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Eça de

Queirós
“Os Maias”
O Realismo

Escola literária, que surge na 2.ª metade do séc. XIX, como


reação aos excessos do formalismo romântico, na sequência da
Questão Coimbrã e das Conferências Democráticas do Casino.

Principais temáticas:
- Representação da vida burguesa (ambição, avareza, cobiça,
corrupção, etc.);
- Representação da vida urbana (tensões sociais, políticas e
económicas);
- Análise dos conflitos sociais, resultantes dos grandes desníveis
entre classes;
- Representação do sofrimento social e moral da frustração, da
corrupção e do vício.

Objetivo: promover a denúncia e a análise dos vícios da


sociedade, através de personagens-tipo
“Os Maias”
O Naturalismo
Período literário que se segue ao Realismo, com muitas
semelhanças temáticas, o que dificulta a sua distinção. Esta
corrente foi influenciada sobretudo pelo positivismo de Augusto
Comte: o que importa é a análise rigorosa dos factos e suas
causas.
Principais temáticas:
- O alcoolismo, como deformação social e dos caracteres;
- O jogo, como consequência de situações de injustiça;
- O adultério, resultante duma (errada) educação romântica;
- Opressão social, resultante de causas sociais, económicas e
políticas;
- A doença enquanto manifestação de hereditariedade.

A observação e descrição do meio social é cuidada.


Os factos resultam de causas determinantes, como a edução, o
meio, a hereditariedade (caráter determinista)
“Os Maias”

Planos de ação

Título

Subtítulo
“Os Maias”

Dois planos de ação


História da família Maia:
 Intriga secundária:
Pedro e Maria Monforte;

 Intriga principal
Crónica de costumes: Carlos e Maria Eduarda.
descrição do estilo de
vida romântico da
sociedade lisboeta
(aristocracia e alta
burguesia da década
de 70, do século XIX.
“Os Maias”

1.ª Geração – Afonso da Maia Representante dos valores


(Maria Eduarda Runa) antigos, assinalada pela
reação contra o absolutismo
2.ª Geração – Pedro da Maia Representante da fase de
(Maria Monforte) instauração do Liberalismo

3.ª Geração – Carlos da Maia Representante da queda dos


(Maria Eduarda) ideais liberais

Ação fechada
“Os Maias”

Estrutura da intriga central

Antecedentes Epílogo

Ação
principal
“Os Maias”
Estrutura da intriga central

Ação
Antecedentes Epílogo
principal

Introdução e preparação da ação: Cap. I a Cap. IV:


- Instalação dos Maias;
- Descrição e história do Ramalhete, casa da família Maia, no
outono de 1875;
- Grande Analepse (antecedentes da família):
 Juventude de Afonso e exílio na Inglaterra;
 Vida de Pedro - infância, relação e casamento com Maria
Monforte, suicídio;
 Carlos – infância, juventude e estadia em Coimbra; longa
viagem pela Europa.
“Os Maias”
Estrutura da intriga central

Ação
Antecedentes Epílogo
principal

O ritmo é rápido, os acontecimentos sucedem-se velozmente.


O período de cerca de 55 anos, de 1822 ao outono de 1875 é
narrado em aproximadamente 100 páginas.
“Os Maias”
Estrutura da intriga central

Ação
Antecedentes Epílogo
principal

Cap. V a Cap. XVII:


- Carlos vê Maria Eduarda no Hotel Central (160);
- Carlos visita Rosa, filha de Maria Eduarda, a pedido de Miss
Sara, a governanta;
- Carlos conhece Maria Eduarda, na casa dela;
- Declaração de Carlos a Maria Eduarda;
- Consumação do incesto inconsciente;
- Encontro de Maria Eduarda com Guimarães;
- Revelações de Guimarães a Ega;
- Revelações de Ega a Carlos;
- Revelações de Carlos a Afonso;
- Incesto consciente;
“Os Maias”
Estrutura da intriga central

Ação
Antecedentes Epílogo
principal

- Encontro de Carlos com Afonso;


- Morte de Afonso por apoplexia;
- Revelações de Ega a Maria Eduarda;
- Partida definitiva de Mara Eduarda para Paris.

