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Associação de Crianças Rurais (ACR)

Djumbai sobre Direitos de Criança


Bissau, 15.12.2018
INTRODUÇÃO GERAL
SOBRE OS DIREITOS DA
CRIANÇA E A CADBEC
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS
DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Convenção relativa aos direitos da criança

Protocolo facultativo
Protocolo facultativo
relativo a CDC sobre a Protocolo facultativo
participação das relativo a CDC sobre
a CDC estabelecendo
crianças nos conflitos a venda de crianças, a
um procedimento de
armados que prostituição das
apresentação das
determina a idade de crianças e a
comunicações.
recrutamento nas pornografia que
forças armadas aos 18 implica as crianças
anos
PRIMEIRA PARTE :
PERCEPÇÕES DA CRIANÇA
A aceptação do estatuto da criança sempre foi e
permanece ainda um enigma para a humanidade,
através das sociedades, as culturas e as épocas.
As percepções da infância podem diferir de acordo
com os países e as comunidades, embora as etapas
fundamentais de desenvolvimento continuam as
mesmas para todas as crianças sem distinção
nenhuma.
• «Infans»quer dizer que ainda não fala mas
SociedadeL
atino-
falará um dia;
Romana

• A criança é um ser a socializar de acordo


Mundo com os preceitos da Bíblia;
Judéo
Cristão

• Com a dominação da vida de festa, a criança


era vista como um ser que incomoda muitas
Idademédia vezes entregue àuma amamentadora;
• Os trabalhos de Rousseau permitiram ver
a criança como um ser incompleto, ou
seja, alguém que segue um processo de
NoSéculo17 desenvolvimento conduzindo à puberdade
e depois a idade adulta.

• Graças às descobertas da psicanálise, a


criança é percebida como um ser a educar
e não a reprimir. Por conseguinte, deve
NoSéculo19 ser educada na compreensão, paciência e o
respeito do seu ritmo de desenvolvimento.
De agora para diante, o Estado vai
intervir de maneira mais activa pelas leis
jurídicas que serão elaboradas no
domínio da proteção da criança e a
consideração das suas diferentes fases de
desenvolvimento.
A noção de menor idade vai aparecer,
nomeadamente, enquanto não atingir a
maioria, ela deve ser protegida pelos seus
pais que vão responder dos seus actos.
 Consequentemente, a idade foi determinante
na definição da noção de criança. Assim é
considerada uma criança qualquer ser humano
menor de 18 anos de acordo com a CDC e a
CADBEC.

 Também pode ser definida como um ser cuja


idade é compreendida entre zero e dezoito
anos tendo em conta a legislação natalista ou
antinatalista de cada país.
A criança é concebida como um ser que participa
tanto no mundo humano visível como no mundo
invisível dos antepassados mortos, das divindades e
do Deus Supremo.
 Foilhe atribuída uma realidade divina, um poder
invisível no qual quem não quer chamar a desgraça
para si mesmo não deve tocar. Ela protege, do
mesmo modo que deve ser protegida.
A criança é considerada como uma riqueza
insubstituível. Desde o nascimento até a puberdade,
está na preocupação central dos adultos.
 Todavia, com o efeito atual de mudança sócio-
econômica, da urbanização, da perda progressiva de
valores tradicionais..., a criança africana é
abandonada. Ela está em situação de rua, é vítima de
exploração económica e diversas formas de violência,
envolvida em conflitos armados....

