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POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA

SOCIAL NO BRASIL
ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL: da
República Velha aos anos 80.

 Assistir às necessidades de
pessoas é uma prática antiga na
história da humanidade,
contudo adquire formas e
entendimentos diferentes,
conforme a conjuntura de cada
época e de cada sociedade.
A família que antes se apresentava
como possibilidade de amparar,
hoje necessita de amparo.
 Se no passado as pessoas, quando em
situação de fragilidade, eram naturalmente
amparadas pelos familiares e por seu grupo
social, na atualidade precisamos da oferta
de recursos e serviços essenciais à
sobrevivência – sem previsão de data para o
seu término – a uma parcela cada vez mais
larga da população.
“Com a expansão do capital e a
pauperização da força de trabalho, a
assistência irá sendo apropriada pelo
Estado sob duas formas: uma que se
insinua como privilegiada para
enfrentar politicamente a questão
social; outra para dar conta de
condições agudizadas de pauperização
da força de trabalho.”
(Sposati:1992:41)
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL NO BRASIL

 PERÍODOS INICIAIS À
DÉCADA DE 30
TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Período Imperial até 1889

Característica do período: Filantropia caritativa


(Assistência e repressão).

Tipos de Organizações Tipos de Regulação


 Obras caridosas  Religiosa
 Atendimento conjunto  Testamentos, subscrições
(uma só massa) a órfãos, e auxílios provinciais
inválidos enfermos, (pela junta da Fazenda
delinqüentes e alienados. Nacional ou Câmara
Municipal do Impérios.

Fonte: Mestriner, Idem: 45


Primeira República: 1889 a 1930
Filantropia higiênica: assistência, prevenção e segregação

Tipos de Organizações Tipo de Regulação


•Obras sociais •Médico-religiosa
•Atendimento por especialidades para: •Auxílios provinciais (Pela Junta
crianças (asilos, orfanatos e internatos); da fazenda Nacional ou Câmara
•Velhos e inválidos (asilos); Municipal)

•Alienados (hospícios); •Jurídica

•Mendigos (asilos de mendicidade); •1o. Juízo de Menores no Rio de


Janeiro (1923);
•Doentes 9sanatórios, dispensários,
lazaretos); •Código de Menores de 1926

•Imigrantes (instituições de auxílio


mútuo).
A ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA
ATÉ OS ANOS 30

A pobreza no Brasil era tratada como “caso


de polícia e compreendida como
conseqüência de disfunções individuais.
Quem deveria lidar com esse fenômeno era
a rede de instituições filantrópicas e a
prática da caridade. O Estado entrava
apenas com o apoio político, com subsídios
e ainda com a fiscalização às instituições
existentes.
“Assistência, filantropia e benemerência
têm sido tratadas no Brasil como irmãs
siamesas, substitutas uma da outra.
Entre conceitos, políticas e práticas,
tem sido difícil distinguir o
compromisso e competências de cada
uma destas áreas, entendidas como
sinônimos, porque de fato escondem –
na relação Estado-sociedade – a
responsabilidade pela violenta
desigualdade social que caracteriza o
país. “ (Mestriner, 2001:14)
Filantropia
“ A filantropia (...) relaciona-se ao amor do homem pelo
ser humano, ao amor pela humanidade. No sentido mais
restrito, constitui-se no sentimento, na preocupação do
favorecido com o outro que nada tem, portanto, no gesto
voluntarista, sem intenção de lucro, de apropriação de
qualquer bem. No sentido mais amplo, supõe o
sentimento mais humanitário: a intenção de que o ser
humano tenha garantida condição digna de vida. É a
preocupação com o bem-estar público, coletivo. É a
preocupação de praticar o bem. E aí confunde-se com a
solidariedade.” (Mestriner, op. Cit.: 14)
A IGREJA

A Igreja acabou por atribuir a filantropia o sentido da


caridade, da benemerência, acabando por se confundir
com a bondade. Nessa área, exerceu um certo
monopólio. Assim, as formas de ajuda material (em
dinheiro ou em produtos) são as que mais prevalecem.
“A benemerência se expressou em todos os níveis e
foi alvo de inúmeras regulamentações. A nobreza
criou o ‘ esmoler’ para recolher o benefício e os
‘vinteiros’ para verificar a necessidade; a Igreja criou
os diáconos, que visitavam os assistidos e mediam
suas necessidades; as misericórdias coletavam
esmolas para ajudar principalmente os órfãos e se
constituíram na primeira forma organizada de
assistência no Brasil; (...) O favor foi outra forma
consolidada de relação social no Brasil, dando-se de
forma verticalizada entre senhor e o apadrinhado.”
(Mestriner, Idem:14/15)
A BENEMERÊNCIA INSTITUCIONALIZADA:

