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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

ECONÔMICO
Precursores e abordagens recentes

Professor: Adauto de Galiza


INTRODUÇÃO
• “Escolas” de Pensamento:
 Definição:

 Conjunto de ideias e conceitos que defendem ou criticam aspectos similares da


realidade econômica, política ou social;

 Em geral, defendem as mesmas teses e são criticadas nos mesmos pontos;

 São compostas por um grupo de estudiosos (pensadores) que publicam suas teorias em
livros, artigos científicos e etc.
A ERA PRÉ-
CLÁSSICA

• Mercantilismo (Séc. 15 ~
Séc. 18):
MERCANTILISMO
 Contexto Geral:
 Conjunto de ideias econômicas dominantes na Europa entre os séc. 15 e séc. 18;
 Primeiras tentativas de explicar o que é o valor, a formação dos preços e do lucro;

 Características:
 Sociedades pré-industriais: a produção e os meios de produção ainda eram propriedade
dos trabalhadores;
 Os mercadores e os senhores feudais eram os principais grupos sociais;
 Os trabalhos eram marcados por um processo produtivo artesanal;
 A produção “excedente” era repartida entre os senhores feudais e os mercadores;
 Capital: restringidos ao dinheiro e aos estoques de mercadorias a serem vendidos.
MERCANTILISMO
 Comércio: origem do lucro e riqueza

 Os preços das mercadorias divergiam substancialmente entre as regiões: condições


de produção divergentes e imobilidade de tecnologia e recursos;

 Os mercadores compravam mercadorias em regiões (ou países) em que ela fossem


relativamente baratas para vender nas localidades onde elas fossem relativamente
caras.

 Resultado: os mercantilistas defendiam que o lucro (e a riqueza) derivava da


expansão do comércio (das trocas).
MERCANTILISMO
 A lógica mercantilista:

Novos mercadores eram


Seus lucros
Os mercadores atraídos a vender a
aumentavam em
“especulavam” com as mesma mercadoria na
determinado período
mercadorias mesma região =
Aumento da competição

Resultado:
Os mercadores
Os preços caíam, e A atividade comercial e
buscavam novos
consequentemente os o entesouramento de
mercados com menor
lucros moeda são as fontes
competição
geradoras de riqueza!
MERCANTILISMO
 Teoria do Valor: primeiros esboços
 O que determina o valor e o preço de uma mercadoria?

As coisas só possuem um valor porque


elas possuem um uso. Aquilo que não
tiver utilidade não terá valor nenhum ao
homem.

Teoria do Valor
O preço de uma mercadoria deriva das
livres negociações entre compradores e
vendedores. Uma mercadoria será cara
ou barata dependendo se ela é
abundante ou escassa.
MERCANTILISMO
 Do Protecionismo ao Proto-Liberalismo:
a) Ideias protecionistas:
 A ideia de que os lucros derivavam de uma menor competição e menor oferta de mercadorias
levou ao surgimento de monopólios e guildas mercantis;
 Monopólios: permitidos e subsidiados pela autoridade governamental através de apadrinhamentos
e relações clientelísticas → Companhias de comércio.
 Guildas: sistemas de ofícios fechados destinados a restringir o número de artesãos habilitados
para proteger o status-quo dos mestres artesãos (supressão da oferta)

b) Ideias proto-liberais:
 O desenvolvimento do comércio internacional levou ao surgimento de autores que criticavam
fortemente a proteção estatal dada aos monopólios e às guildas;
 Influência do individualismo: os interesses pessoais levariam à uma melhor especialização e
capacitação dos indivíduos → melhor para a coletividade.
MERCANTILISMO
- Autores Relevantes:
1) Dudley North (1641-1691):
 Todos os homens são motivados por interesses próprios e eles devem ter liberdade
suficiente para compertir por si num mercado livre;
 Defendia a abolição das leis que concediam privilégios comerciais.