A ação principal estende-se ao longo de 14 meses:


- Outono de 1875 até aos fins de 1876 – a morte de Afonso
ocorre no Inverno;
- Princípios de 1877, partida de Carlos e Ega para a sua
viagem de volta ao mundo.
“Os Maias”
Estrutura da intriga central

Ação
Antecedentes Epílogo
principal

Cap. XVIII:
- Viagem de Carlos e Ega – janeiro de 1877 a março de 1878;
- Carlos em Sevilha;
- Reencontro de Carlos e Ega – 1887;

O epílogo retoma o ritmo rápido inicial, dez anos são contados em


duas páginas:
- Elipses – “E esse ano passou. (…) Outros anos passaram” (p.
689);
- Resumos – “Gente nasceu, gente morreu. Searas amadureceram,
arvoredos murcharam.” (pág.. 687)
AÇÃO PRINCIPAL
AÇÃO SECUNDÁRIA
Momentos fundamentais
Momentos fundamentais
 Carlos vê Maria Eduarda;
 Pedro vê Maria Monforte;  Carlos visita Maria Eduarda;
 Pedro namora Maria Monforte;  Carlos declara-se a Mª Eduarda;
 Existência concreta de Incesto;
 Afonso é contra o namoro;
 Encontro de Maria Eduarda com
 Pedro casa com Maria Monforte; Guimarães;
 Os dois têm dois filhos;  Revelação de Guimarães a Ega;
 Revelação de Ega e Vilaça a
 Mª Monforte foge com Tancredo;
Carlos;
 Pedro encontra-se com Afonso e  Revelação de Carlos a Afonso;
entrega-lhe o filho;  Incesto consciente;
 Morte de Afonso;
 Pedro suicida-se.
 Revelação de Maria Eduarda;
 Partida de Maria Eduarda;
 Partida de Ega e Carlos;
 Regresso de Carlos após 10 anos
de ausência.
“Os Maias”
Intriga Principal e Intriga Secundária

Vida de Pedro da Maia Vida de Carlos da Maia

 Vida dissoluta  Vida dissoluta


 Encontro ocasional com Maria  Encontro ocasional com Maria
Monforte Eduarda
 Procura Maria Monforte  Procura Maria Eduarda
 Encontro através de Alencar  Encontro através de Dâmaso
 Oposição real de Afonso à “Negreira”  Oposição potencial de Afonso à
 Encontros e casamento “Amante”
 Elemento desencadeador do drama –  Encontros e relações
o napolitano  Elemento desencadeador do drama –
 Infidelidade de Maria Monforte – Guimarães
reações de Pedro  Descoberta do Incesto – reações de
 Encontro de Pedro com Afonso e Carlos
suicídio de Pedro  Encontro de Carlos com Afonso e
morte de Afonso
Personagens
Afonso da Maia

Caracterização Física
Afonso era baixo, maciço, de
ombros quadrados e fortes. A
sua cara larga, o nariz aquilino
e a pele corada. O cabelo era
branco, curto e a barba branca
e comprida. Como dizia
Carlos: "lembrava um varão
esforçado das idas heroicas,
um D. Duarte Meneses ou um
Afonso de Albuquerque".
Personagens
Caracterização Psicológica

• Não se lhe conhecem defeitos;

• É um homem de carácter culto e requintado nos gostos;

• É generoso para com os amigos e os necessitados;

• Tem altos e firmes princípios morais. Morre de uma apoplexia,


quando descobre os amores incestuosos dos seus netos;

• É o símbolo do velho Portugal que contrasta com o novo


Portugal – o da Regeneração – cheio de defeitos;

• É o sonho de um Portugal impossível por falta de homens


capazes.
Personagens
Pedro da Maia

Caracterização Física

Era pequenino, face oval de


"um trigueiro cálido", olhos
belos – "assemelhavam-no a
um belo árabe". Valentia física.

Caracterização Psicológica

• Temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade


emocional;
Personagens

• Tinha assiduamente crises de "melancolia negra que o


traziam dias e dias, murcho, amarelo, com as olheiras
fundas e já velho“;

• É vítima do meio lisboeta e de uma educação retrograda;

• Apesar da robustez física é de uma enorme cobardia moral


(suicídio face à fuga da mulher);

• Falha no casamento e falha como homem.


Personagens
Maria Monforte

• É extremamente bela e sensual.


Tinha os cabelos loiros, "a testa
curta e clássica, o colo ebúrneo".