Através de obras de asilamentos ou internações


(asilos, orfanatos, abrigos) , por exemplo
através das Santas Casas de Misericórdia:.
“(...) os pobres eram considerados como grupos
especiais, párias da sociedade, frágeis ou
doentes.” (Sposti, Op. cit.: 42)

Àquela época, a assistência social se misturava com


as necessidades de saúde e, assim, a assistência
adquiriu a característica do modelo médico-social.
Também existia a benemerência
institucionalizada de forma
“aberta” e que proporcionavam a
“ convivência entre a família e as
formas institucionais, como
espaços de apoio.” (Sposati, in
Mestriner, Ibidem:16)
A filantropia regulada inicialmente pela
Igreja e depois pelo Estado.
Segundo Mestriner (Idem), a filantropia adquire a
característica caritativa e adiante, higiênica,
disciplinadora, pedagógica profissionalizante, vigiada e de
clientela. “ Foi se construindo uma estratégia de
intervenção no espaço urbano de controle da pobreza e
das ‘classes desviantes’, que reduziu indigentes,
abandonados, inválidos, doentes e delinqüentes à
categoria de ‘assistidos sociais’, para os quais foram se
acumulando espaços institucionais próprios de
promoção/educação/reabilitação, com enunciados
científicos, técnicos, administrativos e jurídicos que até
hoje vigoram fortemente.’ (30/40)
FILANTROPIA E ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS

 Dentro desse modelo de benemerência,


várias organizações sociais forma formadas
ao longo de cerca de 400 anos do processo
histórico brasileiro, inicialmente pela Igreja,
outras criadas por fazendeiros (devido às
condições de saúde dos imigrantes) e outras
de cunho étnico, de auxílio mútuo, como as
sociedades Beneficentes.
PRIMEIRA INSTITUIÇÃO DE
ASSISTÊNCIA (modelo da benemerência)
Irmandade da Misericórdia, pautada na esmola,
foi criada em São Paulo em 1560. Inicialmente
ofertava dotes aos órfãos e caixão para os pobres.
(Mestriner, Idem: 40).
Outras instituições foram criadas, seguindo o
mesmo modelo: Convento São Bento (1598),
Venerável Ordem dos Frades Menores Franciscanos
(1640), Recolhimento Santa Tereza (1685) e que
ajudavam pobres, órfãos, enfermos, doentes
psiquiátricos (alienados), e delinqüentes, através de
ajuda material, abrigo e apoio espiritual.
A Santa Casa de Misericórdia
“ Junto com os beneditinos, franciscanos e carmelitas,
a Santa Casa de Misericórdia foi exemplo expressivo
da ação social das ordens religiosas, sendo o
atendimento predominante nesse período. A Santa
Casa instalou inicialmente, em São Paulo, serviços
ambulatoriais e hospitalares que foram se ampliando
gradativamente, até criar novos serviços, como o
‘lazareto’, hospital para hansenianos (1825); a roda
dos enjeitados ou dos expostos (1825), sistema que
vigorou até 1927, quando foi extinto pelo Código de
Menores; asilo para inválidos e assistência a presos e
alienados.” (Mestriner, Idem: 41).
O ESTADO
Na história brasileira percebe-se a entrada
do Estado na área da assistência com a
institucionalização dos Seguros Sociais (a
exemplo a Lei Eloy Chaves, 1923 –
CAP’s). A partir de então, o Estado passava
a reconhecer a questão social como uma
questão a ser resolvida no campo da
política.
“A assistência começa a se configurar quer
como uma esfera programática de ação
governamental para a prestação de serviços,
quer como mecanismo político para
amortecimento de tensões sociais.”
(Sposati, ibidem),

A assistência, cada vez mais sob a responsabilidade


do Estado, é oferecida à sociedade como
benevolência, reforçando a imagem de Estado
benfeitor.
ASSISTÊNCIA SOCIAL NÃO É
BENEMERÊNCIA
“ A assistência social, além de delimitar a ação a um
campo, o social, institucionaliza um prática,
imprime uma racionalidade, constrói um
conhecimento. Assim, ela compreende um
conjunto de ações e atividades desenvolvidas nas
áreas pública e privada, com o objetivo de suprir,
sanar ou prevenir, por meio de métodos e técnicas
próprias, deficiências e necessidades de indivíduos
ou grupos quanto à sobrevivência, convivência e
autonomia social.” (Mestriner, idem;16)

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