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ESCOLA DO DIREITO

CAMPUS MOSSORÓ

DIREITO PENAL – SOCIOLOGIA E TEORIA DO CRIME

Prof. Vicente Oliveira


1ª, 2ª e 3ª aulas

2019.1
Coord. Vânia Furtado de Araújo

17/04/2019 1
Ementa
DIREITO PENAL - SOCIOLOGIA E TEORIA DO CRIME

A disciplina reflete sobre os mecanismos e instituições


que geram mudanças sociais, relacionando-os com as bases
sociológico-jurídicas, bem como sobre conceito de crime, a
principiologia penal (conforme a Constituição) e trabalha com a
teoria da lei penal a partir de um enfoque constitucionalmente
adequado, identificando os marcos históricos e políticos
relacionados às garantias constitucionais, desenvolvendo o
espírito crítico sobre a aplicação da lei penal no espaço e no
tempo e à teoria do delito, especialmente a tipicidade e a
antijuridicidade, cotejando a teoria com a prática vivenciada.

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Reinaldo Dias –
Sociologia do
Direito

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Aula • 1. Compreender as concepções de
Marx, Durkheim e Weber e seus
1. PANORAMA condicionamentos sociológicos;
HISTÓRICO DA
SOCIOLOGIA DO
DIREITO • 2. Relacionar as instituições e
operadores do direito
influenciam/geram mudanças sociais
Pesquisa: a partir de casos contemporâneos,
SABADELL, Ana Lúcia. Manual de
Sociologia Jurídica. 6ª ed. São Paulo: relacionando-os com o bases
Revista dos Tribunais, 2013.
sociológicas em questão;

• 3. Refletir sobre as relações mútuas


entre mudança social e concepções
sociológicas na contemporaneidade.
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• Qual a importância do Direito para a
Sociedade?

• Sociedades Antigas
• Na Idade Média
• Na Sociedade Contemporânea

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Estupro Virtual: entenda
Contextualizando
o crime.

• Fonte: https://marivaldomoreira.jusbrasil.com.br/artigos/654317500/estupro-
virtual-entenda-o-crime?ref=topic_feed
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• O fato começa com uma solicitação de amizade, que
logo vira paquera. A vítima envia a primeira foto íntima, o
primeiro “nudes”, morde a isca. O criminoso passa a
chantageá-la, ameaçando compartilhar a foto, configurando
assim o crime de “estupro virtual”.

• A redação do artigo 213, do CP não cita o “estupro


virtual”, mas caracteriza-se o estupro como o ato de
“constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso”.

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• Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso:
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

• § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor


de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
• § 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)

• Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de


1940 - Código Penal

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Com isso, o “estupro virtual” é assim
denominado pelo fato de que toda a ação acontece
sem o contato físico com a vítima.

O referido crime pode ocorrer, por exemplo,


quando uma pessoa, por meio da internet, WhatsApp,
Skype ou outra mídia social, venha a constranger ou
ameaçar a outra a tirar a roupa na frente de uma
webcam ou se fotografar nua, válido tanto para
homens como para mulheres.

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No dia 10 de agosto de 2017, ocorreu a
condenação do primeiro caso do que ficou
conhecido como “estupro virtual”. O episódio
aconteceu na capital piauiense, Teresina,
resultando na prisão de um técnico de
informática de 34 anos. O agressor ameaçou
publicar fotos íntimas da vítma.

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Jovens que cometeram crimes - Estados Unidos
• https://www.youtube.com/watch?v=UGhJr4z
A3eE&feature=youtu.be

• Sérgio Moro apresenta projeto de lei anticrime e


corrupção - 04/02/2019
• https://www.youtube.com/watch?v=fuHGWH
EG37M

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Aula Em que medida o conflito pode
2. CONTROLE E gerar mudança social?
CONFLITO SOCIAL

Pesquisa
O Direito Penal é instrumento de
complementar:
Tavares dos Santos, José Vicente. controle social?
Violências e dilemas do controle social
nas sociedades da "modernidade
tardia". São Paulo Perspec., vol.18, n.1,
pp.3-12, 2004.
(http://www.scielo.br/scielo.php?scrip
De que forma isso se
t=sci_arttext&pid=S0102-
88392004000100002&lng=en&nrm=is
relaciona com o exercício do
o)
poder pelo Estado?

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Luís da Câmara Cascudo e a Pena de Morte na
Cidade do Natal

Fonte: http://www.omossoroense.com.br/luis-da-camara-cascudo-e-a-pena-de-
morte-na-cidade-do-natal/
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Estava em vigor o Código de Processo
Criminal do Império (Lei de 29 de novembro de
1832) com as modificações da Lei de 3 de
dezembro de 1841, sob o número 261, e o
Regulamento 120, de 31 de janeiro de 1842.

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• Quatro homens morreram na Cidade do Natal por ordem da
Lei.
1. Pretinho foi enforcado a 23 de maio de 1843;
2. Inácio José Baracho a 30 de julho de 1845;
3. Alexandre José Barbosa a 31 de outubro de 1846;
4. Valentim José Barbosa, por não haver sentenciado que o
quisesse executar, teve morte por fuzilamento, a 7 de agosto
de 1847.

