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Currículo Integrado e

Cultura Corporal em Escolas


de Tempo Integral (ETI) da
Rede Municipal de Ensino
de Goiânia (RMEG)
PROF. MESTRANDO FERNANDO MEDEIROS MENDONÇA (CEPAE/UFG)
Introdução

 Aproximação com o tema;


 Indicações da pesquisa monográfica (MENDONÇA, 2016):
 Cultura corporal tem uma dimensão quantitativa destacada no
currículo escolar;
 A escola apresentou dificuldades na compreensão e implementação
do currículo integrado;
 Problemas de pesquisa:
 O que é um currículo integrado? Quais os desafios e as possibilidades
que essa forma curricular apresenta para as Escolas de Tempo Integral
da RMEG?
 A cultura corporal tem lugar de destaque na ETI? Por quê?
Metodologia

 Pesquisa de natureza qualitativa e base empírica;


 Percurso metodológico:
 Analisar as produções relativas a educação integral no Banco Digital de Teses e
Dissertações (BDTD) dos programas de pós-graduação da cidade de Goiânia;
 Analisar a proposta político-pedagógica da RMEG e os PPPs de 5 EMTI, sendo
uma de cada Coordenação Regional de Ensino;
 Analisar a compreensão dos professores que atuam nessas escolas através de
entrevistas semiestruturadas;
 Propor e avaliar processos de formação continuada aos professores envolvidos
de alguma forma com a temática da Educação Integral;
Justificativa e Contextualização

 O Brasil tem hoje pouco mais de 6 milhões de alunos matriculados


em tempo integral, o que representa 15,03% das matrículas na
escola pública brasileira(BRASIL,2018);
 Tem ainda 58.183 escolas com alunos em tempo integral,
representando 40,4% das escolas públicas do país (BRASIL, 2018);
 Esses dois percentuais perseguem a meta instituída no último Plano
Nacional de Educação sancionado em 2014, que busca atingir 25%
de matrículas de alunos em tempo integral e 50% das escolas
públicas com alunos em tempo integral até 2024;
Crescimento quantitativo da
educação integral no Brasil
Quantitativo de Escolas Públicas com alunos em tempo
integral
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
2011 2017
Quantitativo de Escolas Públicas com alunos em tempo integral
Crescimento quantitativo da
educação integral no Brasil
Porcentagem de matrículas de alunos em tempo integral
18.00%

16.00%

14.00%

12.00%

10.00%

8.00%

6.00%

4.00%

2.00%

0.00%
2011 2017
Porcentagem de matrículas de alunos em tempo integral
Breve percurso histórico da
educação integral no brasil
 Historicamente a educação integral brasileira se fundamenta em diversas
matrizes ideológicas, no entanto as experiências históricas importantes tem
forte influência liberalista;
 Das experiências brasileiras de educação integral em tempo integral 3
foram muito importantes: o Centro Educacional Carneiro Ribeiro na Bahia
da década de 50, idealizado e implementado por Anísio Teixeira; os
Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) das décadas de 80 e 90
no Rio de Janeiro, idealizado e implementado por Darcy Ribeiro; e o
Programa de Formação Integral da Criança (PROFIC) na década de 80 no
Estado de São Paulo;
 Experiências marcantes no cenário político brasileiro mas que se
caracterizaram enquanto políticas de Governo descontinuadas;
Educação Integral na Legislação
brasileira
 Constituição Federal de 1988, art. 205;
 Reformas Educacionais Internacionais (Encontro de Jomtiem no início
de 90) criaram contexto para inserção da educação em tempo
integral na Lei de Diretrizes e Bases para Educação de 1996: "o ensino
fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a
critério dos sistemas de ensino"(BRASIL, 2014, p. 23);
 Em 2001 a educação em tempo integral aparece no primeiro PNE;
 Em 2007 surge o Plano de Desenvolvimento da Educação, a lei do
FUNDEB e a portaria que institui o Programa Mais Educação;
 Em 2010 o governo federal edita o Decreto n. 7.083/2010, que dispõe e
detalha sobre o Programa Mais Educação, definindo princípios;
 Em 2014 é promulgada a lei que institui o novo PNE que vigorará de
2014-2024.
Dados da Pesquisa: análise das produções sobre ETI
nos programas de pós-graduação da cidade de
Goiânia
 Crítica à concepção hegemônica dos projetos de escola de tempo
integral que privilegiam um caráter assistencial à escola;
 Dentre os principais limites estão:
 o improviso enquanto categoria de organização escolar;
 a desresponsabilização do Estado com a delegação de novas tarefas à escola;
a fragmentação curricular em turno e contraturno;
 a ausência de formação continuada específica aos professores e a falta de
tempo para planejamento;
 a descontinuidade das propostas que acabam por se configurar enquanto
instrumentos imediatistas e eleitoreiros;
 a secundarização da função principal da escola em virtude do acolhimento
social;
 falta de estrutura adequada, de plano de carreira e valorização profissional;
Percentual de Escolas de Tempo Integral com
cada item de infraestrutura previstos no PNE