2) Bernard Mandeville (1974): “the fable os bees”


 Lucros privados e benefícios públicos: defendeu que se todos adotassem os vícios
condenados pelo antigo regime medieval (egoísmo e ambiação) melhor seria para o
amadurecimento das indústrias nascentes e para o crescimento comercial;
 Ética protestante: gradual substituição das ideias católicas de natureza paternalista e
coletivista por um “espírito” empreendedor e ambicioso.
MERCANTILISMO
- Novas demandas individualistas:

a. As leis protecionistas apenas beneficiam um reduzido número de companhias


comerciais herdadas da era medieval católico-paternalista;

b. As novas obrigações baseadas em contratos tornavam os arranjos baseados em


tradições obsoletos;

c. A busca pelo lucro deveria ser ancorada em direitos de propriedade e em respeito


aos contrato entre indivíduos.
MERCANTILISMO
 As ideias econômicas dominantes:
 Os debates sobre o individualismo modificaram e determinaram fatalmente as ideias
econômicas dos mercantilistas até seu declínio no final do séc. 18;
 Novo paradigma: não são os preços que determinam os lucros, e sim os custos da
produção;
 Como o principal custo da época era a mão-de-obra...
Resultado...
 Primeiro esboço da teoria do valor-trabalho:
- É o trabalho e o esforço dos indivíduos em produzir algo a fonte geradora de riquezas
(mercadorias) e a fonte do lucro comercial;
- As mercadorias só possuem valor de troca (valor de mercado) caso os trabalhadores
transformem a matéria prima em valor de uso.
- Willian Petty (1680):
“Só se pode acumular um tesouro suficiente com o trabalho das pessoas… Portanto, as
pessoas são a mercadoria principal, mais básica e preciosa, da qual podem ser obtidos
todos os tipos de produtos industrializados, navios, riquezas, conquistas e domínio sólido”
A ERA PRÉ-
CLÁSSICA

• Fisiocracia (Séc. 18)


FISIOCRACIA
 Contexto Geral:

 Grupo de reformadores sociais franceses discípulos de François Quesnay (1694-


1774)
 Contexto Francês:
- Desordem tributária: complexo e ineficiente sistema de tributos, tarifas e subsídios
sob comando do governo;
- Atraso tecnológico: agricultura sob forte herança dos modos de produção feudal;
- Efervescência política: revolução francesa em gestação;
 Objetivo dos reformadores: modernizar a gestão pública dos negócios franceses e
promover reformas modernizantes na agricultura e indústria.
FISIOCRACIA
- Principais ideias defendidas:
a. Substituição da agricultura de pequena escala para uma agricultura em larga
escala;

b. Abolição das tarifas, impostos, subsídios, regulamentações e restrições que


prejudicassem o comércio;

c. Abolição das guildas e monopólios;

d. Criação de imposto único: reorganização das despesas do governo.


FISIOCRACIA
 As ideias econômicas dominantes:
 Agricultura: principal fonte de riqueza econômica → os recursos naturais são dados
pela providência sem custo algum;
 Este setor é, portanto, o centro de gravidade da atividade produtiva do país;
 A atividade econômica pode ser medida: primeira proposição de mensuração de
índices econômicos.

- François Quesnay: Tableau Economique (1759)


 Primeiro modelo de funcionamento de uma economia → “circulação sanguínea”
 Mapeava os processos de produção, a circulação de moeda, distribuição da renda
francesa e os principais setores de atividade.
FISIOCRACIA
FISIOCRACIA
 Excedente e Interdependência: o funcionamento da economia
Exemplo:
- Há 3 grupos na economia: artesãos, agricultores e proprietários de terra;
- O setor agrícola produziu 5 bilhões e o setor industrial 1 bilhão = 6 bilhões R$ em
valor bruto
- Dos 6 bilhões, 1 bilhão é utilizado em pagamento ao setor industrial pelos recursos
utilizados na produção agrícola;
- Do produto agrícola, 2 bilhões são destinados aos produtores (fazendeiros e
agricultores) na forma de lucros e salários;
- Os fazendeiros destinam os 2 bilhões aos proprietários como pagamento de aluguel
pelo uso da terra → Este é o excedente do sistema econômico.
FISIOCRACIA
 Resultados:

