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Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Leitura - o texto e a construção
de sentidos
Concepção de leitura
• Foco no autor
• Língua como representação do pensamento
• O texto é visto como um produto lógico do pensamento (representação
mental)
• Cabe ao leitor apenas “captar” essa representação mental, juntamente com
as intenções do produtor
• Foco no texto
• Língua como estrutura
• Sujeito determinada, ‘assujeitado’ pelo sistema
• Língua como código
• Cabe ao leitor o reconhecimento do sentido das palavras e estruturas do
texto
• Foco na interação autor-texto-leitor
• Concepção interacional (dialógica) da língua
• Os sujeitos são vistos como “atores/construtores sociais, sujeitos ativos que –
dialogicamente – se constroem e são construídos no texto
• A leitura é uma atividade interativa altamente complexa de produção de
sentidos
Relações entre o autor, o texto e o leitor
• O papel do leitor enquanto construtor de sentidos
• Estratégias como:
• Seleção
• Antecipação
• Inferências
• Verificação
O LEÃO E O SOL
Nilson Mello – Coleção Olho Mágico – Sementinhas
*tracking – atrelamento
Painel: Qual a importância do trabalho com a
leitura na Educação Infantil?
Letramento Literário
• Letramento – os usos que fazemos da língua em nossa sociedade
• Designa as práticas sociais da escrita que envolvem a capacidade e os
conhecimentos, os processos de interação e as relações de poder relativas ao uso da
escrita em contextos e meios determinados
• As práticas sociais da escrita são diversificadas
• Letramentos (no plural) – pluralidade do letramento
• Letramento Literário
• Um dos usos sociais da escrita
• Tipo de letramento singular
• Ele demanda um processo educativo específico que a mera prática de leitura dos
textos literários não consegue sozinha efetivar
• “processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos”
• É uma experiência de dar sentido ao mundo por meio de palavras que falam de
palavras, transcendendo os limites de tempo e espaço
“a adequada escolarização da literatura é aquela que
conduz a práticas de leitura que ocorrem no contexto
social, a atitudes e aos valores que correspondem ao
ideal de leitor que se quer formar”.
Contexto-leitor
Contexto
Contexto-texto
Contexto-
intertexto
Leituras literárias
Texto-autor
Texto-leitor
Texto
Texto-contexto
Texto-intertexto
Intertexto-autor
Intertexto-leitor
Intertexto
Intertexto-texto
Intertexto-
contexto
• Desenvolvimento da Competência Literária
• Ler o texto
• Ler o contexto (o que ele traz consigo)
• Ler o intertexto ( lugar desse texto dentro de um repertório)
• Prática guiada e organização da Sequência Didática
Atividade
A partir dos pontos apresentados e das discussões realizadas, elabore
uma proposta de trabalho de leitura utilizando a obra entregue ao
grupo. Essa proposta deve contemplar, principalmente:
1) Objetivo
2) Organização (etapas) da Sequência Didática
3) Avaliação (Critérios)
Habilidades Socioemocionais
• Autonomia
• Colaboração
• Curiosidade Investigativa
• Pensamento crítico
• Gestão da informação
• Gestão de processos
• Resolução de problemas
• Comunicação
• Liderança
• Criatividade
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
• Princípios éticos – valorização da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às
diferentes culturas, identidades e singularidades.
• Princípios políticos – garantia dos direitos de cidadania, do exercício
da criticidade e do respeito à ordem democrática.
• Princípios estéticos – valorização da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
Além disso, devemos considerar...