Goiânia Brasil
Lab. Informática 45,6 46,9
Lab. Ciências 13,4 9,7
Quadra 45,0 37,8
Refeitório 38,7 54,7
Auditório 5,6 10,4
Biblioteca ou sala de 53,1 54,7
leitura
Cozinha 97 98
Sanitário dentro do 97 91,7
prédio
Análise das produções sobre ETI nos programas de
pós-graduação da cidade de Goiânia
 Apesar de análises bastante rigorosas e criteriosas identificando vários
problemas em todos os projetos analisados, sejam eles municipais, estaduais ou
federais, nenhum dos 20 trabalhos abdica da Educação Integral em Tempo
integral como horizonte para a educação pública de qualidade;
 Isso porque em meio aos limites identificou-se também, no âmbito da
resistência e da contra-hegemonia, possibilidades e avanços como:
 a ampliação de conhecimentos e saberes adquiridos, bem como de maiores
oportunidades de experiências científicas, culturais e sociais;
 a constituição de um espaço que oportuniza o acesso à elementos culturais que os
filhos dos trabalhadores não teriam acesso não fosse por essa via;
 a ampliação metodológica no ensino criando novas oportunidades de
aprendizado para os alunos;
 mais tempo para as atividades inerentes à docência que se reflete em viabilidade
de um trabalho coletivo em unidade, com momentos para discussões e para o
exercício da autonomia em decisões coletivas e em ações orientadas à processos
contínuos de ensino;
 melhoria na oferta de condições para a formação de professores e realização de
contratos trabalho em tempo integral;
Projeto hegemônico de educação
integral
 Busca uma concepção de aluno em tempo integral através da
ampliação da jornada escolar;
 Despreza o investimento em infraestrutura;
 Estabelece como norma parcerias com entidades de direito
privado (organizações sociais, religiosas, fundações, etc.);
 Associa educação integral à oferta de atividades diversificadas e
dando ênfase na ampliação do tempo como proteção social e
formação pragmatista voltada para competências necessárias no
trabalho e na vida da sociedade do capital;
 A ênfase não está na apropriação dos conhecimentos
sistematizados, mas na ocupação do tempo com a construção do
consenso social através da tolerância das injustiças e das
desigualdades.
A ETI na visão de 20 professores da RMEG
 A análise das entrevistas, indicou os mesmos resultados da análise das produções,
tanto nos limites quanto nas possibilidades. Enquanto limites os professores indicam
nas entrevistas:
 a carência de formação continuada específica para o desenvolvimento do projeto de
EMTI, notada na dificuldade de proposição de atividades específicas e expressa na
confusão de conceitos básicos sobre o tema da educação integral;
 os limites impostos pela inadequação da estrutura das escolas;
 o prejuízo das ações pedagógicas em função do déficit de professores e servidores
técnico-administrativos;
 a difícil relação com os pais que ainda compreendem lá como um depósito de crianças;
 Enquanto possibilidades eles indicam:
 maior tempo para desenvolvimento dos conteúdos, possibilitando o uso de novas
metodologias, mais ativas;
 maior possibilidade de trabalho interdisciplinar inclusive com a atuação de dois
professores numa turma durante as atividades específicas;
 planejamento coletivo diário, permitindo uma maior coesão do coletivo tanto em
questões administrativas quanto pedagógicas;
Dimensão da cultura corporal a partir da análise
das produções e da realidade de 5 escolas da
RMEG (2018)
 Apesar dos elementos da cultura corporal estarem presentes como
possibilidade em todos os projetos de escola de tempo integral e de serem
demanda de alunos, pais e professores, a hipótese levantada com base nas
pesquisas anteriores não se confirma nas produções analisadas, e se confirma
parcialmente nas escolas-campo. Algumas permitem extrair informações que
ressaltam a relação evidente entre escolas de tempo integral e cultura
corporal, no entanto os currículos analisados não apresentam essa dimensão
quantitativa dilatada da cultura corporal;
 Analisamos que isso ocorre por vários motivos que passam pela falta de
estrutura das escolas e pela precarização da formação do professor de
educação física, bem como pelo histórico da concepção da Educação Física
na escola, pelo imaginário social que se tem da cultura corporal enquanto
uma atividade, e não um conhecimento, o que redunda em considera-la
como acessória à outras disciplinas, ou ao desenvolvimento da coordenação
motora, ou ao desenvolvimento da saúde ou a um momento de lazer;
Projeto contra-hegemônico