5. Momentos antes do enforcamento, o sentenciado passeava


(com as mãos amarradas) pelas ruas do bairro, acompanhados
do padre, juiz municipal, promotor de justiça, policiais, familiares
e amigos...para a despedida.

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Em Natal o aceno que fazia o carrasco sacudir o
condenado para a morte era o juiz municipal tirar o chapéu.
Com os últimos estrebuchões o réu ficava imóvel.
Verificado o óbito, cobriam o cadáver com um pano
grosseiro. Permanecia o morto, pendurado na forca, algumas
horas. A família podia reclamar o corpo e sepultá-lo “sem
pompa, sob pena de prisão por um mês a um ano”, dizia o art.
42 do Código Criminal. Pedido ou não, sempre o
Governo mandava enterrar o defunto no sagrado (capela de
Nossa Senhora do Rosário).

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Natal/RN
A forca em Natal era armada na praça ou largo do
Quartel da Tropa de Linha (praça Tomás de Araújo
Pereira, atualmente, 1946, murada e sem serventia pública).
Aí sucumbiu José Pretinho em 1843. Também ergueram
a forca ao lado, onde era o mercado do peixe, englobado na
construção do atual edifício do mercado público da Cidade Alta
(Banco do Brasil – Centro – Av. Rio Branco).
Não ficava armada, assombrando os transeuntes, numa
ameaça constante. A lei mandava desarmá-la logo após o
suplício. E sua construção era rápida, durante apenas
algumas horas de trabalho, tarefa que se fazia ao escurecer da
véspera da execução ou nas horas da madrugada do dia
maldito. As despesas seriam-pagas pelo governo da Província.

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Cadeia Pública de Mossoró/RN

Fonte: http://www.omossoroense.com.br/137-anos-do-predio-da-cadeia-
publica-de-mossoro-geraldo-maia/
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O ano de 1877 ficou marcado na história do Nordeste
brasileiro como “o ano da seca dos dois setes”. Foi uma das
piores já registradas e seus efeitos foram devastadores. Milhares
de sertanejos foram obrigados a abandonar suas terras, fugindo
da fome e da seca em busca de salvação.
Por esse período Mossoró figurava como a mais
próspera cidade do interior do Rio Grande do Norte, com vasto
comércio, que atendia não apenas o Oeste Potiguar, mas
também parte da Paraíba e do Ceará. Por tudo isso era a cidade
mais procurada pelos retirantes.
E de repente a cidade se encheu de uma estranha gente,
maltrapilha e esfomeada, implorando migalhas de comida. Já
não existia dignidade para aquela gente, que de tudo era capaz
para conseguir alimento; até roubar.
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• Para manter a integridade e a segurança dos cidadãos
mossoroenses, e ao mesmo tempo amenizar a fome daquela pobre
gente, foi criada a Comissão de Socorros Públicos, que tinha como
presidente o Juiz Municipal Manuel Hemetério Raposo de Melo. Essa
Comissão tinha por objetivo organizar frentes de trabalho que
participariam da construção de algumas obras públicas, tendo como
único pagamento uma mísera ração de rapadura, farinha e bolacha seca.
Mas foi a salvação de muitos.

• Uma das obras realizadas por esses trabalhadores foi o prédio da


Cadeia Pública, prédio esse que abrigaria também a Câmara Municipal.
Esse prédio teve a sua construção iniciada em 1878, sendo
inaugurado em 8 de abril de 1880, quando o administrador de obras
Astério de Souza Pinto, fez a entrega do prédio ao
Coronel Francisco Gurgel de Oliveira, Presidente da Intendência.

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O prédio foi construído em dois andares: no andar térreo
tinha porões, celas e alojamentos para o Corpo de Guarda; no
andar superior, foi instalada a Câmara Municipal, que
inaugurou as novas instalações a 14 de abril do mesmo ano, data
essa em que foi realizada a sua primeira sessão.

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O professor Lauro da Escóssia, em seu livro “Cronologias
Mossoroenses”, narra um fato curioso acontecido com o Dr. Manuel
Hemetério.
O Dr. Hemetério, “tinha por hábito fiscalizar diariamente o
andamento da construção, demorando-se por horas no interior do prédio.
Certa tarde, entrara o magistrado numa dependência interna, sem
que ninguém percebesse a sua presença. E ao encerrar o horário de trabalho,
pedreiros e serventes fecharam o prédio e se recolheram às suas residências.
Já noite, um carreiro (tangedor de carros de boi), vindo do porto de
Santo Antônio, ao passar defronte a construção, ouviu gritos que dali partia
e ao se aproximar percebeu tratar-se de alguma pessoa. Grande foi a sua
surpresa ao reconhecer o Dr. Manuel Hemetério, o Juiz construtor do
prédio, que por esquecimento dos operários ficou ali fazendo às vezes de
primeiro detento da Cadeia Pública de Mossoró. Foram procurar o
administrador da obra que outra alternativa não teve senão deslocar até o
prédio em construção para soltar o Dr. Manuel Hemetério”.