- A classe agrícola é a única classe produtiva → A riqueza vem da terra;

- A classe dos proprietários é considerada ociosa, pois não adiciona nenhuma valor à
produção final → considerados “rentistas”;

- A classe industrial é uma classe estéril: apesar de ser crucial à economia, sua
atividade não acrescenta nada ao excedente porque o valor da sua produção é igual
ao valor dos custos do setor.
FISIOCRATAS VS MERCANTILISTAS
Economia Real: a riqueza vem da atividade Economia monetária: a riqueza vem das trocas
produtiva (agricultura) comerciais e do acumulo de moeda →
Entesouramento
Produção de Mercadorias > Acúmulo de Quanto mais os indivíduos comercializam, mais
Moeda: lucro os produtores podem ter. Quanto mais
Quanto mais consumo, mais dinheiro em rica se torna uma nação, maior sua tendência
circulação na economia. É o movimento de para a poupança. E quanto mais poupança,
moeda que importa para a economia, e não maior as chances de investir em novos
seu acúmulo. negócios futuros.
O estado não deve estrangular a economia com O estado deve incentivar o comércio atuando
impostos e restrições excessivas. A atividade como um comerciante. A riqueza é derivada de
econômica é “natural”, pois a agricultura cria trocas comerciais e do excedente de moeda
excedente (riqueza). entesourada.
ERA CLÁSSICA
Adam Smith: A riqueza das Nações
(1776)
ADAM SMITH
 Contexto Geral:
 Considerado o pai fundador da economia como área do conhecimento;
 Influenciou os principais economistas do séc. 19 e séc. 20;
 Primeira estudo sistemático das nações capitalistas;
 Solidificou o liberalismo econômico.

 Revolução Industrial: novo paradigma econômico


 Falência da organização feudalista;
 Inglaterra e Escócia: principais líderes europeus;
 Crescimento das exportações: alta demanda por produtos ingleses;
 Industria têxtil: principais inovações tecnológicas (mecanização) / Expansão produtiva acelerada;
 Surgimento do motor a vapor: independência geográfica e nascimento dos centros urbanos;
 Maior volume de contratações.
ADAM SMITH
 Estágios do desenvolvimento econômico e social:

Caça Pastoreio Agricultura Comércio

•Estágio mais •Maiores •Presente na •Maior


rudimentar das agrupamentos Europa dependência
sociedades sociais; Feudalista entre as cidades
•Altos índices de •Domesticação •Sociedades fixas europeias;
pobreza e dos animais: e •Maior liberdade
relativa gado como essencialmente para os
igualdade entre primeira relação agrárias produtores e
os indivíduos de propriedade; •Posse de terras: estabelecimento
•Inexistência de •Sociedades principal relação dos direitos de
produção de nômades econômica e propriedade;
bens materiais •Primeiras política •Ambiente
instituições •Baixa liberdade propício para a
políticas: individual e acumulação de
proteção contra direitos riquezas
os privilégios dos subordinados ao
que obtêm gado feudo
ADAM SMITH
 As consequências não-intencionais:
 Para Smith, os grandes acontecimentos e as grandes mudanças econômicas,
sociais e políticas são resultados não planejados de ações pessoais, movidas por
interesses eminentemente egoístas dos indivíduos;

Ações individuais
... Indiretamente
movidas por
ao bem-estar da
interesses
coletividade.
pessoais levam...
ADAM SMITH
Exemplo:
- Declínio do feudalismo e abolição da escravidão inglesa.