Deste modo, para lidar com os múltiplos desafios,


além das convenções e outros tratados internacionais
ratificados, os Estados Africanos julgaram pertinente
a adopção de um instrumento específico: a Carta
Africana sobre os Direitos e Bem-Estar da Criança.
1-Definir “necessidade”
2-Definir “direito”
3-Fazer uma lista das necessidades
que tem enquanto criança.
4-Qual é a relação entre necessidade e
direito
 Os direitos da criança foram elaboradas a partir de suas
necessidades fundamentais;
 Todos os direitos são necessidades, mas nem todas as
necessidades são direitos;
 Todas as crianças têm as mesmas necessidades fundamentais
listadas acima. As necessidades mudam à medida que a
criança cresce;
 Todas as necessidades fundamentais são interdependentes.
Não há necessidades prioritárias e necessidades secundárias.
Todas as necessidades básicas são priorizadas. Estas
necessidades são incolores, nem têm pertença geográfica.
A diferença entre as prioridades das crianças
e as prioridades dos adultos ;
 As prioridades dos adultos incluem as
prioridades das crianças, o que não é o caso
para as crianças; no entanto os adultos
devem entrar no mundo das crianças;
É importante entrar na pele das crianças
quando se lida com as questões que lhes
dizem respeito.
 A Convenção das Nações Unidas sobre
os Direitos da Criança (CDC), os
Protocolos Facultativos e a Carta
Africana sobre os Direitos e Bem-Estar
da Criança são os principais
instrumentos que conferem direitos
específicos às crianças.
 Ambos os instrumentos devem ser a
base de todas as atividades a serem
realizadas para as crianças;
SEGUNDA PARTE:
APRESENTAÇÃO DA CONVENÇÃO
DOS DIREITOS DA CRIANÇA
INTRODUÇÃO
 A ratificação dos instrumentos internacionais e
regionais confere aos Estados partes as obrigações
e responsabilidades enquanto que a satisfação de
uma necessidade faz referência à necessidade onde
não há uma obrigação definida.
 O Estado é o primeiro responsável da realização
dos direitos da criança. Deve velar ao seu respeito,
a todos os níveis (famílias, comunidades,
autoridades locais etc.).
 A sociedade civil nacional e internacional devem
reforçar o papel do Estado ou conduzi-lo a tomar
as suas responsabilidades e assumi-las.
HISTORIAL:
1918:
 no final da Primeira Guerra Mundial, os Aliados impuseram
um embargo econômico contra os países derrotados ;

 a fome instala-se nesses países ;


 quase 3 milhões de crianças (Alemanha, Áustria, Itália,
Hungria) são ameaçadas de fome.
 Eglantyne Jebb e a sua irmã Dorothy Buxton percorrem a
Inglaterra para informar os Ingleses sobre a situação destas
crianças no sentido de pôr fim ao embargo económico.
1919: Eglantyne Jebb cria Save the Children em
Londres (Maio).
1923 : a Assembleia de Save the Children adoptou a
Declaração dos Direitos da Criança preparada em
Genebra com a participação de Eglantyne Jeeb. O
fundamento desta Declaração é que a humanidade é
responsável pelas crianças e deve dar-lhes o melhor que
pode.
1924 (Março): a declaração é apresentada e
adoptada pela Sociedade das Nações. Ela ratifica
uma visão da criança como um indivíduo com os
mesmos direitos que os adultos.
1948 : Adopção da Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
1959 : as 82 nações membros da ONU adoptaram uma
nova Declaração dos Direitos da Criança. Esta
declaração compõe dez princípios e inclui os direitos
sociais, económicos e culturais e os direitos civis e
políticos (por exemplo, direito a um nome, a uma
nacionalidade).
1978 : O governo Polaco propõe que uma convenção
seja elaborada e que tenha em conta as preocupações
das crianças no seio da Comissão dos Direitos
Humanos em Genebra.
1979 : decisão da Assembleia Geral da ONU de adoptar e
elaborar uma Convenção sobre os Direitos da Criança no dia
20 de Novembro em Nova York ;
1979 – 1989 : discussões sobre o projecto de Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Criança ;
20 de Novembro de 1989 : As Nações Unidas adoptam a
Convenção dos Direitos da Criança, após dez anos de
consultações e trabalho de grupo ;
02 de Setembro de 1990 : entrada em vigor da CDC ;
29-30 de Setembro de 1990 : Cimeira Mundial da Criança
1991 : primeira sessão do Comité dos Direitos da Criança.
Guiné-Bissau ratificou a CDC aos 04 de Agosto de
1990 e Cabo Verde aos 20 de Junho de 1992.
 A Convenção é o único tratado internacional
que tenha em conta, especificamente, todos os
direitos fundamentais da criança: civis,
políticos, económicos, sociais e culturais.
 Abrange a todas as crianças do mundo sem
qualquer distinção e aplica-se obdecendo os
princípios comuns .
 A convenção é um instrumento consensual
que integra as tradições dos povos e o
multiculturalismo.
 É um quadro de referência para todas as leis,
políticas, programas, projetos e ações
eleborados à favor das crianças, pelos
Estados Membros, agências das Nações
Unidas, ONGs e outros actores sociais .
A CDC tem 54 artigos que podem ser agrupados em
três partes :
Primeira parte: o preâmbulo que recorda os grandes
princípios fundadores da Convenção ;
Segunda parte: os artigos 1 à 41, anunciando os
direitos fundamentais a serem respeitados e
protegidos para todas as crianças menores de 18 anos;
Terceira parte: Os artigos 42 à 54, sobre o processo de
aplicação, o acompanhamento, a adesão, a ratificação
e a entrada em vigor.
Oito (08) principais títulos :
 Medidas gerais;
 Definição da criança;
 Princípios Gerais;
 Direitos e liberdades civis;
 Ambiente familiar e cuidados alternativos;
 Saúde básica e bem-estar;
 Educação, lazer e atividades culturais;
 Medidas especiais de protecção ;
 Seguimento
Interesse superior