17/04/2019 22
• Qual a importância do Direito para a
Sociedade?

• Sociedades Antigas – Morte. Julgamento dos Beduínos.


Tribunal Popular (fogueira x crime e pena).

• Na Idade Média – Prisão. Forca. Desmembrar corpos (cavalos


e armas). Michel Foucault – “Vigiar e Punir” e Microfísica do
Poder”. Modelo Panóptico de prisão.

• Na Sociedade Contemporânea – Prisão. Fuzilamento. Forca.


Trabalhos Forçados.

17/04/2019 23
As penas aplicadas são frutos do poder punitivo
do Estado.
O Estado e a mão invisível.

Sanção aplicada aos infratores das normas de


convivência social.

Temos que estudar o comportamento da(s)


sociedade(s) para entendermos o Direito

17/04/2019 24
O Direito e a Sociologia
CONTROLE SOCIAL TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
PLANEJAMENTO:
• Certeza e segurança • Direitos Sociais: art. 6° CF, 1988.
jurídica • Educação (preso. Pessoa com
deficiência...);
• Saúde;
• Aplicação das Normas • Moradia (pessoa com
deficiência);
• Lazer;
• Segurança;
• Previdência Social;
• Proteção a maternidade e a
infância, etc.
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O Direito e a Sociologia

A Sociologia vai estudar as formas como


as sociedades se organizam e o Direito vai dizer
quais as normas de convivência(s) mais
adequada(s) para uma determinada sociedade.

Havendo infração, haverá punição!

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O ADULTÉRIO COMO CRIME
(mudança no costume altera dispositivo da Lei Penal)

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• Adultério não é crime, mas pode custar caro.

Dano Moral. Tem aumentado o número de


ações civis contra os adúlteros, muitas vezes
condenados a ressarcir quem foi passado para
trás.
Esse tipo de punição ficou mais comum a
partir de 2005, quando o adultério saiu do
Código Penal e deixou de ser motivo de prisão.

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• Art. 240 - Cometer adultério:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses.

§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu.

§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo


cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o
conhecimento do fato.
Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 28.03.05)

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Casos
• Natal/RN

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LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA
(Código Penal do Paquistão)

17/04/2019 31
Família de cristão morto é paga pelo
assassinato - I

A família de um menino cristão que foi morto enquanto


estava sob custódia da polícia foi compensada por mais do que
o valor padrão pago em casos semelhantes.
Um advogado que trabalha para a família chamou o
resultado de uma "vitória rara". Arsalan Masih, um estudante de
16 anos de idade de Sheikhupura, no nordeste da província de
Punjabe, morreu após um ataque brutal de policiais em 9 de
outubro de 2017.

17/04/2019 32
Família de cristão morto é paga pelo
assassinato - II

Os seis suspeitos (Muhammad Imtiaz, Muhammad


Rashid, Muhammad Arshad, Muhammad Tanveer, Robin Masih e
Muhammad Iqbal) ofereceram à família três milhões de rúpias
(cerca de 92 mil reais) sob o conceito islâmico de diyat (dinheiro
de sangue), como restituição em troca perdão.
Cada um deles passou mais de quatro meses na prisão. A
seção 319 do Código Penal do Paquistão diz: “Quem cometer
qatl-i-khata (que significa homicídio por engano) estará sujeito a
pagar o diyat”.

17/04/2019 33
Família de cristão morto é paga pelo
assassinato - III
Khurram Shahzad Maan, diretor executivo da
Organização de Assistência Jurídica, uma afiliada do Centro
Europeu de Direito e Justiça, disse à Portas Abertas que o
governo do Paquistão revisa o montante fixado para o diyat a
cada ano. Este ano está fixado em 1.935.594 rúpias (cerca de 60
mil reais).
No entanto, a família dele recebeu três milhões de
rúpias paquistanesas, disse ele. Em 14 de março, o Juiz do
Tribunal de Sessões, Aarif Mahmood Khan, aceitou essa troca
como legal sob a lei paquistanesa e absolveu todos os seis
homens da acusação de homicídio.
http://www.cpadnews.com.br/universo-cristao/44032/familia-de-cristao-morto-e-paga-pelo-
assassinato.html

17/04/2019 34
CRIME DE SANGUE
(ALBÂNIA)

17/04/2019 35
Crime de Sangue na Albânia - I

Centenas de crianças na Albânia vivem


atualmente aprisionadas em suas próprias casas por
medo de serem mortas em crimes de vendeta, uma
tradição do país.

Hostilidade entre famílias, grupos ou


organizações criminosas.

17/04/2019 36
Crime de Sangue na Albânia - II
• Nikolin, de 11 anos, sonha com o dia em que poderá sair do portão de
casa para ir à escola.

• "Eu imagino que deva ser um lugar bonito, com cadeiras, bancos e um
quadro negro", disse o menino ao repórter Mike Lanchin, da BBC. "Eu me
imagino lá, com um monte de crianças."
• Sentado na varanda da pequena casa de seus pais, em uma zona rural no
norte da Albânia, ele olha com melancolia para o portão da casa, que
marca a fronteira entre a segurança e o perigo.