Os proprietários de terra
(senhores feudais) geralmente Para acompanhar a produção
Nisto, acabaram cedendo direitos
trocavam os produtos de sua terra manufatureira, os feudalistas
aos ex-servos para estimular sua
(agrícolas) por outros produtos precisavam aumentar a produção
produtividade
manufaturados (geralmente bens nas suas terras
supérfluos)

Resultado:
Abolição da escravidão; Ao mesmo tempo, os mercadores
Aumento do poder político da e artesãos buscavam aumentar
pequena burguesia; sua produção para atender essa
demanda e lucrar mais
Surgimento dos centros urbanos e
falência do sistema feudal
ADAM SMITH
 É a ambição de acumular riquezas que leva os indivíduos a agir por motivações
próprias;
 Ilusão da natureza: Smith acreditava que a natureza havia criado a ilusão de que a
felicidade derivada das posses materiais;
 Motor Social:

“É bom que a natureza se nos imponha desta maneira. É esta ilusão que cria e
mantém o movimento contínuo da operosidade da humanidade. Foi ela que primeiro
incitou os homens a cultivar o solo, a construir casas, a fundar cidades e comunidades
e a inventar e fazer progredir todas as ciências e artes que enobrecem e embelezam a
vida humana”
ADAM SMITH
 Teorias econômicas de Smith:

1) Teoria do Valor-Trabalho:
 Influenciado pelas doutrinas anteriores;
 Apresenta as primeiras versões da teoria que será refinada por David Ricardo e Karl
Marx;
- Tese Básica
“O trabalho era o primeiro preço, o dinheiro da compra inicial que era pago por todas as
coisas. Não foi com o ouro nem com a prata, mas com o trabalho, que toda a riqueza do
mundo foi inicialmente comprada”

 Smith defendia que todo e qualquer processo produtivo poderia ser reduzido a uma
série de esforços humanos em produzir bens que supram as necessidades humanas;
 Os humanos não se satisfazem apenas em reproduzir o básico para a sobrevivência →
Necessitam transformar o seu meio da forma que seja mais conveniente.
ADAM SMITH
 Em sociedades pré-capitalistas...

Um bem só teria valor caso fosse fruto do esforço humano.

A quantidade de esforço humano “embutido” na fabricação de um bem


determina o valor de troca dele.

Exemplo:
Se para pescar 2kg de peixe são necessárias 5 horas de trabalho, e para
fabricar um chapéu leva-se 10 horas, então um chapéu pode comprar 4kg
de peixe.
ADAM SMITH
 Em sociedades capitalistas...
- O valor de troca (ou o preço) de um bem passa a incorporar Salários, Aluguéis e
Lucros.
 Salário: remuneração paga à mão-de-obra;
 Lucros: remuneração paga ao dono do capital necessário na produção;
 Aluguéis: pagamento aos proprietários de terra.

Portanto...

RENDA NACIONAL = SALÁRIOS + LUCROS + ALUGUÉIS


ADAM SMITH
 Preço Natural vs Preço de Mercado:

Preço de Mercado Preço Natural


• Preço “real”: seria o preço de um
determinada mercadoria, em determinado
mercado e em determinado período de
tempo.
• Reflete apenas os custos de se pagar
• Formado pelas negociações entre
consumidores e vendedores = Oferta vs salários aos trabalhadores, lucros aos
Demanda; capitalistas e aluguéis aos proprietários
• Flutuações diárias. de terra;
o Oferta < Demanda = mercadorias
destinadas aos compradores que pagam • Flutuações mais rígidas.
mais;
o Oferta > Demanda = vendedores baixam os
preços para tentar esvaziar seus estoques.
ADAM SMITH
2) “Mão Invisível”: funcionamento do mercado
 A interação entre o preço de mercado e o preço natural levaria a um preço de
equilíbrio!