Vida,
Sobrevivencia,
Desenvolvimento

Não-
Participação
discriminaç
 Os 4 princípios fundamentais constituem os pilares
da CDC e são interdependentes ;
 Para poder determinar o interesse superior da
criança, é necessário fazer análise dos factores externos
físicos, sociais, culturais, dos outros direitos e do
ambiente e tomar em conta a sua opinião sem, no
entanto, conceder-lhe todo o que deseja se alguns
factores não forem favoráveis ao seu desenvolvimento;
 Estes quatro princípios devem constituir a base de
trabalho de qualquer actor que trabalha para a
realização dos direitos da criança.
TERCEIRA PARTE :
PROTOCOLOS FACULTATIVOS
A CDC
Até a data de hoje, três protocolos
facultativos foram adoptados para
reforçar certas disposições da CDC :
PROTOCOLO FACULTATIVO À CDC
RELATIVO À VENDA DE CRIANÇAS, A
PROSTITUIÇÃO INFANTIL E A
PORNOGRAFIA COM CRIANÇAS
ADOPTADO PELA ASSEMBLÉIA GERAL DA
ONU EM 25 DE MAIO DE 2000 E QUE ENTROU
EM VIGOR NO DIA 18 DE JANEIRO DE 2002 :

 fortalece os artigos 34, 35 e 36 da CDC.


1. PROTOCOLO FACULTATIVO À CDC
RELATIVO À PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS
NOS CONFLITOS ARMADOS, ADOPTADO
PELA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU EM 25
DE MAIO DE 2000 E QUE ENTROU EM VIGOR
NO DIA 12 DE FEVEREIRO DE 2002:

 veio reforçar o artigo 38 da CDC, que fixa a


idade de envolvimento de crianças em
conflitos armados aos 15 anos ;

 aumenta esta idade para 18 anos.


1. PROTOCOLO FACULTATIVO RELATIVO À CDC
ESTABELECENDO UM PROCEDIMENTO DE
APRESENTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES,
ADOPTADO PELA ASSEMBLEIA GERAL DAS
NAÇÕES UNIDAS EM DEZEMBRO DE 2011 E CUJA
ENTRADA EM VIGOR FOI EM 14 DE ABRIL DE 2014
:
 fortalece as competências do Comité de Direitos da
criança, a fim de oferecer a todas as crianças do mundo
novas possibilidades de recursos no caso da violação dos
seus direitos estabelecidos na CDC e nos dois outros
protocolos ;
 oferece uma oportunidade para as ONGs de emitir uma
comunicação em nome de uma ou mais crianças.
 Apenas Gabão o ratificou entre os Países africanos.
QUARTA PARTE :
APRESENTAÇÃO DA CARTA
AFRICANA SOBRE OS DIREITOS
E BEM-ESTAR DA CRIANÇA
BREVE HISTORIAL DA CADBEC