• A ludicidade
• Organização do tempo
• Atividades permanentes
• Sequências de atividades (Projetos)
• Observação, registro e avaliação formativa
Citações
“Não há como evitar que a literatura, qualquer literatura, não só a
literatura infantil e juvenil, ao se tornar ‘saber escolar’, se escolarize e
não se pode atribuir, em tese, [...] conotação pejorativa a essa
escolarização, inevitável e necessária; não se pode criticá-la, ou negá-la,
porque isso significaria negar a própria escola [...]. O que se pode
criticar, o que se deve negar não é a escolarização da literatura, mas a
inadequada, a errônea, a impropria escolarização da literatura, que se
traduz em sua deturpação, falsificação, distorção, como resultado de
uma pedagogização ou uma didatização mal compreendidas que, ao
transformar o literário em escolar, desfigura-o, desvirtua-o, falseia-o”
(SOARES, Magda B. “A escolarização da literatura infantil e juvenil”. In: EVANGELISTA, Aracy A. M.; BRANDÃO, Heliana M. B.; MACHADO, Maria Z. V. Escolarização da
leitura literária. Belo Horizonte: Autêntica, 2011).
“Ler, no sentido de construção de sentidos a partir de textos, supõe
normas, códigos de interpretação aprendidos numa comunidade;
supõe a aprendizagem de comportamentos face ao texto e ao contexto
onde se lê, comportamentos ‘oficialmente’ sancionados e
culturalmente aceitos relativamente ao que se deve ser uma leitura
apropriada, ao que deve ser resposta do leitor e, também, ao que é
texto válido. Nesta perspectiva, os códigos de leitura ensinados,
qualquer que seja o modelo pedagógico, podem ser vistos como
conjuntos de constrangimentos na relativa (e enfatizo relativa)
liberdade interpretativa dos alunos leitores”.
(DIONÍSIO, Maria de Lourdes T. A construção escolar de comunidade de leitores. Coimbra: Almedina, 2000.)
“A tarefa de uma metodologia voltada para o ensino da literatura está
em, a partir dessa realidade cheia de contradições, pensar a obra e o
leitor e, com base nessa interação, propor meios de ação que
coordenem esforços, solidarizem a participação nestes e considerem o
principal interessado no processo: o aluno e suas necessidades
enquanto leitor, numa sociedade em transformação”.
(AGUIAR, Vera T.; BORDINI, Maria da Glória. Literatura: a formação do leitor. Alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988)
“O tipo de avaliação literária consistente com a pedagogia de
transformação individual e social deve ser a extensão coerente dos
objetivos e métodos prescritos para a implementação de metas
objetivas. Se a literatura na escola é acessada através da testagem da
compreensão de determinados textos ou no treinar alunos para
costurar as anotações ditadas pelos professores na turma, a resposta
literária estará cada vez mais distante de se tornar responsabilidade
literária”.
(LEAHY-DIOS, Cyana. Educação literária como metáfora social. Niterói: Eduff, 2000.
“Tornar-se e ser-se leitor não envolve apenas o domínio e mestria de
uma técnica, mas envolve também uma forma de posicionamento face
ao escrito é às práticas de apropriação dos sentidos textuais. Este
posicionamento, constitutivo da história pessoal de cada sujeito, é uma
função de um processo social mais vasto que prescreve um conjunto de
convenções sobre as possibilidades e impossibilidades inerentes às
ações individuais e sociais da leitura”.
(DIONÍSIO, Maria de Lourdes T. A construção escolar de comunidade de leitores. Coimbra: Almedina, 2000.)
“Em relação aos professores e outros profissionais da leitura, o
reconhecimento da competência que determinados textos demandam,
pode ajuda-los a oferecer às crianças uma experiência de leitura mais
rica, mais valiosa, tanto para fins didáticos quanto estéticos, tanto na
prática cotidiana da sala de aula quanto na formulação de políticas
públicas. Isto, porém, pressupõe uma crença (ou as diretrizes do
currículo nacional) de que a compreensão mais profunda da literatura é
um objeto desejável em educação. Pessoalmente, eu acho que é um
objetivo imperativo”.
(NIKILAJEVA, Maria. Literacy, competence and meaning-making: a human sciences approach. Cambridge Journal of Education, v. 40, n. 2, 2010.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0305764X.2010.481258.)