• "Seria ótimo fazer amigos, brincar, aprender e receber amigos em casa",


diz ele.
• Quando perguntado se sabe por que não pode sair, ele responde: "Sei
que posso ser morto lá fora".

17/04/2019 37
Crime de Sangue na Albânia – III
(Feudo de sangue)
Nikolin e seus três irmãos e irmãs tiveram o azar de ter nascido em
uma família envolvida em um feudo de sangue, ou vendeta, há mais de 30
anos.
• O pai das crianças, Kole Ndrepepa, era apenas um adolescente
quando matou um vizinho após uma discussão perto do vilarejo onde
mora.
• De acordo com o antigo código albanês, o Kanun, "sangue se paga
com sangue", e a família da vítima se vê no direito de se vingar matando
qualquer parente masculino do assassino.
• A regra vale mesmo que o assassino já tenha cumprido pena pelo
crime. No caso de Kole, foram 15 anos de prisão.
• "Depois que saí da prisão, tentei me reconciliar com os parentes da
vítima, mas não consegui", diz o homem, de 50 anos. "Agora, estamos
todos com medo de sair porque devemos sangue."

17/04/2019 38
LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA
(BRASIL)

17/04/2019 39
Legítima Defesa da Honra

• Durante décadas, no Brasil, o homem que


matasse uma mulher - esposa, namorada, amante,
ex-esposa, ex-namorada ou ex-amante - tinha uma
saída fácil para se livrar da cadeia.
• Bastava alegar que estava lavando a honra com
sangue - a chamada 'legítima defesa da honra‘.
• A absolvição era garantida. Nos anos 80,
julgamentos históricos, como o de Doca Street,
derrubaram o argumento e parece relegá-lo ao
folclore jurídico nacional.

17/04/2019 40
O Caso Doca Street
(mudança no Direito Penal Subjetivo e Interpretação)

17/04/2019 41
Doca Street e Ângela Diniz

Fonte: https://canalcienciascriminais.com.br/crime-passional-doca-street/

17/04/2019 42
• O motivo do crime foi a não aceitação da escolha de Ângela
em terminar o relacionamento, razão pela qual foi considerado um
homicídio passional e a tese defensiva articulada fora a “legítima
defesa da honra com excesso culposo”. Teria Doca realmente
matado por amor?

• Doca Street e Ângela Diniz se conheceram em agosto de 1976


durante um jantar realizado pela elite paulistana, instante em que
perceberam grande sintonia. Um mês depois, apaixonado, Doca
abandonou sua esposa e filhos para viver sua paixão com Ângela.

• Assim, o casal passou a morar na casa que Ângela tinha em


Búzios (RJ). Desde então a socialite que bancava todos os luxuosos
gastos do casal, passando, literalmente, a sustentar Doca Street.

17/04/2019 43
A briga fatídica aconteceu na véspera do ano novo de
1976/1977, onde o casal decidiu passar o dia na praia. Entre
muitos coquetéis de vodca, Ângela ficava cada vez mais
desinibida, o que estava irritando seu controlador, Doca Street.

A gota d’água foi quando uma alemã, Gabrielle Dayer,


chegou até Ângela oferecendo os artesanatos que confeccionava
e vendia na praia, momento em que a moça se encantou pela
estrangeira e tentou seduzi-la. Doca não tolerou o
comportamento da namorada, sentiu-se humilhado, e, então,
retornaram para casa em que viviam.

17/04/2019 44
O Caso Doca Street - I

• As mulheres pressionaram o Estado


brasileiro a acabar com o crime de “Legítima
Defesa da Honra”, colocando um ponto final
e avançando em defesa dos direitos das
mulheres, de forma ampla.

17/04/2019 45
O Caso Doca Street - II
• Trechos da sustentação oral do advogado
Evandro Lins e Silva na defesa do caso Doca
Street.

https://www.youtube.com/watch?v=chd_bciOn
mc

17/04/2019 46
O Caso Doca Street - III
Violência contra a mulher
(O assassinato de Ângela Diniz)

• https://www.youtube.com/watch?v=fyNPgxm
bfdY

17/04/2019 47
Aula • Questões para reflexão: O
3 - CRIME E PODER crime é um ente que existe por
- Legitimidade si só? Qual é o papel do
social e consenso fenômeno crime?

Complementar: • Vejamos o crime nas


Sieber, Ulrich. Limites do direito sociedades antigas e
penal: princípios e desafios do
novo programa de pesquisa em
contemporâneas
direito penal no Instituto Max-
Planck de direito penal
estrangeiro e internacional. Rev.
direito GV, Jun 2008, vol.4, no.1, • Níveis de Conhecimento
p.269-330.
(http://www.scielo.br/sc
Científico

17/04/2019 48
Qual a importância do Direito para as
Sociedades?
• Sociedades antigas - é um longo período da história que se
inicia mais ou menos no ano 600 a.C., com a consolidação do
mundo grego, e perdura até 476 d.C., com a queda do Império
Romano do Ocidente. Tribunal Popular do Clã. Pena:
Isolamento; pena cruel (cortar a mão); morte por degola.

