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Mecânica – Aula 03
Forjamento
Prof. Alexandre Morawski
E-mail: Morawski.em@gmail.com
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1 – Introdução
Vídeo
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• A demanda de produtos metálicos durante a revolução
industrial, no final do séc. XVIII, gerou um grande
desenvolvimento da forjaria.
– Os martelos mecânicos foram desenvolvidos e surgiu o martelo a vapor.
– Essas concepções serviram de base para os equipamentos de hoje, o
martelo de forjar (eletromecânico) e a prensa de forjar (hidráulica).
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2. Conceito
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3. Modos de forjamento
– Em matriz fechada:
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• Podem existir projetos nos quais é necessário realizar o
forjamento nas duas formas, sendo que a etapa em matriz
aberta serve como processo preliminar para o forjamento em
matriz fechada.
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• Após cada etapa, o material deve ser aquecido novamente
para atingir a temperatura acima da temperatura de
recristalização (TR).
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• Independente do modo de forjamento, o uso de lubrificante
ou desmoldante se faz necessário a cada passo do processo.
• Tradicionalmente utiliza-se uma solução aquosa de grafite em
suspensão.
– Sua pulverização sobre a matriz e o punção, além de refrigerar, impede
o caldeamento (soldagem) do material com as superfícies internas das
ferramentas.
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3.1. Forjamento em matriz aberta (livre)
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• As regiões próximas à interface são denominadas regiões de
fluxos restringido ou batentes.
• Essas áreas de fluxo restringido limitam a redução de altura.
– Quando elas se tocam, atuam como falsas matrizes (batentes). Ou
seja, a carga pode ser elevada sem que nenhuma deformação
adicional ocorra.
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• Do ponto de vista microestrutural, o forjamento livre serve
para adequação da granulometria do material (refino
termodinâmico) para etapas posteriores.
– Pode, ainda, servir para transformar estruturas grosseiras em
estruturas mais finas, de grãos equiaxiais.
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• Operações básicas de forjamento livre:
– Recalque;
– Estiramento e Alargamento.
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Recalque e alongamento e estiramento.
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3.2. Forjamento em matriz fechada
Vídeo
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• A deformação em matriz fechada depende de estudos
reológicos (sobre o escoamento do material) para garantir
total preenchimento do molde, sem desperdícios de material
e com menor esforço possível.
• Pode-se, ainda, dividir o processo em várias etapas até a
forma final, sendo que as etapas intermediárias podem
ocorrer em matriz aberta.
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• Quando o processo é realizado por inteiro em matriz fechada,
as etapas iniciais podem ser mais complexas do que as etapas
finais.
• Isso se deve ao fato de haver risco de dobramento do metal
sobre si mesmo, sem que as superfícies em contato se
fundam por caldeamento, gerando gota fria.
– Isso pode ocorrer em matrizes com arestas muito agudas, atrito
elevado ou ainda resfriamento excessivo na região onde a gota fria foi
produzida.
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• A dificuldade em prever o volume necessário para
preenchimento da matriz faz com que se recorra ao uso de
canais de rebarba, para o escoamento do material extra.
– Para garantir o preenchimento total da matriz, faz-se um
superdimensionamento do material e o excesso é forçado para o canal
localizado estrategicamente. Desse modo, evita-se a quebra do
ferramental.
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• A rebarba possui duas funções:
– Atua como válvula de segurança para o excesso de metal na cavidade
da matriz;
– Regular o escape do metal, portanto uma rebarba fina aumenta muito
a resistência do escoamento do sistema de maneira que a pressão
sobe para valores bem altos, assegurando que o metal preencha
todos ao espaços da cavidade da matriz.
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4. Equipamentos de forjamento
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4.1.2. Martelo de dupla-ação
• Diferenciam-se do modelo
anterior pelo sistema de
levantamento e queda da massa
cadente.
• Neste equipamento, a massa
cadente é conectada a um pistão
contido em cilindro no topo do
martelo, que é acionado por vapor
ou ar comprimido.
• Válvulas no cilindro fazem o
controle da massa cadente.
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4.1.3. Martelo de contragolpe
• Caracteriza-se por duas massas que
se chocam no meio do percurso com
a mesma velocidade.
• A massa superior é acionada por um
sistema de pistão e a massa inferior
é acoplada à superior, geralmente,
por meio de cabos.
• Apresenta a vantagem de maior
rendimento e maior velocidade de
acionamento.
• Como desvantagem, apresenta um
maior desalinhamento entre as
partes inferior e superior da matriz,
não permite a manipulação da peça
durante o movimento. 25
4.2. Prensa de forjar
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Exemplo de prensa hidráulica para forjamento.
(a) Circuito hidráulico; (b) Exemplo de prensa. 27
À esquerda, esquema da prensa mecânica excêntrica. À direita,
um modelo real deste tipo de prensa. 28
Esquema de funcionamento da prensa mecânica excêntrica. 29
À esquerda, o esquema da prensa de parafuso. À direita,
exemplo de um parafuso utilizado neste tipo de prensa. 30
4.3. Matrizes de forjamento
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5. Taxa de deformação
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• Desse modo, a taxa de deformação, segundo a figura acima,
será dada por:
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6. Estimativa de esforços no forjamento
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• Separando os forjados de acordo com o grau de dificuldade
para fabricação, a carga de forjamento pode ser estimada com
a seguinte equação:
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• No valor de K estão embutidos os efeitos do atrito e do
trabalho redundante, por isso ele aumenta com a
complexidade.
• O produto σAT representa o trabalho útil.