Este excedente atrai


Se o preço de mercado novos capitalista e a
Se Demanda > Oferta = Preço de sobe acima do preço competição aumenta =
Mercado Sobe natural, há um excedente preço de mercado tende
do lucro a cair para próximo do
preço natural

Este déficit incentiva os


capitalistas a procurarem
Se o preço de mercado cai outro setor mais rentável,
Se Demanda < Oferta = Preço de Mercado Cai abaixo do preço natural, há diminuindo a competição
um déficit nos lucros daquele setor e fazendo com
que o preço de mercado
aumente futuramente
ADAM SMITH
 A mão invisível também determina o que e o quanto produzir!

Se há relativa escassez
Quando o mercado
neste setor significa que
saturar os produtores
Se Demanda > Oferta = Preço de a produção pode
irão procurar outros
Mercado Sobe aumentar gerando lucros
setores que possam
= Novos capitalistas são
gerar mais lucros
atraídos para este setor

Se há relativa
Quando o mercado
abundância de produtos
saturar os produtores
Se Demanda < Oferta = Preço de significa que os estoques
irão procurar outros
Mercado Cai tendem a aumentar,
setores que possam
gerando prejuízo para os
gerar mais lucros
capitalistas.
ADAM SMITH
 Conclusões:
- O preço natural é um preço de equilíbrio, e as livres negociações nos mercados
fazem com que os preço reais gravitem em torno do preço natural;
- O preço natural reflete o custo de produção básico de um bem;
- Se há livre concorrência em todos os mercados, os preços irão informar que
quantidades devem ser produzidas para anteder as necessidades.
Portanto...

Melhor o
Bases do
Quanto maior a resultado
Liberalismo
liberdade econômica social da
Econômico
atividade
KARL MARX:
CRÍTICA AOS CLÁSSICOS
O CAPITAL (1867)
KARL MARX
 Contexto Geral:
 Fortemente influenciado pela teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo;
 Posicionou-se de maneira crítica aos economistas clássicos;
 Análise Histórica: estudou a formação econômica do capitalismo para fazer previsões sobre seu
destino.

 Críticas aos Clássicos:


 Não enxergavam que qualquer modo de produção possui características comuns, mas que o
capitalismo é uma forma específica de organizar a produção;
 Os clássicos supunham que o capital era um elemento universal para qualquer modo de produção
econômica, e não apenas um elemento do capitalismo;
 Supunham erradamente que qualquer organização da produção pode ser reduzida a um sistema
de trocas;
 Criticava a ideia de que a propriedade privada era universal e imutável → ela é uma instituição
própria do capitalismo
Portanto...
Necessidade de um estudo sistemático do que é e como funciona o capitalismo.
KARL MARX
 Classes Sociais:
 O desenvolvimento do capitalismo destruiu as antigas relações sociais e as classes
sociais do feudalismo

Capitalistas:
Monopolistas do capital assegurados pelos direitos
de propriedade. São detentores dos meios de
produção (máquinas, equipamentos e dinheiro)

Organização Social Capitalista

Trabalhadores:
Não possuíam capital e dispunham apenas da força
de trabalho a ser vendida aos capitalistas para
adquirir renda. Os direitos de propriedade e o
ordenamento jurídico garantiam a livre venda da
força de trabalho
KARL MARX
 Crítica à produção capitalista:

 Objetivo de Marx: explicar como as principais classes sociais (trabalhadores e


capitalistas) se relacionavam;

 Isto significa verificar como salários e lucros são determinados e distribuídos;

 Para os clássicos: salários e lucros são simples frutos das trocas de mercadorias;

 Mas o que determina o valor dos bens produzidos?


KARL MARX
 Valor de Uso vs Valor de Troca:
 Capitalismo: para Marx a o capitalismo é um sistema onde a riqueza é uma imensa
acumulação de mercadorias;
No entanto...

