança da posição em relação à modalidade na política educacional, atribuindo-lhe maior importância, ação que já vinha ocorrendo desde o final do governo anterior, resultado das lutas políticas dos movimentos sociais. Por outro lado, outro avanço foi a inclusão da EJA na política de financiamento, especialmente no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), criado através da Emenda Constitucional n. 53, de 19 de dezembro de 2006, a qual estabelece que • [...] a apropriação dos recursos pela educação de jovens e adultos, nos termos do art. 60, inciso III, alínea “c”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, observará, em cada Estado e no Distrito Federal, o percentual máximo de dez por cento dos recursos do Fundo”, bem como nos programas de assistência aos estudantes (alimentação, transporte escolar e livro didático) (p.29). • A EJA continua, dessa forma, ocupando um lugar secundário nas prioridades do governo e da escola, que, em muitos casos, ainda continuam a afirmar que a prioridade é o Ensino Fundamental de Crianças, tornando a EJA dependente da sobra do seu financiamento e de recursos materiais. • Di Pierro (2000) também acentua que não há na administração federal e na política social e educacional um projeto coerente e consensual para a EJA. Tal fato se confirma se analisarmos a distância existente entre a proposta de governo do Partido dos Trabalhadores de 2002 e as políticas efetivadas pós eleição. Houve uma multiplicidade de iniciativas: Brasil Alfabetizado, Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM), Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), Exame Nacional de Certificação de Competências (ENCCEJA), Saberes da Terra e outros dispersos em diferentes órgãos e secretarias ministeriais, com escassa coordenação e muitos problemas: duplicidade de critérios, pulverização de recursos, dificuldade de consolidação e descontinuidades. • Por outro lado, há um aspecto que merece destaque, a abertura à interlocução com as outras instâncias do governo e as organizações da sociedade civil, tendo como lugares privilegiados a Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA) e os Encontros Nacionais promovidos anualmente pelos Fóruns/EJA (DI PIERRO, 2010). Não se pode negar a democratização das informações, o reconhecimento dos interlocutores da sociedade civil, o apoio às iniciativas dos fóruns, dentre outras ações que ocorreram no governo Lula, mesmo com algumas ressalvas. • Nas últimas duas décadas, também foram instituídos vários marcos legais que objetivaram a implementação, a organização curricular, a profissionalização e a estrutura da EJA enquanto modalidade de ensino para todos os jovens e adultos, a saber: • Parecer CNE/CEB nº 11/2000, aprovado em 10 de maio de 2000, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos; • Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos; • Parecer CNE/CEB nº 36/2004, aprovado em 07 de dezembro de 2004, que aprecia a Indicação CNE/CEB 3/2004, que propõe a reformulação da Resolução CNE/CEB 1/2000, que define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos; • Parecer CNE/CEB nº 20/2005, aprovado em 15 e setembro de 2005, que trata da inclusão da Educação de Jovens e Adultos, prevista no Decreto nº 5.478/2005, como alternativa para a oferta da Educação Profissional Técnica de nível médio de forma integrada com o Ensino Médio; • Resolução CNE/CEB nº 4, de 27 de outubro de 2005, que inclui novo dispositivo à Resolução CNE/CEB 1/2005, que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004; • Parecer CNE/CEB nº 29/2006, aprovado em 5 de abril de 2006, que trata do reexame do Parecer CNE/CEB º 36/2004, que aprecia a Indicação CNE/CEB nº 3/2004, propondo a reformulação da Resolução CNE/CEB nº 1/2000, que definiu Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos; • Parecer CNE/CEB nº 23/2008, aprovado em 8 de outubro de 2008, que institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos – EJA nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; eEducação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância; • Resolução nº. 3, de 06 de março de 2009, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP, que dispõe sobre as Diretrizes para a oferta de educação, nos estabelecimentos penais, aos privados de liberdade; • Parecer CNE/CEB nº. 4, de 9 de março de 2010, institui as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais; • Parecer CNE/CEB nº 6/2010, aprovado em 7 de abril de 2010, que trata do reexame do Parecer CNE/CEB nº 23/2008, que institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. • Resolução CNE/CEB nº 3, de 15 de junho de 2010, que institui as Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.
Não podemos esquecer que o conjunto de leis, resoluções, pareceres,
portarias e diretrizes aprovadas entre as décadas de 1990 e 2000 foi resultado da luta dos movimentos sociais por uma educação para todos desde os anos de 1930.
Do mesmo modo, não significa que, com a instituição desses marcos
legais, houve a garantia imediata dos direitos, ainda há muito que fazer. Isto porque a Educação de Jovens e Adultos – EJA vem enfrentando uma série de conflitos,tanto no espaço escolar, quanto no cenário nacional. Referencia • SILVA, Adelson Ferreira da [et al.] Educação de jovens e adultos. Ilhéus, BA: Editus, 2012.