• Na Idade Média - a queda do Império Romano do Ocidente,


em 476 d.C., e a tomada de Constantinopla pelos turcos, que
ocorreu em 1453, com a queda do Império Bizantino.

 (Tribunal de Vlad Tepes). Pena: empalamento ou empalação


(inimigos do reino e jurisdicionados).

17/04/2019 49
Na Sociedade Contemporânea - Direito precisa
de um constante exercício de se repensar, de revisar
suas regras, de aprimorar suas instituições e de buscar
novos olhares sobre as relações sociais.

Saddam Hussein - Iraque - Pena: Enforcamento, em


2006.
Países como: a Síria, Tunísia, Paquistão, Líbia e
Arábia Saudita onde é permitida atualmente a
execução de condenados, com o uso de espadas.

17/04/2019 50
O Direito

É um instrumento que visa à solução de


conflitos, bem como a garantia de direitos individuais
e coletivos que permite uma coexistência pacífica e
uma vida digna a todos.
Ao se pensar o Direito, deve se estar atento à
dinâmica das relações humanas, com todas as facetas
que integram a sociedade, sejam elas de ordem
econômica, cultural, política, social ou ambiental.

Fonte: Cesar Riboli. http://www.fw.uri.br/NewArquivos/publicacoes/publicacoesarquivos//245.pdf

17/04/2019 51
NÍVEIS DE
CONHECIMENTO CIENTÍFICO

17/04/2019 52
NÍVEIS DE
CONHECIMENTO CIENTÍFICO

17/04/2019 53
NÍVEL SUPERORGÂNICO

• “É observado no mundo dos seres


humanos em interação: linguagem, religião,
filosofia, ciência, tecnologia, ética, usos e
costumes e outros aspectos culturais e da
organização social”.

Eva Maria Lakatos

17/04/2019 54
CLASSIFICAÇÃO
DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Antropologia cultural: confronta culturas, no espaço e


no tempo.

Economia: atividade humana com vista à organização


de recursos (“produção, circulação, distribuição e
consumo de bens e serviços”, segundo Lakatos).

Política: estuda o poder (no espaço público).

17/04/2019 55
CLASSIFICAÇÃO
DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

• Psicologia social: a sociedade enquanto


motivadora do comportamento humano.

• Sociologia: estuda as relações sociais.

• Direito: estuda as normas que regulam as


relações sociais.

17/04/2019 56
SOCIOLOGIA

“Estudo científico da organização e do


funcionamento das sociedades humanas e das
leis fundamentais que regem as relações sociais,
as instituições etc.

Houaiss

17/04/2019 57
SOCIOLOGIA DO DIREITO

• “Estudo das instituições e práticas jurídicas


como produtos de processos sociais, e dos
efeitos que, inversamente, elas produzem
sobre a sociedade, bem como das maneiras
como as instituições jurídicas se articulam
com os demais setores da vida social”.

Houaiss

17/04/2019 58
A Sociologia e o Direito

17/04/2019 59
• As concepções de sociedade e sua organização
a partir de alguns recortes:
• Durkheim – O que é Fato Social.
• Karl Marx – A ideologia Alemã. (Estado e
Direito).
• Max Weber – Ação Social e Relação Social.

 Precisamos entendermos a organização da


sociedade e os fatores que nos levam a normatizar a
vida social.

17/04/2019 60
Aula Qual o papel do fenômeno
3 - CRIME E PODER crime?
- Legitimidade
social e consenso
(Contextualização com
O crime parece emergir do
Durkheim) poder.

Complementar:
Sieber, Ulrich. Limites do direito
penal: princípios e desafios do novo
programa de pesquisa em direito
penal no Instituto Max-Planck de
direito penal estrangeiro e
internacional. Rev. direito GV, Jun
2008, vol.4, no.1, p.269-330.
(http://www.scielo.br/sc

17/04/2019 61
Sociologia – Durkheim
(Estuda o comportamento social – O QUE É
FATO SOCIAL?)

17/04/2019 62
Quem foi Durkheim?

Émile Durkheim é considerado um dos


fundadores da sociologia moderna. Com suas
contribuições, o campo sociológico se estabeleceu
como uma nova ciência.

Nascido na França, o sociólogo Émile Durkheim


(1858-1917) é considerado um dos autores fundadores
da sociologia moderna.

17/04/2019 63
Todavia, desse ponto de vista, não haveria por
assim dizer nenhum acontecimento humano que não
pudesse ser chamado de social.

O indivíduo bebe, dorme; come, raciocina e a


sociedade tem todo o interesse em que estas se
exerçam de modo regular. Porém, se todos esses fato
fossem sociais, a Sociologia não teria objeto próprio e
e seu domínio se confundiria com o da Biologia e da
Psicologia

17/04/2019 64
Durkheim – Fato Social

Quando desempenho meus deveres de


irmão, de esposo ou de cidadão, quando me
desincumbo de encargos que contraí, pratico
deveres que estão definidos fora de mim e de
meus atos, no direito e nos costumes.