Valor de •Capacidade que as propriedades de uma mercadoria tem de satisfazer


uma necessidade humana
•A utilidade de um bem varia de pessoa para pessoa

Uso •Logo, o valor de uso é uma relação entre o indivíduo e a mercadoria em


termos qualitativos

Valor de •Capacidade que as mercadorias podiam ser diretamente e


quantitativamente comparadas
•Em geral, o dinheiro é um intermediário de trocas e figura-se como uma

Troca
mercadoria particular
•As mercadorias só apresentam valor de troca dentro do mercado onde
são negociadas
KARL MARX
 Composição das mercadorias:

Possuem
valor de
uso

Características
comuns das
mercadorias

São
Possuem
fabricadas
valor de
pelo
troca
trabalho
KARL MARX

Se a utilidade de um bem varia de pessoa para pessoa...

... significa que o valor de uso não é a base do valor de


troca (preços) das mercadorias, pois um valor de troca
precisa ser comparado diretamente e quantitativamente.
Como quantificar a utilidade variável entre as pessoas?

Portanto, inevitavelmente é o trabalho necessário para


produzir uma mercadoria a base do seu valor de troca!
KARL MARX
 Acumulação capitalista: investir sempre
 Produção não capitalista: (M – D – M) “vender para comprar”

Dinheiro (D)
• O dinheiro era utilizado
• Os mercadores para comprar outras
possuíam mercadorias • A venda dessas mercadorias para
para trocar no mercadorias eram atender suas demais
mercado. feitas em moeda. necessidades.

Mercadorias Mercadoria
(M) (M)
KARL MARX
 Produção capitalista: (D – M – D’) “comprar para vender”

Mercadoria
(M) •Seu negócio rende e parte desse
• Os capitalistas dispõe de rendimento pode ser reinvestido
economias derivadas de •Utilizam essas economias para na ampliação da produção.
heranças, poupanças ou investir, e assim compram •Neste ponto o dinheiro torna-se
empréstimos bens de outros produtores capital, pois é utilizado para
para tocar seus negócios ampliar a produção. Porém o
•Trabalho, máquinas e matéria- montante D’ > D, pois o custo do
prima são as principais investimento deve se pagar.
mercadorias compradas

Dinheiro (D) Dinheiro (D’)


KARL MARX
 Processo de produção: a criação da mais-valia
 A diferença entre (D) e (D’), ou lucro, é o que Marx denomina de mais-valia e esta é
a força motora do capitalismo;

 Para ele, a mais-valia não deriva do processo de negociação no mercado, pois..


- Se uma mercadoria é vendida por mais do que ela vale...
- ... Significa que o vendedor ganha uma parte a mais, porém o consumidor perde em
igual parcela.
- Logo, na circulação de mercadorias valor nenhum (mais-valia) é criado.

 Resta apenas o processo de produção como gerador de mais-valia;


 Como ela é criada na produção?
KARL MARX
 Processo de produção capitalista ampliado: (D – M ... P ... M’ – D’)

Processo de
Produção (P) •O capitalista volta ao
mercado como vendedor de
•O capitalista investidor usa • Os bens comprados suas novas mercadorias de
suas economias para (investidos) são utilizados valor mais alto, que são
comprar bens de outros para produzir outras convertidas em dinheiro (D’)
produtores para tocar seu mercadorias de valor superior em montante superior ao
negócio ao montante investido investimento inicial.

1º Fase (D- 3º Fase (M’ –


M) D’)
KARL MARX
 O inexorável destino capitalista:
 A mais valia é gerada pela expropriação do trabalho excedente;

 O capitalismo é sustentado por uma contínua busca de mais-valia, e essa busca leva uma
deterioração da classe trabalhadora;

 A classe trabalhadora é remunerada por salários, e a classe capitalista pelos lucros. No processo
produtivo, os capitalistas sempre buscam ampliar sua remuneração explorando ao máximo o
trabalho;

 Pois apenas uma parte da jornada de trabalho é necessária para reproduzir a subsistência de um
empregado, e o restante é o excedente (mais-valia) que adiciona valor a mercadoria final,
aumentando o lucro do investidor ( M’ – D’);

 Este processo repete-se indefinidamente e este é o cerne da acumulação capitalista.