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7. Tensões induzidas no forjamento
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• Com isso, fica fácil observar que o forjamento de um bloco
cilíndrico depende da sua geometria, particularmente da
relação D/h.
• Deve-se evitar situações extremas dessa relação, pois:
– Se D>>h, as regiões de fluxo restringido podem se tocar rapidamente,
após pouca deformação (Δh), aumentando a carga de forjamento.
– Caso, se h>>D, pode ocorrer flambagem do cilindro.
• A condição recomendável é utilizar a relação D/h próxima de
0,5 e reduzir ao máximo os efeitos do atrito na interface
matriz/material.
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• Quando D>>h, as regiões de fluxo restringido terão uma
profundidade relativa grande e com grande influência na
deformação.
• A deformação será intensa na região central da peça.
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• Quando D<<h, as regiões de fluxo restringido terão uma
profundidade relativa pequena e sem influência na
deformação da região central da peça.
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• Outra influência da geometria está na % de redução
apresentada pela peça.
• Imaginando uma situação em que o valor de D seja fixo,
quanto menor o valor de h, maior será o valor da relação D/h.
Consequentemente, menor será a deformação até que as
regiões de fluxo restringido se toquem.
• Por outro lado, quanto maior h, maior será a deformação
possível até que essas mesmas zonas se encontrem.
• Contudo, deve-se tomar cuidado para não elevar muito o
valor de h e provocar a flambagem do cilindro.
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Quanto menor h, para um mesmo D, menor o Δh.
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Durante o Tensões residuais após o
forjamento forjamento e a retirada da
carga compressiva.
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• Quando D<<h, as tensões compressivas não atingem o centro
do cilindro, pois h é relativamente grande.
• Com isso, do ponto de vista dinâmico, as regiões adjacentes à
região central funcionam como dois cilindros sobrepostos,
como no caso anterior.
• Entretanto, devido à não homogeneidade da deformação,
após a retirada das cargas compressivas, surgem tensões
trativas na região central que, quando intensas, podem
nuclear trincas internas e levar à falha do material.
• Tão logo seja aliviado o esforço, essas trincas tendem a ser
caldeadas simultaneamente a recristalização.
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Durante o Tensões residuais após o
forjamento forjamento e a retirada da
carga compressiva.
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• Outro efeito a se considerar é com relação ao acabamento
superficial da peça a ser forjada.
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Melhor
acabamento
Melhor
lubrificação
Menor zona de
fluxo restringido
Maior Δh
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8. Tensões residuais de origem térmica
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8.1. Temperatura de forjamento
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• Deve-se tomar cuidado, também, com a temperatura de
trabalho.
• Quando se trabalha com temperaturas muito próximas da
temperatura de recristalização (TR), pode-se atingir valores de
temperatura superficial abaixo desta, devido a perda de calor
natural da peça.
• Desse modo, durante um forjamento livre, por exemplo, as
tensões trativas circunferenciais podem atingir valores
superiores ao limite de ruptura, produzindo trincas
longitudinais.
Trincas
longitudinais
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• Outro problema está ligado ao atrito elevado causado pela
falha da lubrificação.
• Nesse caso, as regiões de fluxo restringidos serão maiores,
restringindo ainda mais o escoamento.
• Após o forjamento em temperaturas próximas da TR, essas
áreas que não estiraram tendem a fazê-lo radialmente, como
já citado.
• Caso essas tensões induzidas superem a tensão de ruptura do
material, trincas circunferenciais podem surgir.
Trincas
circunferenciais
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• As mesmas trincas podem surgir se as ferramentas (matriz e
martelo) não forem pré-aquecidas no caso do forjamento
livre.
• As superfícies em contato com o martelo e a matriz terão uma
tensão de escoamento com valores superiores ao valor da
região central da peça (devido ao fluxo de calor e
consequente resfriamento) e, devido à isto, deformarão
menos radialmente.
• Após o forjamento, essas superfícies de contato do tarugo
apresentarão as mesmas trincas do caso anterior.
Trincas
circunferenciais
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• Defeitos típicos decorrentes de peças forjadas
– Falta de redução: penetração incompleta na cavidade da ferramenta,
surge com golpes de martelo rápidos e leves;
– Trincas superficiais: excessivo trabalho na periferia da peça a uma
temperatura de trabalho baixa, fragilidade a quente;
– Trincas de rebarbas: aparecem em peças forjadas em matriz na região
da rebarba, quando ocorre a retirada da mesma;
– Trincas internas: originam-se no interior das peças como consequência
de tração ao se efetuar grandes deformações;
– Gotas frias;
– Incrustação de óxidos; podem ficar retidas na peça;
– Descarbonetação.
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9. Tratamentos Térmicos dos Forjados
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9. Tratamentos Térmicos dos Forjados
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• Comente sobre a temperatura de trabalho de forjamento.
• Qual a importância da utilização de desmoldante durante o
processo de forjamento?
• O que são as regiões de fluxos restringidos?
• Por que é importante conhecer as propriedades reológicas
dos materiais no forjamento de matriz fechada?
• O que é gota fria?
• O que são e por que é necessário utilizar canais de rebarba?
• Diferencie martelos de forjamento e prensas de forjamento.
• Cite 3 características necessárias à uma matriz de forjamento.
• Como calcular a taxa de deformação em processos de
forjamento?
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• Por que a relação geométrica (D/h) da peça é importante para
o forjamento?
• Qual a importância do acabamento superficial da peça a ser
forjada?
• Explique por que surgem trincas longitudinais e
circunferenciais no forjado.
• Cite 3 defeitos encontrados em produtos forjados.
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