1979 : Adopção pela Assembleia dos Chefes


de Estado em Monróvia (Libéria) da
Declaração sobre o Direito e o Bem - Estar da
Criança, pela décima sexta sessão da
Conferência dos Chefes de Estado e de
Governo, realizada de 17 à 20 julho.
Com essa declaração, a OUA reconhece
tomar todas as medidas adequadas para
promover e proteger os direitos e Bem-Estar
da Criança Africana.
 1981 : Adopção da Carta Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos, pela Décima oitava
Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, em
junho de 1981, em Nairobi, Quénia;
No seu artigo 18, para além das considerações
relativas aos valores da família, o texto afirma a
responsabilidade desta na proteção das mulheres e
das crianças como foi estipulada nas declarações e
Convenções internacionais;
A segunda parte do texto institui a composição e a
organização da Comissão Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos;
 1990 : Adopção da Carta Africana sobre os
Direitos e Bem - Estar da Criança pela 26ª
Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da
OUA (agora UA) em Addis Abeba, na Etiópia.
Este processo foi acelerado pela adopção da CDC
em 1989.
Entrada em vigor da CADBEC em Novembro de
1999 depois de 15 ratificações
Ratificado pela Guiné-Bissau em 2008 após uma
assinatura no dia 8/03/2005 e pelo Cabo-verde em
20/07/1993 .
CONTEÚDO DA CADBEC

 48 artigos;
 Preâmbulo
 Primeira parte: direitos e deveres

Capítulo I : (31 artigos)


Direitos e Bem-estar dos Estados, obrigações dos
Estados-Membros: para além da definição e dos
princípios, cada artigo da CADBEC trata uma temática
específica, as vezes própria ao contexto africano.
 Definição da criança;
 Não-discriminação;
 Interesse Superior da Criança;
 Sobrevivência e Desenvolvimento;
 Nome e nacionalidade;
 Liberdade de expressão;
 Liberdade de associação;
 Liberdade de pensamento, de consciência e de
religião;
 Proteção da vida privada;
 Educação;

 Lazeres, actividades recreativas e culturais;


 Crianças deficientes;
 Saúde e serviços Medicais;
 Trabalho infantil;
 Proteção contra os abusos e o maus tratos;
 Aplicação da Justiça para menores;
 Proteção da Família;
 Cuidados e Proteção pelos pais;
 Responsabilidade dos pais;
 Proteção contra as práticas nefastas sociais e
culturais;
 Conflitos armados;
 Crianças refugiadas;
 Adopção;
 Separação com os pais;
 Proteção contra o Apartheid e a discriminação

 Exploração sexual

 Consumo de drogas

 Venda, tráfico, sequestro e mendicidade

 Crianças de mães encarceradas;

 Responsabilidades das crianças.


QUINTA PARTE:
MECANISMOS DE SEGUIMENTO
DA CDC E DA CADBEC
O COMITÉ DOS DIREITOS
DA CRIANÇA
OS RELATÓRIOS

 Relatório inicial: 02 anos após a ratificação


da convenção

 Relatórios periódicos : todos os 05 anos


após a ratificação da convenção
O PAPEL DO COMITÉ
 Examinar os relatórios dos Estados Membros sobre a implementação da
CDC;
 Emitir as observações e recomendações finais ;
 Elaborar comentários gerais para facilitar a compreensão de certos
conceitos da CDC. Até à data presente, 19 comentários gerais foram
elaborados sobre:
- A finalidade da educação,
- o papel das instituições nacionais independentes de defesa dos direitos
humanos;
- HIV/SIDA e direitos da criança;
- Saúde e desenvolvimento do adolescente;
- as medidas para a aplicação geral da CDC;
- etc..
MUITO OBRIGADO PELA VOSSA
ATENÇÃO

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