KARL MARX
Exemplo:
- 4h é o tempo necessário para reproduzir a subsistência de um trabalhador;
- A jornada de trabalho diária dura 10h;
- As 6h excedentes são, inevitavelmente, incorporadas ao valor do produto acabado.
Esse valor não é pago ao trabalhador, mas convertido em mais-valia aos
capitalistas investidores.

Portanto, para Marx..


Há incentivos para os
O capitalismo não teria Uma nova ordem
capitalistas lutarem por
A luta de classe é forças para suportar econômica iria
maiores jornadas e os
inerente ao sistema tais problemas por substituir o
trabalhadores
capitalista muito tempo e entraria capitalismo: o
reivindicarem menores
em colapso socialismo/comunismo
jornadas
KEYNES:
CRISES, ESTADO E CAPITALISMO

■ TEORIA GERAL DO EMPREGO, JURO E MOEDA


(1936)
KEYNES
 Contexto Geral:
 Apesar das ideias marxistas terem influenciado historicamente muitos países, foi a
lógica econômica do liberalismo que prevaleceu até o início do séc. 20;

 Teoria neoclássica: formalização matemática e ampliação das ideias liberais sob nova
roupagem → sobrevida ao liberalismo ante ao marxismo;

 Pressupostos dos neoclássicos: Marshall, Jevons, Menger e Walras.


a) Teoria do valor-utilidade e análise marginal;
b) Descrição formal dos modelos matemáticos do funcionamento de mercado (demanda,
oferta e equilíbrio);
c) Mercados autorreguláveis: o governo atuaria como a “ancora judicial” do mercado e a
livre mobilidade de preços torna a produção estável.
KEYNES
 Monopólios: o desenvolvimento do capitalismo até o início do séc. 20 foi marcado
pelo florescimento de grandes indústrias e da expansão de carteis, monopólios e
oligopólios;

 Contradição com o modelo neoclássico de eficiência econômica;

 Surgimento de crises econômicas mais duradouras → novas contradições;

 Resultado: gradual descrédito das teorias econômicas do liberalismo e maior apoio


do setor privado à atuação governamental na economia → Surgimento das leis
antitruste e dos órgãos regulatórios.
KEYNES
 A grande depressão (1929):
 Fenômeno mundial: afetou as principais nações capitalistas;
 Falência do mercado financeiro: queda sistemática no preço das ações;
 Problemas reais: perca de confiança no sistema → redução nos investimentos →
múltiplas falências empresariais → altos índices de desemprego;
 O quadro americano:
Indicador Valor
Falências empresarias 85.000 empresas
Bancos 5.000 fechados
Valor da Bolsa de NY 87bi → 19bi
Desemprego 25%
Produção industrial Queda de 50%
Fonte: Hunt (2013)
KEYNES

Taxa de desemprego nos Estados Unidos. Fonte: Froyen (2001)


KEYNES
 A posição keynesiana:

 Principal objetivo: demonstrar porque o modelo clássico não explicava mais a


realidade econômica → proposição de um modelo próprio e antagônico à teoria
neoclássica;

 Rejeição Marxista: Keynes posicionou-se incredulamente às ideias de Marx (veia


conservadora) → sua proposição era “reformar” o capitalismo por dentro.

“Não acredito que haja qualquer progresso econômico para o qual a revolução seja um
instrumento necessário. Por outro lado, só temos a perder com métodos de mudança
violentos. Nas condições industriais do Ocidente, a tática da Revolução Vermelha
mergulharia toda a população num mar de pobreza e de morte” (KEYNES, 1926).
KEYNES
 Ideias econômicas de Keynes:

Para os neoclássicos, o equilíbrio da economia é realizado no mercado através da livre flutuação


dos preços..