17/04/2019 65
Durkheim – Fato Social
Assim também o devoto, ao nascer, encontra prontas as
crenças e as práticas da vida religiosa; existindo antes dele,
porque existem fora dele.
O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir
pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar as
dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas relações
comerciais, as práticas seguidas na profissão, etc.
(Teoria do Valor)

Esses tipos de conduta ou de pensamento não são


apenas exteriores ao indivíduo, são também dotados de um
poder imperativo e coercitivo.

17/04/2019 66
Durkheim – Fato Social

Estamos diante de uma ordem de que


apresenta caracteres muito especial: como as
maneiras de agir de pensar e de sentir
exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder
de coerção em virtude do qual se lhe impõem.

17/04/2019 67
Durkheim – Fato Social

Esta definição do fato social pode, além do mais,


ser confirmada por meio de uma experiência
característica: basta, para tal, que se observe a maneira
pela qual são educadas as crianças.

Toda a educação consiste num esforço contínuo


para impor às crianças maneiras de ver, de sentir e de
agir às quais elas não chegariam espontaneamente.

17/04/2019 68
Durkheim – Fato Social
Desde os primeiros anos de vida, são as crianças
forçadas a comer, beber, dormir em horas regulares,
(...) a serem obedientes, aprendem a pensar nos
demais, a respeitar usos e conveniências.

A pressão de todos os instantes que sofre a


própria criança é a pressão do meio social tendendo a
moldar à sua imagem, pressão que tanto os pais como
os mestres não são senão representantes e
intermediários.

17/04/2019 69
Durkheim – Fato Social

O fato social é reconhecível pelo poder de


coerção externa que exerce sobre os
indivíduos, e a presença deste poder é
reconhecível, por sua vez, pela existência de
alguma sanção determinada, seja pela
resistência, que o fato opõe a qualquer
empreendimento individual que tenda a
violentá-lo.

17/04/2019 70
Durkheim – Fato Social

É fato Social toda maneira de agir fixa ou


não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior.

17/04/2019 71
Durkheim – Fato Social

A sociedade passa a ser vista como um grande e


complexo organismo, composta por várias categorias
de fatos sociais comuns que cumprem fins específicos
dentro do todo.

17/04/2019 72
Durkheim – Fato Social
Se a sociedade é um conjunto de fatos
autônomos, por que ela se mantém coesa e não se
desarticula?
Essa coesão é dada pela solidariedade, composta
por relações e vínculos entre pessoas e fatos.
A solidariedade costuma ser comparada a uma
espécie de cimento que liga os fatos, não devendo ser
confundida com a ideia cristã de auxiliar o próximo. Ela
se efetiva por meio de mecanismos de controle social.

17/04/2019 73
Durkheim – Fato Social

Podemos dizer que o controle social promove a


integração dos fatos sociais ao todo, recorrendo, se
necessário, à força física.
O Estado, os estabelecimentos educacionais, a
religião, são mecanismos de controle social. Para
nosso estudo, devemos destacar também o direito, que
atua como um dos mais importantes desses
mecanismos.

17/04/2019 74
Durkheim – Fato Social

Para Durkheim, o direito é, portanto, um mecanismo de


controle social. Seu objetivo é assegurar a solidariedade,
impedindo que fatos contrários à sociedade ocorram ou passem
impunes.
Assim, as normas jurídicas estabelecem os padrões
socialmente desejáveis de comportamento e suas sanções são
aplicadas, pelo Poder Judiciário, àqueles que se desviam desses
padrões.
Órgãos estatais como a polícia cuidam da fiscalização
geral das pessoas, procurando aqueles que se comportam de
modo indesejável para serem punidos.

17/04/2019 75
Durkheim – Fato Social

O estudo do direito pode, inclusive, revelar o tipo


de sociedade e o grau de consciência coletiva de seus
membros.
As sociedades menos complexas costumam
possuir um direito essencialmente repressivo; as
sociedades mais complexas, possuem um direito
essencialmente restitutivo. Esses direitos indicam o
tipo de solidariedade que interliga os fatos sociais.

17/04/2019 76
SOLIDARIEDADE MECÂNICA

17/04/2019 77
Solidariedade Mecânica

As sociedades menos complexas são mantidas


coesas pela solidariedade mecânica.
Essas sociedades são unificadas por fatores de
semelhança, como, por exemplo, o vínculo familiar,
clânico ou tribal.
Possuem, no mais das vezes, fortes valores
religiosos compartilhados. Os membros da sociedade
se reconhecem como semelhantes e afastam o
diferente do convívio social.

17/04/2019 78
Solidariedade Mecânica
O lado da solidariedade social a que
corresponde o direito repressivo é aquele cuja a
ruptura constitui o crime (nas sociedades menos
desenvolvidas).