 Já as experiências contra-hegemônicas entendem que o elemento


central é a educação integral, que busca abordar os
conhecimentos em sua totalidade em direção a uma formação
unitária, omnilateral, e que o Tempo Integral é uma necessidade
para a realização dessa educação integral, e não aquilo que irá
promover em si essa educação completa;
Currículo integrado e Cultura corporal são
elementos imprescindíveis à educação integral
em tempo integral
 Currículo Integrado: aquele em que se integra os conteúdos escolares com
todas as atividades da escola num trato pluridisciplinar, “em que várias
disciplinas afins entram em correlação sem que nenhuma perca sua
identidade” (LIMONTA, 2014, p. 129). É a forma curricular coerente com
uma Educação Integral em Tempo Integral. ;
 Tal forma curricular não se efetiva sem a cultura corporal, pois esta é ao
mesmo tempo linguagem e conhecimento imprescindíveis na escola, uma
vez que a “visão de totalidade do aluno se constrói à medida que ele faz
uma síntese, no seu pensamento, da contribuição das diferentes ciências
para a explicação da realidade” (SOARES et al, 2012, p. 30);
referências

 BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 9ª ed. – Brasília: Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2014.
 BRASIL. Ministério da Educação. Observatório do PNE. 2018. Disponível em:
http://www.observatoriodopne.org.br/metas-pne/6-educacao-integral/indicadores. Acesso em:
25 de set. 2018.
 LIMONTA, S. V. Escola de Tempo Integral: desafios políticos, curriculares e pedagógicos.
Educação: Teoria e Prática, Rio Claro, SP, v. 24, n. 46, p. 120-136, mai./ago. 2014.
 SOARES, C. L. et al. Metodologia do ensino da Educação Física. 3ª reimpr. Da 2. ed. de 2009. São
Paulo: Cortez, 2012.
 BRASIL. SECADI. Ministério da Educação. Mapeamento das experiências de jornada escolar
ampliada no Brasil. Educação Integral/Educação Integrada e(M) Tempo Integral: concepções e
práticas na educação brasileira. Brasília, DF: Mec, Secad, 2010b.
 GOIÂNIA. GOIÁS. Secretaria Municipal de Educação. Orientações para a organização das
escolas municipais de tempo integral. 2014.
 MENDONÇA, F. M. Cultura Corporal e Escola de Tempo Integral: sentidos, projetos e
possibilidades. Monografia de Graduação – Licenciatura em Educação Física. 106f. 2016.
OBRIGADO!

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