Se os salários são baixos, haverá muita gente querendo trabalhar, mas poucos empresários
estariam dispostos a pagar. Mas se os salários caem, muitos empresários estão dispostos a
contratar. Ou seja, a economia funciona pela “lógica da oferta”: as decisões de contratar ou
produzir mais dependem dos preços dos produtos e dos custos de produzir..

No contexto da crise de 1929, os nível salariais caíram substancialmente. Então porque o


desemprego persiste por tanto tempo? Porque os empresários estão deixando de produzir e
porque as fábricas estão paradas?

Keynes: o modelo (neo)clássico não serve mais para explicar a realidade econômica.
Necessecidade de um novo paradigma...

... Onde são as expectativas empresariais que determinam os rumos da economia: um


empresário apenas irá produzir mais se espera vender a produção no futuro. Portanto, a
economia opera pela “lógica da demanda”
KEYNES
 Preços e Salários:
 Teoria Neoclássica: analisando a economia no longo prazo, acreditava-se que os preços
da economia (dos bens e servidos, dos salários, dos juros e etc) eram flexíveis e se
ajustariam para tornar a economia estável;

 Keynes discordava: ao analisar a economia no curto prazo, via que muitos destes preços
eram inflexíveis.

a) Salários: a existência de organização sindical sempre pressionava que os empresários


não diminuíssem muito os salários ou pressionava pela existência de salários mínimos.
A existência de contratos e leis trabalhistas também dificultavam as demissões por
parte das empresas;

b) Preços dos bens e serviços: as empresas sempre têm um “estoque” de máquinas e de


mão-de-obra disponível num período determinado do tempo e essa ociosidade poderia
ser usada para aumentar a produção sem repassar custos para os preços.
KEYNES
 Princípio da demanda efetiva:
 Se os preços não variam como os clássicos sugerem, significa que os empresários estão
limitados para tomar suas decisões administrativas no curto prazo;

 Expectativas: se não são os preços que os empresários usam como parâmetro, então
são suas condições “psicológicas” ou seu “espírito de animal empreendedor” que
norteiam seus negócios;

 As expectativas dependem das condições futuras do consumo: irei produzir no presente


se espero vender no futuro. Portanto, a economia deve ser analisada pelo componente
da demanda;

 Rompimento com a “Lei de Say”: não é a oferta (produção) que determina o quanto irei
produzir a partir dos preços da economia, mas é a minha expectativa de vender a
produção (demanda) que faça com que eu produza mais ou produza menos hoje!
KEYNES
 Componentes da Demanda

Gastos Governamentais:
O governo pode utilizar os impostos para comprar bens e
Consumo das Famílias:
serviços das empresas para manter sua infraestrutura;
Quanto maior a renda das famílias, mais elas podem
O governo pode investir através de suas empresas públicas;
consumir bens e serviços produzidos pelas empresas
O governo pode reduzir os impostos e baratear a atividade
empresarial

COMPONENTES DA DEMANDA

Investimentos:
Comércio Externo:
Os empresários podem tomar empréstimos para expandir
seus negócios; Se o exterior compra mais meus produtos (↑exportação)
significa que mais renda entra no país e a economia tem
Se o valor desses empréstimos é baixo (juros), então mais mais recursos em circulação.
eles podem investir.
KEYNES
 Papel do Governo:
 Os gastos do governo poderiam ser utilizados para estimular a demanda e,
consequentemente, as expectativas empresariais;

 Portanto, as crises sistemáticas do capitalismo poderiam ser resolvidas ou até mesmo


evitadas pela atuação do governo através dos gastos públicos;

 Como o gasto governamental é uma decisão política, as nações não precisariam ficar
reféns da lógica de mercado e das instabilidades inerentes do capitalismo, pois as
expectativas são imprevisíveis e multifacetadas!

 O papel do Estado em Keynes é sensivelmente distinto da análise Marxista: Keynes


defendia uma intervenção estatal como uma regulação do capitalismo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, Mark. História do pensamento econômico: Uma


perspectiva crítica. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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