Chamamos com este nome, todo ato, que num


certo grau, determina contra seu autor aquela
reação característica que se denomina pena. Busca
aquele laço correspondente a indagar a causa da
pena ou, mais exatamente, no que consiste
essencialmente o crime.
17/04/2019 79
Solidariedade Mecânica
Os sentimentos coletivos aos quais corresponde
o crime devem pois se diferenciar de outros por alguma
propriedade distinta: devem ter uma certa intensidade
média (certo e errado, socialmente aceito).

17/04/2019 80
Solidariedade Mecânica

O direito dessas sociedades é


essencialmente penal, punindo o comportamento que
destoa dos demais. Seu objetivo é reprovar tais
pessoas, diferentes das demais, por meio de uma
sanção repressiva que pune a violação aos padrões de
conduta.

17/04/2019 81
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

17/04/2019 82
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

As sociedades mais complexas, por seu lado,


possuem solidariedade orgânica. São sociedades
marcadas pelo aprofundamento da divisão social do
trabalho, sendo constituídas por atividades cada vez
mais especializadas.

17/04/2019 83
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

Quanto mais tempo um indivíduo passa


fazendo algo altamente especializado, menos
tempo dedica ao trabalho que possa produzir
outras coisas, como comida, roupas ou
utensílios domésticos. Assim, quanto maior a
divisão do trabalho, mais uma pessoa precisa de
todas as demais da sociedade.

17/04/2019 84
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

Mas há um aparente paradoxo: quanto mais as


pessoas realizam atividades diferenciadas na
sociedade, mais elas se enxergam como diferentes
umas das outras.
Um professor se vê como diferente de um
agricultor, assim como um advogado se vê como
diferente de um médico. Assim, a divisão do trabalho,
ao mesmo tempo, gera a diferenciação entre os
indivíduos e a necessidade de integração entre eles.

17/04/2019 85
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

Numa sociedade marcada pelo


aprofundamento das diferenças sociais, as
normas jurídicas, caso pretendam dirigir-se a
todos enquanto leis, devem adquirir uma
forma geral e abstrata. Somente assim poderão
ser válidas e aplicadas universalmente, apesar
das diferenças entre os indivíduos.

17/04/2019 86
ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)

• Defende a existência de duas consciências no homem:

– CONSCIÊNCIA COLETIVA: conjunto de crenças e


sentimentos, inclusive moralidade, comuns ao homem
médio, que não só os une no seu tempo e por
gerações, mas o coage a seguir as regras de conduta
predominantes.

– CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL: maneira peculiar de cada


um de nós enxergar o mundo, influenciada por
características psíquicas.
17/04/2019 87
ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)

• NA SOCIEDADE PRIMITIVA, “a consciência coletiva


subjuga a individual, e as sanções aplicadas ao
individuo, (...) são extremamente severas”.

• NA SOCIEDADE COMPLEXA, as sanções repressivas


são substituídas por um “sistema legislativo que
acentua os valores da igualdade, liberdade,
fraternidade e justiça”.
Lakatos

17/04/2019 88
ÉMILE DURKHEIM (1858-1917)

• O CRIME, segundo Durkheim, é um fato normal e


comum a todas as sociedades e terá caráter
PATOLÓGICO quando ultrapassar a “normalidade”,
tendo como parâmetro a média das sociedades da
mesma categoria e na mesmo nível de evolução.

• “Ainda assim, o crime é considerado por Durhkeim


uma ruptura com a consciência coletiva, razão pela
qual sofre punição pela lei pena” (José Vicente
Tavares dos Santos).

17/04/2019 89
Aula
Qual o papel do
3 - CRIME E PODER fenômeno crime?
- Legitimidade
social e consenso
(Contextualização com O crime parece emergir
Karl Marx) do poder.
Complementar:
Sieber, Ulrich. Limites do direito
penal: princípios e desafios do novo
programa de pesquisa em direito
penal no Instituto Max-Planck de
direito penal estrangeiro e
internacional. Rev. direito GV, Jun
2008, vol.4, no.1, p.269-330.
(http://www.scielo.br/sc

17/04/2019 90
Karl Marx
Marx é com a essência do homem. O homem não se
realizaria em sua essência senão pela liberdade e só
conseguiria ser realmente livre utilizando-se da razão, que seria
portadora de leis naturais e contempladas nas leis do Estado,
organismo em que se realizaria a liberdade jurídica, moral e
política. Sob esta perspectiva, o Estado Moderno refletia a
expressão da liberdade racional e plena, pois se embasava em
um direito universal.
Diante disso, Marx criticava o feudalismo, pois este
trazia consigo a expressão da liberdade não racional e era
fundado no privilégio da nobreza, divergindo, portanto, do
Estado Moderno que seria a expressão da liberdade racional.

17/04/2019 91
Karl Marx
A preocupação de Marx nesse período era analisar a
essência das coisas.
Essa abordagem pode ser percebida no texto Debates
sobre a lei contra o roubo de lenha.
Esse autor ao se referir aos atos dos camponeses de
recolher lenha caída no chão (aos quais a legislação vigente
tipificava como atos criminosos) não os classificou como
criminosos, porque, sob o seu ponto de vista, não era
necessário levar em conta a qualificação jurídica para classificar
um ato criminoso, mas sim a sua essência.
A lei, positiva e formal, era analisada tendo por base a
lei natural que era a expressão da liberdade humana e portanto,
deveria prevalecer sobre qualquer preceito legal positivado.

