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Laudos psicológicos no

Judiciário
Prof. Ms. Rafael Luz
Psicólogo do TJ-RJ – Nova Friburgo
Professor da Universidade Estácio de Sá – Nova Friburgo
Perito judiciário

 Artigo nº 156 do Novo Código de Processo Civil (CPC): o juiz será


assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico;
 A perícia técnica tem por objetivo auxiliar o juiz com um
conhecimento especializado que ele não possui, de modo a lhe dar
condições objetivas para que tome a melhor decisão possível,
formando seu convencimento a partir de um esclarecimento técnico;
 Profissional de Psicologia no papel de perito, entre outras
especialidades;
 Diferenças entre Perito e Assistente Técnico (Resolução nº 008/2010,
do Conselho Federal de Psicologia).
Relatório/laudo psicológico

 Resolução nº 007/2003 (CFP);


 Laudo como resultante de um processo de avaliação/investigação;
 Avaliação psicológica utilizada como prova pericial/prova judicial pelo
Direito;
 Documento onde se entrelaçam demandas legais e análises
psicológicas;
 Função/efeito de “congelar” uma dinâmica;
 Laudo psicológico como forma de prova judiciária;
 Laudo psicológico como “operador de verdade” que o Direito utiliza
para chegar a uma solução jurídica.
Sociedade disciplinar
(Foucault):
• Função de normalização;
• A partir da criação de um
saber individualizado, produz
subjetividades específicas a
partir da ênfase em
disciplinar e adestrar os
corpos.
Técnica do Exame (Foucault, em “Vigiar e
Punir”)
 Instrumento por excelência do poder disciplinar (combinação do olhar
hierárquico e da sanção normalizadora);

 Constitui o indivíduo como objeto visível, identificável, descritível e


assujeitado;

 Produz um conhecimento útil, um “documento” que atesta uma verdade


sobre o indivíduo;

 Através do exame, o indivíduo se torna efeito, objeto e agente das


tecnologias de poder-saber.
 O que legitima o lugar do psicólogo no Judiciário é o lugar de
perito, de executor do instrumento de exame, próprio da
sociedade disciplinar;

 Laudo psicológico enquanto prova pericial: operador de verdade


do Direito;

 Laudo psicológico como principal (mais frequente) demanda do


Judiciário à Psicologia.
“Eu gostaria de me deter um instante sobre essa relação verdade-
justiça. (...) é um dos pressupostos mais imediatos e mais radicais
de todo discurso judiciário, político, crítico, o de que existe uma
pertinência essencial entre o enunciado da verdade e a prática da
justiça. Ora, acontece que, no ponto em que vêm se encontrar a
instituição destinada a administrar a justiça, de um lado, e as
instituições qualificadas para enunciar a verdade, do outro, sendo
mais breve, no ponto em que se encontram o tribunal e o
cientista, onde se cruzam a instituição judiciária e o saber médico
ou científico em geral, nesse ponto são formulados enunciados que
possuem estatuto de discursos verdadeiros, que detêm efeitos
judiciários consideráveis e que têm, no entanto, a curiosa
propriedade de ser alheios a todas as regras, mesmo as mais
elementares, de formação de um discurso científico...”
(Foucault, em “Os anormais”)
Norma x Lei

 O trabalho pericial é uma prática de normalização (separa/estabelece


o normal e o anormal, a média do desvio);

 O processo de normalização garantido pelo trabalho pericial atenderá


aos interesses do poder-lei (leis e regras formais do Direito), de
execução das leis, punição, encaminhamento etc.;

 Complementaridade e oposição entre norma e lei.


Resolução nº 007/2003 (CFP)
 Institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos
produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação
psicológica;

 A avaliação psicológica é entendida como o processo


técnico-científico de coleta de dados, estudos e
interpretação de informações a respeito dos fenômenos
psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo
com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias
psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos.
Modalidades de documentos:

 Declaração;
 Atestado psicológico;
 Relatório/laudo psicológico;
 Parecer psicológico.
Relatório/laudo psicológico

 Apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e


suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no
processo de avaliação psicológica. Como todo documento, deve ser
subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico
(entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico,
intervenção verbal), consubstanciado em referencial técnico-filosófico e
científico adotado pelo psicólogo. A finalidade do relatório psicológico será
a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo da
avaliação psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as intervenções,
o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de
projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de
acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as
informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição.
“... no ponto em que se encontram o tribunal e o cientista, onde se
cruzam a instituição judiciária e o saber médico ou científico em geral,
nesse ponto são formulados enunciados que possuem estatuto de
discursos verdadeiros, que detêm efeitos judiciários consideráveis e que
têm, no entanto, a curiosa propriedade de ser alheios a todas as regras,
mesmo as mais elementares, de formação de um discurso científico...”
(Foucault, em “Os anormais”)
Laudos psicológicos com
falhas levam homem a ser
preso e torturado
Diretor de creche passou quatro anos na cadeia após
condenação baseada em documentos de dois peritos, que
foram punidos pelo Conselho Regional de Psicologia

Matéria do jornal “O Dia”, de 21/02/2015


 Implicações do trabalho do psicólogo no âmbito jurídico, ou seja, como
operador de verdade para o Direito;

 Funcionalidade da técnica do exame na produção, encaminhamento e punição


de indivíduos;

 Implicações ético-políticas da Psicologia no âmbito jurídico.


OBRIGADO!
rafaelreisdaluz@gmail.com

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