• Costumavam chamar-lhe negreira porque o seu pai transportara,


noutros tempos, cargas de escravos;

• Apaixonou-se por Pedro e casou com ele e desse casamento


nasceram dois filhos;
Personagens

• Foge com o napolitano, Tancredo, levando consigo a filha,


Maria Eduarda, e abandonando o marido e o filho - Carlos
Eduardo;

• É leviana e imoral, é, em parte, a culpada de todas as


desgraças da família Maia. Fê-lo por amor, não por maldade;

• Morto Tancredo, num duelo, leva uma vida dissoluta e morre


quase na miséria;

• É vítima da literatura romântica e daqui deriva o seu carácter


pobre, excêntrico e excessivo.
Personagens
Carlos da Maia

Caracterização Física

Carlos era um belo e magnífico


rapaz. Era alto, bem constituído, de
ombros largos, olhos negros, pele
branca, cabelos negros e ondulados.
Tinha barba fina, castanha escura,
pequena e aguçada no queixo. O
bigode era arqueado aos cantos da
boca. Tinha uma fisionomia de "belo
cavaleiro da Renascença".
Personagens
Caracterização Psicológica

• Era culto, bem educado, de gostos requintados;


• É corajoso e frontal, amigo do seu amigo e generoso;
• Destaca-se na sua personalidade o cosmopolitismo, a
sensualidade, o gosto pelo luxo, e diletantismo
(incapacidade de se fixar num projeto sério).
• Ao contrário do seu pai, é fruto de uma educação à Inglesa.
Todavia, apesar da educação, Carlos fracassou.

Falhou por causa do meio onde se instalou – uma sociedade


parasita, ociosa, fútil e sem estímulos e também devido a
aspetos hereditários – a fraqueza e a cobardia do pai, o
egoísmo, o futilidade e o espírito boémio da mãe.
Personagens
Maria Eduarda

Caracterização Física

Maria Eduarda era uma bela


mulher: alta, loira, bem feita,
sensual mas delicada, "com um
passo soberano de deusa".

• Filha de Maria Monforte e de Pedro da Maia, ignora totalmente as


suas origens;
Personagens

• Chega a Portugal com Castro Gomes, depois de um percurso


de vida já atribulado, incluindo o seu relacionamento com um
irlandês, do qual nasce Rosa;

• É sensata, equilibrada, doce, imbuída de altos princípios


morais, é vítima inconsciente do incesto, que enfrenta com
dignidade;

• Depois da tragédia, viaja para França, onde casa com um


nobre.
“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• A superioridade física e intelectual das personagens:

“Afonso (…) lembrava, como dizia Carlos, um varão esforçado das idades heroicas (…)
Parte do seu rendimento ia-se-lhe por entre os dedos, esparsamente, numa caridade
enternecida. Cada vez amava mais o que é pobre e o que é fraco. (…) Tudo o que vive
lhe merecia amor — e era dos que não pisam um formigueiro e se compadecem da sede
de uma planta.”

Afonso, Carlos e Maria Eduarda destacam-se pelas qualidades


físicas, morais e intelectuais das restantes personagens.
“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• O papel do destino, da fatalidade:

- A inevitabilidade do destino:
“Tu és simplesmente, como ele [Don Juan], um devasso; e hás de vir a acabar
desgraçadamente como ele, numa tragédia infernal! (…) é inútil que ninguém ande à
busca da sua mulher. Ela virá. Cada um tem a sua mulher e necessariamente tem de a
encontrar. (…) estais ambos insensivelmente, irresistivelmente, fatalmente, marchando
um para o outro!”

- A concordância dos nomes e do destino:


“Maria Eduarda, Carlos Eduardo... Havia uma similitude nos seus nomes. Quem sabe se
não pressagiava a concordância dos seus destinos!”
“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• O papel do destino, da fatalidade:

- O destino “irreparável”:
“Ega escutava-o, sem uma palavra (…) só pelo modo como Carlos falava daquele
grande amor, ele sentia-o profundo, absorvente, eterno, e para bem ou para mal
tornando-se daí por diante, e para sempre, o seu irreparável destino.”

- O destino “implacável”:
“E [Afonso] afastou-se, todo dobrado sobre a bengala, vencido enfim por aquele
implacável destino que, depois de o ter ferido na idade da força com a desgraça
do filho — o esmagava ao fim da velhice com a desgraça do neto.”
“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• Os indícios/presságios:
- Alusão à fatalidade das paredes do Ramalhetes:
“— Há três anos, quando o Sr. Afonso me encomendou aqui as primeiras obras,
lembrei-lhe eu [Vilaça] que, segundo uma antiga lenda, eram sempre fatais aos
Maias as paredes do Ramalhete. O Sr. Afonso da Maia riu de agouros e lendas...
Pois fatais foram!”