17/04/2019 92
Karl Marx

O direito começa a ser visto agora por Marx


como decorrente de uma construção histórica e
começa, a partir daí, a desempenhar um papel
secundário.
O Estado, por outro lado, que deveria expressar
o interesse geral da sociedade, acaba reproduzindo e
perpetuando interesses particulares de um pequeno
grupo de pessoas, visto que se estruturava com base
na propriedade privada.

17/04/2019 93
Karl Marx
Assim, o homem acaba alienando-se de sua essência a partir da
religião, do Estado e do trabalho. O processo de alienação do trabalhador dá-
se sob dois aspectos:
1) o primeiro é o estranhamento do trabalho face o produto de seu
trabalho, visto que este produto não lhe pertence, é externo ao trabalhador,
não faz parte de sua essência;
2) o segundo é a alienação durante a própria atividade produtiva,
que passa a ser apenas um meio de manutenção da vida, é uma atividade
que aliena o homem de sua essência, de si próprio e dos outros homens.
Para que o homem possa libertar-se dessa alienação e realizar sua
essência humana Marx insere a figura do proletariado como executor da
revolução, visto que ele é a negação da propriedade privada, já que é a
esfera mais alienada pela propriedade privada (a que sofreu a mais ampla
injustiça).

17/04/2019 94
Karl Marx
No Manifesto do Partido Comunista Marx tem uma
“percepção” do processo de desapropriação do trabalho
operário, da submissão formal do trabalho ao capital, embora
só vá analisar esse processo, mais detalhadamente, no Capital.
No Manifesto Comunista, esse autor postula a tomada de
poder pelos trabalhadores como a instauração imediata da
democracia, apesar de enunciar que os trabalhadores
executariam uma violação despótica do direito (ao violar a
propriedade privada).

17/04/2019 95
Aula Qual o papel do fenômeno
3 - CRIME E PODER crime?
- Legitimidade
social e consenso
(Contextualização com
O crime parece emergir do
Karl Marx) poder.

Complementar:
Sieber, Ulrich. Limites do direito
penal: princípios e desafios do novo
programa de pesquisa em direito
penal no Instituto Max-Planck de
direito penal estrangeiro e
internacional. Rev. direito GV, Jun
2008, vol.4, no.1, p.269-330.
(http://www.scielo.br/sc

17/04/2019 96
Max Weber
Ação Social para Max Weber

O conceito de “ação social” foi concebido por Weber


como qualquer ação realizada por um sujeito em um meio
social que possua um sentido determinado por seu autor.
O processo de comunicação estaria, portanto,
intimamente ligado ao conceito de ação social. A manifestação
do sujeito que deseja uma resposta é feita em função dessa
resposta.

17/04/2019 97
Max Weber
Ação Social para Max Weber

Percebe-se, portanto, que Weber afastou-se dos


determinismos sócio-históricos de Karl Marx e do
fatalismo da noção de um sistema externo e
independente do indivíduo que Émile Durkheim
propôs, elaborando, assim, a noção de um ser humano
livre para agir, pensar e construir sua realidade.

17/04/2019 98
Max Weber
Ação Social para Max Weber

Para Weber, as estruturas sociais estavam em


contato direto com o poder de ação dos indivíduos, o
que significa que os sujeitos, seus valores e ideias
possuem força de ação direta sobre essas estruturas

17/04/2019 99
Max Weber
Racionalização do mundo social

Weber ainda faz referência a um fenômeno de grande


importância do mundo moderno e que está relacionado com as
mudanças estruturais, culturais e sociais que as sociedades
modernas passaram no decorrer do tempo: “a racionalização do
mundo social”.
Esse fenômeno refere-se a mudanças profundas, como a
gradual construção do capitalismo e a monstruosa explosão do
crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da
reordenação das organizações tradicionais que predominavam
até então.

17/04/2019 100
Max Weber

Ampliando nossa explicação, devemos dizer que


a preocupação de Weber estava em tentar apreender
os processos pelos quais o pensamento racional, ou
a racionalidade, impactou as instituições modernas,
como o Estado, os governos e, ainda, o âmbito cultural,
social e individual do sujeito moderno.

17/04/2019 101
Atividade: 1,0 (ponto
na 3ª avaliação).
Entrega: Uma semana
antes da última
avaliação

23/03/2019 – Unidade 1
27/04/2019 – Unidade 2
01/06/2019 – Unidade 3

Obra: CRÔNICA DE UMA


MORTE ANUNCIADA, 1981
Autor: Gabriel García
Márquez

17/04/2019 102
O Caso Doca Street
40 Anos Depois

Documentário

https://youtu.be/Ebp14J_LlTY

17/04/2019 103
Obrigado!

17/04/2019 104

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