- Semelhança fisionómica de Carlos com a mãe:


“Pareces-te com minha mãe! (…) a mamã era formosa... Pois é verdade, há um
não sei quê na testa, no nariz... Mas sobretudo certos jeitos, uma maneira de
sorrir... Outra maneira que tu tens de ficar assim um pouco vago, esquecido...
Tenho pensado nisto muitas vezes...”
“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• Os indícios/presságios:
- A semelhança temperamental de Maria Eduarda e Afonso da
Maia, reconhecida por Carlos:

“E nestas piedades achava-lhe semelhanças com o avô. Como Afonso, todo o


sofrimento dos animais a consternava. Um dia viera indignada da Praça da
Figueira, quase com ideias de vingança, por ter visto nas tendas dos galinheiros
aves e coelhos apinhados em cestos, sofrendo durante dias as torturas da
imobilidade e a ansiedade da fome.”

- Ega adverte Carlos de que a sua volubilidade sentimental terá


consequências trágicas:

“hás de vir a acabar (…) numa tragédia infernal!”


“Os Maias”
O carácter trágico da intriga central
• Alguns aspetos estruturais trágicos:
- Hybris: o desafio à ordem estabelecida - amor incestuoso de
Carlos e Maria Eduarda;
- Peripécia: a súbita mudança dos acontecimentos, a passagem
brusca da felicidade à infelicidade - revelações de Guimarães a
Ega.
- Reconhecimento: revelações de Guimarães a Ega e de Ega a
Carlos;
- Catástrofe: “morte” das personagens (física para Afonso; do
amor, para Carlos e Maria Eduarda; social, para a família);
- A temática do incesto: o amor dos dois irmãos – conhecem-se
> amam-se > reconhecem-se > separam-se.
“Os Maias”
“Episódios da vida romântica”
Crónica de Costumes

Ação aberta
“Os Maias”
Episódios
Jantar no O Jantar Jornais “A Sarau no
da vida
Hotel A corrida dos Corneta do Teatro da
romântica Diabo” e
Cental de cavalos Gouvarinhos Trindade
“A Tarde”

Os Maias
Carlos vê Carlos Carlos Ega é Revelação
Maria procura em declara-se cúmplice da da relação
Eduarda pela vão Maria a Maria relação incestuosa
primeira vez Eduarda Eduarda amorosa

Passeio final de Carlos e Ega. Portugal decadente e ocioso.


“Falhámos na vida.” Falhanço pessoal e profissional
“Os Maias”

Jantar no
Hotel
Central
A vida social da capital
Jantar no Hotel Central

João da
Ega

Jacob
Craft
Cohen

Jantar
no Hotel
Central
Tomás
Carlos
de
da Maia
Alencar

Dâmaso
Salcede
“Os Maias”

Jantar no Hotel Central

 É uma festa de homenagem de Ega ao banqueiro Jacob


Cohen, símbolo da alta finança, marido da “divina Raquel”,
amante de Ega;

 É a primeira reunião social da “elite” lisboeta em que


Carlos participa;

 Proporciona o primeiro encontro entre Maria Eduarda e


Carlos.
“Os Maias”

Jantar no Hotel Central

 As conversas vão focar diversos aspetos da sociedade


portuguesa, tais como o estado deplorável das finanças
públicas, o endividamento do país e a necessidade de
reformas extremas e radicais, de que Ega é o defensor
mais convicto;

 É dominado pela contenda literária ente Ega e Alencar:


Ega, defensor acérrimo do naturalismo, que considera uma
ciência, envolve-se numa disputa verbal com Alencar, o
protótipo do poeta ultrarromântico, que critica o
realismo/naturalismo;
“Os Maias”

A Corrida
de
Cavalos
A vida social da capital
“Os Maias”

A Corrida de Cavalos

 Tentativa falhada de promover um espetáculo que nada


tem a ver com a tradição cultural do país, mais habituado a
touradas;

 Os resultados são desastrosos:


- Desinteresse generalizado;
- Espaço inadequado (entrada, tribunas, ausência de um
balcão de apostas, bufete);
- Comportamentos e trajes desajustados;
- Falta de desportivismo dos participantes;
- Ignorância do público relativamente ao início das corridas;
- A apatia nas apostas.
“Os Maias”

A Corrida de Cavalos
Constitui mais uma visão caricatural da sociedade lisboeta,
que, num desesperado esforço de cosmopolitização, resolve
promover um espetáculo que não faz parte da tradição cultural
do país.

 Só Carlos e Craft estão familiarizados com este tipo de


evento.
 Dâmaso destaca-se, pela negativa, “pelo seu podre de
chique”, bem representado pela indumentária:
sobrecasaca branca e véu azul no chapéu.
“Os Maias”

Jantar em
casa dos
Gouvarinho
A vida social da capital
“Os Maias”

Jantar em casa dos Gouvarinho


 É oferecido a Carlos pelo Conde de Gouvarinho;

 Revela a tacanhez do Conde de Gouvarinho,


representante da política nacional;

 Revela a ignorância e falta de inteligência de Sousa Neto.

A conversa durante o jantar retrata claramente a


incompetência dos políticos: o conde de Gouvarinho já tinha
passado por vários ministérios; Sousa Neto era oficial da
Instituição Pública e nunca tinha ouvido falar de figuras
notáveis da literatura e da filosofia da época.
“Os Maias”

Jornais a
“Corneta do
Diabo” e
A vida social da capital “A Tarde”
“Os Maias”

“A Corneta do Diabo”

 Carlos e Ega descobrem, por Palma Cavalão, que Dâmaso


terá sido o autor de uma carta publicada no jornal cujo
conteúdo insultava Carlos e expunha a sua relação
amorosa com Maria Eduarda, a troco de “cem mil réis”.

Neste episódio critica-se a decadência do jornalismo


português, pois os jornalistas, como Palma Cavalão,
deixavam-se corromper.
“Os Maias”

“A Tarde”
 Neves, diretor do jornal, aceita publicar a carta em que
Dâmaso se confessa embriagado ao redigir a carta que
mencionava a relação de Carlos e Maria Eduarda, depois
de concluir que o Dâmaso em causa não era o seu amigo
Dâmaso Guedes, motivo que o terá levado a rejeitar a
publicação anteriormente.

Neste episódio, critica-se a decadência do jornalismo


português, pois os jornalistas eram parciais, por motivos
políticos.
“Os Maias”

Sarau no
Teatro da
Trindade
A vida social da capital
“Os Maias”

Sarau no Teatro da Trindade


Este episódio denuncia o gosto convencional e fossilizado
dos portugueses, enraizado num sentimentalismo
educacional e social ultrapassados:
 Rufino, o orador “sublime”, tem um discurso impregnado
de artificialismos barrocos e ultrarromânticos. O seu
enaltecimento à nação e à família real revelam o seu
carácter bajulador;

 Cruges, que tocou Beethoven, representa os (poucos) que


em Portugal amam verdadeiramente a arte, tocando a
Sonata Patética, tida como a “Sonata Pateta” pela
marquesa de Soutal;
“Os Maias”

Sarau no Teatro da Trindade


 Alencar declamou “A Democracia” e, numa encenação
exuberante, revelou a sua emoção por ter ouvido “uma voz
saída do fundo dos séculos” e que o levava a querer a
República, essa “aurora” que viria com Deus.

Este episódio enfatiza a total ausência de espírito crítico e


analítico da alta burguesia e da aristocracia nacionais e a
sua falta de cultura.
O passeio final de Carlos e Ega por Lisboa

PORTUGAL PASSADO
CAMÕES E (Camões)
CHIADO estagnação e contrasta
(nostalgia e ociosidade Com o PORTUGAL DO PRESENTE
decadência) (liberalismo frustrado, crise de identidade
nacional)

Monumento aos Restauradores


Importação símbolo da renovação nacional
PELA AVENIDA cultural, falta
(frustração) contrasta
da identidade com a nova geração, ociosa,
nacional exibicionista, a imitar sem estilo o que
vem do estrangeiro

PELA AVENIDA Saudosismo BAIRRO DO ALTO DA


(autenticidade) inoperante CIDADE/CASTELO
símbolos do Portugal absolutista
anterior a 1820

Destruição
RAMALHETE e morte RAMALHETE EM RUÍNA
Reflexo de Lisboa/Portugal
“Os Maias”

O narrador (quanto à participação)


HETERODIEGÉTICO

Narrador não participante, surge como uma entidade exterior à


história, como um estranho ou um observador, com uma função
meramente narrativa.

Marcas linguísticas:
- Formas verbais, pronomes e determinantes na terceira pessoa;
- Discurso indireto livre;
- Recurso à analepse (o narrador conhece todos os momentos da ação);
“Os Maias”
O narrador (quanto à focalização)
OMNISCIENTE

O narrador domina totalmente a narrativa, conhece intimamente


as personagens, o evoluir dos acontecimentos e o desenlace
dos mesmos.

INTERNA
• Carlos dá-nos a conhecer Dâmaso e Maria Eduarda, emite
juízos de valor sobre o meio que o rodeia e revela-nos os
seus pensamentos;
• Vilaça apresenta e comenta a educação dada a Carlos e a
Eusebiozinho;
• João da Ega revela os seus pensamentos e permite o
desencadear da tragédia.

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